sexta-feira, novembro 22, 2024

Tatiana Dauster lança álbum ‘Origami’

A multiartista carioca Tatiana Dauster se desdobra em muitas em seu novo álbum de estúdio, “Origami”. Produzido por Emiliano Sette, o álbum reunirá poemas recriados em música, gravados com um espírito de performance livre ao vivo. O repertório do álbum é uma junção de composições com parceiros de longa data, como Jam da Silva, Wagner Pá Magali, e inclui uma parceria com Jorge Mautner em “O Amor é Fatal”.
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“O Origami tem dobras, tem papel, tem poesia, tem brincadeira. Você cria diversas formas, é divertido e poético! Achei uma boa analogia para o que penso sobre esse disco, que se desdobra em diversos ritmos sem perder a unidade tímbrica”, conta Tatiana.

E o disco passa pelo samba (como “Mar” de Beto Brown com poesia de Fernando Pessoa), por uma explosão de alegria carnavalesca (“Chuá”, uma marchinha em parceria com Magali) e uma MPB leve (como em “Azul”, em parceria com Guilherme Guimarães e Wagner Pá). Tudo para falar, com um olhar feminino, sobre o amor, a sensualidade, a boêmia, a política e o humor. Essa multiplicidade é a base de criação do álbum que tem como destaque a parceria com Mautner.
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“O Mautner é um marco pro disco. Em 2015, eu o conheci e chamei ele para fazer o meu show no festival Verão no Castelinho. Nós lotamos o lugar e desde então, criamos um carinho um pelo outro. Na pandemia, eu falei que estava fazendo um disco e queria fazer uma música com ele e ele me ofereceu um poema”, ela conta.

Logo depois, inspirada pelo que ouviu, ela compôs a melodia sem mexer em nenhuma palavra do poema original. A faixa ganhará também um clipe especial dirigido pelo cineasta Roberto Berliner (“Nise – O coração da loucura”, “A pessoa é para o que nasce”, “Todos os corações do mundo” e clipes icônicos dos Paralamas do Sucesso).
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Completando 30 anos de carreira neste ano, a artista deu seus primeiros passos na carreira nos anos 90, como backing vocal para a banda Acabou La Tequila e sua estreia, com um disco homônimo produzido por Pedro Luís, foi em 1998.

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Capa álbum ‘Origami’ • Tatiana Dauster • Selo Independente / Distribuição Tratore • 2024

DISCO ‘ORIGAMI’ • Tatiana Dauster • Selo Independente / Distribuição Tratore • 2024
Canções / compositores
1. A nova era (Rodrigo Sebastian)
2. O amor é fatal (Jorge Mautner e Tatiana Dauster)
3. Another Day (Wagner Pá)
4. Azul, bem nuvem (Tatiana Dauster, Wagner Pá e Gui Guimarães)
5. Mar (Poesia de Fernando Pessoa musicada por Beto Brown)
6. Chuá (Tatiana Dauster e Magali)
7. Serenata para São Sebastião (Raphael Gemal e Ernani Cal)
8. Fora da curva (Tatiana Dauster, Jam da Silva, Emiliano Sette e Rodrigo Sebastian)
9. Gnomos (Tatiana Dauster)
10. Origami (Tatiana Dauster, Emiliano Sette e Rodrigo Sebastian)
11. Vento sudoeste (Rodrigo Sebastian)
12. Multicolor (Tatiana Dauster e Wagner Pá)
– ficha técnica –
Tatiana Dauster (voz – fx. 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12) | Emiliano Sette (guitarra – fx. 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 12; violão de aço – fx. 1; violão – fx. 2, 3, 5, 11) | Marcelo Sant’Anna (bateria – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12) | Rique Bardana (teclado – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12; piano – fx. 1, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11) | Rodrigo Sebastian (baixo – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 11, 12; baixo acústico – fx. 7) | Músicos convidadosSandro Lustosa (percussão – fx. 1, 2, 3, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 12; apitos e palmas – fx. 12) | Alexandre Flautas (flauta – fx. 6, 7, 10; sax alto – fx. 6; clarinete – fx. 12) | Thiagô Queiroz (sax barítno – fx. 3; sax alto – fx. 3) | Maico Lopes (trompete – fx. 3) | Wagner Pá (voz – fx. 4, 12) | Gui Guimarães (voz – fx. 4; violão – fx. 4) | Magali (voz – fx. 6; cavaquinho – fx. 6) | Jam da Silva (voz – fx. 8; percussão – fx. 8) | Arranjo de naipe: Thiagô Queiroz (fx. 3) | Arranjo de metais: Tatiana Dauster, Emiliano Sete, Rodrigo Sebastian e Alexandre Flautas (fx. 7, 10) | Arranjos de base: Tatiana, Emiliano, Rodrigo, Marcelo, Rique e Sandro (fx. 12) | Direção artística: Tatiana Dauster | Produção e gravação: Emiliano Sette | Mixagem e masterização: Duda Mello | Foto: Edu Monteiro | Capa: Mariana Hermeto | Escultura: Daisy Xavier | Galeria: Anita Schwartz | Assessoria de imprensa: Daniel Pandeló Corrêa | Selo: | Distribuição digital: Tratore | Formato: CD digital | Ano: 2024 | Lançamento: 6 de setembro | ♪Ouça o álbum: clique aqui | ♩Assista o clipe ‘Fora da Curva’: clique aqui.
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>> Siga: @tatianadauster

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Tatiana Dauster – foto: Edu Monteiro / Escultura: Daisy Xavier

Origami – por Júlio Moura
Origami é a arte de dobrar papel, sem cortes ou cola, que transforma uma folha plana quadrada numa escultura acabada. Trata-se de um termo inclusivo para todas as práticas de dobradura, independente de sua cultura de origem.
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Origami também é o título do novo álbum da cantora e compositora carioca Tatiana Dauster, já disponível em todas as plataformas. São doze faixas que se desdobram como papel fino para formar um mosaico de canções autorais, dela e de seus colegas de geração. Assim como o origami, a música de Tatiana é laminar, transformadora, inclusiva, surpreendente. Terna sem abrir mão da contundência.
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“Todo dia é dia de renascer / e não temos tempo de temer o tempo / porque o tempo vai passar”, anunciam os versos de Nova Era, composição de Rodrigo Sebastian, responsável pelos contrabaixos do álbum, já na faixa de abertura. Escrita durante a pandemia, combina resignação e esperança, entre vírus de desigualdades e castelos de areia, sob um esperto groove setentista em ambiente roqueiro, com destaque para o piano honky tonky de Rick Bardana e a batera viralizante de Marcelo Santanna.

O Amor é Fatal tem música de Tatiana sobre poema de Jorge Mautner, o demiurgo profeta do Kaos, que fez a cabeça de diversas gerações, desde o início dos anos 70. “Conheci Mautner em 2015, na casa do (jornalista) Jorge Bastos Moreno e imediatamente o convidei para participar do meu show no Projeto Verão no Castelinho, no Rio. Ele topou no ato e desde então cultivamos uma relação de amizade e admiração mútua”, alinha Tatiana.
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“Ligava para ele durante a pandemia e falávamos muito pelo telefone. Até que um dia ele recitou estes versos, que fui anotando com cuidado para não perder nada. Quando desliguei, a melodia veio instantaneamente”: “Despertar o amor de quem é mortal / e quer ter a beleza da natureza / o bom humor e lá em cima na centésima décima oitava dimensão / o amor e a paixão / compaixão”, filosofa o poeta. A música ganhou um clipe dirigido pelo cineasta Roberto Berliner da TV Zero.

Another Day, como o título indica, é uma canção em inglês, escrita pelo músico carioca radicado em Barcelona, Wagner Pa. Puxa para o reggae oitentista, em ambiente two tone de bandas como The Beat e The Specials, sobre o qual Dauster pulveriza o acento jazzy estiloso da escola Winehouse.
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Chuá, primeiro single do álbum, lançado em maio, com letra de Tatiana e melodia bordada a quatro mãos com a compositora Magali, jorra gêneros em profusão: da marcha ao batidão, do frevo ao reggae com fumaça de cabaré. A letra inunda o balanço sanguíneo de uma parabeleza pop pós-concretista:
Parabeleza
Pararaios
Eu fui eu sou
Chi Chu
Chi Chuá
Hahahaha
Já fui já vim
Tô aqui pra falar

“Muitas das canções surgiram de poemas que escrevi e mostrei a parceiros. Magali puxou o cavaquinho e criamos uma música divertida, vibrante, um jato de vida. Passeia pela marchinha, vai pro reggae, desemboca no carnaval. Puro zig zag da existência”, destaca a cantora.
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Surgida na cena musical no final dos anos 90, quando cantava com a banda Acabou La Tequila, Tatiana desde o início da carreira deu voz à turma que agitava o circuito carioca no período. Seu primeiro EP (1998) foi produzido por Pedro Luís, trazia uma composição de Rodrigo Maranhão, e contou com a participação de Rodrigo Amarante no show de lançamento. Em seu álbum de estreia, Tatiana Dauster (2004), com produção de Celso Fonseca, começava a desenvolver-se como compositora. No CD Medo e Força (2014), produzido por Alexandre Kohl, Tatiana assinou a autoria de quase todas as faixas do projeto.
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Em Origami, a intérprete e a autora se complementam. Um dos destaques é Azul, parceria de Tatiana com Guilherme Guimarães, cantor do grupo Acorda Bamba, e o já citado Wagner Pá. Escrita há cerca de dez anos, a canção fora registrada no estúdio Garimpo, do produtor Emiliano Sette – responsável também pelas guitarras e a direção musical do trabalho – e permaneceu guardada. Durante a produção do álbum, Emiliano descobriu quase por acaso a gravação perdida, convocou os músicos e ajustaram as matizes: “refizemos minha voz e a de Wagner, modificamos a levada, mantivemos o violão e a voz do Guilherme da gravação original”, pontua Tatiana.
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Outros compositores do universo de Dauster são os cariocas Raphael Gemal e Ernani Cal (em Serenata para São Sebastião), Beto Brown (que musicou o poema Mar, de Fernando Pessoa), o pernambucano Jam da Silva (que engrossa o caldo em Fora da Curva). Multicolor, Gnomos e Vento Sudoeste consolidam o trabalho até desaguar no suingue de Origami (Tatiana, Emiliano Sette e Rodrigo Sebastian). A faixa título arremata o álbum, repaginando os preceitos da delicada arte milenar:
Jogue fora aquilo que não cabe mais
Remova da cabeça
E deixe a brisa te pegar
Beba o sol, pegue o trem
E sinta que o fluxo saia da saia

“O origami tem dobras, tem papel, tem poesia, tem brincadeira. Você cria diversas formas, é divertido e poético. Este álbum também se desdobra em vários ritmos, sem perder a unidade dos timbres”, compara a cantora.
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Como atesta o mestre do zen surfismo, Nelson Motta: “Tatiana é um talento carioca, cheia de suingue e bom humor. Vai longe e alto”.
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Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / Canção /  Álbum.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske


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