quinta-feira, dezembro 19, 2024

Cinema: clássicos dirigidos por Mulheres para assistir hoje!

“No que tange à presença feminina na direção de filmes, por incrível que pareça, ainda vivemos sob uma névoa de preconceitos, mitos e falácias. Se temos poucas mulheres nessa lista não é à toa. A escassez conduz à invisibilidade e a invisibilidade conduz a mais escassez ainda. E, com isso, a história do cinema continua a ser escrita e ensinada com muito pouca ou quase nenhuma mulher nela.”

Apresentamos aqui 24 filmes realizados por mulheres entre 1912 e 2004: curtas, médias e longas metragens, ficção e documentário. Você pode assistir alguns agora, eles estão disponíveis online, quando disponíveis tem link na descrição do filme, veja!

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Dorothy Arzner kuriant filmą Imkite savo vyrą (1927, šalia – operatorius Alfredas Gilksas)

Confira!!!

O Cair das folhas | Falling leaves
Direção: Alice Guy-Blanché (1912)
Ao saber que sua irmã está prestes a morrer e que a provável data de sua morte será o fim do outono a pequena Trixie encara uma tentativa inocente e desesperada de salvar sua vida. Com agulha e linha na mão costura as folhas que caem das árvores para que o outono nunca termine.
:: Disponível com legendas em português. AQUI!

Suspense
Direção: Lois Weber (1913)
Um grande suspense é criado quando a casa com uma mulher e seu bebê é invadida por um homem com más intenções, o marido corre contra o tempo para tentar chegar antes que o pior aconteça. 
:: Disponível com legendas em português. AQUI!

Hipócritas | Hypocrites
Direção: Lois Weber  (1915)
O filme é sobre um pastor que quer guiar as pessoas pelo caminho certo, em busca da verdade. Mas as pessoas preferem ir pelo caminho mais fácil. Já que as pessoas não conseguem chegar até a verdade, o pastor tenta trazer a verdade até as pessoas
:: Disponível com legendas em português. AQUI!

Um convite à viagem | ‘L’invitation au voyage
Direção: Germaine Dulac (1927)
Cansada de ser ignorada pelo marido, uma jovem se dirige a uma boate com tema náutico, frequentada por marinheiros desordeiros. Ela chama a atenção de um oficial naval bonito. É uma sinfonia visual.
:: Disponível com legendas em português. AQUI!

A aldeia do pecado | Baby ryazanskie 
Direção: Olga Preobrazhenskaya e Ivan Pravov (1927)
Anna (Raisa Puzhnaya) é uma menina órfã que vive com a tia Alena (E. Safonova) no distrito agrícola de Riazan, na Rússia. Certo dia ela conhece Iwan (Georgi Bobynin), e eles se apaixonam um pelo outro e se casam. Mas após o casamento, Iwan descobre que seu pai nutre um duvidoso gosto pelo pecado.
:: Disponível com legendas em português. AQUI!

A concha e o clérigo | La coquille et le clergyman
Direção: Germaine Dulac (1928)
Para muitos, a palavra Surrealismo remete diretamente a Luis Buñuel, mas foi Germaine Dulac que abriu caminho para esse gênero com esse curta metragem. Como no caso de Maya, aqui não existe uma narrativa, só imagens representativas.
:: Disponível com legendas em português. AQUI!

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Quando a mulher se opõe | Merrily we go to hell
Direção: Dorothy Arzner (1932)

Quando a mulher se opõe | Merrily we go to hell
Direção: Dorothy Arzner (1932)
No final dos anos 30 e boa parte dos anos 40, Dorothy Arzner era a única diretora mulher em Hollywood. Ela trabalhou com grandes atrizes em seus filmes, como Joan Crawford, Clara Bow, Lucille Ball, Maureen O’hara e várias outras. Aqui ela dirige um drama sobre uma garota rica que seu apaixona por um jornalista. Eles se casam, mas um antigo amor dele atrapalha o casamento, fazendo com que ela entre no jogo e comece a sair com vários homens.
:: Não disponível Online.

A luz azul | Das blaue licht
Direção: Leni Riefenstahl e Béla Balázs (1932)
Durante as noites de lua cheia, no topo de uma montanha próxima de um vilarejo, surge uma estranha luz azul. Muitos jovens tentam escalar o lugar para descobrir do que se trata, vários inclusive morrem na tentativa. Mas apenas a garota Junta consegue. Odiada pelo povo da aldeia, especialmente pelas mulheres, e taxada como bruxa, a habilidosa menina agora terá que escapar do fanatismo de seus conterrâneos.
:: Disponível com legendas em português. AQUI!

Tramas do entardecer | Meshes of the afternoon
Direção: Maya Deren e Alexander Hammid (1943)
A personagem de Maya Deren é uma mulher aprisionada dentro de casa, sufocada pelo cotidiano doméstico. Ela é atormentada por múltiplas visões, se despedaça em diferentes personalidades, e não consegue diferenciar muito bem, enquanto cochila, o sonho da realidade. Seu olhar para por longos segundos em qualquer objeto doméstico: uma faca em cima do pão, a porta destrancada, o telefone fora do gancho.
:: Disponível com legendas em português. AQUI!

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O Ébrio (em cena Vicente Celestino) – Direção: Gilda de Abreu, 1946

O Ébrio
Direção: Gilda de Abreu (Brasil, 1946)
Gilberto Silva (Vicente Celestino) é um jovem estudante de Medicina rico do interior cujo pai perdeu a fazenda, deixando-o na miséria. Sem apoio, Gilberto abandonou os estudos e foi para a cidade grande, onde perambulou até conhecer o bondoso padre Simão, que abriu suas portas e o ajudou a procurar emprego. Com talento musical, Gilberto compôs “Porta Aberta” e se inscreveu num programa de calouros numa estação de rádio, graças ao qual ganhou notoriedade e algum dinheiro para terminar seu curso de medicina. Conheceu sua futura esposa Marieta, enfermeira no hospital. Depois de alguns acontecimentos envolvendo familiares inescrupulosos e a perda da esposa, decidiu viver como um fantasma, afogando-se na bebida e vagabundagem.
:: Disponível. AQUI!

A última etapa | Ostatni etap
Direção: Wanda Jakubowska (1948)
Martha Weiss, uma judia, é enviada ao campo de concentração de Auschwitz com sua família. No primeiro dia de sua chegada, Martha é escolhida como intérprete, mas toda a sua família é morta. A horrível vida das mulheres prisioneiras de Auschwitz é narrada nesta assustadora e precisa recriação dos eventos reais. Filmado nas locações do notório campo de concentração alemão, o filme é baseado nas experiências reais da cineasta Wanda Jakubowska.
:: Disponível com legendas em português. AQUI!

A morte é carinho | Doden er et kjaertegn
Direção: Edith Carlmar (1949)
Um homem tem um trabalho, uma noiva e uma vida estável, mas acaba se apaixonando por uma mulher mais velha e rica. O relacionamento dos dois é inconstante e caótico, podendo levar a uma grande tragédia. Esse foi o primeiro filme norueguês dirigido por uma mulher. Considerado um filme noir, o filme se passa em flashback e tem uma femme fatale.
:: Disponível com legendas em português. AQUI!

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O mundo é culpado | Outrage – Direção: Ida Lupino, 1950

O mundo é culpado | Outrage
Direção: Ida Lupino (1950)
Ann está noiva e tem um bom emprego, sua vida está indo bem, até que uma grande tragédia acontece: ela é estuprada no caminho de casa. O estupro deixa marcas profundas no seu emocional e ela foge de casa, querendo começar uma vida nova em um lugar que ninguém saiba o que aconteceu. Ida Lupino também foi uma grande atriz que se tornou diretora. Nesse filme ela trouxe um tema dificilmente abordado no cinema naquela época, a palavra “estupro” nem é usada, substituída por “ataque”.
:: Disponível com legendas em português. AQUI!

Cartas de amor| Koibumi (Love Letter)
Direção: Kinuyo Tanaka (1953)
Cinco anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, Reikichi Mayumi, um homem triste e perturbado, encontra um novo emprego, escrever cartas de amor para outras pessoas. Suas ideias sobre o amor e seus princípios pessoais serão testados quando ele se reencontra com Michiko, sua ex-namorada, uma mulher com um passado sombrio marcado pela guerra e a posterior ocupação de seu país por parte das forças militares norte-americanas. Este clássico melodrama marca a estréia da grande atriz japonesa Kinuyo Tanaka na direção.
:: Disponível com legendas em português. AQUI!

Cleo das 5 as 7 | Cleo from 5 to 7
Direção: Agnes Varda (1962)
O filme mostra duas horas (na verdade uma e meia) da vida de uma cantora famosa que está esperando para saber o resultado dos exames, se tem câncer ou não. Agnes Varda é uma grande diretora do cinema francês e muitos dos seus filmes misturam ficção com documentário, nesse temos a chance de ver as ruas de Paris nos anos 60.
:: Não disponível Online.

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As Pequenas Margaridas| Sedmikrásky – direção: Vera Chytilová, 1966

As pequenas Margaridas | Sedmikrasky
Direção: Vera Chytilová (1966)
O filme surrealista, com técnicas inovadoras de montagem e fotografia belíssima é sobre duas garotas que se sentem presas por não poderem ser quem são. Vendo que o mundo está corrompido, elas percebem que estão corrompidas também, o que as dá direito de fazer tudo que vêm à cabeça.
:: Disponível com legendas em português. AQUI!

O rastro do vampiro | Blood bath
Direção: Stephanie Rothman (1966)
Stephanie Rothman foi uma das poucas mulheres a dirigir filmes B de exploitation. Ela teve a oportunidade de entrar no meio através de Roger Corman, considerado o melhor diretor de filmes de baixo orçamento. Co- dirigido por Stephanie, o filme é sobre um pintor que acredita ser a reencarnação de um ancestral seu, que foi queimado por pintar quadros que enfeitiçavam as pessoas, enquanto isso uma onda de assassinatos acontece na cidade.
:: Disponível com legendas em português. AQUI!

Asas | Krylya
Direção: Larisa Shepitko (1966)
Outrora uma famosa aviadora Stalinista, atualmente Nadezhda Petrovna vive no interior, onde trabalha numa escola. Porém, por manter fortes os ideais herdados do serviço militar de sua época, ela não consegue conviver normalmente com a sociedade pacífica atual. Primeiro longa metragem da diretora.
:: Disponível com legendas em português. AQUI!

Fruto do paraíso | Ovoce stromu rajských jíme
Direção: Vera Chytilova (1970)
As peripécias de Eva, uma jovem obcecada por um homem de vermelho, que não sabemos quem é, e que pode ou não ser perigoso.. Fábula visual que recria de forma alegórica e psicodélica a história de Adão e Eva.
:: Não disponível Online. / em espanhol. Aqui!

Wanda
Direção: Barbara Loden (1970)
Retrato de uma jovem empobrecida e sem educação em uma cidade industrial da Pensilvânia que abandona marido e filhos com o mesmo grau de apatia que irá guiar o seu envolvimento com um ladrão de bancos.
:: Não disponível Online./ legendado em espanhol aqui!

Pasqualino sete belezas | Pasqualino Settebellezze
Direção: Lina Wertmüller (1977)
Na cidade italiana de Nápoles nos anos de 1930, Pasqualino é um jovem mafioso e o único homem de uma família de sete irmãs horrendas (daí o seu provocativo apelido, “Sete Belezas”) e uma mãe viúva. Ele busca “respeito” dos seus concidadãos e, ao achar que sua irmã mais velha foi enganada por um proxeneta que a levou para um prostíbulo, mata o homem. Aconselhado pelo chefão Don Raffaele, Pasqualino esquarteja o corpo e o despacha para três cidades, em três malas. Mesmo assim ele é preso mas escapa da pena de morte ao se passar por louco. Pasqualino é internado num sanatório onde, com a ajuda de uma médica que sabe que ele é são, sai e entra para o exército que luta na Segunda Guerra Mundial. Ao atravessar a Alemanha de trem fingindo estar ferido para escapar da “Frente Russa”, ele deserta e, junto com um companheiro, é capturado pelos nazistas e mandado para um campo de concentração. Ali, ele fará seu maior esforço para sobreviver ao tentar seduzir a sádica diretora do campo.
:: Não disponível Online./ legendado em espanhol aqui!

O piano | The piano
Direção: Jane Campion (1993)
O piano retrata a sofrida trajetória de Ada McGrath, uma mulher que não fala desde os seis anos de idade e se muda para a Nova Zelândia recém-colonizada. Em companhia da filha, ela conhece seu futuro marido, com o qual não simpatiza. Para piorar a situação, o noivo, Alisdair Stewart, recusa-se a transportar o piano de Ada, que é sua maior paixão. Porém, o administrador George Baines, imediatamente interessado na mulher, adquire o instrumento e promete devolvê-lo caso ela lhe ensinasse a tocá-lo. Com o tempo, as tais aulas de piano vão se tornando encontros sexuais e os dois acabam descobrindo o verdadeiro amor.
:: Disponível com legendas em português. AQUI!

Bom trabalho | Beau travail
Direção: Claire Denis (1999)
A diversa Legião Estrangeira da França, formada por homens de todas as raças e cores, está sendo submetida a um rigoroso treinamento na África. Debaixo do céu azul e claro e no meio do deserto, o sargento Galoup (Denis Lavant) entrega toda sua devoção ao enigmático comandante Bruno (Michel Subor). Quando o novo recruta Guilles Sentain (Grégoire Colin) chega, Galoup é consumido pelo ciúmes, o que o levará a cometer uma grande besteira. ‘Bom trabalho’ é livremente inspirado na obra de Herman Melville, sobretudo na novela Billy Budd.
:: Não disponível Online.

Encontros e desencontros | Lost in translation
Direção: Sofia Coppola (2004)
Bob Harris e Charlotte, são dois americanos em Tóquio. Bob, é um decadente astro de cinema que está na cidade para filmar um comercial de uísque. E a bela Charlotte, acompanha o marido, John, um fotógrafo viciado em trabalho. Ambos estão no mesmo hotel, e não se conhecem. Dividem apenas o tédio das horas que custam a passar. Bob, passa quase todo o seu tempo livre no bar do hotel. Enquanto Charlotte, fica horas olhando pela janela de seu apartamento. Até que um dia ele se conhecem e um novo mundo se descortina para ambos. De repente parece mais colorida, mais agitada e mais atraente. E aquelas duas vidas, antes tomadas pelo aborrecimento, ganham novas perspectivas. Nasce entre Bob e Charlotte, uma amizade mágica, uma cumplicidade raramente vista, uma nova forma de ver a cidade e a vida.
:: Não disponível Online.

Extra (História)
No começo do cinema, metade dos filmes era dirigido por mulheres. O que pouca gente hoje se lembra é que, até 1925, metade dos filmes produzidos em Hollywood era dirigido por mulheres. E esta é exatamente a pergunta que não quer calar, quando se trata do desenvolvimento de uma das indústrias mais poderosas do mundo contemporâneo: como e por que as mulheres foram perdendo protagonismo no cinema?

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Alice Guy-Blache – a primeira cineasta

Antes da explosão de Hollywood, as mulheres dominaram o cinema. Em 1896, Alice Guy-Blaché foi a primeira mulher a dirigir um filme, em Paris. Ela se mudou para os Estados Unidos, onde continuou a dirigir filmes até 1920 (ela fez mais de mil), quando voltou para a França.

Contemporânea de Guy-Blaché, Lois Weber é considerada uma das diretoras mais importantes do cinema americano. Ela viveu entre 1879 e 1939 e foi a primeira mulher a dirigir um longa-metragem, O Mercador de Veneza, em 1914. Ela também foi a primeira diretora mulher a ter o próprio estúdio, o Lois Weber Productions.

Ainda no quesito direção, Dorothy Arzner foi a primeira mulher a se tornar membro do Sindicato dos Diretores Americano. Foi também uma das primeiras mulheres a dirigir um filme, em 1927, com Fashions for Women (Moda para Mulheres, em tradução livre).

Longe das câmeras, a roteirista Frances Marion foi a primeira mulher a receber um Oscar de melhor roteiro pelo filme O Presídio, de 1930. Ao longo da carreira, escreveu mais de 300 roteiros e foi a roteirista mais bem paga dos anos 1920 e 1930.

Além delas, atrizes como Mary Pickford (1892-1979), Hedda Hopper (1885-1966), Dorothy Dandridge (1922-1965), Marlene Dietrich (1901-1992) e Katharine Hepburn (1907-2003) ousaram, mudaram e marcaram a forma como o cinema é feito.

DOCUMENTÁRIO

E a mulher que criou Hollywood | Et La femme créa Hollywood
Direção: Clara Kuperberg e Julia Kuperberg. França, 2015. 52 min.
O primeiro filme falado foi dirigido por Alice Guy. O primeiro filme colorido foi produzido por Lois Weber. Frances Marion escreveu roteiros para a estrela de Hollywood Mary Pickford e ganhou dois Oscar na categoria. Dorothy Arzner, por sua vez, foi a diretora mais poderosa da industria cinematográfica americana. Mas o que todas elas tem em comum? Todas são mulheres e todas foram esquecidas. Mesmo sub-representadas, as mulheres foram muitas vezes protagonistas nos bastidores de Hollywood. Este documentário se propõe a descobrir a história ainda não contada dessas heroínas.

Veja também:
FERRAZ, Lígia Maciel. O primeiro filme ficcional foi dirigido por uma mulher: A francesa Alice Guy Blaché fez história ainda no século XIX. in Medium news from. Disponível no link. (acessado em 23.6.2019)
MAGALHÃES, Letícia. Alice Guy: a primeira cineasta e a sua atuação na França. in: cinesuffragette/medium. disponível no link. (acessado em 23.6.2019).

* Com informações Clássicos Dirigidos por Mulheres.


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