No ano em que completaria 80 anos, Paulo Leminski tem sua obra e vida celebrada em forma de arte. Autor é um dos principais e mais cultuados nomes da literatura brasileira do último século. Participam do Festival Paulo Leminski 80 Anos – Zeca Baleiro, Paulinho Boca de Cantor, Estrela Leminski, Vitor Ramil e Arnaldo Antunes
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Um dos nomes mais cultuados da arte brasileira, Paulo Leminski completaria 80 anos no próximo sábado, dia 24/8. Com uma obra múltipla e vibrante, ele passou por linguagens artísticas com uma rica obra poética, de prosa experimental, tradução, ensaios e composições musicais. O legado desse trabalho criativo, seu impacto no presente e um olhar para o futuro são celebrados neste ano com publicações, shows, mostras e um festival especial em sua cidade natal de Curitiba, na Pedreira que leva seu nome, neste sábado.
“O primeiro aniversário de meu pai depois do falecimento dele, em 89, foi o primeiro evento que aconteceu na Pedreira e foi um grande encontro. Uma grande homenagem de seus parceiros musicais. Então, agora chegando aos 80 anos, a gente ficou com essa vontade de fazer uma nova reunião, uma reunião atualizada. Juntando a nova geração, para celebrar esse aspecto musical”, conta Estrela Leminski, filha do poeta e uma das organizadoras do evento que acontecerá na capital paranaense no dia 24/8, com ingressos esgotados.
O Festival Paulo Leminski 80 Anos começará com A Banda Mais Bonita da Cidade, seguido pelo Slam das Gurias e um show especial do gaúcho Vitor Ramil, que, junto à cantora Juliana Cortes, homenageará Leminski com interpretações de suas obras. A banda Blindagem, ícone do rock paranaense, se apresentará com a participação especial de Rogéria Holtz e Gabriel Teixeira.
Estrela Leminski trará um show especial de 10 anos do projeto “Leminskanções” com participação de Zeca Baleiro. A programação ainda contará com Paulinho Boca de Cantor, que apresentará clássicos de sua carreira e dos Novos Baianos, homenageando a resistência e a liberdade na arte, além de Arnaldo Antunes, que encerrará a noite com um show especial repleto de homenagens ao aniversariante. Essa multiplicidade dialoga com a própria obra de Paulo Leminski.
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“Meu pai lia os gregos e não desperdiçava nenhum repertório, ele era um profundo conhecedor de mitologia, de culturas, línguas, mas ao mesmo tempo ele sempre teve essa preocupação como um bom estudante de comunicação, de trazer isso da maneira mais imediata possível, né, mais pop, que trouxesse identificação. Ele usava diversos aspectos, diversas facetas dele para a poesia dele se manifestar, né, fosse as próprias tradições, fosse através da música. Então, ele tinha essa multiplicidade e acaba ficando inevitável que a gente aborde desta forma”, conta Estrela.
Além do festival, para este ano estão previstos novos livros chegando às livrarias. “Instantes” (Saraiva Educação), é um livro de poemas infantis ilustrado por Juliana Mota. Outra obra infantil é “A Lua no Cinema” (Ficções), ilustrado por Marcio Levyman. Uma nova edição de “Metaformose – uma viagem pelo imaginário grego” chega com prefácio de Eduardo Jorge de Oliveira pela editora Iluminuras. Além disso, uma edição especial da Revista Pernambuco será lançada com uma homenagem ao autor. A Caixa Cultural Curitiba vai receber uma série de eventos em homenagem a Paulo Leminski com show, vivências educativas e oficinas entre os dias 22 e 31/8. A exposição Múltiplo Leminski, que circulou por muitas cidades brasileiras, abre suas portas em Matosinhos (Portugal) no dia 29/9. E as comemorações não param por aí.
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“Estamos planejando ainda algumas surpresas até o final do ano. Em setembro, por exemplo, faremos uma ocupação no Sesc Avenida Paulista, em São Paulo. Farei diversos shows com o repertório do ‘Leminskanções’ e acabou de estrear uma peça chamada ‘Cabaré Haicai’, que ajudei na cenografia. Teremos muitas formas de celebrar o pai neste ano”, conclui Estrela.
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O Festival Paulo Leminski 80 Anos é uma realização do Instituto Paulo Leminski com a Whois Produções, e tem patrocínio da ITAIPU Binacional, do Banco do Brasil e do Governo Federal – Brasil, União e Reconstrução, apoio cultural da Fecomércio PR, do Sesc Paraná, bem como apoio da Cerveja Amstel, da Universidade Positivo, da Unimed Curitiba, Fala Síndico – Mídia Indoor, e dos restaurantes A Caiçara, Di Paolo Curitiba e Bar Otelo.
Conheça Paulo Leminski
Nascido em Curitiba em 1944, Leminski fez de sua vida uma busca pelo sublime. Seja pela procura religiosa, vinda da vontade de ser monge que o levou a passar parte da juventude em um mosteiro, até a filosofia zen que marcou sua obra, passando pelo minimalismo do dia a dia dos haicais. A forma poética japonesa, aliás, teve no autor um de seus grandes divulgadores no Brasil.
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Em 1975 começa uma série de lançamentos de trabalhos que se tornaram marcos na literatura brasileira com “Catatau”, em prosa, e dos escritos poéticos independentes “Quarenta clics em Curitiba” (com o fotógrafo Jack Pires) em 1976 e “Não fosse isso e era menos não fosse tanto e era quase” e “Polonaises”, ambos de 1980. A repercussão destes trabalhos foram base para o seminal “Caprichos e relaxos” (1983). Quatro anos depois lança seu último livro em vida, o cultuado “Distraídos venceremos”.
Como tradutor, Leminski trouxe para nossa língua textos de autores plurais como Matsuó Bashô, Beckett, James Joyce e John Lennon. Como compositor, escreveu mais de 100 canções e teve suas composições gravadas por nomes como Caetano Veloso, Itamar Assumpção, Ney Matogrosso, Paulinho Boca de Cantor e Moraes Moreira.
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Em 2013, a carreira de Leminski ganhou um renascimento com a cultuada coletânea “Toda Poesia”, best-seller com as obras poéticas completas, organizada por Alice Ruiz, que acompanhou toda a produção de sua obra. Esse trabalho apresentou o autor para toda uma nova leva de leitores e se tornou inspiração para múltiplos criadores.
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