terça-feira, abril 1, 2025

Álbum ‘Presença de Villa-Lobos na música brasileira para violoncelo e piano – Vol. 2’ | Hugo Pilger e Lúcia Barrenechea

CD duplo. Presença de Villa-Lobos na Música Brasileira para violoncelo e piano – vol. II. Violoncelo: Hugo Pilger. Piano: Lúcia Barrenechea, lançado em formato físico e digital, no ano de 2017.
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“Após o lançamento do projeto Presença de Villa-Lobos na música brasileira para violoncelo e piano em 2013, surgiu a necessidade de completar o conjunto de obras do compositor para esta formação. Portanto, com muita satisfação, escrevo estas linhas para apresentar este CD duplo, fechando a tão emblemática integral!
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Assim como no projeto inicial, manteve-se o que podemos chamar de diálogo musical entre Villa-Lobos e seus pares, trazendo ao ouvinte a possibilidade de vivenciar a influência que sua obra causou.
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A escolha do repertório seguiu um rigoroso critério, introduzindo compositores que conviveram, trabalharam e até o criticaram. A única exceção é a faixa 1 do CD 1: Mazurka, Opus 1, de Alberto Nepomuceno, escrita em 1887, ano de nascimento do compositor, pois sua audição proporciona uma importante contextualização do gosto musical em voga na época. Passados 130 anos de seu nascimento e 58 de sua morte, relembro as palavras atemporais proferidas por Arnaldo Estrella: “sua presença tem sido constante, presença de seu espírito, de sua sensibilidade, de sua imaginação, de seu imenso talento, de seu gênio fecundo, em uma só palavra, presença de sua obra”.”
Hugo Pilger

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Lúcia Barrenechea e Hugo Pilger – foto: Naty Torres
NOTAS DE PROGRAMA

O cearense Alberto Nepomuceno (1864-1920) é considerado o pai do nacionalismo brasileiro, seguido por Alexandre Levy e mais tarde pelo próprio Villa-Lobos. A mazurka, opus 1 foi escrita em 1887, mesmo ano em que compôs a Dança de Negros ou Batuque, uma das primeiras obras a utilizar elementos étnicos brasileiros e, coincidentemente, ano de nascimento de Villa-Lobos. A obra é um exemplo do gosto musical em voga na época.
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A estreia do prelúdio nº 2, opus 20 (Rio de Janeiro, 1913) de Heitor Villa-Lobos (1887-1959) se deu no dia 3 de fevereiro de 1917, no Salão Nobre do Jornal do Commercio, na cidade do Rio de Janeiro, tendo ao violoncelo Alfredo Gomes, sobrinho do compositor Carlos Gomes e tio do importante violoncelista brasileiro Iberê Gomes Grosso e, ao piano, Lucilia Villa-Lobos, primeira esposa do compositor. De acentuado tom lírico, a peça apresenta uma textura marcadamente homofônica, ficando a melodia a cargo do violoncelo. O acompanhamento do piano se caracteriza, ao longo de quase toda a obra, por uma figuração em semicolcheias. É patente a influência da música francesa do final do século XIX.
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Francisco Mignone (1897-1986) declarou certa vez que uma de suas principais preocupações era conseguir “a expressividade psicológica da música brasileira”. Bruno Kiefer, em seu livro Mignone, vida e obra (1983), chama atenção para uma também importante característica encontrada em suas composições: foto: naty torres a “cantabilidade”! Mignone foi um melodista por natureza e essa cantabilidade talvez seja um dos principais elementos presentes nas duas peças inseridas neste CD: lenda sertaneja nº 4 (1931) e modinha (1939).

Autor de 50 Ponteios para piano, o paulista Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993) dedicou ao violoncelo, dentre outras composições, seu ponteio e dansa (1946). O Ponteio (Tristonho) tem um aspecto de prelúdio, sendo perceptível a influência dos ponteios de viola do interior paulista, com sua característica languidez. A Dansa (Festivo), escrita com “s” mesmo, a exemplo de Villa-Lobos, que intitulou o terceiro movimento da Bachianas Brasileiras nº 2 de Dansa/Lembrança do Sertão, nos remete ao nordeste do Brasil, com seus ritmos pontuados e escalas modais. A obra é bastante virtuosística.
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Villa-Lobos compôs a berceuse, opus 50 em Nova Friburgo em 25/2/1915 e em 13 de novembro do mesmo ano foi estreada no Salão Nobre da Associação dos Empregados do Commercio, Rio de Janeiro, tendo ao violoncelo Oswaldo Allioni e ao piano Lucilia Villa-Lobos. Essa peça, que curiosamente contém o mesmo número de opus do Grande Concerto nº 1 para violoncelo e orquestra e do Quarteto de cordas nº 1, foi dedicada a Noêmia Villa-Lobos, mãe do compositor. O programa do concerto de estreia traz o seguinte texto: “Escripta em Friburgo no dia 25 de Fevereiro de 1915, em homenagem ao aniversario Mme. Noemia Villa-Lobos (sua progenitora)”. No manuscrito da obra, consta o seguinte texto: “Mme. Noemia Villa-Lobos minha mãe (…) recordando-me desta data minh’alma se embala nesta Berceuse, como há muitos anos era por ti adormecido no berço materno, ouvindo, quem sabe, algumas destas frases”.
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Radamés Gnattali (1906-1988) afirmou que sempre que escrevia alguma peça para o violoncelo, era para o violoncelista Iberê Gomes Grosso tocar, pois, segundo o compositor, “ele tinha muita bossa, muito jeito para a música brasileira”. Gnattali manteve por muito tempo um duo com Iberê, com quem chegou a fazer gravações, bem como turnês internacionais. A modinha e baião (1952), dedicada à Iberê, é um belo exemplo da inventividade do compositor. As peças são contrastantes: a Modinha possui um tratamento harmônico rebuscado e lança mão do cantabile, que é muito natural ao violoncelo, e o Baião explora ritmos e efeitos como cordas duplas, pizzicati tocados simultaneamente com arco, notas pedais, além de possuir um vigor contagiante.

A Élégie, opus 87 (Rio de Janeiro, 1916) de Villa-Lobos teve sua estreia realizada por Alfredo Gomes e Lucilia Villa-Lobos, assim como o Prelúdio n° 2, Opus 20, no dia 3 de fevereiro de 1917 no Salão Nobre do Jornal do Commercio, Rio de Janeiro. A obra é de um lirismo contido, encontrando, no som profundo e cantante do violoncelo, seu melhor protagonista. Recentemente, a família de Lucilia transferiu para o Museu Villa-Lobos a versão orquestral dessa obra datada de 1915 que, até então, era considerada perdida. Nela, a reexposição do tema é executada pelo violoncelo solista, levando-nos a acreditar que o compositor, nesse período, tinha no instrumento uma de suas principais fontes de ideias.
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Natural de Almofala – Portugal, José Guerra Vicente (1906-1976) mudou-se com a família para o Brasil quando tinha apenas 11 anos de idade. Foi violoncelista da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e da Orquestra Sinfônica Brasileira. Em 1938, participou da estreia mundial da Bachianas Brasileiras nº 1 de Villa-Lobos, sob a batuta do próprio compositor. Guerra Vicente dedicou a elegia (1932), que possui um caráter fortemente dramático, à memória de seu falecido pai.
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César Guerra Peixe (1914-1993), natural de Petrópolis, foi aluno de composição de Newton Pádua – violoncelista responsável pela primeira audição mundial do Grande Concerto nº 1 para violoncelo e orquestra, Opus 50 de Villa-Lobos – e mais tarde desenvolveu pesquisas no nordeste do Brasil, semelhante ao que Bela Bartok realizou na Hungria. Ou seja, foi a campo recolher melodias, escalas, ritmos, etc., que representassem de forma autêntica a música daquela região. A obra três peças (1957), também conhecida como Suíte Nordestina, foi escrita originalmente para viola e piano e dedicada ao eminente violista húngaro radicado no Brasil, Perez Dworecki, sendo que a versão para violoncelo e piano inserida neste CD foi realizada pelo próprio compositor. A composição, de cunho folclórico, se enquadra nos anseios do Movimento Armorial – idealizado por Ariano Suassuna, com objetivo de criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular nordestina – com o qual Guerra Peixe se identificava. O curto Allegretto moderato, ou Cantoria de galope, também considerado por alguns pesquisadores um Baião de viola, representa um galope em andamento tranquilo; o Andantino, que possui uma intensa força dramática, é uma Reza de defunto, ou seja, um típico cântico fúnebre geralmente entoado nos velórios do interior de Pernambuco; o Allegretto, ou Toada Afro-recifense, ou ainda Toada de Jêje, é um tipo de cantoria usada nos cultos de candomblé e umbanda pelos afrodescendentes do nordeste brasileiro. Villa-Lobos declarava de forma um tanto megalômana que “o folclore sou eu”, afirmação questionada por Guerra Peixe que, com suas pesquisas, publicações e composições, encontrou uma maneira elegante de resposta.

O Canto do Cisne Negro (Rio de Janeiro, 1917) de Villa-Lobos, é extraído do bailado O Naufrágio de Kleônicos (Rio de Janeiro, 1916). A versão original para orquestra se encerra com um solo de violoncelo e acompanhamento de harpa, que Villa-Lobos, na redução para violoncelo (ou violino) e piano, nomeou de O Canto do Cisne Negro. A versão de câmara foi estreada no dia 7 de abril de 1947 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, pelo violoncelista Joseph Schuster e, ao piano, Edward Mattos. A semelhança com O Cisne de O Carnaval dos Animais de Camille Saint-Saëns é notória. O pesquisador Paulo de Tarso Salles afirma que Villa-Lobos “releu” a partitura: “Em ambas, o piano desenha uma série de acordes arpejados sobre os quais o violoncelo entoa sua melodia, em evidente representação da imagem do canto do cisne, nadando à superfície da água”. Mas, se as águas em que nada o alvo cisne de Saint-Saëns são plácidas, as de Villa-Lobos são turbulentas, e o seu cisne, negro, reflete a luta de um povo miscigenado por sua identidade cultural.

Natural de Cambuquira, Minas Gerais, José Vieira Brandão (1911-2002) se radicou muito cedo no Rio de Janeiro. Concluiu com brilhantismo seu curso de piano no Instituto Nacional de Música, atual Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Colaborou estreitamente com Villa-Lobos, lecionando no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, sendo o responsável pela estreia de obras como a Bachianas Brasileiras nº 3 para piano e orquestra e participando da fundação da Academia Brasileira de Música – da qual Villa-Lobos era presidente – ocupando a cadeira nº 36. A sonata para violoncelo e piano (1955), dedicada a Iberê Gomes Grosso, é uma obra bastante complexa do ponto de vista rítmico, com muitas frases costuradas, ou seja, que passam de um instrumento a outro, exigindo dos intérpretes uma perfeita sincronia. O compositor explora de forma massiva os glissandi, acordes, cordas duplas e harmônicos no violoncelo, trazendo assim um interesse especial à obra.
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A sonata nº 2, opus 66 (Rio de Janeiro, 1916) de Villa-Lobos, foi estreada no dia 17 de novembro de 1917 no Salão Nobre do Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, tendo ao violoncelo Gustavo Hess de Melo e, ao piano, Lucilia Villa-Lobos. Foi uma das obras programadas na Semana de Arte Moderna de 1922, sendo apresentada no dia 13 de fevereiro no Theatro Municipal de São Paulo, tendo como intérpretes, Alfredo Gomes e Lucilia Villa-Lobos. De acordo com Eurico Nogueira França, “a Segunda Sonata de Villa-Lobos para violoncelo e piano reflete uma fase em que Villa-Lobos já ingressara em um marcante nacionalismo, mas ainda manifesta uma tendência universalista”. Ela possui uma forma cíclica e, segundo o compositor Bruno Kiefer, a obra “pode facilmente ser qualificada de atonal, embora ocorram, aqui e acolá, passagens mais tonais”. Na presente gravação, utilizou-se uma cópia da parte manuscrita do violoncelo existente no Museu Villa-Lobos, trazendo com isso mudanças sutis em algumas notas e principalmente na articulação em relação à parte editada pela Max Eschig.
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O paranaense Alceo Bocchino (1918-2013) foi, além de compositor e maestro, um exímio pianista. Contribuiu estreitamente com Villa-Lobos, com o qual fez muitas excursões pelo Brasil. Manteve um duo estável com o violoncelista Iberê Gomes Grosso a quem dedicou a suíte brasileira. Conforme relato do próprio Bocchino no livro Presença de Villa-Lobos vol. 9, Villa-Lobos apreciava a Suíte Brasileira, sendo que certa vez lhe pediu para que fosse ao piano e tocasse “aquela peça (…) a Seresta da sua suíte para violoncelo, que você fez p’ro Iberê”. Dividida em quatro movimentos contrastantes, a obra apresenta uma Seresta com forte caráter improvisatório, uma Embolada, que faz alusão aos repentistas do nordeste, uma Toada, que, segundo relato do próprio compositor dado ao autor destas linhas “representa uma toada paranaense, que geralmente eram cantadas durante a colheita do mate”, e a Dança Brasileira (Batuque) que, com seu ritmo constante, remete o ouvinte a um verdadeiro transe musical. Obra de fôlego, exige dos intérpretes um apurado preparo técnico e musical.
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*Parte dos textos sobre as obras de Villa-Lobos foi extraída do livro Heitor Villa-Lobos, o violoncelo e seu idiomatismo de Hugo Pilger.

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Disco ‘Presença de Villa-Lobos na música brasileira para violoncelo e piano – Vol. 2 • Hugo Pilger e Lúcia Barrenechea • Selo Independente • 2017 | Arte/ilustração: Alexandre Rivero

Disco ‘Presença de Villa-Lobos na música brasileira para violoncelo e piano – Vol. 2 • Hugo Pilger e Lúcia Barrenechea • Selo Independente • 2017
Músicas / compositores
CD 1
Alberto Nepomuceno
1. Mazurka, Opus 1
Heitor Villa-Lobos
2. Prelúdio nº 2, Opus 20
Francisco Mignone
3. Lenda Sertaneja nº 4
4. Modinha
Mozart Camargo Guarnieri
Ponteio e Dansa
5. Ponteio
6. Dansa
Heitor Villa-Lobos
7. Berceuse, Opus 50
Radamés Gnattali
Modinha e Baião
8. Modinha
9. Baião
Heitor Villa-Lobos
10. Élégie, Opus 87
José Guerra Vicente
11. Elegia
César Guerra Peixe
Três Peças
12. I – Allegretto moderato
13. II – Andantino
14. III – Allegretto
Heitor Villa-Lobos
15. O Canto do Cisne Negro
CD 2
José Vieira Brandão
Sonata para Violoncelo e Piano
1. I – Allegro Moderato
2. II – Andante Allegretto Scherzando
3. III – Molto
4. IV – Allegro
Heitor Villa-Lobos
Sonata nº 2, Opus 66
5. I – Allegro Moderato
6. II – Andante cantábile
7. III – Scherzo
8. IV – Allegro Vivace sostenuto
Alceo Bocchino
Suíte Brasileira
9. I – Seresta
10. II – Embolada
11. III – Toada
12. IV – Dança Brasileira (Batuque)
– ficha técnica –
Hugo Pilger – violoncelo | Lúcia Barrenechea – piano | Idealização do projeto: Hugo Pilger | Produtor fonográfico: Maria de Fátima Nunes Pilger | Direção artística e musical: Hugo Pilger | Gravação: Ricardo Dias | Assistente de gravação: Julio Cézar e Brandan Faustin | Mixagem: Ricardo Dias | Masterização: Ricardo Dias | Assistente de masterização: Carolina Fagundes | Ilustração da capa: Alexandre Rivero | Produção executiva: Maria de Fátima Nunes Pilger | Projeto gráfico: Taís Massaro | Repertório: Hugo Pilger | Textos: Hugo Pilger | Revisão de texto: Maria de Fátima Nunes Pilger e Pavlos Euthymiou | Versão para o inglês: Pavlos Euthymiou | Gravado na Visom Digital – estúdio Célio Martins em 23, 24, 25/2/2015 e 12, 13, 14/1/2016 || InstrumentosVioloncelo: (atribuído) Johannes Gagliano, 1805 | Arco: Alfred Lamy, 1890 | Cordas: Lá/A e Ré/D: Jargar Superior forte Sol/G e Dó/C: Larsen Magnacore | Piano: Yamaha CFIII || Agradecimentos: Academia Brasileira de Música; Alexandre Rivero; Andréa Brandão Puppin; Antonio de Pádua Guerra Vicente; Carlos de Andrade; Fábio da Costa Pereira Brandão; Flaviano Souza Silva; Gulnara Beatriz Bocchino; Ida Bocchino; Jane Taylor Guerra Peixe; Márcio da Costa Pereira Brandão; Marisa Gandelman; Museu Villa-Lobos; Naty Torres; Rodrigo Toffolo; Rosalba Esther Bocchino; Teresinha Oliveira; Visom | Selo: Independente | Distribuição digital: Tratore | Formato: CD duplo / físico e digital | Ano: 2017 | Lançamento: 29 de junho | ♪Ouça o álbum: clique aqui / Spotify | ♩Compre o disco: Loja Clássicos.
————————-PRÊMIO/INDICAÇÕES
Eleito um dos “Dez álbuns imperdíveis de música erudita, 2017″, pela Revista Bravo (São Paulo)
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Leia também: CD-DVD: ‘Presença de Villa-Lobos na Música Brasileira para Violoncelo e Piano – Vol. 1’ | Hugo Pilger e Lúcia Barrenechea

BIOS DOS ARTISTAS – INTERPRETES
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Lúcia Barrenechea – foto: Clara Lira

Lúcia Barrenechea – Natural de Goiânia, Goiás, atualmente é professora de piano e música de câmara no Instituto Villa-Lobos da UNIRIO-Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, onde também atua no Programa de Pós-Graduação em Música – Mestrado e Doutorado, e no PROEMUS – Mestrado Profissional em Ensino das Práticas Musicais. Realizou seu bacharelado em piano na Universidade Federal de Goiás e mestrado na Universidade de Boston, EUA. Concluiu seu curso de doutorado em piano e pedagogia do piano na Universidade de Iowa, EUA. Atuando intensamente como solista, Lúcia Barrenechea se apresenta regularmente em recitais por várias cidades brasileiras. Também atuou como solista em concertos com as Orquestras Sinfônica Estadual de São Paulo, Filarmônica de Goiás, Sinfônica de Goiânia, Sinfônica Jovem de Goiás, Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro e Sinfônica de Barra Mansa, sob a regência de Eleazar de Carvalho, Emanuel Martinez, Parcival Módolo, Eliseu Ferreira, Fabio Mechetti, Norton Morozowicz e Vladmir Prado. Reconhecida como notável pianista camerista, tem se apresentado com grandes nomes de destaque no cenário nacional e internacional. Com seu marido, o flautista Sérgio Barrenechea, forma, desde 1989, o Duo Barrenechea, desenvolvendo um intenso trabalho camerístico, com a formação flauta e piano. O Duo Barrenechea lançou em 2008 seu primeiro CD, Momentos em Paris, com repertório de músicas de compositores franceses. Em 2010, o duo foi contemplado com o PRÊMIO CIRCUITO FUNARTE DE MÚSICA CLÁSSICA, que resultou em uma turnê por dez cidades brasileiras, apresentando o Projeto Brasileiríssimo!, com repertório brasileiro para flauta e piano. Em 2012, o Projeto Brasileiríssimo! foi retomado, numa turnê de 6 concertos em 5 cidades norte-americanas. Lúcia gravou, em 2008, um CD de obras para trio com piano, com a violinista Mariana Salles e o violoncelista Marcelo Salles, pelo selo Brasil Meta Cultural. Seu primeiro CD solo, Saracoteio – Piano Brasileiro, foi lançado em dezembro de 2009, pelo selo Ethos Brasil, e contém obras de compositores brasileiros. Ainda em 2009, participou, como integrante do Ensemble Unirio, do concerto em comemoração aos 20 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Vietnã, na Ópera de Hanói, e de master classes no Conservatório de Hanói-Vietnã. Em 2012, participou da turnê europeia de lançamento do CD triplo A Música para Flauta de Francisco Mignone, com Sérgio Barrenechea e Hugo Pilger, um projeto realizado por Sérgio Barrenechea, contemplado em edital da FAPERJ. Lúcia tem sido frequentemente convidada a atuar como professora e pianista camerista dos mais diversos festivais de música do país, dentre eles o Curso Internacional de Verão de Brasília (Civebra), Festival Villa-Lobos (Museu Villa-Lobos), Festival Internacional de Metais Carlos Gomes (Campinas-SP), Festival Internacional de Flautistas da ABRAF e Encontro Internacional de Pianistas do Conservatório de Tatuí. Em 2013, lançou, em parceria com o violoncelista Hugo Pilger, o CD/DVD Presença de Villa-Lobos na Música Brasileira para Violoncelo e Piano, que foi finalista do 26º Prêmio da Música Brasileira. Seu último projeto, lançado em 2015 numa turnê por 14 cidades brasileiras, é o DVD e CD Brasíleiríssimo: Encontros, projeto comemorativo dos 25 anos de carreira do Duo Barrenechea, apresentando um repertório selecionado de obras brasileiras para flauta e piano.
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Hugo Pilger – foto: Janaína Perotto

Hugo Pilger – Doutor em Música pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Hugo Pilger (Porto Alegre-RS, 1969) iniciou seus estudos de violoncelo na Fundarte (Fundação de Artes de Montenegro-RS) com Milton Bock. Em 1987, passou a estudar no Rio de Janeiro com Marcio Malard, e em 1994, na classe do professor Alceu Reis, formou-se no curso de Bacharelado em Instrumento Violoncelo da UNIRIO, instituição na qual concluiu seu Mestrado em Música em 2012. Como solista, se apresentou à frente de várias orquestras, dentre elas: Orquestra Sinfônica Brasileira, Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba, Orquestra Sinfônica da Bahia, Orquestra Petrobras Sinfônica, Orquestra Ouro Preto, Orquestra Sinfônica Nacional, Orquestra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Realizou turnês em diversos países da Europa, América do Sul e do Norte. Em 2006, Hugo fez a estreia no Brasil da importante obra para violoncelo e orquestra Tout un Monde Lointain do compositor francês Henri Dutilleux, e, em 2009, a estreia sul-americana do concerto para violoncelo e orquestra Pro et Contra, do compositor estoniano Arvo Pärt. Das obras que lhe foram especialmente dedicadas, destacam-se: Sonata foto: naty torres nº 2 para Violoncelo Solo de David Ashbridge, Orégano de Ricardo Tacuchian, Meloritmias nº 10 de Ernani Aguiar, Serenata pro Pilger de Maurício Carrilho, Reflexões sobre a Ostra e o Vento de Wagner Tiso e Sortilégios de Marcos Lucas. É primeiro violoncelo da Orquestra Petrobras Sinfônica, membro do Quarteto Radamés Gnattali e professor da classe de violoncelo da UNIRIO. Destacam-se, dentro de sua discografia, o CD Hugo Pilger interpreta Ernani Aguiar (“Melhor Intérprete Erudito” e “Melhor Álbum Erudito” no Prêmio Açorianos de Música 2015/2016 de Porto Alegre-RS) e o CD duplo, DVD e Blu-Ray gravado com a pianista Lúcia Barrenechea, intitulado Presença de Villa-Lobos na Música Brasileira para Violoncelo e Piano, que contém o primeiro registro do violoncelo que pertenceu ao compositor Heitor Villa-Lobos, um Martin Diehl de 1779. Este projeto ficou entre os três finalistas do Prêmio da Música Brasileira de 2015. É autor do livro Heitor Villa-Lobos, o violoncelo e seu idiomatismo.
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“Ouvi cuidadosamente sua interpretação e a descobri cheia de qualidades…”
– Henri Dutilleux
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LEIA MAIS: HUGO PILGER NA REVISTA

:: CD-DVD: ‘Presença de Villa-Lobos na Música Brasileira para Violoncelo e Piano – Vol. 1’
:: Álbum ‘Hugo Pilger interpreta Ernani Aguiar’ | Obras para violoncelo
:: Álbum ‘Ernst Mahle – A integral para violoncelo e piano’ | Hugo Pilger e Guilherme Sauerbronn
:: Álbum ‘Claudio Santoro: a obra integral para violoncelo e piano | Hugo Pilger e Ney Fialkow
———— Site Hugo Pilger
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Série Memória: Discografia da Música Brasileira / Música Instrumental / Música clássica / Música Erudita /  Álbum.
Publicado por ©Elfi Kürten Fenske

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