Primeira edição do MEMO – Música, Exibição e Memória acontece nos dias 13 e 14 de janeiro em Santa Teresa, com entrada gratuita. Lourival Cuquinha, Chico Chico, Leila Maria, Diogo Azevedo e outros grandes nomes das artes e do pensamento moderno participam do evento que aborda a memória como matéria-prima da arte e conta com shows, rodas de conversas, exposição de arte contemporânea, visitas mediadas e oficinas
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Inédito, o evento MEMO – Música, Exibição e Memória nasce em tempos de reinvenção, promovendo encontros e fomentando a reflexão sobre o fazer artístico a partir de três vertentes: a memória, a pandemia e a tecnologia. O ano de 2020 será lembrado como o período em que a pandemia da Covid-19 precipitou uma ruptura no funcionamento das sociedades contemporâneas. Em um cenário onde as pessoas passaram por situações de perda e se viram limitadas aos seus próprios lares, ficou ainda mais evidente o quão necessária a arte é para o equilíbrio saudável, e a tecnologia foi uma grande aliada. A memória, com a sua imensa capacidade curativa reconectou as pessoas com o mundo.
O MEMO – Música, Exibição e Memória, que acontece nos dias 13 e 14 de janeiro, vem alimentar a sede de reconstrução, reunindo algumas das melhores mentes criativas da atualidade, para um fim de semana de histórias estimulantes, ideias inventivas, experiências de aprendizagem e vitrines de tecnologia que permitam aos participantes repensar novas maneiras de enxergar a arte, a memória e os tempos atuais.
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Com entrada gratuita, as atividades serão desdobradas em shows, exposição de arte contemporânea, rodas de memórias (conversas), oficinas de investigação de memórias que ficam gravadas nos nossos corpos e que prometem conectar os participantes com os caminhos do nosso mundo interno, todas no Parque Glória Maria e Teatro Ruth de Souza (antigo Parque das Ruínas), em Santa Teresa. Este projeto recebe o fomento da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Programa de Fomento à Cultura Carioca – FOCA.
“O MEMO trabalhará campos sensíveis como a História, a memória e os afetos. Fala de lugares de memória e também da memória dos lugares e da memória da dor e do encantamento. Abordamos a arte como fonte de inspiração e energia, reforçando sua capacidade de trazer renovação àqueles que a ela recorrem”, explica a idealizadora Lu Araújo, que assina a curadoria e direção-geral do evento.
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Entre as atrações musicais, há shows que celebram grandes nomes da MPB, movimentos artísticos que marcaram a autêntica arte brasileira baseada nas raízes populares, que exaltam a negritude e as raízes ancestrais ou que simplesmente partem de artistas que estão fazendo história neste momento.
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Andrea Ernest Dias Quarteto, com o show “Uma roda para Moacir Santos”, vai celebrar a trajetória desse músico negro, nascido em Pernambuco, que terminou seus dias como um dos grandes compositores do cinema em Hollywood. Já o duo de violinistas Ana de Oliveira e Sérgio Raz, com participação de Marcos Suzano e Quarteto de Cordas, lançará o novo álbum “Armoriando” (Selo Sesc), que homenageia o cinquentenário do rico Movimento Armorial, liderado pelo escritor, filósofo e dramaturgo Ariano Suassuna. Destaque ainda para Leila Maria, que levará ao palco do MEMO seu elogiado disco “Ubuntu”, um original tributo com releituras da obra de Djavan e arranjos de inspiração africana, ao palco do MEMO.
A nova geração da música, consciente de que a arte “salvou” as pessoas no momento de isolamento e que sabem que foi inevitável que as suas criações não dialogassem com esse contexto, também marca presença no MEMO. Chico Chico apresenta seu novo EP com duas canções lançadas recentemente: “Espelho” e “Entre Prédios”. Por sua vez, a cantora Priscila Tossan, que participou da sétima edição do programa The Voice Brasil, apresenta o show “A Beleza é Você Menina”, com destaque para a clássica composição de Bebeto e Rubens, originalmente gravada em 1978 e single que a artista lançou em dezembro de 2023, além de sucessos de Cartola e Luiz Melodia. A DJ, percussionista, produtora musical e pesquisadora de discotecagem Tata Ogan, chega para animar a festa e vai apresentar um setlist especial dedicado à “memória afetiva da música brasileira”.
Exposição “Trote Violante”
Lourival Cuquinha é responsável por um dos momentos mais importantes do MEMO, a mostra “Trote Violante”. O trabalho do artista reflete sobre o exercício da liberdade, seja a do indivíduo perante a sociedade, seja a da arte frente às instituições. Atuando no campo político a partir de narrativas subjetivas, sua obra multidisciplinar – que abrange as artes plásticas, o audiovisual e a intervenção – é frequentemente marcada pela interatividade com o público e o meio urbano.
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As obras politizadas, que criticam a exploração de recursos naturais e o desrespeito aos povos indígenas, compõem a individual do artista recifense Lourival Cuquinha, a exemplo de “Torniquete” (2021), onde o artista usa cinzas das queimadas brasileiras para amplificar a discussão sobre as tragédias ambientais que vivemos nos últimos anos. Já a obra “O caboco 7 flechas x ordem e progresso” (2015), apresenta flechas indígenas de etnias do Xingú, como os Araweté. Nela, as flechas atravessam moedas de 50 centavos de real – cuja lateral é ornada com o lema da bandeira nacional brasileira, “Ordem e Progresso” –, denunciando uma política desenvolvimentista alheia aos pensamentos dos povos tradicionais e à preservação do meio ambiente original. A peça remete a luta dos indígenas que tiveram seu território atingido pela Usina de Belo Monte. Outras obras da série “Transição de fase” (2014-2023), que são frequentemente compostas por cédulas verdadeiras de dinheiro, complementam a exibição.
Rodas de Memórias
O MEMO oferece em sua programação uma série de conversas com nomes importantes do pensamento moderno, no encontro “Rodas de Memórias”. O público será convidado a compartilhar sentidos de memória, arte e tecnologia. É sabido que a memória desempenha um papel fundamental na elaboração de nossas percepções sobre o presente. Ela é responsável por armazenar e recuperar informações e experiências passadas, e essas lembranças, que estão na base de nossos sentimentos e opiniões, são cruciais para a compreensão do mundo ao nosso redor. No sentido científico, podemos abordar a memória como a capacidade que temos de reter informações no cérebro ou, em tempos atuais, em sistemas artificiais.
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“A memória é um componente vital para a continuidade e a compreensão da cultura. Ela fornece uma base para a identidade, a compreensão do coletivo e a evolução da cultura digital. A preservação consciente da memória contribui para a construção de sociedades resilientes, conscientes de seu lugar na História, capazes de se adaptarem às mudanças”, diz a museóloga Mariana Várzea, curadora e mediadora das Rodas de Memórias.
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Entre os convidados estão a filósofa e antropóloga Janaína Damaceno, que conversará sobre “Memórias, Afrovisualidades e futuros possíveis”; o filósofo, mestre em Letras, jornalista, escritor, cineasta Dodô Azevedo, que falará sobre “Memória digital, entre apagamentos, inovações e combates”, além do premiado artista visual Lourival Cuquinha, que versará sobre “Memória e arte, lugar de encontros e confrontos”.
Oficinas
O MEMO contará ainda com oficinas que visam trabalhar lembranças e vivências. Somos atravessados por histórias desde a nossa concepção. Histórias de nossos pais, de nossos antepassados, do contexto histórico e social, das nossas escolhas. Esses atravessamentos geram memórias que ficam gravadas nos nossos corpos. Nas oficinas de “Estandartes: Memória e Tradição”, ministrada pela designer e arte educadora Maristela Pessoa e na dedicada ao “Corpo, Memória e Transcendência”, da psicóloga e especialista em terapia do trauma Priscila Lobianco, a proposta é promover uma delicada ampliação do diálogo com nossas memórias implícitas e gerar o movimento necessário de transformação e cura.
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Em dois dias de encontros e reflexões, o MEMO promete alimentar os lugares de memória, a memória dos lugares e promover experiências coletivas para que cada indivíduo encontre o outro e partilhe a memória comum.
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Sobre o MEMO: Projeto inédito, idealizado por Lu Araújo, que nasce em tempos de reinvenção, promovendo encontros e fomentando a reflexão sobre o fazer artístico. É uma conjunção artística e cultural entre Música, Exibição e Memória, onde a ideia principal é refletir sobre a interdisciplinaridade da memória e a pluralidade dos afetos que nos conectam com o passado, o presente e o futuro. A memória é abordada como matéria-prima da Arte e da Filosofia, como fonte de inspiração e energia combativa, lugar dos sentimentos, de reconciliação, de luto, de tolerância e de construção de um futuro melhor sobre a base de um passado comum. O evento faz parte de uma série de ações que serão realizadas durante o ano de 2024, com a chancela do consagrado MIMO Festival, evento com 20 anos de existência, criado por Lu Araújo, e que tem como pilares a música, o patrimônio e a educação no campo das artes.
SERVIÇO
MEMO – Música, Exibição e Memória
Parque Glória Maria / Teatro Ruth de Souza (antigo Parque das Ruínas)
Rua Murtinho Nobre, 169 – Santa Teresa
Telefones: 21 2215-0621 | 21 2224-3922
Horário de Funcionamento: das 8h às 19h
Entrada Gratuita (mediante a lotação do espaço)
O MEMO aderiu a campanha Santa Teresa sem carro: Seja amigo do Bairro! Não suba Santa de carro! Utilize os transportes públicos.
> Informações em www.memofestival.com
P R O G R A M A Ç Ã O C O M P L E T A
13 DE JANEIRO (SÁBADO)
EXPOSIÇÃO
TROTE VIOLANTE
Obras de LOURIVAL CUQUINHA
13 e 14.1 (sáb/ dom), das 08h às 19h
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OFICINA
MARISTELA PESSOA
ESTANDARTES – MEMÓRIA E TRADIÇÃO
13.1 (sáb), às 10h às 13h
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RODA DE MEMÓRIAS E VISITA MEDIADA
LOURIVAL CUQUINHA
MEMÓRIA E ARTE, LUGAR DE ENCONTROS
E CONFRONTOS
Mariana Várzea, mediação
13.1 (sáb), às 14h30
RODA DE MEMÓRIAS
JANAÍNA DAMACENO
MEMÓRIA, AFROVISUALIDADES E FUTUROS POSSÍVEIS
Mariana Várzea, mediação
13.1 (sáb), às 16h
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SHOW
PRISCILA TOSSAN
A BELEZA É VOCÊ MENINA
13.1 (sáb), às 17h
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DJ SET
TATA OGAN
MEMÓRIA AFETIVA DA MÚSICA BRASILEIRA
13.1 (sáb), às 18h
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SHOW
ANA DE OLIVEIRA E SÉRGIO RAZ
Part. Marcos Suzano e Quarteto de Cordas
ARMORIANDO
13.1 (sáb), às 19h
14 DE JANEIRO (DOMINGO)
OFICINA
PRISCILA LOBIANCO
CORPO, MEMÓRIA E TRANSCENDÊNCIA
14.1 (dom), às 11h às 13h
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SHOW
LEILA MARIA
UBUNTU
14.1 (dom), às 15h
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RODA DE MEMÓRIAS
DODÔ AZEVEDO
MEMÓRIA DIGITAL, ENTRE APAGAMENTOS, INOVAÇÕES E COMBATES
Mariana Várzea, mediação
14.1 (dom), às 16h
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SHOW
CHICO CHICO
ESPELHO
14.1 (dom), às 17h
DJ SET
TATA OGAN
MEMÓRIA AFETIVA DA MÚSICA BRASILEIRA
14.1 (dom), às 18h
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SHOW
ANDREA ERNEST DIAS QUARTETO
UMA RODA PARA MOACIR SANTOS
14.1 (dom), às 19h
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