Vicente Barreto lança ‘Na Força e Na Fé’ Canções inéditas resgatam as raízes nordestinas do artista baiano em seu novo álbum, que tem as participações dos parceiros Alceu Valença, Chico César e Zeca Baleiro, e ainda inclui parcerias com Renato Teixeira, Sonekka e Zeh Rocha, e os toques de Mestrinho
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Chega nas plataformas digitais “Na Força e Na Fé”, o 13º álbum de Vicente Barreto, com as participações especiais dos parceiros Alceu Valença, Chico César e Zeca Baleiro, e parcerias com Renato Teixeira, Sonekka e Zeh Rocha. Produzido por Rafa Barreto, filho de Vicente, “Na Força e Na Fé” sucede “Paleoríco” (2022) e sai pela Saravá Discos, com distribuição da ONErpm.
Na Força e Na Fé
por José Eduardo Camargo (jornalista, escritor e letrista)
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Ao falar de seu mais novo álbum, “Na Força e Na Fé”, Vicente Barreto tem um olhar sereno. No entanto, por trás da voz segura e calma (coisa que só tem quem sabe o que quer da vida) há uma animação sem fim. A mesma animação de quem passava horas e horas ao sereno para ouvir – e depois tocar – os xotes e baiões que formam a identidade nordestina. Vicente trouxe isso à flor da pele no projeto que promete resgatar e celebrar suas raízes musicais, sem deixar de lado a sofisticação (ao compor, tocar, cantar) que sempre marcou sua carreira. O disco, que conta com a participação de nomes como Alceu Valença, Zeca Baleiro, Mestrinho e Chico César, é uma jornada sonora por caminhos pisados que nos levam a lugares, se não desconhecidos, pelo menos inexplorados.
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“Na Força e Na Fé” representa um retorno de Vicente Barreto às suas origens, explorando sons e ritmos que marcaram sua formação como músico. O álbum foi inspirado por suas memórias da infância e adolescência – muito novo, ele já tocava nos arrasta-pés de Serrinha, interior da Bahia, onde foi criado. Ele é permeado por elementos do baião, do xote e do forró, evocando as paisagens sonoras do sertão nordestino. Faixas como “Sementes do Baião” e “Saudade de Te Ver, Paraíba” evidenciam essa conexão já no nome.
Apesar do forte apelo às suas raízes, Vicente Barreto não abandona a sofisticação musical que é sua marca registrada. As harmonias e melodias do álbum são elaboradas com esmero e minúcia, mostrando o cuidado e a dedicação do artista em cada composição, assim como a marca de seu jeito único ao violão. Canções como “Na Força e Na Fé” (que dá nome ao disco, parceria com Sonekka) e “Falando Sério” (com Renato Teixeira) destacam-se pela complexidade e beleza melódica, mantendo a tradição do artista em criar músicas ricas e envolventes.
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Os parceiros de Vicente embarcaram na proposta de explorar suas próprias referências nas letras e composições. Zeca Baleiro, em faixas como “Êh Flor!” e “Ziguezague” (esta conta com a voz de Mestrinho na gravação), trazem seu estilo único e poético. Em uma entrevista recente, Vicente relembrou com carinho como ele e Zeca Baleiro, durante a pandemia, reacenderam sua parceria, resultando em mais de 30 canções. Enquanto isso, Chico César, em “Ilusão Retada”, acrescenta sua profundidade lírica. Segundo o próprio Chico, a letra foi escrita para ser uma minibiografia do parceiro, com referências à sua trajetória. “Só Eu e o Sol”, outra parceria com Sonekka, também resgata esse clima, ao refletir a decisão de quem deixa a terra natal para voos maiores.
“Sementes do Baião”, composta por Vicente Barreto e pelo pernambucano Zeh Rocha, celebra o sertão e sua flora, com referências a plantas típicas e à esperança trazida pela chuva. Também há espaço para uma releitura de “Pelas Ruas Que Andei”, sucesso gravado em 1982 por Alceu Valença. A parceria dos dois é revivida com frescor num dueto, encaixando-se na proposta do álbum de modo perfeito. A produção de todas as faixas é de Rafa Barreto, filho de Vicente – Rafa é um produtor experiente, que deixa a autenticidade fluir, sem esquecer de amarrar muito bem as pontas musicais de cada arranjo.
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“Na Força e Na Fé” é mais do que mais um álbum; é uma celebração da trajetória de Vicente Barreto, um artista que continua a explorar e expandir horizontes com sua música, voando sem perder o chão. Um disco para se ouvir e para se experimentar. Que pode tocar no rádio, nos streamings e nos arrasta-pés. O álbum de um artista sereno – e da gota serena.
DISCO ‘NA FORÇA E NA FÉ’ • Vicente Barreto • Selo Saravá Discos • 2024
Canções / compositores
1. Na força e na fé (Vicente Barreto e Sonekka)
2. Ziguezague (Vicente Barreto e Zeca Baleiro) | Participação especial Mestrinho
3. Êh flor (Vicente Barreto e Zeca Baleiro)
4. Saudade de te ver, Paraíba (Vicente Barreto e Zeca Baleiro) | Participação especial Zeca Baleiro
5. Sementes do baião (Vicente Barreto e Zeh Rocha)
6. Falando sério (Vicente Barreto e Renato Teixeira)
7. Pelas ruas que andei (Vicente Barreto e Alceu Valença) | Participação especial Alceu Valença
8. Ilusão retada (Vicente Barreto e Chico César) | Participação especial Chico César
9. Só eu e o sol (Vicente Barreto e Sonekka)
– ficha técnica –
Vicente Barreto (voz – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9; violão – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9) | Rafa Barreto (guitarras – fx. 1, 2; guitarra – fx. 3, 5, 6, 9; synth – fx. 1, 3; baixo – fx. 1, 2, 6, 7, 9; samples – fx. 1, 3, 9; efeitos – fx. 1, 2, 4, 6, 9; rabeca – fx. 5; violão – fx. 7) | Guegué Medeiros (zabumba – fx. 1, 2, 5, 7; ganzá – fx. 1, 9; agogô – fx. 2, 5; congas – fx. 9) | Rafael Beibi (triângulo – fx. 1, 2, 5, 7, 9; agogô – fx. 1, 9; pandeiro – fx. 2, 5, 7) | Thiago “Big” Rabello (caixa – fx.2, 7; ganzá – fx. 2, 4, 7; afoxé – fx. 2, 7; bateria – fx. 3, 4, 6, 8, 9; caxixi – fx. 4; frigideira – fx. 4; agogô – fx. 7) | Zé Nigro (baixo – fx. 3, 4, 8) | Alice Vaz (zabumba – fx. 3, 4, 6, 8; agogô – fx. 3, 8) | Beatriz da Matta (shaker – fx. 3, 8; reco – fx. 3, 4, 8; triângulo – fx. 3, 4, 6, 8; agogô – fx. 4; asalato – fx. 4; tábua – fx. 6; caxixi – fx. 8; ganzá – fx. 8; colher – fx. 8) | Mestrinho (voz – fx. 2; sanfona – fx. 2, 4, 7, 8) | Zeca Baleiro (voz – fx. 4; vocais – fx. 4) | Alceu Valença (voz – fx. 7) | Chico César (voz – fx. 8; vocais – fx. 8; violão de 12 – fx. 8) | Produção musical e arranjos: Rafa Barreto | Gravado no estúdio Da Pá Virada – São Paulo/SP, entre janeiro e março de 2024 | Engenheiro de gravação: Thiago “Big” Rabello | Assistente de gravação: Victor Nery | Edições: Karen Ávila | Gravações adicionais: Voz e violão de 12 de Chico César, gravado no estúdio Space Blues por Alexandre Fontanetti / Voz de Alceu Valença, gravada no estúdio Tambor por Matheus Gomes / Synths e Guitarra base das faixas “Falando Sério” e “Êh, Flor”, gravadas na casa amarela por Rafa Barreto | Mixagem: Thiago “Big” Rabello | Masterização: Maurício Gargel | Texto: José Eduardo Camargo | Fotos capa e divulgação: Silvia Zamboni | Assessoria de imprensa: Adriana Bueno | Selo: Saravá Discos | Distribuição: ONErpm | Ano: 2024 | Lançamento: 6 de setembro | ♪Ouça o álbum: clique aqui.
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>> Siga: @vicentebarreto.oficial
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Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / Canção / Álbum.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske