A TODOS OS POETAS
A todos vós que um dia pressentistes
os passos alumbrados da poesia
na vossa alma soar — saudoso dia
que mais humanos, graves, e mais tristes
para sempre vos fez… A todos vós
que, amando, o amor sentistes impossível,
que, vendo o mundo, amastes o invisível,
e, ouvindo o canto, ouvistes nele a voz
de um reino imerso em névoa como clara
ilha na solidão… E deslumbrados
as palavras no vácuo erguestes para
reanimá-las e reacendê-las,
a todos vós o céu acolhe, consolados
pela luz da mais casta entre as estrelas.
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “Sonetos com dedicatória”. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, 1956.
§
ÁRIA AO VIOLÃO
Que sonâmbula campânula
embala o íncola na ínsula
campanulando?
Cantagalo cantagálico
no áulico tez gaulesa
cantagalando.
Só, na sombra solitária
estrelinha latejante
é chama, é flor, e madruga
num rio que ri ou geme,
campanulando.
Sobre a memória madura
a cálida, a alva aurora
desce doce se incorpando,
campanulando.
– Alphonsus Guimarães Filho, em “Antologia Poética de Alphonsus Guimarães Filho”. Rio de Janeiro: Edições do Autor, 1963.
§
CANTILENA II
A Mario Quintana
Mansa cantilena
num mundo que chora:
até me dá pena
te escutar agora.
Ao ouvir-te, tento
ir até ao fundo
de um deslumbramento
que ainda há no mundo
(pelo que segredas,
pelo que me falas),
tu que assim te quedas
em mim, se te calas,
— ai das cantilenas
num mundo de pranto! —
chama que asserenas
e em nós pões o encanto
de nem sei que dia
feito de inocência,
sopro de poesia
da mais pura ardência.
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “Nó: poemas”. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1984.
§
DEITAS TEU CORPO EM FLOR
DEITAS TEU CORPO em flor no campo claro
e toda ao sol te entregas, matinal.
Um perfume de luz se espalha qual
puro delírio, canto esquivo e raro.
Sorver o aroma, recolher o puro
estremecer de flor, ó pólen, ó mel
que irrompendo de tudo vibra em céu
de água a cair das coisas num futuro
instante de fantástica beleza
e de beijo e de afago e de um supremo
arfar de chama em límpida penugem.
Deitas teu corpo em flor, e a natureza
Funde-se em ti no alto silêncio extremo
de volúpia desfeita em brisa e nuvem.
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “Todos os Sonetos, Alphonsus de Guimarães Filho”. Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 1996.
§
DOS POEMAS
Não de vento os formei, mas do meu barro.
Não lhes dei sentimento, mas meu sangue.
Acolhe-os, pois, ainda que sejam turvo
rio a cruzar as terras que erigiste
no teu sonho maior, mesmo que sejam
somente um vago eco, um arfar penoso
de barro, solidão, de cinza e sangue.
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “Poemas. Alphonsus de Guimaraens Filho”. [Organização de Afonso Henriques Neto]. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1998.
§
DO AZUL, NUM SONETO
Verificar o azul nem sempre é puro.
Melhor será revê-lo entre as ramadas
E os altos frutos de um pomar escuro
— Azul de ténues bocas desoladas.
Melhor será sonhá-lo em madrugadas,
Claro, inconstante azul sempre imaturo,
Azul de claridades sufocadas
Latejando nas pedras — nascituro.
Não este azul, mas outro e dolorido,
Evanescente azul que na orvalhada
Ficou, pétala ingênua, torturada.
Recupero-o, sem ver, e ei-lo perdido,
Azul de voz, de sombra envenenada,
Que em nós se esvai sem nunca ter vivido.
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “A cidade do sul”. Poesia. Coleção Marília de Dirceu, 1. Belo Horizonte: Movimento Editorial Panorama, 1948.
§
EU SÓ PERGUNTO
Vem de que latitude?
Que gestos tem? Que roupas
agita no seu corpo desconforme?
Que anéis brilham em seus dedos incompletos?
Que riso
frisa-lhe a boca alucinada? Vem
de que cidade
oculta além do vale? Quem por ela
terá chamado?
Que voz é essa que nem mais se entende?
Será ela que chega?
Será a que não tem pés, a que resolve
a escuridão, e ausculta
o segredo das plantas e de alguma
delas extrai esse cruel narcótico
que a todos nós nos cega e paralisa?
Ah, não me digam nada. Eu só pergunto.
Eu só pergunto porque me sufoco.
Mas não quero saber.
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “Poemas da ante-hora”. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1971.
§
NOSTALGIA DOS ANJOS
País da sombra
Vem do olhar do morto,
Vem do olhar cerrado,
Vem da face extinta
Sob a noite grave,
O gemido suave,
Desumanízado.
Ah! é a melodia
Dos momentos frios,
Dos momentos velhos,
Desaparecidos.
Risos esquecidos,
Casarões vazios.
Vem do corpo em sombra
Uma saudade mansa.
Voz de outros desterros
Para além de nós.
Gritos de crianças
E as lembranças doídas
Para além de nós.
Canta, esquece, sonha.
Já nem tenho voz.
Ó pais da sombra,
Tremes tão distante,
Tão dentro de nós!
Vem o teu gemido
Das janelas curvas,
Das vielas ermas,
Das canções, da paz.
ó país da sombra,
Onde viverás?
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “Poesias. Sonetos da ausência. Nostalgia dos anjos”. Coleção Autores Brasileiros, vol. 22. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1946.
§
OLHAS O AMANHECER
Olhas o amanhecer,
vives o amanhecer como o único instante
em que o céu é entreaberto segredo de um deus mudo.
Espera: algo vai se revelar e deves estar pronto
para mergulhar teu sonho num poço de luz casta.
O intocado te espera. E amanhece. E te iluminas
como se trincasses com os dentes a polpa do absoluto.
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “Luz de Agora”. Rio de Janeiro: Editora Cátedra, 1991.
§
O POETA E O POEMA
Nenhum poema se faz de matéria abstrata.
É a carne, e seus suplícios,
ternuras,
alegrias,
é a carne, é o que ilumina a carne, a essência,
o luminoso e o opaco do poema.
Nenhum poema. Nenhum pode nascer do inexistente.
A vida é mais real que a realidade.
E em seus contrastes e sequelas, funda
um reino onde pervagam
não a agonia de um, não o alvoroço
de outro,
mas o assombro de todos num caminho
estranho
como infinito corredor que ecoa
passos idos (de agora,
e de ontem e de sempre),
passos,
risos e choros — num reino
que nada tem de utópico, antes
mais duro do que rocha,
mais duro do que rocha da esperança
(do desespero?),
mais duro do que a nossa frágil carne,
nossa atônita alma,
— duros pesar de seu destino, duros
pesar de serem só a hora do sonho,
do sofrimento,
de indizível espanto,
e por fim um silêncio que arrepia
a epiderme do acaso:
E por fim um silêncio… Nenhum poema
se tece de irreais tormentos. Sempre
o que o verso contém é um fluir de sangue
no coração da vida,
no pobre coração da vida, aqui
paralisado, além
nascente no seu ímpeto de febre,
no coração da vida,
no coração da vida,
(da morte?)
e um frio antigo, e as bocas
cerradas, olhos cegos,
canto urdido de cantos sufocados,
e uma avenida longa, longa, longa,
e a noite,
e a noite,
e, talvez, um sublime amanhecer.
(…)
Não há poema isento.
Há é o homem.
Há é o homem e o poema.
Fundidos.
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “Nó: poemas”. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1984.
§
POEMA SONHADO
Se não for pela poesia, como crer na eternidade?
Os ossos da noite doem nos mortos.
A chuva molha cidades que não existem.
O silêncio punge em cada ser acordado pelos cães invisíveis [do assombro.
Os ossos da noite doem nos vivos.
A escuridão lateja como um seio.
E uma voz (de onde vem?) repete incessante, incessantemente:
Se não for pela poesia, como crer na eternidade?
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “Poemas. Alphonsus de Guimaraens Filho”. [Organização de Afonso Henriques Neto]. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1998.
§
PRESSENTIMENTO
Teu frio; teu espanto; as sombras insensatas
cavalgando o silêncio; e a noite que não cessa.
De onde trouxeste a luz que, cálida, desatas
sobre a noite em que estás, que é só tua, não essa
em que nos vamos, nós, os que já nem te vemos?
Que mais queres, a pungir o silêncio terrível
em que, cegos, aos sóis temerários descemos?
Porque nos fazes ir numa nave invisível?
Teu frio, sim, teu frio, e teus olhos esquivos…
És como um desconhecido ora egresso de estranho
domínio, e ao te escutar os passos fugitivos
numa luz mais irreal que a luz em que me banho.
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “O tecelão do assombro: poemas”. Alphonsus de Guimaraens Filho. [Organização de Afonso Henriques Neto]. Rio de Janeiro: Sette Letras, 2000.
§
ROTA DO DESCONHECIDO
Quando eu seguir na rota do desconhecido
a minha voz ficará cantando na tua memória
e tua alma sentirá a presença
do meu sonho em teu sonho,
do meu riso de perdão à miséria do mundo.
Então, Amada, canta!
A noite se embalará com as canções marinhas
subindo, diretas, do teu coração.
Tua alma será, então uma praia branca,
onde cantarão os pescadores tristes:
os teus sonhos de amor abraçados ao desânimo…
Eu irei longe… Minha memória errará nas estrelas
e minha alma será o vento que acarinha plantas,
que acarinha flores sonolentas.
Eu irei longe, eu irei tão longe,
que meu coração vencerá distâncias
para ouvir tuas canções praieiras,
amada, grande Amada,
e minha alma será o céu pontilhado de estrelas
que há de fazer adormecer tua saudade!
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “Lume de estrelas”. Belo Horizonte: Edições Mensagem, 1940.
§
SEQÜÊNCIA
Os bois mugem para a grande
solidão que os agasalha.
(Os homens acham na paz
do campo a paz que apunhala.)
Os cães uivam para a lua
um uivo fino e ofegante.
(Os homens padecem a lua
e a dor em canto se expande.)
Os gatos choram na noite
como em fundo sofrimento.
(os homens padecem a noite
uma outra noite antevendo.)
As traças devoram a vida,
papirófagos sem pressa.
(os homens se dão aos livros
e a vida, como lhes pesa!)
Os ratos pelos armários
deixam apenas fragmentos.
(Os homens se dilaceram,
as próprias cinzas temendo.)
E a vida só se asserena,
se atenua, se aquieta,
quando num rosto cansado
sombra, apenas, se dispersa.
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “O tecelão do assombro: poemas”. Alphonsus de Guimaraens Filho. [Organização de Afonso Henriques Neto]. Rio de Janeiro: Sette Letras, 2000.
§
SIMPLES SURDINA
Morta a vida, talvez me desfaça nos astros
Como a sombra no sol ou as luzes na bruma.
E irei branco sonhar sobre a terra ferida
Ou acender no oceano os faróis já perdidos.
Morta a vida em meu peito, eu irei de mansinho,
Ave leve, talvez, a boiar sobre a espuma,
E ao ouvir no caminho a saudade dos sinos
Nos meus restos talvez esta insônia lateje
E o desejo de estar num distante caminho…
Morta a vida, o meu corpo entre cruzes pendido,
Eu serei o luar a doer nos tens olhos
Quando a noite em teu peito acordar de repente
A saudade de mim na lembrança da morte.
Colhe rosas, talvez. Mas não fujas da estrada.
Fica assim, que do campo hão-de vir outros ventos
Outra vez agitar teu vestido na estrada.
Colhe rosas, talvez. Mas nem lembres, de leve,
Que não tens para o amor o meu corpo sem vida,
Que não tens para a vida os meus lábios sem sangue..
Que minha morte te seja
Na manhã desta estrada a lembrança da vida.
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “Antologia da nova poesia brasileira”. [organização J. G. de Araujo Jorge]. Rio de Janeiro: Editora: Vecchi, 1948.
§
SONETO
A uma réstia de sonho chamam vida.
A uma sombra maior chamam-lhe morte.
Vida e morte, não mais, pouso e suporte,
sopro de permanência e despedida.
Uma treva febril noite é chamada.
A uma luz mais febril chamam-lhe dia.
E entre elas se põe a estrela fria
que irrompe como flor da madrugada.
Paira em tudo um silêncio que anoitece,
que amanhece, e que vence todo ruído,
e como sol não visto num perdido
horizonte se esfaz e se retece.
Tudo é longe demais, por demais perto.
E a alma, que faz neste feroz deserto?
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “O tecelão do assombro: poemas”. Alphonsus de Guimaraens Filho. [Organização de Afonso Henriques Neto]. Rio de Janeiro: Sette Letras, 2000.
§
SONETOS DA AUSÊNCIA
XIII
Foram primeiro os dedos. No macio
Entardecer. Brincavam, prisioneiros,
Os ventos loucos sobre o eterno rio.
Flores seguiam o sonho dos veleiros.
Sobre os cabelos, risos. Conheci-o,
(Mal vira) o afago. Mais aventureiros,
Dedos de fogo me causavam frio
— As madrugadas rindo nos braseiros.
A paisagem… sim, a paisagem,
Vista do alpendre, numa tarde ausente…
E o claro vento — doce mano andejo.
Era a emoção, talvez, de uma viagem
Sempre distante e sempre mais presente.
Acaso enlouquecida de desejo.
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “Poesias. Sonetos da ausência. Nostalgia dos anjos”. Coleção Autores Brasileiros, vol. 22. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1946.
§
SONETO À SOLIDÃO
Sonho da solidão, porque te temo?
Impassível me és. Desacordado
Sempre serás, perdido nesse extremo
Onde um navio paira, sossobrado…
Fascinas e destróis, mas não te entregas
Ao que te busca em pranto; nem lhe acendes
Os teus fachos sangrentos de duendes
Mal crepitando nas pupilas cegas!
Asas, se as há, em vento se esvaíram,
Em névoa, sobre o grande isolamento…
Somente, imaterial, fluido, gasoso,
Nos aposentos que se derruíram,
Entrecerrado, resta esse aposento…
Sombrio, inatingido, suspiroso.
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “A cidade do sul”. Poesia. Coleção Maríla de de Dirceu, 1. Belo Horizonte: Monvimento Editorial Panorama, 1948.
§
SONETO DO SILÊNCIO
Fantástico silêncio! Nele existe
um clarão momentâneo: e tudo dorme.
Ai! que a noite irreal, cega e disforme,
ainda o faz mais pungente e amargo e triste!
Fantástico silêncio moribundo
aos meus olhos aceso como velas
que iluminassem becos e vielas
pelas cidades pálidas do mundo…
Lá o vejo pender, fruto caído,
lá o vejo soprar contra muralhas
e recobrir — silêncio envelhecido —
o que a noite ocultou, e está perdido…
Lá o vejo oscilar nas cordoalhas
de algum veleiro desaparecido.
– Alphonsus de Guimaraens Filho
§
TÃO LONGA, A ETERNIDADE
Quem é esse que sorri quando a noite é tão noite,
quando a vento sacode o silêncio dos martos?
Eu nãa sou; ou é alguém em mim que desconheço.
Ou é um irmão que perdi num outro e vago mundo.
Mas alguém existe que se vai nas águas insubmissas,
nas águas ermas e gélidas da Eternidade.
A vida é um sulco de estrela que cai, é um sinal inscrito na névoa.
E ele se vai, esse exausto alguém, sem lanterna e sem pouso.
Tão longa é a Eternidadel Tão longo a sono dos mortos!
Eles parecem escutar qualquer voz nunca ouvida.
Eles se vão, os mortos, em ataúdes que semelham barcos destroçados.
Tão longa a Eternidadel Longo o sono dos mortos.
Longa a vigília, longa a insônia, longa a tristeza absurda
que pesa como chuva no chão da morte.
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “Água do tempo: poemas escolhidos e versos inéditos”. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar/INL, 1976.
§
VENTO DA TREVA
Vento da noite, vento da treva,
Meu santo irmão!
Agita os sinos do desespero,
Vento da treva,
Agita os sinos do desespero,
Para que sofra meu coração!
Vento da noite, vento da treva,
Meu santo irmão!
Frade sem pouso, vento da treva,
Agita as vagas do desespero,
Agita as vagas do desespero,
Para que uive meu coração!
Vento da noite, vento da treva,
Meu santo irmão!
Com as mãos rapaces viola os astros,
Vento da treva,
Com as mãos rapaces viola os astros,
Para que morra meu coração!
– Alphonsus de Guimaraens Filho, em “Antologia da nova poesia brasileira”. [organização J. G. de Araujo Jorge]. Rio de Janeiro: Editora: Vecchi, 1948.
***
BREVE BIOGRAFIA DO TECELÃO DO ASSOMBRO “ALPHONSUS DE GUIMARAENS FILHO
Alphonsus de Guimaraens Filho (Afonso Henriques de Guimarães Filho). nasceu em Mariana, Minas Gerais, em 3 de junho de 1918 e faleceu em 28 de agosto de 2008, na cidade do Rio de Janeiro. Filho do poeta simbolista Alphonsus de Guimaraens, formou-se em Direito na Universidade de Minas Gerais, em Belo Horizonte, em 1940. No mesmo ano, publicou seu primeiro livro de poesia, Lume de Estrelas, pelo qual recebeu o Prêmio de Literatura da Fundação Graça Aranha e Prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras. Em 1974, conquistou o Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, com o livro Absurda Fábula (1973). Em 1985, ganhou o Prêmio Jabuti de Poesia, com o livro Nó (1984).
:: Fonte: 7Letras
Obras de Alphonsus de Guimaraens Filho
:: Lume de estrêlas: poemas. Belo Horizonte: Edições Mensagem, 1940.
:: Poesias. Sonetos da ausência. Nostalgia dos anjos. Coleção Autores Brasileiros, vol. 22. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1946.
:: A cidade do sul. Coleção Marília de Dirceu, 1. Belo Horizonte: Movimento Editorial Panorama, 1948.
:: O irmão: poesia. Rio de Janeiro: Editora Agir, 1950.
:: O mito e o criador: poesia. Rio de Janeiro: Edição da Organização Simões, 1954.
:: Sonetos com dedicatória. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, 1956.
:: Poemas reunidos, 1935-1960. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1960.
:: Antologia Poética de Alphonsus Guimarães Filho. Rio de Janeiro: Edições do Autor, 1963.
:: Novos poemas. Brasília: Dom Bosco, 1968.
:: Poemas da ante-hora. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1971.
:: Absurda fábula: novos poemas. Rio de Janeiro: Arte Nova, 1973.
:: Água do tempo: poemas escolhidos e versos inéditos. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar/INL, 1976.
:: Discurso no deserto. Rio de Janeiro: Cátedra, 1982.
:: Nó: poemas. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1984.
:: Luz de Agora. Rio de Janeiro: Editora Cátedra, 1991.
:: Todos os Sonetos, Alphonsus de Guimarães Filho. Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 1996.
:: Poemas. Alphonsus de Guimaraens Filho. [Organização de Afonso Henriques Neto]. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1998.
:: O tecelão do assombro: poemas. Alphonsus de Guimaraens Filho. [Organização de Afonso Henriques Neto]. Rio de Janeiro: Sette Letras, 2000.
:: Só a noite é que amanhece: poemas escolhidos e versos esparsos. Alphonsus de Guimaraens Filho. Rio de Janeiro: Editora Record, 2003.
Em antologias
:: Antologia da poesia mineira: fase modernista. Coleção Cadernos da Província, 3. Belo Horizonte: 1946.
:: Antologia da nova poesia brasileira. [organização J. G. de Araujo Jorge]. Rio de Janeiro: Editora: Vecchi, 1948.
:: Atas poemas. Rio de Janeiro: IBGE, 1974.
Sobre o autor
MAFRA, Betania Siqueira. Alphonsus de Guimaraens Filho: um intelectual em tempos modernos. (Dissertação Mestrado em Letras). Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, 2009. Disponível no link. (acessado em 13.8.2016).
Outros cantos
:: CaisGuimaraens (blog)
:: ElsonFróes (site)
A ALPHONSUS DE GUIMARAENS FILHO
Scorn not the sonnet, disse o inglês. Ouviste
O conselho do poeta e um dia, quando
Mais o espinho pungiu da ausência triste,
O primeiro soneto abriu cantando.
Musa do verso livre, hoje ela insiste
Na imortal forma, da paterna herdando.
Todos em louvor dessa que ora assiste
Em teu lar, dois destinos misturando.
No molde exíguo, onde infinita a mágoa
Humana vem caber, como o universo
A refletir-se numa gota d’água,
Disseste o mal da ausência. E ais e saudades
E vigílias e castas soledades
Choram lágrimas novas no teu verso.
– Manuel Bandeira
© Obra em domínio público
© Pesquisa, seleção e organização: Elfi Kürten Fenske