100 Melhores filmes dirigidos por mulheres segundo a BBC
Em 2019, a BBC decidiu criar uma lista dos 100 melhores filmes dirigidos por mulheres. O resultado é a maior e mais importante pesquisa internacional da BBC Culture: 761 filmes diferentes foram votados por 368 especialistas em cinema de 84 países — críticos, jornalistas, programadores de festivais e acadêmicos. Há pessoas do Zimbábue ao Afeganistão.
Para que houvesse um equilíbrio de gênero, a BBC escolheu um número de eleitores bastante próximo entre homens e mulheres: 185 deles são do sexo feminino e 181, do masculino. Há também uma pessoa não-binária e uma que preferiu não dizer seu gênero. Cada eleitor listou seus 10 filmes favoritos dirigidos por mulheres. Portanto, a lista apresenta os 100 que melhor pontuaram.
O resultado é uma impressionante coleção de filmes que demonstra o poder, a criatividade e a diversidade do cinema produzido por mulheres em todo o mundo: do filme mudo Sapatos (1916) ao drama The Souvenir (2019).
A maioria dos filmes da lista foi produzida a partir dos anos 1990. E, embora os EUA, a França, o Reino Unido, a Alemanha, a Itália, a Bélgica e o Canadá sejam os países de produção mais populares, filmes da Argentina, Irã, Ucrânia, Arábia Saudita, Índia, Tunísia e a República Tcheca também estão entre as 100 melhores. Não há nenhum filme brasileiro na lista.
A cineasta franco-belga Agnès Varda, que morreu em março deste ano, foi a diretora que mais apareceu na lista — seis filmes entre as 100 melhores —, seguida por Kathryn Bigelow, Claire Denis, Lynne Ramsay e Sofia Coppola.
A obra-prima de Jane Campion, O Piano (1993), ficou em primeiro lugar, citado por quase 10% dos críticos. Segundo a crítica Hannah Woodhead, a produção é bastante sensível e tem personagens femininas difíceis e reais. Para ela, o longa é “uma fábula penetrante que fala do desejo universal de amar e ser amado”.
Então, o que tem na lista?
Um filme de uma pianista muda que redescobre a paixão fica ao lado de um longa sobre a crise existencial de uma garota parisiense; uma comédia surrealista tcheca, banida em seu país de origem; três dias na vida de uma mãe solteira na Bélgica; sexualidade e ciúme reprimidos na Legião Estrangeira e uma estranha amizade entre um ator de cinema e uma jovem em um hotel de Tóquio. E esses são apenas os cinco primeiros colocados.
Como sempre, a BBC não espera que essa lista seja definitiva, mas um ponto de partida para descoberta, discussão e debate sobre o cinema produzido por mulheres.