Os meus livros
Meus livros (que não sabem que eu existo)
São parte de mim como este rosto
De fontes grises e de grises olhos
Que inutilmente busco nos cristais
E com a mão côncava percorro.
Não sem alguma lógica armagura
Penso que as palavras essenciais
Que me expressam se encontram nessas folhas
Que não sabem que eu sou, não nas que escrevi.
Melhor assim. As vozes dos mortos
Vão me dizer para sempre.
– Jorge Luis Borges, do livro “A Rosa Profunda”, em ‘Poesia’. [tradução Josely Vianna Baptista]. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
Jorge Luis Borges é conhecido pelo realismo fantástico, o escritor é um dos principais nomes da literatura argentina. Nascido em Buenos Aires, em 1899, ele foi poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta. Borges conseguiu destaque internacional, em 1961, com o Prêmio Formentor Internacional, o qual dividiu com o dramaturgo Samuel Beckett. Seus trabalhos contribuem até hoje para o gênero da literatura fantástica.
Borges aprendeu a ler em inglês antes que em castelhano, por influência de sua avó materna inglesa. Dos 13 aos 22 anos, ele morou na Europa, passando pela Suíça e Espanha, mas retornou a Buenos Aires, em 1921, e participou ativamente da vida cultural da cidade. Dois anos depois do retorno, o escritor publicou o primeiro livro de poemas ‘Fervor de Buenos Aires’. Aos 55 anos, Borges ficou cego, assim como seu pai. Ele morreu com câncer no fígado, em 14 de junho de 1986, em Genebra, na Suíça.
Selecionamos 10 de suas principais obras. O ranking inclui livros como Ficções, O Aleph, O livro de Areia e Poesia. Confira a seleção completa:
Ficções – publicado originalmente em 1944 pelas Ediciones Sur – é a obra que trouxe o reconhecimento universal para Jorge Luis Borges, graças, entre outros motivos, ao caráter fora do comum de seus temas, abertos para o fantástico, e à inesperada dimensão filosófica do tratamento.
Ficções reúne os contos publicados por Borges em 1941 sob o título de O jardim de veredas que se bifurcam (com exceção de “A aproximação a Almotásim”, incorporado a outra obra) e outras dez narrativas com o subtítulo de Artifícios. Nesses textos, o leitor se defronta com um narrador inquisitivo que expõe, com elegância e economia de meios, de forma paradoxal e lapidar, suas conjecturas e perplexidades sobre o universo, retomando motivos recorrentes em seus poemas e ensaios desde o início de sua carreira: o tempo, a eternidade, o infinito. Os enredos são como múltiplos labirintos e se desdobram num jogo infindável de espelhos, especulações e hipóteses, às vezes com a perícia de intrigas policiais e o gosto da aventura, para quase sempre desembocar na perplexidade metafísica. Chamam a atenção a frase enxuta, o poder de síntese e o rigor da construção, que tem algo da poesia e outro tanto da prosa filosófica, sem nunca perder o humor desconcertante.
Em Ficções estão alguns de seus textos mais famosos, como “Funes, o Memorioso”, cujo protagonista tinha “mais lembranças do que terão tido todos os homens desde que o mundo é mundo”; “A biblioteca de Babel”, em que o universo é equiparado a uma biblioteca eterna, infinita secreta e inútil; “Pierre Menard, autor do Quixote”, cuja “admirável ambição era produzir páginas que coincidissem palavra por palavra e linha por linha com as de Miguel de Cervantes”; e “As ruínas circulares”, em que o protagonista quer sonhar um homem “com integridade minuciosa e impô-lo à realidade e no final compreende que ele também era uma aparência, que outro o estava sonhando”.
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Livro: Ficções. Jorge Luis Borges. [tradução Davi Arrigucci Jr.]. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
O livro dos seres imaginários é um bestiário fantástico que contém a descrição de 116 monstros que povoam as mitologias e as religiões de todo o mundo, ou são obras da imaginação literária de autores como Homero, Shakespeare, Flaubert e Kafka, ou ainda criações famosas da invenção humana, como os elfos, os gnomos e as fadas.
Ordenados alfabeticamente, como nas enciclopédias que tanto fascinavam Borges, desfilam diante do leitor os estranhos seres deste “manual de zoologia fantástica” (título da primeira edição desta obra, que saiu em 1957), sustentados pela complexa erudição borgiana, avalizada por seu domínio tanto das línguas clássicas como das modernas. Com freqüência, ele mergulha na etimologia para explicar animais exóticos como o cabisbaixo búfalo negro com cabeça de porco “catóblepa” (o que olha para baixo) e o da serpente de duas cabeças “anfibesna” (que vai em duas direções), ou mais familiares, como as valquírias (aquelas que escolhem os mortos) ou as fadas (do latim fatum, destino), entidades que intervêm nos assuntos dos homens. Mas a erudição não está a serviço da sisudez de um tratado acadêmico; ao contrário, contribui para o tom lúdico e bem humorado do livro. O próprio Borges diz no seu prólogo que gostaria que “os curiosos o freqüentassem como quem brinca com as formas cambiantes reveladas por um caleidoscópio”. E nessa brincadeira, ele faz uma homenagem à imaginação infinita dos homens, capaz de criar os seres mais curiosos e absurdos como sereias, unicórnios, centauros, hidras e dragões – e eventualmente acreditar neles -, animais que, como disse o crítico Alexandre Eulálio, “Borges acaricia passando preguiçosamente a mão complacente do dono”.
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Livro: O livro dos seres imaginários. Jorge Luis Borges. [tradução Heloisa Jahn]. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
Em textos curtos, de grande complexidade e força imaginativa, admiravelmente bem escritos em sua concisão, revela-se a exata imagem do autor, que sempre apreciou os livros que podem ser abertos em qualquer página sem causar decepção.
Como o próprio Borges declarou no epílogo de O fazedor, trata-se de seu livro mais pessoal, porque cada peça que o compõe nasceu de uma verdadeira necessidade interior. E, de fato, há vários textos e poemas em que o homem Borges se faz presente, como quando fala de sua cegueira, em “O fazedor” e no “Poema dos dons”. Por outro lado, o livro é uma espécie de miscelânea de contos, ensaios e poemas líricos. Quando foi publicado em 1960, o traçado aparentemente aleatório de seus passos dava a exata imagem do autor, que sempre apreciou os livros que podem ser abertos em qualquer página sem causar decepção.
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Livro: O fazedor. Jorge Luis Borges. [tradução Josely Vianna Baptista]. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
Publicado em 1949, O aleph é considerado pela crítica um dos pontos culminantes da ficção de Borges.
Em sua maioria, “as peças deste livro correspondem ao gênero fantástico”, esclarece o autor no epílogo da obra. Nelas, ele exerce seu modo característico de manipular a “realidade”: as coisas da vida real deslizam para contextos incomuns e ganham significados extraordinários, ao mesmo tempo em que fenômenos bizarros se introduzem em cenários prosaicos. Os motivos borgeanos recorrentes do tempo, do infinito, da imortalidade e da perplexidade metafísica jamais se perdem na pura abstração; ao contrário, ganham carnadura concreta nas tramas, nas imagens, na sintaxe, que também são capazes de resgatar uma profunda sondagem do processo histórico argentino. O livro se abre com “O imortal”, onde temos a típica descoberta de um manuscrito que relatará as agruras da imortalidade. E se fecha com “O aleph”, para o qual Borges deu a seguinte “explicação” em 1970: “O que a eternidade é para o tempo, o aleph é para o espaço”. Como o narrador e o leitor vão descobrir, descrever essa idéia em termos convencionais é uma tarefa desafiadoramente impossível.
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Livro: O Aleph. Jorge Luis Borges. [tradução Davi Arrigucci Jr.]. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
Em treze histórias muito diversas, seguidas de um breve epílogo, Jorge Luis Borges molda variações sintéticas dos temas obsessivos e recorrentes de seu percurso de contista. Com mãos experientes de artesão, imprime nelas a modelagem modesta, serena e essencial que lhes garante a eficácia pelos meios mais concisos e, de quebra, o encanto indefinível de um objeto perfeito da natureza.
“O outro” abre o conjunto pelas espirais do tempo e o motivo do duplo, que Borges aprendeu a admirar nas páginas lidas e relidas de Robert Louis Stevenson e refaz agora em delicada chave pessoal. “O Congresso” alastra-se por vastidões infinitas: a narrativa mais ambiciosa da série leva uma empresa crescente a se confundir com o cosmos e a soma dos dias, não sem antes enredar, lúdica e ironicamente, traços autobiográficos do autor em seu projeto fantástico.
A invenção diabólica de um “livro de areia” vai além das outras fábulas – todas desconcertantes e uma, pelo menos, terrível (“There are more things”) -, pois contém um desígnio secreto: prender para sempre a atenção e a memória do leitor entre as folhas incalculáveis de sua monstruosa trama.
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Livro: O livro de areia. Jorge Luis Borges. [tradução Davi Arrigucci Jr.]. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
Antes de tudo, este é um livro divertido e inteligentíssimo, guardando surpresas para o leitor a cada frase. Sendo um exercício de aprendizagem para o autor, que se iniciava na arte da narrativa curta no começo da década de 1930, é ao mesmo tempo um texto de livre experimentação, uma vez que nele Borges se permite ousadias de invenção sobre histórias alheias e próprias, em larga medida inspirado pelas releituras de Stevenson, pela prosa de Marcel Schwob, pelos filmes iniciais de Josef von Sternberg, além da pintura, estimulado, quem sabe, por sua amizade com os pintores Xul Solar e Pedro Figari.
Embora as histórias que compõem o volume tenham sido tiradas, em grande parte, de livros de outros autores, o trabalho abissal de reescrita é a novidade, complexa e de grande força expressiva, pois depende da criação incomum de pormenores circunstanciais de longo alcance que, por meio de sua concretude e particularidade, ampliam e adensam os significados dos argumentos que aproveita, imprimindo-lhes um sentido inesperado. São obra de um leitor mais tenebroso e singular que os bons autores, como se anuncia num de seus dois prólogos notáveis.
Essa arte de deturpar textos alheios em biografias imaginárias decalcadas pelo estilete da cortante ironia prepara o terreno para o voo solo de um narrador tímido num conto desconcertante: “Homem da esquina rosada”. Já pela forma do título, ele evoca quadros de uma exposição, no caso, uma galeria de valentões suburbanos de uma vasta mitologia portenha: eles arriscam a pele na rivalidade dos punhais até o momento de uma revelação simbólica, mediante uma prosa singularmente mesclada da mais atrevida oralidade popular com a linguagem culta.
Como Mário de Andrade ou, mais tarde, Guimarães Rosa, Borges descobre as veredas para transformar a matéria local argentina em símbolo universal.
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Livro: História universal da infâmia. Jorge Luis Borges. [tradução Davi Arrigucci Jr.]. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
Em Borges oral (1979) e Sete noites (1980) se acham escritas palavras que brotaram da boca de um narrador cego, que falava como um sábio sibilino e irônico a auditórios do mundo todo. Sempre modesto, mas sem deixar de aludir a modelos gloriosos – Sócrates, Pitágoras, Cristo, Buda – e a outros mais próximos, como Macedonio Fernández, Borges (1899-1986) apresentava-se, na última etapa de sua vida, como um grande mestre da oralidade.
A princípio tímido e reservado, a ponto de se ocultar em meio à plateia e pedir a um amigo para ler a conferência que redigira, com os anos e a progressiva cegueira, o escritor argentino tornou-se um narrador oral, como se quisesse dissolver-se na tradição épica dos narradores anônimos. A tradição daqueles cuja arte havia procurado imitar na prosa de seus relatos, em parte derivados dos livros que aprendera a amar desde menino na biblioteca do pai, mas muitas vezes também inspirados pelas histórias de valentões de arrabalde nos arredores de sua casa no velho bairro de Palermo, numa Buenos Aires mítica do começo do século XX. Embora aparentemente abstratos e intelectuais, os temas de suas conferências são tratados num recorte concreto, a que servem exemplos precisos, sempre manipulados com perfeição pelo refinado contador de casos, que não perde uma deixa para uma frase de humor e se orienta em meio às dificuldades do assunto pela força da memória e da imaginação. Por isso mesmo, num dos textos mais bonitos reunidos neste volume, entre tantas reflexões pessoais sobre motivos enciclopédicos, é o livro que se destaca como o instrumento mais assombroso inventado pelo homem.
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Livro: Borges oral & sete noites. Jorge Luis Borges. [tradução Heloisa Jahn]. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
A singular “História da eternidade”, que dá título ao volume, publicada originalmente em 1936, um ano depois da “História universal da infâmia”, como esta desafia o leitor desde o título. Uma antinomia opõe a noção de história, feita de sucessão temporal, movimento e mudança, à ideia estática de uma duração sem fim que o termo “eternidade” evoca. O desejo de escrever uma espécie de “biografia da eternidade” que nos libertaria da opressão do tempo sucessivo sempre atraiu Borges, que jamais abandonou o interesse pelos temas deste livro, mesmo quando, mais tarde, reprova o que então havia escrito sobre eles.
Na verdade, a coletânea marca uma virada na carreira do escritor, que se abre ostensivamente para a universalidade estampada desde o título. São agora motivos da inquirição intelectual do ensaísta as doutrinas do tempo cíclico, as Mil e uma noites e seus tradutores, a metáfora e as velhas imagens da poesia da Islândia. Numa das notas finais, discreta e tímida em meio a preocupações retóricas, desponta uma narrativa disfarçada de resenha crítica: “A aproximação a Almotásim”, em que se dá a ver um de seus primeiros exercícios de prosa de ficção. O ensaio que almeja espraiar-se até o infinito de repente desemboca no conto de uma aproximação sem termo, história de uma busca infindável.
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Livro: História da eternidade. Jorge Luis Borges. [tradução Heloisa Jahn]. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
Reunião dos últimos sete livros de poesia do autor, em edição bilíngue. Um persistente equívoco pode levar o leitor de Borges a dar mais valor a seus contos e ensaios do que a seus poemas. Porém, no princípio, no meio e no fim de sua carreira, ele foi sobretudo poeta e assim se julgava. Durante os anos 1920, publicou três livros de versos cuja importância histórica e estética vai muito além da vanguarda ultraísta de que zombaria mais tarde.
A partir dos anos 1960, volta maduro à poesia, e escreve grandes poemas em que o pensamento se casa à emoção num sereno discurso rítmico, cuja complexidade se mantém com clareza, precisão e elegância clássicas. Nos sete últimos livros de poesia, escritos de 1969 até 1985, reunidos neste volume, uma sutil música de câmara confidencia os sentimentos mais íntimos na forma contida, límpida e exata das surpresas tranquilas.
O elogio da sombra que se parece à cegueira, o fascínio de ouro dos tigres, a luz inacessível da rosa profunda, a moeda de ferro feito um espelho mágico do eu e do mundo, o caos que é a cifra de uma secreta ordem, tudo são poemas conjurados como verdadeiros dons da escuridão, dos sonhos, das alvoradas. O poeta que sempre amou a filosofia e os labirintos da reflexão repassa o vivido e se prepara, com lucidez e calma, para a morte.
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Livro: Poesia. Jorge Luis Borges. [tradução Josely Vianna Baptista]. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
Nesta coletânea traçada com olho crítico, mão sóbria e gosto certeiro, Jorge Luis Borges compilou tudo aquilo que os anos e a arte de ler foram depurando no homem que se vangloriava mais dos livros lidos do que daqueles que havia escrito.
O tempo – o mais arguto dos antologistas – e um cisne singular e tenebroso – o próprio autor enquanto leitor – são os responsáveis pela seleção destas páginas que decerto vão ficar na memória de quem porventura as percorrer. Não se trata de mera coletânea, composta pelo acaso ou pela displicência, mas de uma escolha significativa, traçada com olho crítico, mão sóbria e gosto certeiro, tudo aquilo que os anos e a arte de ler foram depurando no homem que se vangloriava mais dos livros lidos do que daqueles que havia escrito. Feito leitor de si mesmo, indicou algumas pegadas de seu percurso, com a agudeza e a precisão que nos acostumamos a esperar dele, embora tenha deixado na sombra outras, como um demiurgo secreto de seu mundo, e assim nos legou nesta síntese simbólica a medida que quis de toda a sua obra. Em prosa e verso, as formas breves dominam o conjunto escolhido e são peças de um mosaico que afinal nos brinda com a sorrateira imagem de Borges, o autor que quis ser todos e nenhum.
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Livro: Antologia pessoal. Jorge Luis Borges. [tradução Davi Arrigucci Jr., Josely Vianna Baptista e Heloisa Jahn]. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
“Dos diversos instrumentos utilizados pelo homem, o mais espetacular é sem dúvida, o livro. Os demais são extensões de seu corpo. O microscópio, o telescópio são extensões de sua visão; o telefone é a extensão de sua voz; em seguida, temos o arado a espada, extensões de seu braço. O livro, porém, é outra coisa:o livro é uma extensão da memória e da imaginação.Dediquei parte de minha vida às letras, e creio que uma forma de felicidade é a leitura. Outra forma de felicidade − menor − é a criação poética, ou o que chamamos de criação, mistura de esquecimento e lembrança do que lemos.Devemos tanto às letras. Sempre reli mais do que li. Creio que reler é mais importante do que ler, embora para se reler seja necessário já haver lido. (…). Penso que o livro é uma felicidade de que dispomos, nós, os homens.”
– Jorge Luis Borges, em “Cinco visões pessoais”. [tradução Maria Rosinda Ramos da Silva[. Brasília: Editora UnB, 1985.
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