Um disco que une o passado e o presente, que resgata memórias e perspectivas ao longo de 77 anos bem vividos. Em 12 faixas inéditas, músicas que revelam desde os sentimentos juvenis até às incertezas da censura imposta aos artistas brasileiros. ‘No Rastro de Catarina’, da multiartista paraibana Cátia de França, chegou nas plataformas digitais em abril deste ano, com toda força e vitalidade de uma artista com influências em diversas gerações da música brasileira.
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O álbum No Rastro de Catarina da cantora e compositora paraibana Cátia de França foi indicado ao Grammy Latino 2024, na categoria Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa.
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Nas redes sociais, Cátia de França comemorou a indicação e agradeceu a toda a equipe que a ajudou na construção do álbum indicado ao Grammy.
“Queria me caber mas não estou dando conta! Sou felicidade pura transbordando e olhando este caminho que fiz para chegar neste momento tão singular da minha carreira! Há muito para ser dito, mas é o momento de agradecer a quem construiu, tijolo a tijolo, este disco maravilhoso e que me enche de tanto orgulho“, escreveu a artista.
Meio século de carreira musical é um marco emblemático na vida de qualquer artista do ramo. Com seis discos lançados entre 1979 e 2016, Cátia de França ultrapassa gerações e transita entre palcos e parceiros musicais dos quatro cantos do país. Sua história envolve evolução de ritmos, experimentações e parcerias com artistas como Zé Ramalho, Dominguinhos, Sivuca, Lulu Santos, Chico César, Elba Ramalho e Bezerra da Silva em seus discos.
Poética e sonoridade
A faixa que dá nome ao disco é um jogo de palavras a partir do trecho “No Raso da Catarina/ O que vejo é nossa sina/ Enxergo a caatinga/ Branco hospital”, presente na canção autoral ‘Quem Vai, Quem Vem’, do disco ‘20 Palavras ao redor do Sol’ (1979).
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‘No Rastro de Catarina’ é uma obra completa que expõe a poética e sonoridade múltipla de Cátia de França em mais de meio século de carreira. Abrindo com “Fênix”, um manifesto sobre si mesma e de seu regresso depois do apagamento, o disco percorre toda a história da artista, desde ‘Indecisão’, um poema de amor escrito quando Cátia tinha 14 anos e só agora musicado, ao mergulho em seu envelhecimento com ‘Malakuyawa’, cantando sobre seus cabelos brancos, veias aparentes e sorriso sem dentes.
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Faixas como ‘Espelho de Oloxá’, ‘Bósnia’ e ‘Negritude’ abordam entre outras temáticas sua veia política e a identidade negra, além da forte característica da referência literária em sua arte (a faixa ‘Eu’, por exemplo, traz um poema da portuguesa Florbela Espanca), apresentando canções que, como crônicas, contam o mundo através das lentes da compositora. Entre as doze canções estão parcerias com Khrystal, Regina Limeira e Socorro Lira.
Uma volta ao início de tudo
O disco ‘No Rastro de Catarina’ foi integralmente gravado ao vivo em João Pessoa, terra natal da cantora, no Estúdio Peixeboi. O disco foi produzido pelo selo fonográfico Tuim discos, também da Paraíba, e tem o lançamento assinado pela Tratore distribuidora digital.
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A banda também foi composta só por músicos paraibanos, o que Cátia de França classifica como “uma fórmula que dá certo”. “Chegou um momento em que percebi uma cobrança por um novo trabalho, que vinha sempre acompanhada do questionamento se eu havia parado de compor. Esse disco foi regado por sentimentos de entrega, vontade e confiança. Por isso, eu apostei numa fórmula que deu certo, que é fazer disco novo com músicos paraibanos”, contou.
A banda é formada por Cristiano Oliveira (viola, violão e violão de aço), Marcelo Macêdo (guitarra e violão de aço), Elma Virgínia (baixo acústico, baixo elétrico e fretless), Beto Preah (bateria e percussões) e Chico Correa (sintetizadores e samplers), que também assina a produção musical do disco ao lado de Marcelo Macêdo. ‘No Rastro de Catarina’ conta ainda com participação de Gláucia Lima no vocal, Dina Faria na direção artística e Felipe Tichauer na masterização, vencedor do Grammy Latino em 16 oportunidades.
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Cátia de França, ou Catarina Maria de França Carneiro – 50 Anos de carreira
Alfabetizada por sua mãe Adélia de França, a primeira educadora negra do estado da Paraíba, por meio de canções, Cátia de França, ou Catarina Maria de França Carneiro (João Pessoa, Paraíba, 1947), costuma contar que em sua casa “podia faltar manteiga, mas jamais faltaria um livro”.
Apadrinhada pelo compositor e produtor Zé Ramalho, gravou ‘20 Palavras ao Redor do Sol’ (1979), seu primeiro trabalho pela CBS, que conta com a participação de Sivuca, Dominguinhos, Sérgio Boré, Chico Batera, Lulu Santos e Bezerra da Silva. Em 1980, lança o álbum ‘Estilhaços’.
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Cátia também gravou o LP ‘Feliz Demais’ (1985) e ‘Olinda’ (1986), que teve a participação da Banda Azymuth. Já em 1998, lança o CD ‘Avatar’ (1998) pelo selo CPC Umes, do qual participam Chico César (1964-), Xangai (1948-) e Quinteto de Cordas da Paraíba.
Em 2005, grava o CD ‘Cátia de França Canta Pedro Osmar’, interpretando músicas do cantor, compositor e instrumentista paraibano. Em 2012, lança o CD independente ‘No Bagaço da Cana / um Brasil Adormecido’, com a Camerata Arte Mulher, formada por musicistas eruditas da Paraíba e inspirado em textos de José Lins do Rego.
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Com o patrocínio da Natura Musical, Cátia de França apresenta a seus fãs o CD ‘Hóspede da Natureza (2016)’, inspirado na obra do escritor Henry David Thoreau (1817-1862) e com uma musicalidade que transita do reggae ao blues, passando por bossa nova, rock e bumba meu boi.
DISCO ‘NO RASTRO DE CATARINA’ • Cátia de França • Selo Tuim Discos • 2024
Canções / compositores
1. Fênix (Cátia de França)
2. Negritude (Cátia de França)
3. Espelho de Oloxá (Cátia de França, Regina Limeira e Khrystal)
4. Em resposta (Cátia de França e Socorro Lira)
5. Academias e lanchonetes (Cátia de França)
6. Bósnia (Cátia de França)
7. Malakuyawa (Cátia de França)
8. Eu (Cátia de França)
9. Veias abertas (Cátia de França)
10. Indecisão (Cátia de França)
11. Meu pensamento li (Cátia de França)
12. Conversando com o rio (Cátia de França)
– ficha técnica –
Cátia de França (voz e vioão de nylon) | Cristiano Oliveira (viola, violão e violão de aço) | Marcelo Macêdo (guitarra e violão de aço) | Elma Virgínia (baixo acústico, baixo elétrico e fretless) | Beto Preah (bateria e percussões) | Chico Correa (sintetizadores e samplers) | Participação: Gláucia Lima (vocais) | Produção musical: Chico Correa e Marcelo Macêdo | Direção artística: Dina Faria | Arranjos: Cátia de França, Marcelo Macêdo e Cristiano Oliveira, exceto: Cátia de França e Daniel Cahon (“Bósnia” e “Negritude”), Cátia de França, Cristiano Oliveira e Daniel Cahon (“Espelho de Oloxá”) | Gravado no Peixe Boi Estúdio (João Pessoa – PB) | Técnicos de som: Hugo Limeira e Teo Filho | Mixagem: Chico Correa e Marcelo Macêdo | Masterização: Felipe Tichauer (Red Traxx Mastering) | Direção de produção: Atua Comunicação Criativa | Produção executiva: Dina Faria | Produção e edição de conteúdo: Gi Ismael | Assistência de produção: Michele Vasconcelos | Design: Luyse Costa | Fotografia e direção artística (foto de capa): Murilo Alvesso | Figurino (foto de capa): João Pimenta | Produção fotográfica (foto capa): Ester Dias | Assistência de fotografia (foto capa): Jéssica Murta | Fotografia (estúdio): Fabi Vellôso | Vídeos e edição: Gi Ismael | Assessoria de imprensa regional: Lide Comunicação | Assessoria de imprensa nacional: Bebel Prates | Agradecimentos: Daniel Cahon, Wiliam Belle e Coquinho | Editora: Tuim Discos | Selo: Tuim Discos | Distribuição: Tratore | Formato: CD digital | Ano: 2024 | Lançamento: 19 de abril | ♪Ouça o álbum: clique aqui.
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Mais sobre o disco
DINIZ, Augusto. Aos 77 anos, Cátia de França esbanja vitalidade em um dos melhores discos do ano. In: Carta Capital, 7.5.2024. Disponível no link. (acessado em 24.8.2024)
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>> Siga: @catiadefrancaoficial | @tuimdiscos
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Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / Canção / Álbum.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske
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