Com arranjos inéditos, lançamento do Selo Sesc traz valsas de Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto, interpretadas por Toninho Ferragutti e André Siqueira. Álbum Valsas de Garoto apresenta parte do repertório do compositor e multi-instrumentista paulistano a partir de releituras feitas pelo duo, com participações especiais
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Valsas de Garoto, álbum digital que será lançado pelo Selo Sesc no dia 27 de setembro nas principais plataformas de streaming e na plataforma Sesc Digital, apresenta 10 valsas do compositor Aníbal Augusto Sardinha (1915-1955), popularmente conhecido como Garoto. Em formato de releitura, as faixas trazem arranjos inéditos do violonista André Siqueira, que faz duo no projeto com o acordeonista Toninho Ferragutti.
A ideia do projeto surgiu do contato de Siqueira com o livro Choros de Garoto (Edições Sesc e IMS, 2017), contendo as partituras do compositor. Dentre as 67 partituras apresentadas, há exatamente 10 valsas.
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A ideia do projeto, concebido pelo músico e compositor André Siqueira, foi valorizar e jogar luz sobre a importante produção de Garoto para a música brasileira a partir de um olhar que mescla a preservação do material original, mas também a sua inovação. Partindo dessa vontade, André decidiu pelo caminho das releituras como uma forma de conservar a memória e homenageá-la a partir de criações inéditas. Para concretizar a ideia, Siqueira tinha uma certeza: trazer para acompanhar seus instrumentos de corda o consagrado acordeon de Toninho Ferragutti. O instrumento foi o pivô para a interlocução com as cordas.
“Ao iniciar a feitura dos arranjos e os ensaios, tomamos o cuidado de que não só cada música chegasse ao equilíbrio necessário, neste difícil jogo entre inovar e preservar, mas também o de que o álbum como um todo apresentasse essa equação de modo coerente e interessante. O dizer popular de que ‘quem conta um conto aumenta um ponto’ ressoa significativamente neste projeto. Para além do feliz encontro entre amigos, com as valsas do Aníbal, o Garoto, acredito que alcançamos um lugar especial neste jogo de preservar e avançar que é tão bonito dentro da nossa música popular.”, conta André Siqueira.
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Juntos, o duo foi encontrando e decidindo as outras parcerias essenciais para reviver as valsas: o violonista Paulo Bellinati, grande conhecedor da obra de Garoto, o clarinetista Alexandre Ribeiro e o violinista Ricardo Herz. Os músicos acompanham o duo em 3 faixas especiais: A Cruz de Ouro, Dugerir e Luar de Areal, respectivamente.
Especialmente em Luar de Areal, o álbum apresenta uma ideia do que teria sido a formação do Trio Surdina, formado na década de 1950 por Garoto no violão, Fafá Lemos no violino e na voz e Chiquinho do Acordeon.
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“Difícil ser moderno sem ser ‘modernoso’, e tradicional sem ser ‘careta’. O Aníbal, o Garoto, conseguiu. E com isso inspira a todos os músicos brasileiros, por gerações e mais gerações. É um encantamento e uma felicidade escutar, entre tudo o que ele fez e gravou, o seu encontro com o Chiquinho do Acordeon, no famoso Trio Surdina. Por aqui seguimos nós, inspirados por ele e sua música”, encerra Toninho Ferragutti.
QUEM FOI GAROTO
Filho de imigrantes portugueses, Garoto (Aníbal Augusto Sardinha) nasceu em São Paulo, na região da Luz e cresceu com pai e irmãos que o influenciaram musicalmente. As cordas da guitarra portuguesa, do banjo e do violão eram ouvidas por ele desde pequeno.
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Começou sua carreira musical em 1926, aos 11 anos, tocando banjo no conjunto Regional Irmãos Armani, sendo conhecido como Moleque do Banjo. Em 1929, teve sua primeira grande oportunidade ao se apresentar na exposição no Palácio das Indústrias, ao lado de renomados músicos como Canhoto e Zezinho. Sua entrada na vida artística foi impulsionada pelo cantor Paraguassu, com quem fez suas primeiras gravações e excursões pelo interior de São Paulo.
Conforme foi se profissionalizando, o moleque cresceu e virou Garoto. Em 1930, estreou em disco solo, que continha duas composições próprias. Em 1931, passou a atuar na Rádio Educadora Paulista. Ao longo dos anos 1930, participou de diversos conjuntos e gravações, destacando-se na Rádio Mayrink Veiga e na Rádio Cruzeiro do Sul. Em 1938, formou a “Dupla do ritmo sincopado” com Laurindo de Almeida e acompanhou Carmen Miranda em apresentações nos EUA, incluindo uma performance para o presidente Roosevelt na Casa Branca.
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Nos anos 1940, continuou a gravar e se apresentar em rádios e cassinos, formando o conjunto “Garoto e seus Garotos”. Em 1942, transferiu-se para a Rádio Nacional, onde atuou na orquestra regida por Radamés Gnattali. Em 1952, integrou o Trio Surdina, ao lado de Fafá Lemos e Chiquinho do Acordeon, grupo que se destacou pela sofisticação e inovação na música instrumental brasileira.
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Sua discografia inclui gravações com Carolina Cardoso de Menezes e participações em programas de rádio. Ao longo de sua carreira, Garoto gravou inúmeros choros, valsas e sambas, deixando um legado significativo na música brasileira.
SOBRE OS MÚSICOS
ANDRÉ SIQUEIRA é violonista, compositor e arranjador, doutor em Ciências Sociais pela UNESP e mestre em Música pela UFMG. Autor dos livros “Giacinto Scelsi: improvisação, orientalismo e escritura” e “A sonata de Deus e o diabolus”. Em 2019, lançou o álbum “Solo” pela gravadora Kuarup e foi finalista do prêmio “Novas 4”. Vencedor do prêmio Profissionais da Música em 2023 na categoria de melhor instrumentista popular. Os 6 álbuns de sua discografia destacam-se por sua contribuição para a música e o violão brasileiros.
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TONINHO FERRAGUTTI é músico (acordeonista), compositor, arranjador e educador com vasta experiência em gravações e shows com artistas importantes no Brasil e no exterior. Possui 15 álbuns solo e em parceria, com importantes reconhecimentos artísticos, tais como 3 indicações ao Grammy Latino e Prêmio Tim. Venceu o 28º Prêmio da Música Brasileira (2017) na categoria Melhor Solista de Música Instrumental. É também professor de acordeon e prática de conjunto na EMESP Tom Jobim
DISCO ‘VALSAS DE GAROTO’ • Toninho Ferragutti e André Siqueira • Selo Sesc • 2024
Músicas / compositor
1. A nossa valsa (Garoto “Aníbal Augusto Sardinha”)
2. Dias felizes (Garoto “Aníbal Augusto Sardinha”)
3. A cruz de ouro (Garoto “Aníbal Augusto Sardinha”) | Participação Paulo Bellinati
4. Naqueles velhos tempos (Garoto “Aníbal Augusto Sardinha”)
5. Dugenir (Garoto “Aníbal Augusto Sardinha”) | Participação Alexandre Ribeiro
6. Sobre o mar (Garoto “Aníbal Augusto Sardinha”)
7. Estrela D’Alva (Garoto “Aníbal Augusto Sardinha”)
8. Doce lembrança (Garoto “Aníbal Augusto Sardinha”)
9. Luar de areal (Garoto “Aníbal Augusto Sardinha”) | Participação Ricardo Herz
10. Desvairada (Garoto “Aníbal Augusto Sardinha”)
– ficha técnica –
André Siqueira (violões e guitarra) | Toninho Ferragutti (acordeon) | Paulo Bellinati (violão – fx. 3) | Alexandre Ribeiro (clarinete – fx. 5) | Ricardo Herz (violino – fx. 9) | Produção musical: André Siqueira e Toninho Ferragutti | Arranjos: André Siqueira e Toninho Ferragutti, exceto faixa 6 (Toninho Ferragutti) e faixa 8 (André Siqueira) | Gravação, edição e mixagem: Thiago Monteiro, no Estúdio Riviére (Ribeirão Preto – SP), em fevereiro/2024 | Gravações adicionais (violão, clarinete e violino): Alexandre Fontanetti, no Space Blues Studio (São Paulo – SP), em março/2024 | Masterização: Thiago Monteiro, no Estúdio Riviére, em junho/2024 | Gestão do projeto e produção executiva: Gisella Gonçalves (Borandá Produções) | Fotos: Paulo Rapoport | Projeto gráfico: Nilton Andrade Bergamini | Assessoria de imprensa: Sofia Calabria / Selo Sesc | Selo: Selo Sesc | Formato: CD digital | Ano: 2024 | Lançamento: 27 de setembro | ♪Ouça álbum: clique aqui | ♩Sesc digital: clique aqui | ♪Videoclipe: ‘Dias Felizes’
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SOBRE O SELO SESC
Desde 2004 o Selo Sesc traz a público obras que revelam a diversidade e a amplitude da produção artística brasileira, tanto em obras contemporâneas quanto naquelas que repercutem a memória cultural, estabelecendo diálogos entre a inovação e o histórico. Em catálogo, constam álbuns em formatos físico e digital que vão de registros folclóricos às realizações atuais da música de concerto, passando pelas vertentes da música popular e projetos especiais. Entre as obras audiovisuais em DVD, destacam-se a convergência de linguagens e a abordagem de diferentes aspectos da música, da literatura, da dança e das artes visuais. Os títulos estão disponíveis nas principais plataformas de áudio, Sesc Digital e Lojas Sesc. Saiba mais em: https://www.sescsp.org.br/selosesc
SOBRE O SESC SÃO PAULO
Com 77 anos de atuação, o Sesc – Serviço Social do Comércio conta com uma rede de 42 unidades operacionais com atendimento presencial e 4 unidades operacionais com atendimento não presencial no estado de São Paulo e desenvolve ações com o objetivo de promover bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores do comércio, serviços, turismo e para toda a sociedade. Mantido pelos empresários do setor, o Sesc é uma entidade privada que atua nas dimensões físico-esportiva, meio ambiente, saúde, odontologia, turismo social, artes, alimentação e segurança alimentar, inclusão, diversidade e cidadania. As iniciativas da instituição partem das perspectivas cultural e educativa voltadas para todas as faixas etárias, com o objetivo de contribuir para experiências mais duradouras e significativas. São atendidas nas unidades do estado de São Paulo cerca de 30 milhões de pessoas por ano. Hoje, aproximadamente 50 organizações nacionais e internacionais do campo das artes, esportes, cultura, saúde, meio ambiente, turismo, serviço social e direitos humanos contam com representantes do Sesc São Paulo em suas instâncias consultivas e deliberativas. Mais informações, clique aqui.
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Série: Discografia da Música Brasileira / Música instrumental / Valsas / Álbum.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske
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