O título do álbum de Paulinho Viola está em total consonância com tempos atuais. Com o que podemos sonhar agora? Qual é o limite do possível e do impossível? Utopia versus distopia? E o papel da cultura na nossa vida, nos dias de hoje? As questões estão claras, as respostas nem tanto. Porém, a letra da faixa-título de “Sempre se pode sonhar” pode nos levar a um bom começo de conversa – um de seus trechos diz: “Meu samba fala em adeus, sim/ Mas também pode ocultar/ Um sonho que se perdeu/ E sempre se pode sonhar…” Bem, as canções, os discos e tudo que, de certa forma, constitui o riquíssimo universo particular do mestre, sempre nos ofereceram reflexões e leituras sobre a realidade do nosso país, desde quando despontou nos festivais dos anos 60. E quando o debate aponta para a história da música brasileira, nos deparamos com a relevância do samba e de suas raízes, com seus protagonistas, vozes e narrativas em nossa cultura. Dentro disso, a obra de Paulinho tomou a dianteira há muito tempo, configurando-se, entre muitas coisas, como uma firme travessia que conduziu ao samba quem ainda não era do samba, um aprendizado e com ele, entender melhor o que é e como vive o Brasil real.
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Para que possamos penetrar neste universo particular de Paulinho da Viola e compreender o contexto no qual se deu o registro deste show importantíssimo, devidamente preservado em seus arquivos, aguardando nada menos do que catorze anos para ser lançado, e que agora se materializa em disco, precisamos voltar no tempo. Vamos lá?
São Paulo, setembro de 2006. A imprensa anuncia a chegada do Príncipe do Samba à metrópole, o que não acontecia havia dez anos, desde que lá pisou para realizar o show do fantástico álbum “Bebadodosamba”. A expressão “Príncipe do Samba” não lhe agrada, acha que não lhe cabe e ensina: “Quem tem esse título recebido, essa comenda, é Roberto Silva. Então eu jamais poderia assumir isso, jamais na minha vida”. Por outro lado, não é difícil compreender porque o chamamos assim onde quer que vá. Sua dignidade e reverência aos nossos mestres ancestrais, além da obra extraordinária, nos levaram considerá-lo um dos nomes mais importantes e influentes de sua geração e consequentemente, da música brasileira.
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O motivo desse retorno à capital é o convite para se apresentar na inauguração do Teatro Fecap, um teatro estúdio que também será utilizado para gravações de shows ao vivo, localizado no histórico bairro da Liberdade, no centro. Ali, naquele espaço acolhedor, Paulinho da Viola e seu Conjunto farão uma temporada de quatro semanas. Em entrevistas, ele se mostra entusiasmado em realizar o que não fazia desde 1989, quando lançou o disco “Eu Canto Samba” no Teatro Clara Nunes, no Rio, e comenta: “Nessas temporadas, mesmo que a estreia seja impecável, você tem tempo de ir ajustando o show, melhorando. E há tempo para fazer variações no repertório. Vou tocar o que estiver com vontade”.
Historicamente, o palco do teatro é o espaço ideal para o exercício do experimento, da ousadia, do improvável, da surpresa. É sempre bom lembrar que capítulos emblemáticos da vida brasileira aconteceram nesses palcos. Um exemplo significativo desta importância é o espetáculo Rosa de Ouro, musical idealizado e produzido por Hermínio Bello de Carvalho, com direção de Kleber Santos, que chegou ao Teatro Jovem do Rio de Janeiro em março de 1965. Nele, o jovem Paulinho, com 22 anos, acompanhou as cantoras Clementina de Jesus, então com 63 anos, e Aracy Cortes, com 61anos, ao lado dos compositores/ instrumentistas Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, Anescarzinho do Salgueiro e Nelson Sargento. Rosa de Ouro permaneceu sete semanas em cartaz e com a repercussão positiva, seguiria para São Paulo e Salvador.
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O palco do teatro sempre foi um lugar indispensável à saúde da cadeia produtiva da cultura brasileira, receptivo a eventos alternativos, não comprometido às demandas e exigências do mercado tradicional. Logo, o show do Teatro Fecap não seria, exatamente, uma retrospectiva de carreira com seus grandes sucessos – o roteiro estava aberto a outras faces do universo de Paulinho da Viola, trazendo músicas que nunca haviam sido gravadas por ele até aquele momento. Dentro das inúmeras escolhas possíveis não poderia faltar o choro, gênero formador, da mais alta importância em seu trabalho, como ele próprio admitiria: “minha relação com o choro, que impregna toda minha obra, é uma relação de amor”. Assim sendo, o grande Pixinguinha se faria presente com os clássicos “Cochichando” (lançado em 1944) e “1×0” (lançado em 1946). Jacob do Bandolim estaria representado com “Vibrações”, faixa que emprestou o nome ao seu famoso LP de 1967, tocado e produzido com o acompanhamento do Época de Ouro, o conjunto que seu pai, o violonista Benedito César Ramos de Faria, comandou. E sobre Cesar Faria, como era conhecido, Paulinho relembrou: “Quando papai, veio tocar comigo no grupo, em 1974, eu passei a tocar cavaquinho porque muitas vezes não fazia sentido ter dois violões. Eu achei que enriqueceria mais a coisa do samba – eu fazendo o cavaquinho e ele, violão. Papai costurava determinadas notas do acorde, fazendo aquelas frases… Era uma coisa que só os violonistas do passado faziam. Mas não era todo mundo, sabe? E papai fazia isso muito bem”. Completando o bloco instrumental teríamos dois choros de Paulinho, escritos com Cristovão Bastos (“Um choro pro Waldir”) e Mario Sève (“Vou me embora pra roça”), respectivamente o pianista e o flautista/ saxofonista de seu Conjunto.
Explorando possibilidades no cancioneiro de outros autores, não poderia faltar sua maior influência. Em entrevista concedida nos 80, o portelense se declarou: “Dentro do samba, foi a figura que mais me impressionou. Realmente, Cartola me influenciou muito. Nas minhas primeiras músicas, eu sinto muito essa influência, em termos de melodia, de forma – aquele desenho dele em que eu me amarro”. Não seria difícil eleger a preferida – Paulinho já havia cantado “Fiz por você o que pude”, canção de Cartola cuja gravação saiu no disco “No Tom da Mangueira”, de 1991, em homenagem à Antônio Carlos Jobim e à Estação Primeira de Mangueira. A escolha, obviamente, já estava feita.
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O cantor e compositor Sidney Miller também estaria no repertório com “Nós os foliões”. Este samba, registrado por ele mesmo num gravador de fita cassete, foi enviado a Paulinho que o gravou no LP “A Toda Hora Rola Uma História”, de 1982. Uma das várias histórias que dividiu com o amigo é lembrada: “A gente participou junto do Festival de Juiz de Fora, em 1968. Ele concorreu com um samba chamado ´Sem assunto´, defendido por Cinara e Cibele, que ganhou o primeiro lugar. Eu fiz um chamado ´Sem ela eu não vou´”.
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Outro território, ainda desconhecido, estava esperando para ser descoberto. A ótima “Talismã”, ainda com nome provisório, composta em parceria com Marisa Monte e Arnaldo Antunes, uma novidade, seria testada e no ano seguinte, 2007, incluída no álbum “Acústico MTV”. O próprio Paulinho contou como foi: “Sou muito amigo da Marisa, nos encontramos de vez quando para conversar sobre música. Então um dia fui à casa dela e Arnaldo estava lá. Ficamos amigos. Dias depois me lembrei de um samba com cara de coisa antiga e deixei na casa dela, com um recado para o Arnaldo: “me ajuda a terminar isso”. Em menos de uma semana, Marisa ligou e disse que também tinha entrado na parceria. Estava pronto”. A novata “Para mais ninguém”, de sua autoria, já fazia parte de “Universo Ao Meu Redor”, marcante trabalho que Marisa Monte lançara meses antes. Sobre “Ela sabe quem eu sou” (inédita até agora), um samba sincopado, lépido, elegante e leve, Paulinho contou a este que vos escreve, que foi escrito um pouco antes de 2006. E ele mesmo faz a resenha: “Na verdade, é um samba muito simples, uma coisa despretensiosa. O que há de interessante é que tem um jogo, uma levada um pouco diferente, uma harmonia que se aproxima da bossa nova. Se você pegar a cadência da segunda parte, é meio bossa nova. Só que tem uma coisa que é o seguinte: isso remete, um pouco, a Cyro Monteiro, Roberto Silva, Zé Keti, Geraldo Pereira, Wilson Baptista – o samba sincopado dessa turma. Essa coisa me marcou muito desde a infância, o samba sincopado – era só isso que eu ouvia e que está um pouco esquecida hoje, não é tão lembrada. Na bossa nova você encontra um pouco desse desdobramento, que vem lá de trás… Dilermando Pinheiro, que é uma coisa fantástica, sempre esteve na minha vida. Volta e meio eu pego instrumento e mesmo não tocando como eu tocava quando estava começando, a tendência é levar para essa síncope, mais até do que o samba batucado, o samba de escola. É uma coisa com a qual estou acostumado, essa coisa do sincopado – Roberto Silva, que eu assisti várias gravações com papai tocando, fazendo parte do grupo. E eu estava lá”. E sobre o conteúdo da letra, meio autobiográfico, acrescenta: “Tem essa coisa que é sempre falada pelos sambistas, do sujeito que escapa pro samba. Mas no caso aí não é uma roda de samba, um ensaio, uma festa – não é isso. O que digo é “esse universo eu não posso abandonar”. Mesmo quando diz assim: “Ela sabe que eu sou do samba/ Ela sabe por onde eu vou/ E por isso não faz drama/ Quando eu falo desse amor – eu não estou dizendo tchau, estou indo pro samba e volto amanhã. É mais no sentido de uma coisa que tenho comigo, que eu preservo, que é muito especial para mim, este universo, o samba. A letra é um pouco autobiográfica, mas com uma certa ironia”.
A supracitada “Sempre se pode sonhar”, uma das parcerias realizadas com o paulistano Eduardo Gudin também tem sua história revelada por Paulinho: “Tem uma coisa no samba de São Paulo que é diferente – tem muitos sambas em tom menor, muitos autores que fazem isso. Tem um sotaque e esse sotaque está, inclusive, no Adoniran. Essa melodia é “adoniraniana”, vamos dizer assim… Por isso que há uma citação na letra. Eu ouvi a melodia que Gudin enviou e pensei: tem um jeitão de Adoniran Barbosa aqui. Aí botei: “Saí antes do dia amanhecer, deixei Adoniran me consolar” – e nem falei isso ao Gudin”. Coincidentemente “Sempre se pode sonhar” estaria no disco de Eduardo Gudin, “Um Jeito de Fazer Samba”, colocado nas lojas no mesmo mês do show de São Paulo. E catorze anos depois daria nome ao disco de Paulinho da Viola.
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A atmosfera do Teatro da Fecap, com seu palco próximo à plateia, onde se ouve a respiração de quem está cantando, favorece performances intimistas, possibilita outras interpretações de uma obra. E ainda que o roteiro incluísse canções menos conhecidas, como a especialíssima “Roendo as unhas”, um samba com cadência harmônica diferente, pouco comum no meio sambístico, não poderiam faltar clássicos que fizeram sucesso, de grande representatividade, que passaram para o nosso imaginário. Ao comentar as escolhas, Paulinho recorda como passou a se interessar pela composição: “No começo eu andava muito com Zé Keti, era o violonista dele e sabia todos os seus sambas. Que tremendo compositor ele era… Éramos muito requisitados. Eu gostava de cantar sambas dos outros também, sambas que nunca foram gravados, que eu não sabia quem era o autor”. O amigo Zé Keti que, junto com o jornalista Sérgio Cabral o batizaria de Paulinho da Viola, deu um sábio conselho, lá no início, quando a música não era uma opção profissional: “você precisa cantar as suas músicas – esse negócio de só acompanhar…”. O outro amigo e futuro parceiro, Hermínio Bello de Carvalho, observando seu potencial, também cobrava. O interesse pela composição acabou florescendo com os festivais da música popular brasileira, na década de 60. Um de seus sambas prediletos, que praticamente nunca saiu do repertório, é “Coisas do mundo, minha nega”, lançado na Primeira Bienal do Samba da TV Record, em 1968. Defendido por Jair Rodrigues, ficou em sexto lugar e seria gravado, pela primeira vez, em seu LP de estreia, naquele ano mesmo. “Coisas do mundo, minha nega” não poderia estar fora da temporada no Teatro Fecap. E o grupo das campeãs ainda traria a mega clássica “Dança da solidão”, cujo trecho da letra define bem Paulinho da Viola: “Meu pai sempre me dizia/ Meu filho tome cuidado/ Quando eu penso no futuro/ Não esqueço meu passado” . E mais: “Timoneiro”, do álbum “Bebadodosamba”, de 1996, que também dialoga com “Dança da solidão” na estrofe “Meu velho um dia falou/ Com seu jeito de avisar/ Olha, o mar não tem cabelos/ Que a gente possa agarrar” , “Coração leviano”, do LP de 1978, regravada por Clara Nunes, Teresa Cristina e Fundo de Quintal, dentre outros, “Tudo se Transformou”, do antológico disco “Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida”, de 1970, “Onde a dor não tem razão”, do LP de 1981, escrita com o amigo e parceiro Elton Medeiros, e o sucesso “Nervos de Aço”, de autoria de Lupicínio Rodrigues, nome também do álbum de 1973.
A estadia em São Paulo seria um sucesso de público e de crítica, correspondendo às expectativas. Conforme combinado, as apresentações seriam gravadas, aguardando uma oportunidade no futuro. Porém, em menos de um ano, precisamente em julho de 2007, Paulinho da Viola e seu Conjunto voltariam à capital paulista para gravar o Acústico MTV, mantendo no repertório apenas cinco das canções que haviam tocado no Teatro da Fecap. Álbum e dvd seriam lançados pela Sony Music. Ainda naquele ano mesmo, a turnê do Acústico rasgaria o mapa, sendo aplaudida por dezenas de milhares de pessoas.
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Os anos se passaram e as transformações estruturais no mercado fonográfico colocaram em modo “pause”, as carreiras discográficas de diversos nomes da música brasileira. Diante deste quadro, incerto, Paulinho manteve-se na estrada, com sua agenda de shows, observando a nova ordem se desenhar. Pôde se dedicar, também, a outras paixões: família, marcenaria, cinema e leitura. Porém, o desejo de ver lançadas, as gravações do Teatro da Fecap, com as quais tinha tanto apreço, não deixou de existir. Uma entrevista concedida quando estava para fazer o show comemorativo de seus 60 anos, em 2002, nos dá pistas de como o mestre vê sua própria obra: “Tudo o que vivi e até coisas que não vivi ainda estão presentes para mim. Eu não vivo no passado, o passado vive em mim”.
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Finalmente, o momento chegou. E acontece na hora certa: em novembro o mestre completará 78 anos. “Sempre se pode Sonhar”, álbum com 22 faixas, praticamente um LP tripo, não deixa de ser o seu presente de aniversário. É um autêntico retrato de Paulinho da Viola num instante de sua vida, uma especial oportunidade para reencontrá-lo na intimidade de sua música. Então vamos – a apresentação começa com “Não quero você assim”, linda canção de 1970, afirmando que ” a solidão é o início de tudo…”. Boa audição!
— por CHARLES GAVIN / Outubro de 2020 —
DISCO ‘SEMPRE SE PODE SONHAR’ • Paulinho da Viola • Selo Sony Music • 2020
Canções / compositores
1. Não quero você assim (Paulinho da Viola)
2. Nova ilusão (Pedro Caetano e Claudionor Cruz)
3. Chuva (Paulinho da Viola) / Cantando (Paulinho da Viola)
4. Nervos de aço (Lupicínio Rodrigues)
5. Ela sabe quem eu sou (Paulinho da Viola)
6. Para mais ninguém (Paulinho da Viola)
7. Talismã (Paulinho da Viola, Marisa Monte e Arnaldo Antunes)
8. Sempre se pode sonhar (Paulinho da Viola e Eduardo Gudin)
9. Nós os foliões (Sidney Miller)
10. Roendo as unhas (Paulinho da Viola)
11. Fiz por você o que pude (Cartola)
12. Vibrações (Jacob do Bandolim)
13. Vou me embora pra roça (Paulinho da Viola e Mario Sève)
14. Um choro pro Waldir (Paulinho da Viola e Cristovão Bastos)
15. Cochichando (Pixinguinha)
16. Dança da solidão (Paulinho da Viola)
17. Coração leviano (Paulinho da Viola)
18. Tudo se transformou (Paulinho da Viola) / Coração vulgar (Paulinho da Viola)
19. Onde a dor não tem razão (Paulinho da Viola e Elton Medeiros)
20. Coisas do mundo, minha nega (Paulinho da Viola)
21. 1×0 (Pixinguinha e Benedito Lacerda)
22. Timoneiro (Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho)
– ficha técnica –
Paulinho da Viola (voz, violão e cavaquinho) | João Rabello (violão) | Cristovão Bastos (piano) | Mário Sève (flauta, sax soprano e sax tenor) | Dininho (baixo) | Celsinho Silva (pandeiro e percussão) | Hércules Nunes (bateria) | Participação especial (fxs. 12, 13, 14 e 15): Izaías Bueno (bandolim) e Israel Bueno (violão de 7 cordas) | Direção musical: Paulinho da Viola | Direção geral do espetáculo: Homero Ferreira | Técnico de gravação: Alberto Ranellucci | Técnico de mixagem: Rodrigo Vidal | Masterização: Ricardo Garcia, no Magic Master, Rio de Janeiro | Supervisão artística da produção do álbum: João Rabello | Capa: Elifas Andreato || * Gravado ao vivo no Teatro Fecap, em São Paulo, entre 13 de setembro e 8 de outubro de 2006 || ** Disco ganhador do Grammy Latino 2021, na categoria “Melhor Álbum de Samba” | Assessoria de imprensa: Bebel Prates | Selo: Sony Music | Formato: CD digital / físico | Ano: 2020 | Lançamento: 30 outubro | ♪Ouça o álbum: clique aqui.
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>> Siga: @paulinhodaviola
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Série: Discografia da Música Brasileira / Memória discográfica / Memória Musical Brasileira / Canção / Samba / Choro / Mpb / álbum.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske
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