domingo, novembro 24, 2024

A história de Bebê Lima e Castro, musa do Rio nos anos 1900, já chegou nas livrarias

“Muito além dos salões: Bebê Lima e Castro, musa do Rio em 1900”, livro do escritor, cravista e professor Marcelo Fagerlande, lançado pela Editora 7Letras (2023). A obra revela detalhes intrigantes da vida da icônica Bebê Lima e Castro, com uma narrativa que transcende o glamour dos salões cariocas da Belle Époque.
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Uma das mulheres mais famosas dos salões cariocas da Belle Époque, eleita a mais bela da capital fluminense em 1900 numa competição que mais tarde seria conhecida como concurso de miss, Violeta Lima e Castro (1878-1965), conhecida como Bebê Lima Castro tem sua história contada pela primeira vez no livro “Muito além dos salões: Bebê Lima e Castro, musa do Rio em 1900” (Editora 7Letras), escrito pelo cravista e professor Marcelo Fagerlande.
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Ilustrado com mais de 50 imagens, entre fotos, programas e anúncios de espetáculos e festivais, a obra tem texto de apresentação do escritor Ruy Castro: “Onde estivemos por todos esses anos que não soubemos de Violeta — Bebê — Lima e Castro? Como considerar contada a história de uma época, não por acaso bela, sem reservar o protagonismo a essa carioca nascida em berço de luxo que, ao tentar levar para os palcos a elegância dos salões, viveu sonhos e decepções para várias vidas?”

Ao reconstituir a trajetória de Bebê, o autor faz um recorte musical e social do Rio de Janeiro daquela época, a partir de documentos oficiais, notícias de jornais e encontros com filhos de amigos e de empregados próximos de Bebê. Foi ainda na infância que o autor ouviu as primeiras histórias sobre uma mulher ousada, contadas por seus pais e avós – estes últimos, amigos de Bebê.
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Curiosamente, a história da biografada se cruza com a história do biógrafo: de certa forma, foi por obra de Bebê que Fagerlande adquiriu seu primeiro cravo de qualidade. “Bebê não tinha filhos nem parentes chegados, então deixou um longo testamento beneficiando muitos amigos, fiéis empregados e instituições. Meus avós herdaram imóveis, um Cadillac e um solitário de brilhante”, conta o autor. Por sugestão de sua mãe, a joia foi vendida e Fagerlande comprou um cravo na Alemanha, onde concluía seus estudos em música.

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Imagem de Bebê Lima e Castro com a medalha que ganhou na vitória do concurso da Revista da Rua do Ouvidor em 1900 — Revista Rua do Ouvidor/ Acervo Ana Cristina Ermida.

Nascida em Paris e batizada de Violeta, mas sempre chamada de Bebê, a moça de família tradicional da alta sociedade foi educada para ter um casamento sólido, mas as bodas com um francês terminaram em separação pouco tempo depois. O rompimento era comentado veladamente e interrompeu temporariamente sua vida social. Mas, sua personalidade forte e a ambição por uma carreira artística fizeram com que a jovem Bebê conseguisse ser aceita novamente nos eventos sociais.
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Os salões desempenhavam um importante papel na sociedade carioca no fim do século XIX. Passado o conturbado fim do casamento, as ambições artísticas afloraram e Bebê seguiu se apresentando em recepções e reuniões literárias. Ela declamava e cantava em eventos amadores. Também criou e dançou coreografias inspiradas nas “danças estéticas” de Isadora Duncan e de Loïe Fuller.

Musa de poetas e escritores, admirada João do Rio em suas crônicas (… qual escritor que não teria prazer imenso em ver uma peça sua interpretada pela beleza fascinadora e o talento polimorfo da Sra. d. Bebê Lima e Castro?), Bebê se tornaria uma figura marcante na sociedade. Além das festas e eventos beneficentes, Bebê também brilhava nos palcos dos teatros Phenix, Lyrico e Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
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Na primeira metade da década de 20, após a morte do pai, foi para a Itália se aperfeiçoar em canto lírico. Em 1925, de volta ao Rio, teve uma aclamada estreia profissional, mas o sucesso no canto não durou muito: em 1928, em “O Barbeiro de Sevilha”, recebeu uma vaia estrondosa da plateia. Abalada, retornou para a Itália, só voltando de vez ao Brasil em 1935, aos 56 anos. A carreira já estava encerrada, mas Bebê ainda frequentou e reuniu amigos da nata carioca até sua morte, aos 86 anos, em 1935.

revistaprosaversoearte.com - A história de Bebê Lima e Castro, musa do Rio nos anos 1900, já chegou nas livrariasFICHA TÉCNICA
Título: Muito além dos salões: Bebê Lima e Castro, musa do Rio em 1900
Autor: Marcelo Fagerlande
Apresentação: Ruy Castro
Editora: 7Letras
Gênero: História / Biografias
ISBN: 9786559056750
Formato: 15,5x23cm
Nº páginas: 186
Ano/ 1ª edição: 2023
Valor: R$68,00
* Saiba mais e compre o livro: Editora 7Letras
ou nas Livraria Travessa | Martins Fontes | Amazon
>> Siga: @marcelofagerlande | @editora7letras

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Imagem Bebê Lima e Castro – ref.: revista Fon-Fon, ano 8, n. 41, 11 out. 1919, p. 23. / Acervo FBN-BR
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Bebê Lima e Castro (à esquerda) com Geneviève Vix, Roma, 1922-1924 – Foto: Revista da Semana / Acervo FBN-BR
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Imagem Bebê Lima e Castro no balé ‘A primavera’, no Theatro Municipal, em 1916 — Foto: revista Fon-Fon / Acervo FBN-BR
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Imagem Bebê Lima e Castro em 1901 — Foto: revista Fon Fon / Acervo FBN-BR

 

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Marcelo Fagerlande – foto ©Ana Clara Miranda

SOBRE O AUTOR
Marcelo Fagerlande, natural do Rio de Janeiro, é graduado em cravo com grau máximo pela Escola Superior de Música de Stuttgart (em 1986, na classe de Kenneth Gilbert) e Doutor em Musicologia pela Uni-Rio (2002). Realizou em 2004/2005 um estágio pós-doutoral no Institut de recherche sur le patrimoine musical en France (IRPMF/CNRS), Paris, e em 2017 um novo estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGG) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É professor da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1995.
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Realizou concertos por todo o Brasil e nos Estados Unidos, México, Alemanha, França, Portugal, Hungria, Noruega, Eslováquia, Peru e Uruguai. Dirigiu óperas de Monteverdi, Telemann, Boismortier, Purcell, Rameau e espetáculos musicais de sua criação no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na Sala Cecilia Meireles, no Teatro Amazonas, no Teatro de Santa Isabel (Recife) e nos Centros Culturais Banco do Brasil no Rio, São Paulo e Brasília. Apresentou-se como regente à frente da OSESP de Câmara, na Sala São Paulo.
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Gravou diversos CDs no Brasil e na Alemanha – com destaque para Marcelo Fagerlande no Museu Imperial, Bach e Pixinguinha (Núcleo Contemporâneo) Modinhas Cariocas (Biscoito Fino), A Arte da Fuga (Clássicos) e Originais e Transcrições (Tratore). Publicou O Método de Pianoforte de José Maurício (Relume-Dumará), O Baixo contínuo no Brasil (7Letras) e Tratados e Métodos de Teclado (PPGM-UFRJ).
> Fonte/Biografia completa: site do autor/clique aqui
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Capa da matéria (foto/divulgação): ©Ana Clara Miranda 
Assessoria de imprensa: Paula Catunda

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