Artéria, uma das mais importantes publicações de arte e poesia do país, comemora 50 anos com lançamento de filme e revista em São Paulo
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Longa-metragem documental Artéria: poesia em revista, que narra cinco décadas de história da revista de poesia experimental mais longeva do país, será lançado no dia 20 de fevereiro de 2025, no Canal Curta!, ficando disponível na plataforma de streaming do canal. Estão programadas pré-estreias em São Paulo, no MIS e no Sesc Belenzinho, com lançamento e venda da revista inédita Artéria #12.
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De todas as revistas independentes de veiculação poética que surgiram a partir da década de 1970 no Brasil, Artéria é a única sobrevivente, ainda em atividade. Veiculou trabalhos inéditos de importantes personalidades como Augusto de Campos, Décio Pignatari, Julio Plaza, Regina Silveira, Arnaldo Antunes, Lenora de Barros e muito mais, reunindo mais de 200 colaboradores ao longo de sua existência.
Resistindo como a revista de poesia experimental mais longeva do país, editada sempre de modo independente pelos poetas Omar Khouri e Paulo Miranda, Artéria completa 50 anos em 2025. Ao longo de sua trajetória, foram publicados 11 números e, a cada edição, assumiu um novo formato: foi sacola, fita cassete, caixa de poemas, caderno e website. Para comemoração de seus 50 anos, a revista traz nova edição em dois volumes, 1 e 2, que performam a Artéria 12, abrigados por uma luva, com participações de Augusto de Campos, Regina Silveira, Arnaldo Antunes, Alice Ruiz, Lenora de Barros, Tadeu Jungle, Walter Silveira e outros.
Nomes que também participam do documentário Artéria: poesia em revista, dirigido por Bruna Callegari, produzido em parceria com o Canal Curta!. O filme resgata a história da publicação, perpassando suas edições e os mais significativos poemas publicados, ao mesmo tempo em que propõe um mergulho na cena de revistas que eclodiu nos anos 1970, com títulos memoráveis como Navilouca, Código, Qorpo Estranho, Poesia em Greve, Muda e outras. “Os maiores poetas (escritos) dos anos 70 não são gente: são revistas”, a frase dita por Paulo Leminski resume a efervescência da produção editorial independente nesse período.
“Tais publicações, hoje lendárias, veicularam a mais inventiva poesia que se fez no Brasil, quiçá no mundo. E Artéria segue fazendo isso até hoje. É um biscoito fino do gênero, absolutamente histórica! Uma revista que merecia uma maior circulação. O filme tem essa missão: além de revisitar a memória da poesia de invenção brasileira, também divulgá-la para um público mais amplo”, conta a diretora Bruna Callegari, que entrevistou 22 personalidades, destacando o poeta concreto Augusto de Campos, cujo legado é um dos assuntos centrais do documentário.
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Com rico material de arquivo, músicas de Itamar Assumpção, Walter Franco e Arnaldo Antunes, além de trilha sonora original de Cid Campos, o filme resgata histórias de figuras importantes como Paulo Leminski, Waly Salomão, Antonio Risério, Ivan Cardoso, Julio Plaza, Erthos Albino de Souza, e do famoso Trio Noigandres, apresentando imagens inéditas e pouco conhecidas dos poetas Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari.
Em certa altura do filme, Augusto de Campos reflete: “Foram revistas como a Artéria que nos acolheram. Poderiam não ter acolhido, poderiam ter publicado somente a obra dos jovens, mas havia uma afinidade de projeto literário muito grande entre nós, e a nossa produção fluiu através delas, alcançando as gerações que vieram depois de nós”.
A realização do filme, pautada por uma pesquisa cuidadosa, levou dez anos até a sua conclusão. O projeto contou com apoio do Canal Curta! e fomento do Fundo Setorial do Audiovisual, por meio da Ancine e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). A produção é da Espaço Líquido Audiovisual.
SERVIÇO | LANÇAMENTO
Documentário ‘Artéria: poesia em revista’ + Revista Artéria #12, edição comemorativa de 50 anos em dois volumes
Sessões de exibição do documentário, lançamento da revista Artéria #12 e bate papo com equipe
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MIS – Museu da Imagem e do Som, São Paulo
Data/horário: 13 de fevereiro 2025 | Quinta-feira – a partir das 19h
Exibição do filme inicia às 20h, seguida de bate-papo com equipe
Ingressos serão distribuídos 1 hora antes da sessão. Sujeito a lotação (170 lugares)
Gratuito – Classificação Livre
Endereço: Av. Europa, 158, Jd. Europa – São Paulo/SP
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Sesc Belenzinho, São Paulo
Data/horário: 20 de fevereiro 2025 | Quinta-feira – às 19h30
Lançamento da revista e exibição do filme, seguidos de bate-papo.
Sujeito a lotação. Os ingressos serão distribuídos 1 hora antes da sessão.
Gratuito – Classificação Livre
Endereço: R. Padre Adelino, 1000 – Belenzinho – São Paulo/SP
* Saiba mais em Portal Sesc SP
Canal Curta! | Estreia
Documentário: Artéria: poesia em revista, dirigido por Bruna Callegari
Data/horário: 20 de fevereiro 2025 | Quinta-feira – às 22h20
Reprises: 21/2 às 16h20 | 22/2 às 15h30 | 23/2 às 22h30 | 24/2 às 10h20
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Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro / Oficio das Letras
SOBRE A REVISTA ARTÉRIA
Sempre independente, teve seu primeiro número lançado em 1975, pela Nomuque Edições, sob direção dos poetas Omar Khouri e Paulo Miranda. Desde sua primeira edição, a revista reuniu autores preocupados com a visualidade de suas obras (fotógrafos, designers, artistas plásticos, poetas visuais etc) em torno de uma proposta: ser sempre mutável. A cada novo número, a revista assumiu um novo suporte ou formato: foi caderno, caixa, sacola de poemas avulsos, fita cassete, revista convencional em offset e até um website, em 2003, quando publicou poemas interativos. Ainda em atividade, com 11 edições publicadas, Artéria veiculou trabalhos preciosos de importantes personalidades da arte contemporânea brasileira: Augusto de Campos, Décio Pignatari, Julio Plaza, Regina Silveira, Arnaldo Antunes, Lenora de Barros, Tadeu Jungle e muito mais, congregando mais de 200 colaboradores nas últimas cinco décadas de existência. Em 2017, a revista recebeu o Prêmio Governador do Estado em Artes Visuais, como reconhecimento de sua excelência artística. Comemorando os seus 50 anos em 2025, Artéria lança seu 12º número, com trabalhos inéditos de seus colaboradores contumazes.
Ficha técnica
Artéria – Edição #12, fevereiro, 2025
Editores: Omar Khouri, Paulo Miranda (Nomuque Edições)
Projeto gráfico: Bruna Callegari
Produção: Espaço Liquido
Dimensão: 25x21cm (fechada)
176 páginas
2 volumes (pb e cor)
205 colaboradores
Editora: Nomuque Edições
“Artéria 12 vem a público, completando cinquenta anos de existência (1975-2025), nove depois de lançada a de nº 11. Seria a de nº 14, se considerássemos Balalaica, uma fita cassete C60, e Zero à Esquerda: uma caixa-de-poemas – exposição portátil. O considerável lapso entre um número e outro acabou por se constituir numa das características da publicação. Das origens até hoje, dos editores, permanecem apenas dois, e o projeto gráfico, tendo passado por vários designers ficou, agora, a cargo da produtora Espaço Líquido, que também realizou o documentário Artéria: poesia em revista, lançado juntamente com esta publicação. A destacar: Artéria se abriu para colaborações muitas, chegando a congregar duzent@s fazedor@s. Não se pode presumir do futuro o que sairá daqui: nada ou quase uma outra revista. XAIPE!”
– Omar Khouri coeditor | nomuque (São Paulo, fevereiro de 2025) –
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“Isso posto, lá se foi meio século de Artérias. Hora perfeita para entrar em cena a tradicional e arfante lamúria: “ai, como foi difícil!”. Então: não foi. Olhando para trás, não encontro motivo algum para gemer. O espaço que tivemos? Nós mesmos o criamos. Verba? Demos conta, pagando as contas, sem necessidade de apoios. A força veio, quando ainda havia tonicidade no muque, para puxar quilômetros de impressões serigráficas. E as nossas próprias vozes foram gravadas quando o suporte papel virou som. Tudo, sempre, amparado por aquela Alegria, própria às artérias, de carregar oxigênio e nutrientes para a mais viva e inventiva Poesia do Planeta. Então, nem devo dizer que valeu a pena porque, pena, também não houve. O amigo Julio (Que-Faz-Grande-Falta) Plaza certa vez nos disse que, em todo o Brasil, deveria haver não mais do que umas 600 pessoas interessadas na Poesia. Especificamente nessa, que fazemos, reunimos e divulgamos. A Poesia é assim mesmo. Para poucos, ela vive num canto. Mas, como incomoda.”
– Paulo Miranda coeditor | nomuque (São Paulo, fevereiro de 2025) –
Sobre os editores
OMAR KHOURI Nasceu em Pirajuí (SP Brasil) em 1948. Formado em História e Mestre e Doutor em Comunicação e Semiótica. Pintor, passou a praticar poesia a partir de 1974. Tem poemas publicados em: ARTÉRIA (da qual é co- editor), ZERO À ESQUERDA, QORPO ESTRANHO, MUDA, CASPA, KATALOKI, ATLAS e outras. Participou de inúmeras exposições de poesia visual, no Brasil e em outros países. Promotor de eventos, cofundador da Nomuque Edições, impressor e estudioso de poesia. Professor universitário, vive e trabalha em São Paulo.
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PAULO MIRANDA Nasceu em Pirajuí (SP Brasil) em 1950. Estudioso de poesia e poeta, desde a infância. Tem veiculado sua produção em pub- licações coletivas: ARTÉRIA (da qual é co-editor), ZERO À ESQUERDA, CORPO EXTRANHO, ALMANAK 80, KATALOKI (ALMANAK 81), ATLAS (ALMANAK 88) e outras. Pa ticipou de inúmeras exposições de poesia visual, no Brasil e em outros países. É, também, promotor de eventos, editor (co-fundador da Nomuque Edições) e impressor-serígrafo. Vive e trabalha em São Paulo.
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SOBRE O DOCUMENTÁRIO
ARTÉRIA: POESIA EM REVISTA
Documentário | 82 min. | 2025 | Brasil
Direção: Bruna Callegari | Produção: Espaço Liquido
Sinopse: Um mergulho na história das revistas de poesia experimental que surgiram no Brasil nos anos 1970. Narrado a partir da revista Artéria, única sobrevivente ainda em atividade, o filme apresenta 50 anos de resistência e criação poética de invenção. Tais publicações veicularam a mais ousada poesia que se fez no Brasil, quiçá no mundo. Essa poesia, em parte, ficou registrada em revistas como Navilouca, Código, Qorpo Estranho, Poesia em Greve, Muda, Artéria, entre outras, hoje lendárias.
– ficha técnica –
Direção e roteiro: Bruna Callegari | Produção executiva: Bruna Callegari, Nuno Godolphim, Rafael Buosi | Elenco/participação: Alice Ruiz; André Vallias; Antonio Risério; Arnaldo Antunes; Augusto de Campos; Cid Campos; Cristina Fonseca; Fábio Oliveira Nunes; Gastão Debreix; Ivan Cardoso; Julio Mendonça; Lenora de Barros; Luciano Figueiredo; Omar Khouri; Paulo Miranda; Peter de Brito; Regina Silveira; Rita Mourão; Tadeu Jungle e Walter Silveira | Produção: Lorena Pazzanese | Direção de fotografia: Rafael Buosi | Trilha sonora: Cid Campos | Montagem: Bruna Callegari, Bruno Rico | Animações: Maurício Fahd | Assistente de produção: Arantxa Ciafrino, Suzete Santos | Assistente de montagem: Lorena Pazzanese | Som direto: Rafael Buosi, Bruna Callegari | Edição de som, desenho de som e mixagem: Ricardo Zollner | Imagens adicionais: Bruna Callegari, Tay Nascimento, Vladimir Ventura | Pós-produção: Zumbi Post | Colorista: Maria Luisa Tinoco | Pesquisa e licenciamento: Bruna Callegari, Lorena Pazzanese | Consultoria jurídica: Mário Alexandre Mamamma | Controller: Suzete Silva, Grace Asano | Apoio: Canal Curta!, Nomuque Edições | Fomento: Fundo Setorial do Audiovisual – Ancine – BRDE | Produtora: Espaço Liquido
Assista o trailer do documentário Artéria: poesia em revista
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Sobre a diretora do filme
BRUNA CALLEGARI (SP-Brasil, 1983) é mestre pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, historiadora formada pela USP e jornalista pela PUC-SP. Trabalha com audiovisual desde 2005, atuando como produtora, montadora e roteirista. Atualmente, dá aulas e coordena o curso de documentário da Academia Internacional de Cinema (AIC), em São Paulo. À frente de sua produtora Espaço Líquido Audiovisual, dedica-se também à direção, tendo realizado os curtas-metragens Visionica (2013), Retrato de Dora (2014), Farol Invisível (2016) e Deusa (2017). Este último estreou no 44º Festival de Cinema de Gramado, onde recebeu o Kikito de Melhor Direção de Arte, e teve sua estreia internacional no Festival de Curtas de Clermond-Ferrand, na França. O seu primeiro longa documental é Artéria: poesia em revista, produzido em parceria com o Canal Curta!.
“O poema é um ser de linguagem. O poeta faz linguagem, fazendo poema. Está sempre criando e re-criando a linguagem. Vale dizer: está sempre criando o mundo. Para ele a linguagem é ser vivo. O poeta trabalha as raízes da linguagem. Com isso o mundo da linguagem e a linguagem do mundo ganham troncos, ramos, flores e frutos. E é por isso que um poema parece falar de tudo e de nada, ao mesmo tempo. É por isso que um (bom) poema não se esgota: ele cria modelos de sensibilidade. É por isso que um poema, sendo um ser concreto de linguagem, parece o abstrato dos seres. É por isso que um poema é criação pura – por mais impura que seja. É como uma pessoa, ou como a vida: por melhor que você a explique, a explicação nunca pode substituí-la. É como uma pessoa que diz sempre que quer ser compreendida. Mas o que ela quer mesmo é ser amada.”
– Décio Pignatari, em “Comunicação Poética”. São Paulo: Cortez & Moura, 1978.
