Quem conhece a linhagem dos grandes gurus do Oriente (guru significa aquele que dissipa as trevas), já ouviu falar de Swami Sr Yukteswar. Profundo conhecedor do Bhagavad Gita e da Bíblia cristã, era um Jyotisha (astrólogo tradicional hindu) e foi também um yogi exemplar e devotado. Discípulo de Lahiri Mahasaya e autor do livro “The Holy Science “ que procura explicar a unidade que existe no propósito das diferentes religiões, Sri Yukteswar foi um ser especial reverenciado sempre na Índia e em todo o mundo.
Sua interpretação da simbólica e dificílima Bíblia cristã (aliás, a Bíblia nas mãos dos incautos e incultos é este desastre que vemos hoje em dia) é a mais ampla, profunda e coerente que já li.
Seu amado discípulo, Paramahansa Yogananda (mestre que veio para o Ocidente numa grandiosa missão), o descreve: – “vestes cor de ocre dos verdadeiros Swamis, olhos de alcíone, escuros, grandes e belos, de sabedoria insondável, numa cabeça leonina, com barba em ponta e mechas de cabelos flutuantes; e a percepção clara e definitiva das casas enigmáticas no tabuleiro de xadrez da vida e da morte”.
Sri Yukteswar era chamado a Encarnação da Sabedoria. Há muito já havia chegado a nível de consciência e de experiência transcendentais, que os saberes e valores terrenos não mais o confundiam. Mesmo assim ele reverenciava a importância química e alquímica da Astrologia para os seres humanos.
Com a palavra, Sri Yukteswar: – “ A alma sempre é livre. Não tem morte porque não tem nascimento. Não pode ser regida pelos astros. Mas a alma tem um corpo. O homem em seu aspecto mortal tem de combater os tumultos de seu próprio ser, causados pela mistura dos elementos fogo, ar, terra, água e todos os metais. O ser humano luta com sua mortalidade e é afetado por miríades de mutações do céu e da terra. Todas as partes da criação estão interligadas e permutam suas influências. O ritmo equilibrado do Universo tem sua raiz na reciprocidade.”
O guru nos ensina: “ os astros não tem qualquer benevolência ou aversão, não ajudam e nem prejudicam a humanidade; mas oferecem um canal lícito para operação externa dos equilíbrios de causa e efeito, que no passado cada pessoa pôs de alguma maneira em movimento”.
Refletindo sobre o que o sublime mestre nos diz, eu chego a conclusão que o mapa astrológico é um raio X, que detecta o fantasma cármico, químico e cósmico de nosso plano físico e psicológico. Plano este que interfere e confunde com o nosso plano espiritual e psíquico, através de valores, conceitos, condicionamentos, atavismos, dores e alegrias, prazeres e sofrimentos.
O mapa astrológico é o revelador de nossa própria charada, feita em forma de estratagema dos labirintos sociais que transitamos. Na medida que matamos essa charada anulamos os efeitos que nosso ego em sua floresta de espelhos tenta nos confundir.
Na verdade, o mapa não mostra o futuro, mas sim o espelho convexo de nosso passado; dando-nos a possibilidade de alterar e traçar o nosso próprio futuro. Não o futuro velho e encomendado por este materialismo atual da humanidade. Mas um futuro novo e único criado por nós mesmos.
Sri Yukteswar esclarece: -“ só quando o viajante atingiu a sua meta, aí sim, ele poderá dispensar todos os seus mapas”.
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* Carlos Walker, ou simplesmente Wauke. Músico, Escritor e Astrólogo há 40 anos. Carlos Walker começa a cantar em 1969 através de Festivais no Brasil. Têm livros publicados e discos gravados.