sexta-feira, novembro 29, 2024

Flávio Vasconcelos lança álbum ‘Tudo que eu mesmo inventei’

Flávio Vasconcelos lança disco com direção artística de Romulo Fróes e participação de Ná Ozzetti. Intitulado “Tudo que eu mesmo inventei”, o álbum tem influência orquestral ao mesmo tempo em que ecoa a MPB das décadas de 60 a 80
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As idealizações da vida e o despertar são temáticas que permeiam o disco Tudo que eu mesmo inventei (ybmusic), do cantor, compositor, arranjador e multinstrumentista Flávio Vasconcelos. “O álbum trata sobre o reconhecimento das idealizações que criamos no amor e na própria ideia da falsa linearidade da vida. É sobre saber admirar, enxergar a verdade e se expressar de maneira inventiva”, conta o artista que, em suas palavras, apresenta agora “um disco livre”. Em processo de construção desde 2020 – momento em que o paulista iniciava a pré-produção –, o álbum tem direção artística de Romulo Fróes e participações especiais de Ná Ozzetti, Paulo Ohana e Pauline Hanot (FR).

“De 2020 A 2022 compus e gravei no meu estúdio na zona rural de Limeira. Eu mesmo fazia tudo e tocava todos os instrumentos. Ao notar esse processo DIY e a letra de uma das canções (Tudo que eu mesmo inventei), entendi que havia um disco que queria contar uma história”, divide. Em 2023, as músicas foram apresentadas a Romulo Fróes, e encontros quinzenais foram lapidando o que se tornaria o repertório do disco. “Foi um trabalho produzido com muita calma, num tempo muito fluido”, divide Flávio. As gravações contaram com grande elenco, com participação dos prestigiados músicos Biel Basile e Marcelo Cabral.
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Sobre a direção artística, Romulo Fróes conta: “Tudo que eu mesmo inventei, a estreia solo de Flávio Vasconcelos, carrega características comuns ao primeiro disco de um artista. Talvez a que mais se destaque seja a variedade de caminhos escolhidos, que compõem um repertório o mais diverso possível. Um primeiro disco é a hora em que o artista quer mostrar toda a sua história musical, todas as suas influências, tudo aquilo que ele mesmo inventou. Meu papel como diretor artístico foi principalmente o de organizar e encontrar um caminho coerente que unisse esse repertório, trabalho este amplamente facilitado pela coleção de grandes canções apresentadas e que nada de principiante carregam, muito pelo contrário, trazem consigo originalidade, excelência e a maturidade de um grande compositor que é Flávio Vasconcelos.”

A sonoridade do álbum passa pela influência orquestral presente no trabalho de Flávio Vasconcelos, com arranjos de sopros e metais fluindo pelo disco, ao mesmo tempo em que evoca Mutantes e a MPB das décadas de 60 a 80. A vanguarda paulista completa a estrutura com, inclusive, uma versão de Itamar Assumpção e Alice Ruiz – única música do disco que não é de autoria própria. Também está presente o grupo mais novo da música paulistana, do qual faz parte o diretor artístico do álbum, Romulo Fróes. “Quis fazer um álbum livre, então permiti que sonoridades mais modernas entrassem no som de algumas baterias e synths, mas a música orgânica ainda é o grande centro”, conta Flávio.

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Capa do álbum ‘Tudo que eu mesmo inventei’ • Flávio Vasconcelos • Selo Ybmusic • 2024

DISCO ‘TUDO QUE EU MESMO INVENTEI’ • Flávio Vasconcelos • Selo Ybmusic • 2024
Canções / compositores
1. Um sorriso de adeus (Flávio Vasconcelos)
2. Tudo que eu mesmo inventei (Flávio Vasconcelos)
3. A esperança equilibrista (Flávio Vasconcelos) | Participação especial Paulo Ohana
4. O brasa (Flávio Vasconcelos)
5. Estátua de sal (Flávio Vasconcelos)
6. Te olvidaste de mi (Flávio Vasconcelos, Pauline Hanot e Karina de Mello) | Participação especial Pauline Hanot
7. Essa voz que canta (Flávio Vasconcelos) | Participação especial Ná Ozzetti
8. Areia (Flávio Vasconcelos)
9. Um banho de sol (Flávio Vasconcelos)
10. O tamanho de toda dor (Flávio Vasconcelos)
11. Sei dos caminhos (Itamar Assumpção e Alice Ruiz)
12. Pq q td é assim? (Flávio Vasconcelos)
– ficha técnica –
Flávio Vasconcelos (voz – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 12; violão – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12; samples – fx. 2, 4, 5, 8, 9, 10, 12; percussão – fx. 4; piano e flauta – fx. 6; percussões – fx. 8, 9, 10, 12; vozes, violões, flauta, guitarra e percussões – fx. 11) | Marcelo Cabral (baixo – fx. 1, 5; synth bass – fx. 3) | Matheus Tagliatti (baixo – fx. 2) | Felipe Fererê (viola caipira – fx. 4) | Biel Basile (bateria – fx. 1, 3, 5) | Chico Lobo (percussão – fx. 6) | Letícia Andrade (violinos – fx. 1, 3, 8) | Wes (violinos – fx. 6) | Thiago Faria (violoncelos – fx. 1, 3) | Federico Puppi (violoncelos – fx. 6, 8) | Gustavo Villas Boas (flugel – fx. 1, 6; trompete – fx. 1, 2, 4, 6, 8; trompete com surdina – fx. 1, 6) | Welbert Dias (trombone – fx. 1, 2, 4, 8) | Lucas Sales (flauta – fx. 1; sax – f. 2, 4, 8) | Max Vieira (sanfona – fx. 8) | Participações especiais: Paulo Ohana (voz – fx. 3) | Pauline Hanot (voz – fx. 6) | Ná Ozzetti (voz – fx. 7) || Direção artística: Romulo Fróes | Arranjo base: Flávio Vasconcelos (fx. 1, 5) | Arranjo: Flávio Vasconcelos (fx. 6, 8, 9, 10, 11, 12) | Arranjo de cordas: Gustavo Villas Boas (fx. 1); Flávio Vasconcelos (fx. 3) | Arranjo de metais: Gustavo Villas Boas (fx. 1, 2, 4) | Gravado no estúdio O&O em São Paulo – SP | Engenheiro de gravação: Frederico Pacheco || Gravações adicionaisFaixa 6 – Gravado no estúdio Jatobá Peri em Limeira – SP / Voz Pauline gravada na França por Ángel David Ruiz Bennasar e Voz Flávio Gravada no estúdio O&O em São Paulo – SP | Faixa 8 – Violão e percussões gravados no estúdio Jatobá Peri em Limeira – SP / Violino gravado no estúdio Faria e Friends em São Paulo – SP / Voz Flávio e metais gravados no estúdio O&O em São Paulo – SP | Faixas 9, 10 e 12 – Bases gravadas no estúdio Jatobá Peri em Limeira – SP / Voz gravada no estúdio O&O em São Paulo – SP | Faixa 11 – Gravado no estúdio Jatobá Peri em Limeira – SP || Engenheiro de mixagem e masterização: Frederico Pacheco, no estúdio O&O em São Paulo/SP | Capa e fotos: Elisa Maciel | Assessoria de imprensa: Marina Mole e Thais Pimenta / @cafe8music | Selo: Ybmusic | Formato: CD digital | Ano: 2024 | Lançamento: 6 de dezembro | Ouça o álbum: clique aqui | Ouça o álbum no YT do artista: clique aqui.
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* Projeto realizado pela lei Paulo Gustavo 2023, através da Secretaria de Cultura de Limeira/SP.
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>> Siga: @flaviovasconcelos.musica | @romulo_froes | @ybmusic

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Flávio Vasconcelos, por Elisa Maciel

Faixa a faixa
1 – Um sorriso de adeus: Uma cantiga sobre amizade embalada por arranjos de cordas e metais. Caminhos que se bifurcam fazem o pano de fundo da canção que fala da saudade de alguém que um dia esteve perto. “Essa música se relaciona com a temática principal do álbum – nossas idealizações. Talvez essa saudade seja a projeção daquele amigo que se foi na encruzilhada, e que hoje não é mais o mesmo. A mensagem principal é a de dar valor à memória. Mesmo o que acaba pode sim ter dado certo, mas é necessário deixar ir, deixar mudar.”
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2 – Tudo que eu mesmo inventei: Faixa que dá nome ao disco, e a partir da qual o trabalho se desdobrou. “Ela carrega uma certa simplicidade, a letra é curta e direta. Musicalmente tem uma estrutura curiosa, feita só com acordes maiores e suspensos, se distancia do tonalismo clássico mantendo um discurso musical claro. O arranjo de metais que o Gustavo escreveu em cima do meu arranjo base traz um caráter jazzístico”.

3 – A esperança equilibrista (part. Paulo Ohana): “Uma das letras mais emocionantes do álbum para mim. Relaciona-se com o tema do disco pela nossa idealização de um novo mundo, em que alcançaríamos paz e harmonia. É uma aceitação dessa não linearidade da nossa história por aqui. Musicalmente gosto muito da maneira como o Biel gravou uma bateria solta, quase solista. Escrevi o arranjo de quarteto de cordas para trazer um caráter clássico e imponente, e o Cabral gravou um bass synth ruidoso. O Paulo Ohana cantou lindamente e acho que nossas vozes se harmonizaram muito. Enquanto composição, ela tem uma inspiração bem específica, que é a canção ‘Queremos Saber’, de Gilberto Gil.”
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4 – O Brasa: Uma celebração ao cancioneiro e à cultura popular brasileira como um todo. “É um manifesto de exaltação à nossa maior riqueza, que termina com certa reflexão sobre a desigualdade que nos assola. Musicalmente tem uma melodia repetitiva e uma letra que nunca volta. A percussão é um ‘baioãozinho’ e o arranjo de metais que o Gustavo escreveu traz um gostinho de maxixe. A ‘Geleia Geral’ de Torquato Neto é grande inspiração.”
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5 – Estátua de Sal: “Essa faixa é a predileta do Romulo Fróes, diretor artístico. Eu tinha essa melodia feita há tempos, compus depois de ouvir Thiago Amud, compositor da nova geração que admiro muito. Tem uma melodia e harmonia que soam não tão usuais devido às quebras de compasso. A pré-produção tinha muitos samples, mas quando o Biel e Cabral gravaram a bateria e o bass synth decidimos deixá-la um pouco mais limpa.”

6 – Te Olvidaste de mi (part. Pauline Hanot): “Parceria minha com Karina de Mello e a cantora francesa Pauline Hanot. A Karinaviveu muitos anos na Venezuela e trouxe um espanhol com influências de lá. Dois anos se passaram e conheci Pauline no Rio de Janeiro. Mostrei essa segunda parte da música, que ainda não tinha letra. No dia seguinte ela foi me visitar em Santa Tereza com a letra pronta. Musicalmente ela traz um lado meu muito importante, que é uma eloquência orquestral meio clássica com um certo tom de humor, de deboche, meio Mutantes. Acho essa faixa meio cinema.”
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7 – Essa voz que canta (pat. Ná Ozzetti): “A música apresenta um caminho harmônico não usual, que mantém certa fluidez, começando num ponto e indo sempre a outros. Escolhemos fazê-la só com voz e violão. Eu pretendia cantar com a Ná, mas ficou tão bonito ela cantando que decidimos que eu entraria só na última palavra cantando.”

8 – Areia: “Em contraponto à anterior, essa é uma das faixas musicalmente mais simples do álbum. A harmonia simples e repetitiva abre espaço para uma letra mais fluida, às vezes quase falada. É uma auto permissão de respiro, de esperança na leveza. O arranjo foi escrito por mim para grande orquestra, mas teve que ser adaptado pelo Gustavo Villas boas para a nossa pequena orquestra.”
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9 – Um banho de sol: “Essa faixa traz um lado novo na minha produção musical. Gravei todos os instrumentos nela tocando no controlador midi e usei muitos samples. Ela traz o conceito de que ‘somos um’, de que juntos somos mais fortes.”
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10 – O tamanho de toda dor: “Essa música fala de uma dor muito real e me dói ainda ouvi-la. Mostrei ela pro Romulo porque queria ter uma margem de canções pra escolhermos. Ele adorou e fez questão que ficasse. Ela narra uma história real do período em que meu pai ficou entubado por 16 dias na UTI. Ele se recuperou e ficou bem. Mas durante esse período vivi um dos momentos mais difíceis da minha vida, dormindo em um barraco da roça da minha família, sozinho devido ao isolamento, esperando notícias todos os dias. Quando ele saiu da UTI, fiquei no quarto do hospital com ele como acompanhante, todo paramentado, e vi muita gente morrendo, inclusive pessoas que dividiam o quarto e que eu eventualmente ajudava, como o seu Sebastião que cito na música.”

11- Sei dos caminhos: “Única regravação do álbum, autoria de Itamar Assumpção e Alice Ruiz. Eu amo essa música mais que tudo. Conheci a Alice em 2023 em São Luiz do Paraitinga quando fui tocar na feira do livro de lá e pedi autorização para incluí-la no álbum. Toquei todos os instrumentos que estão no fonograma, do baixolão às flautas, e gravei todas as vozes. Ficou singela e suave.”
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12 – Pq q td é assim?: “Essa faixa traz a temática central do álbum de maneira mais explícita e relacionada ao amor. Mas a inspiração real é de uma decepção com uma amiga que trabalhou por anos comigo, e não de um amor romântico como transparece o texto. É uma baladinha com certo toque humorístico. No final dela tem um longo e maluco trecho instrumental, que é basicamente um desfecho pra maluquice toda do álbum. Sou eu dizendo: ninguém me segura nesse disco! É um disco livre.”

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Flávio Vasconcelos, por Elisa Maciel

SOBRE FLÁVIO VASCONCELOS
Compositor, arranjador e multinstrumentista de Limeira (SP), Flávio Vasconcelos envolveu-se com a música ainda na infância, com o início do aprendizado do violão aos 9 anos – e o nascimento das primeiras composições aos 14. Em seguida, aos 16, foi estudar violão clássico no Conservatório de Tatuí e paralelamente formou sua primeira banda, que fazia releituras de temas da música regional brasileira. Seu intuito era de ser um compositor erudito – o que exerce ainda influência em seu trabalho –, mas sua trajetória naturalmente se encaminhou para a música popular. Além disso, é formado em Música pela UFSCar e pela Universidade de Bolonha (Itália), onde estudou musicologia, etnomusicologia e composição.
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Em 2016 lançou seu primeiro disco com Jacque Falcheti, Passim, fruto da residência artística Musibéria, em Portugal. Em 2017 a turnê do projeto passou por sete países da Europa e pela Tunísia. O trabalho teve continuação com Passim II, que estreou em 2021, com participação de Mônica Salmaso. Com o grupo Astroxé lançou o álbum O Futurista Novo Povo de um Lugar, em 2022. Seu trabalho autoral conquistou o 1° lugar no Festival Canta Limeira, de 2023, e o 5° lugar no Festival Canta Mariana, de 2022. Neste ano de 2024 foi convidado a se apresentar com a Orquestra Sinfônica de Limeira em celebração aos 80 anos de Chico Buarque.

 

 

Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / Canção / Álbum.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske


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