terça-feira, fevereiro 11, 2025

Roberta Campos álbum ‘Coisas de Viver’

Em “Coisas de Viver”, Roberta Campos abre o coração e canta temas íntimos e profundos, esse é seu sexto álbum de estúdio, produzido por ela
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“Eu dou o que a música pede!”

Quinze anos se passaram desde a estreia de Roberta Campos no mercado fonográfico e dezessete de quando ela jogou o seu primeiro álbum no mundo de forma independente. No de 2008, ela foi a responsável por todo o processo, da composição à criação do encarte. Qualquer semelhança com seu novo trabalho não é mera coincidência. Neste 2025 que se inicia, a cantora e compositora lança “Coisas de Viver”, um disco independente todo composto e produzido por ela e Alexandre Fontanetti, para o qual deu tudo o que cada música pediu.
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“Foi a primeira vez que construí o disco exatamente como eu gostaria… Essa é uma das coisas interessantes de ser uma artista independente… A ideia partiu da música que dá nome ao disco, que compus com Paulo Novaes. Eu tinha uma melodia e ele a devolveu com uma letra tão profunda e pessoal que brotou a vontade de falar mais do meu íntimo. Eu sempre falo de mim em minhas composições, mas desta vez é do meu ‘eu’, da minha visão do mundo, dos meus sentimentos mais profundos. Eu me despi de tudo para compor essas canções”, conta Roberta.

Desse processo saíram nove faixas, das quais apenas duas são em parceria: a faixa-título e “Escapulário”, com Danilo Oliveira. Todas as outras são genuinamente íntimas e reafirmam o lugar de mulher e musicista madura que Roberta Campos ocupa na vida e no mercado nacional (e, desde 2019, com carreira internacional se solidificando). Doce e delicada, porém aguerrida e determinada:
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“No meio da cidade, te mostro nossa casa / Te dou minha certeza, do céu não passa nada”, canta logo nos primeiros versos de “Peito Aberto”, uma canção cheia de certezas que só não abre o álbum porque, antes, tem a vinheta-convite “Join Me”, de menos de 10 segundos, só com voz e violão.

“‘Peito Aberto’ fala da minha volta para São Paulo depois de uma temporada em Campinas, Alphaville e, durante a pandemia, Aldeia da Serra. Experimentei novamente o interior e o tempo do interior, que passa mais lento. A gente acessa lugares profundos, é inevitável não olhar para dentro. Senti um crescimento pessoal. Na música, descrevo nossa volta, minha e da Marina (Souza Campos), para São Paulo. Em ‘Gérbera’, já falo da nossa casa e do quanto gosto de compartilhar a vida com a Marina. É uma canção feliz como um dia de sol”, diz.

Ambas têm uma pegada pop rock e foram idealizadas por Roberta por completo, das linhas de bateria a outras etapas da produção. O mesmo aconteceu com a maioria das outras faixas: “Eu gosto de adiantar tudo: entro em estúdio com todas as prés das faixas. Quando vou gravar, eu sei tudo que quero da música. Faço os arranjos vocais e, nesse disco em especial, criei vários riffs de violão que foram importantes para seguirmos com os arranjos. A música me direciona”.
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Entraram no estúdio dois músicos que já acompanham a artista nos shows: Danilo Moura (bateria) e Otávio Gali (baixo). André Limma gravou teclado/piano/hammond e Alexandre Fontanetti, além de assumir as guitarras, assina a produção com Roberta Campos. A balada “Coisas de Viver” ficou mais emocionante com os arranjos de cordas do Felipe Pacheco: “Vir de encontro ao cais e mergulhar pra além daqui, sem medo / Sem olhar pra trás, vem desvendar o amor em si”, canta Roberta, sem medo de abrir o coração e de “me permitir ser alegre e triste nas canções”, como ela mesma afirma.

E com seu violão de aço ela passeia ainda por “Na Proa da Saudade”, que tem letra reflexiva em cima de melodia alegre; “Amanhã Também”, uma canção sobre o medo que não paralisa Roberta, sobre suas dores e resiliência e sobre o amor que a preenche; “A Cor do Que eu Quero”, na qual a cantora aborda o tema sensível do abandono que a fez ter sido criada pelos avós e ter crescido “cheia de feridas”; e “Atento”, que descreve o seu caminho da cura. “Escapulário” é a única faixa que estava pronta desde 2016 e casou perfeitamente com o momento que Roberta Campos está vivendo:
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“‘E mesmo um passo em vão será em direção ao lar’, diz a letra. Esse lar é aqui dentro. A gente sempre volta para a gente, e é isso que eu quis dizer. Eu acho que demorei a gravar essa música porque ela faz mais sentido agora. Quando a fiz, não percebi que a escrevia para mim mesma.”

Lindo, leve e denso, “Coisas de Viver” é o oitavo álbum de Roberta Campos (o sexto de estúdio), sem participações ou releitura, com “Gérbera” chegou nas rádios e “Na Proa da Saudade” nas plataformas digitais em 15 de janeiro, antecipando o lançamento oficial, do disco em 5 de fevereiro.
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Orgânico, natural, verdadeiro, o disco é corajoso para os dias de hoje e evidencia a coragem de sua criadora: “Falar de você com tanta verdade é difícil! Eu sempre sou sincera nas minhas canções, mas me vejo despida nesse disco e não cabia ninguém além de mim, nesse momento tão íntimo. Como falei anteriormente, dou à canção o que ela me pede”.
— por Chris Fuscaldo —

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Capa do álbum ‘Coisas de Viver’ • Roberta Campos • Selo Independente / distribuição ONErpm • 2025

DISCO ‘COISAS DE VIVER’ • Roberta Campos • Selo Independente / distribuição ONErpm • 2025
1. Join me (Roberta Campos) / vinheta
2. Peito aberto (Roberta Campos)
3. Gérbera (Roberta Campos)
4. Na proa da saudade (Roberta Campos)
5. Coisas de viver (Paulo Novaes e Roberta Campos)
6. Amanhã também (Roberta Campos)
7. A cor do que eu quero (Roberta Campos)
8. Atento (Roberta Campos)
9. Escapulário (Danilo Oliveira e Roberta Campos)
– ficha técnica –
Roberta Campos (voz, vocais e violão) | Alexandre Fontanetti (guitarras e violão) | Danilo Moura (bateria) | André Limma (teclado, piano e Hammond) | Otavio Gali (baixo) | Cordas fx. 5: ? | Produção executiva e direção de arte gráfica: Marina Souza Campos | Produção musical: Alexandre Fontanetti | Arranjo de cordas em ‘Coisas De Viver’: Felipe Pacheco Ventura | Gravado no estúdio Space Blues, São Paulo /SP | Mixagem: Vitor Farias | Masterização: Ricardo Garcia | Designer de capa: Leandro Corradi | Fotos: Lucas Seixas | Maquiagem: Juliana Lima | Assessoria de imprensa: Carolina Martins | Selo: Independente | Distribuição digital: ONErpm | Formato: CD digital | Ano: 2025 | Lançamento: 5 de fevereiro | Ouça o álbum: clique aqui.

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Roberta Campos – foto: Lucas Seixas

Roberta Campos, natural de Caetanópolis, Minas Gerais, iniciou sua trajetória musical em 2008 com o lançamento de seu primeiro álbum independente, “Para Aquelas Perguntas Tortas”. Desde então, consolidou-se na música brasileira e acumulou 21 composições em trilhas sonoras de novelas. Em 2016, recebeu uma indicação ao Grammy Latino na categoria “Melhor Álbum de MPB” pelo disco “Todo Caminho é Sorte”. Além de suas próprias composições, Roberta Campos colabora com diversos artistas, incluindo Humberto Gessinger, Luiz Caldas, Fernanda Takai, Zélia Duncan, Carlinhos Brown, entre outros. Em 2025, a artista seguirá em turnê por diferentes regiões do Brasil, além de apresentar-se na África e na Europa.
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>> Siga: @robertacamposoficial
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Série: Discografia brasileira / Música Popular Brasileira / MPB / Canção / Álbum.
Publicado por ©Elfi Kürten Fenske


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