Obras de Händel, Frank Martin e uma estreia latino-americana de Erkki-Sven Tüür estão no programa apresentado de 19 a 21/dez na Sala São Paulo; performance de sexta-feira (20/dez), às 14h30, terá transmissão ao vivo no canal oficial de YouTube.
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O ano de 2024 marca as celebrações dos 70 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, além dos 30 anos de atividades do Coro da Osesp e dos 25 anos da Sala São Paulo – a casa da Osesp, dos Coros e de seus Programas Educacionais, inaugurada em 1999 no edifício onde antes funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana.
Um dos mais importantes solistas de seu instrumento na atualidade, e principal flauta da Filarmônica de Berlim, Emmanuel Pahud é o convidado da Osesp nos concertos que marcam o encerramento da Temporada 2024, entre quinta-feira (19/dez) e sábado (21/dez) na Sala São Paulo. A regência será novamente do Diretor Musical e Regente Titular da Orquestra, Thierry Fischer, e a música de Frank Martin inicia o programa (In Terra Pax), com participação dos cantores solistas Lina Mendes (soprano), Giovanni Tristacci (tenor), Sávio Sperandio (baixo), Ana Lucia Benedetti (mezzo soprano) e Benjamin Russell (barítono).
A Pahud cabe fazer a primeira audição latino-americana do Concerto para flauta – Lux Stellarum, do estoniano Erkki-Sven Tüür. A obra estreou em maio de 2022 com a Filarmônica de Berlim e é dedicada a nosso solista. Por fim, o Coro une-se à Orquestra para fechar os concertos com os excertos Abertura e Aleluia, de O Messias, de Händel.
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A apresentação de sexta-feira (20/dez) integra a série Osesp duas e trinta, com início às 14h30 e ingressos a preço único de R$ 39,60 (valor inteiro) – ela também será transmitida ao vivo no canal oficial da Osesp no YouTube.
Sobre o programa
Embora tenha sido escrito para ser executado na Semana Santa, tornou-se uma tradição ouvir O Messias, de Georg Friedrich Händel [1685-1759], no tempo do Advento. Esse deslocamento temporal, acolhido ou demandado pelo público, pode ser resultado tanto do caráter da obra, majoritariamente festivo, quanto da sobreposição musical e teológica do coro “For unto us a Child is born” [Pois para nós nasceu uma Criança], que festeja a primeira vinda de Cristo, com o Hallelujah [Aleluia], que celebra sua segunda vinda, para estabelecer o reino de Deus na terra.
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Na prática dos séculos XVII e XVIII, o termo sinfonia designava uma introdução instrumental de uma peça de múltiplos movimentos. A sinfonia de O Messias, escrita para as cordas, tem o modelo formal de uma abertura francesa, com suas duas partes contrastantes. A primeira é lenta e ritmicamente marcada por motivos pontuados, que lhe dão um caráter majestoso, elegante e solene. A segunda é viva e ágil, de textura imitativa.
Concerto para flauta – Lux Stellarum, do estoniano Erkki-Sven Tüür [1959-], foi estreada em maio de 2022 pela Filarmônica de Berlim e é dedicada ao solista Emmanuel Pahud. Para escrever a peça, Tüür voltou o seu olhar para o universo. O compositor transforma eventos astrais em sons musicais, principalmente com efeitos sutis de percussão. Sons sussurrados pelo solista e trinados executados em diversas notas ao mesmo tempo também são utilizados como efeitos. Glockenspiel, vibrafone e pratos retratam acusticamente o “lux stellarum”, o show de luzes das estrelas.
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In Terra Pax foi encomendada a Frank Martin [1890-1947] por René Dovaz, diretor da Rádio Genebra, que lhe pediu que escrevesse uma peça para ser transmitida imediatamente após a declaração do fim das hostilidades da II Guerra Mundial, em 1944. Naturalmente, só poderia ser uma obra religiosa. O autor foi obrigado a confrontar as imagens de guerra e de paz, e as expressões de todo o sofrimento e júbilo, bem como as emoções das pessoas no momento daquele alívio enorme, o lampejo de animação que a notícia maravilhosa desencadearia. Mais ainda, era impossível prever a forma que o grande acontecimento tomaria. Apenas uma coisa era certa: as hostilidades cessariam. Assim, no verão de 1944, Martin evocaria a alegria transbordante do momento tão aguardado em meio à ansiedade em relação ao futuro, à tristeza incomensurável e às ubíquas ruínas da guerra.
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo — Osesp
Desde seu primeiro concerto, em 1954, a Osesp tornou-se parte indissociável da cultura paulista e brasileira, promovendo transformações culturais e sociais profundas. A cada ano, a Osesp realiza em média 130 concertos para cerca de 150 mil pessoas. Thierry Fischer tornou-se diretor musical e regente titular em 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, por Marin Alsop. Seus antecessores foram Yan Pascal Tortelier, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Bruno Roccella e Souza Lima. Além da Orquestra, há um coro profissional, grupos de câmara, uma editora de partituras e uma vibrante plataforma educacional. Possui quase 100 álbuns gravados (cerca de metade deles por seu próprio selo, com distribuição gratuita) e transmite ao vivo mais de 60 concertos por ano, além de conteúdos especiais sobre a música de concerto. A Osesp já realizou turnês em diversos estados do Brasil e também pela América Latina, Estados Unidos, Europa e China, apresentando-se em alguns dos mais importantes festivais da música clássica, como o BBC Proms, e em salas de concerto como o Concertgebouw de Amsterdam, a Philharmonie de Berlim e o Carnegie Hall. Mantém, desde 2008, o projeto “Osesp Itinerante”, promovendo concertos, oficinas e cursos de apreciação musical pelo interior do estado de São Paulo. É administrada pela Fundação Osesp desde 2005.
Coro da Osesp
O Coro da Osesp, além de sua versátil e sólida atuação sinfônica e de seu repertório histórica e estilisticamente abrangente, enfatiza em seu trabalho a interpretação, o registro e a difusão da música dos séculos XX e XXI e de compositores brasileiros. Destacam-se em sua ampla discografia os álbuns Canções do Brasil (Biscoito Fino, 2010), Aylton Escobar: Obras para coro (Selo Digital Osesp, 2013), José Maurício 250 (Selo Digital Osesp, 2017) e Heitor Villa-Lobos: Choral transcriptions (Naxos, 2019). Fundado em 1994, como Coro Sinfônico do Estado de São Paulo, pelo maestro e compositor Aylton Escobar, à época, Diretor Técnico da Universidade Livre de Música (atual Emesp Tom Jobim), instituição à qual o grupo estava vinculado, o Coro foi integrado à Osesp em 2000, passando a se chamar Coro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Em seu primeiro ano, o conjunto foi regido por José Ferraz de Toledo, Mônica Meira Vasques e o próprio Aylton. Porém, já em 1995, Naomi Munakata assumiria como coordenadora e regente, funções que desempenharia de modo profundamente transformador e marcante até 2015. De 2000 a 2016, Marcos Thadeu foi o Preparador Vocal do grupo. Entre 2017 e 2019, o Coro esteve sob coordenação e regência de Valentina Peleggi, que contou com a colaboração de William Coelho como maestro preparador.
Thierry Fischer regente
Desde 2020, Thierry Fischer é diretor musical da Osesp, cargo que também assumiu em setembro de 2022 na Orquestra Sinfônica de Castilla y León, na Espanha. De 2009 a junho de 2023, atuou como diretor artístico da Sinfônica de Utah, da qual se tornou diretor artístico emérito. Foi principal regente convidado da Filarmônica de Seul [2017-20] e regente titular (agora convidado honorário) da Filarmônica de Nagoya [2008-11]. Já regeu orquestras como a Royal Philharmonic, a Filarmônica de Londres, as Sinfônicas da BBC, de Boston e Cincinnatti e a Orchestre de la Suisse Romande. Também esteve à frente de grupos como a Orquestra de Câmara da Europa, a London Sinfonietta e o Ensemble intercontemporain. Thierry Fischer iniciou a carreira como Primeira Flauta em Hamburgo e na Ópera de Zurique. Gravou com a Sinfônica de Utah, pelo selo Hyperion, Des Canyons aux Étoiles [Dos cânions às estrelas], de Olivier Messiaen, selecionado pelo prêmio Gramophone 2023, na categoria orquestral. Na Temporada 2024, embarca junto à Osesp para uma turnê internacional em comemoração aos 70 anos da Orquestra.
Emmanuel Pahud flauta
O franco-suíço Emmanuel Pahud é, desde 1993, flautista principal da Filarmônica de Berlim e mantém uma extensa carreira internacional como solista e músico de câmara, apresentando-se regularmente em recitais junto a pianistas como Alessio Bax, Yefim Bronfman, Hélène Grimaud e Stephen Kovacevich, além de explorar o jazz com Jacky Terrasson. O flautista também participa de importantes séries de concertos, festivais e colabora com orquestras ao redor do mundo, tendo atuado como solista com maestros como Claudio Abbado, Pierre Boulez, Sir John Eliot Gardiner e Paavo Järvi. Em 1993, fundou o Festival de Música de Verão em Salon-de-Provence juntamente com Eric Le Sage e Paul Meyer. Integra o grupo Les Vents Français, um dos principais quintetos de sopros do mundo, composto por François Leleux, Paul Meyer, Gilbert Audin e Radovan Vlatkovic. Gravou 40 álbuns exclusivamente para a EMI/Warner Classics, todos aclamados pela crítica e premiados. É Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras por sua contribuição à música, membro honorário da Royal Academy of Music e Embaixador da Unicef.
PROGRAMA
OSESP
CORO DA OSESP
THIERRY FISCHER regente
EMMANUEL PAHUD flauta
LINA MENDES soprano
ANA LÚCIA BENEDETTI mezzo soprano
GIOVANNI TRISTACCI tenor
BENJAMIN RUSSELL barítono
SÁVIO SPERANDIO baixo
Georg Friedrich HÄNDEL | O Messias: Abertura
Erkki-Sven TÜÜR | Concerto para flauta – Lux Stellarum [estreia latino-americana]
Frank MARTIN | In Terra Pax
Georg Friedrich HÄNDEL | O Messias: Aleluia
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SERVIÇO
19 de dezembro, quinta-feira, 20h30
20 de dezembro, sexta-feira, 14h30 [Osesp duas e trinta] — Concerto Digital
21 de dezembro, sábado, 16h30
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 07 anos
Ingressos: Entre R$ 39,60 e R$ 271; e R$ 39,60 [Osesp duas e trinta] (valores inteiros*)
Bilheteria (INTI): neste link | (11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Estacionamento: R$ 35,00 (noturno e sábado à tarde) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.
*Estudantes, pessoas acima dos 60 anos, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade de 15 a 29 anos, pessoas com deficiências e um acompanhante e servidores da educação (servidores do quadro de apoio – funcionários da secretaria e operacionais – e especialistas da Educação – coordenadores pedagógicos, diretores e supervisores – da rede pública, estadual e municipal) têm desconto de 50% nos ingressos para os concertos da Temporada Osesp na Sala São Paulo, mediante comprovação.
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A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.