Antonio Adolfo e Renato Teixeira, por Leonardo Rodrigues
Antonio Adolfo e Renato Teixeira celebram parceria apadrinhada por Fagner no álbum Combinados e trazem convidados especiais. Disco que tem edição em CD e disponível nas plataformas musicais traz as participações especiais de Elba Ramalho, Oswaldo Montenegro, Leila Pinheiro, Alaíde Costa, Zeca Baleiro, Simoninha, Carol Saboya, Lu Saboia, Roberta Campos, Pedro Mariano e Anna Setton. Lançamento gravadora Kuarup.
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O cantor Fagner é padrinho de uma parceria inusitada de Renato Teixeira com o celebrado músico e pianista Antonio Adolfo. O eterno intérprete de Borbulhas de Amor já é parceiro do autor de Romaria no álbum Naturezas, disco dos dois lançado pela gravadora Kuarup em 2022 e também em Destinos, que saiu em 2024. Um belo dia, o cantor e compositor Fagner enviou para seu amigo Renato Teixeira o esboço de uma canção no piano sem nenhuma explicação detalhada sobre a melodia pelo Whatsapp. Era uma música para o repertório do álbum Naturezas chamada Eu Só Quero Ser Feliz. Inspirado e surpreso por receber uma música de Fagner ao piano, Renato acabou por complementar o trabalho com letra e devolveu a provocação para análise do amigo melodista. Surpreso também, Fagner indagou: “Quem foi que te enviou essa melodia?”. “Foi você Fagner, respondeu Renato”. A confusão estava feita. O fato se esclareceu quando Fagner se deu conta de que havia encaminhado por engano um arquivo em MP3 de uma canção do amigo Antonio Adolfo para o Fausto Nilo colocar letra e foi para o parceiro Renato Teixeira. Uma gafe que renderia uma boa história e parceria, que começou com várias trocas de conversas, de letras e melodias e agora se torna o álbum Combinados, de Antonio Adolfo e Renato Teixeira, que sai em edição física, em CD e em todas as plataformas digitais pela gravadora e produtora Kuarup no dia 28 de março. A capa é criação do designer gráfico Bento Andreato, filho do saudoso Elifas Andreato, o papa das grandes capas de discos e álbuns no Brasil. A mixagem foi feita pelo engenheiro de som Ricardo Carvalheira.
Combinados é um encontro marcado entre dois compositores brasileiros que estão bem mais próximos do que eles mesmos imaginavam, afinal o Rio de Janeiro é logo ali e São Paulo avança pelo Vale do Paraíba para o grande encontro onde, num futuro próximo, as cidades se unirão e se transformarão na primeira megalópole da América Latina. E lá vem Antonio Adolfo descendo a rua da Ladeira para se encontrar com Renato Teixeira que vai caminhando devagar porque já teve pressa. Serenamente. E as canções vão brotando dessa caminhada absolutamente, alheias às funcionalidades das músicas que hoje, parecem se engalfinhar nos veículos de comunicação que já nos iluminaram com Elis, Tom, Vinicius, João, Pixinguinha, Noel Rosa. Em Combinados a eternidade das canções brasileiras soam harmoniosamente nessa investida dos dois compositores pelos caminhos serenos da boa MPB, com o único propósito de produzirem músicas que sobreviverão numa afirmação perene e contundente de que por trás de todas essas alegorias aleatórias que sempre dominam o mercado, a nossa cultura musical vive plena e bela, como sempre.
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Para coordenar o encontro, os dois parceiros convidaram o maestro e produtor Mauricio Novaes para a viagem. Coordenando todas as ações, o maestro conduziu notas, canções, cantores, músicos pelos corredores da Kuarup apoiado pelo atento Rodolfo Zanke e sob os auspícios do Alcides Ferreira, que com sua equipe viabiliza tudo com a fé que ele sempre teve na boa música do Brasil. Os convidados para dizerem que as canções são verdadeiras delícias sonoras. Da icônica Alaíde Costa, passando por Oswaldo Montenegro, temos Pedro Mariano que funde no seu canto os poderosos DNA’s de César Camargo Mariano e Elis Regina, e reafirma o poder genético que, com doçura e delicadeza se manifesta também no cantar das irmãs
Luísa Sabóia e a Carol Saboya, filhas de Antonio Adolfo que, além de criar as canções e fornecer as vozes das filhas, embeleza tudo com a eloquência pianística que fez dele um mestre dos teclados e das composições. Aí surge o nosso Catador de Rimas, o Zeca Baleiro, convincente e talentoso, para iluminar tudo com seu cantar despojado. Para abrilhantar a cantoria surge a linda voz brasileira que vem do além mar onde reside esbanjando sutileza, a doce Anna Setton. Roberta Campos é uma cantora apaixonante e definitiva que deixa o cast de Combinados um delicioso painel do que temos de melhor do nosso jeito de cantar. O que dizer do Simoninha, que com seu charme e elegância, homenageia um símbolo brasileiro, amado por todos, o nosso simpático cachorro Caramelo? A Leila Pinheiro interpreta com competência máxima a primeira música da parceria. Emocionou a todos nós. Que venha então Elba Ramalho num musical que dimensiona a grandeza do novo nordeste demonstrando que ela é sim uma das nossas mais belas vozes de todos os tempos. Todos fazem do cast de Combinados um delicioso mostruário do que temos de melhor no nosso jeito de cantar. Renato, autor das letras atua como um mestre de cerimônias recebendo com seu jeito simples de interpretar suas poesias, os ilustres convidados. Ficou faltando você que a partir de agora poderá se juntar ao grupo para completar o ciclo mágico da composição, da produção e da audição. Estamos Combinados?
Disco Combinados • Antonio Adolfo e Renato Teixeira • Selo Kuarup Música • 2025
Canções/ compositores
1. Navega navegante (Antonio Adolfo e Renato Teixeira) | Participação Carol Saboya
2. Catador de rimas (Antonio Adolfo e Renato Teixeira) | Participação Zeca Baleiro
3. Esperando por você (Antonio Adolfo e Renato Teixeira) | Participação Anna Setton
4. Caramelo (Antonio Adolfo e Renato Teixeira) | Participação Wilson Simoninha
5. Cantadores foliões (Antonio Adolfo e Renato Teixeira) | Participação Elba Ramalho
6. Futuros antepassados (Antonio Adolfo e Renato Teixeira) | Participação Pedro Mariano
7. Lembranças brancas da paz (Antonio Adolfo e Renato Teixeira) | Participação Leila Pinheiro
8. A Casa da minha avó (Antonio Adolfo e Renato Teixeira) | Participação Oswaldo Montenegro
9. O sonho que se sonha (Antonio Adolfo e Renato Teixeira) | Participação Alaíde Costa
10. O Tempo cuidará de tudo (Antonio Adolfo e Renato Teixeira) | Participação Roberta Campos
11. Saudade sem fundo (Antonio Adolfo e Renato Teixeira) | Participação Lu Saboia
– ficha técnica –
Faixa 1 – Carol Saboya: voz: Mauricio Novaes: violão 6 e 12, mandolim, baixo, coro e bateria vst; Antonio Adolfo: piano; Arranjo: Mauricio Novaes | Faixa 2 – Zeca Baleiro: voz; Renato Teixeira: voz; Mauricio Novaes: violão 6 e 12, chimes, palmas, baixo e bateria vst; Antonio Adolfo: piano; Arranjo: Mauricio Novaes | Faixa 3 – Anna Setton: voz; Renato Teixeira: voz; Mauricio Novaes: programação madeiras, e strings, violão 12, tamborim, cuica, baixo e bateria vst; Antonio Adolfo: piano; Arranjo: Mauricio Novaes | Faixa 4 – Simoninha: voz; Mauricio Novaes: percussão, violão, piano elétrico, guitarra, baixo e bateria vst; Paulo Henrique Chagas Coelho: trompete; Douglas Antunes: trombone; Denilson Martins: sax alto e tenor; Patricia Valente Garfunkel: coro; Adriana de Souza Voto: coro; Arranjo: Mauricio Novaes | Faixa 5 – Elba Ramalho: voz; Mauricio Novaes: programação percussão, synth, violão 6 e 12, piano elétrico, sanfona, coro, baixo e bateria vst; Arranjo: Mauricio Novaes | Faixa 6 – Pedro Mariano: voz; Mauricio Novaes: programação synths e pads, violão 6 e 12, guitarra, kalimba, piano elétrico, baixo e bateria vst; Antonio Adolfo: piano; Arranjo: Mauricio Novaes | Faixa 7 – Leila Pinheiro: voz; Rafael Barata: bateria e percussão; Marcelo Martins: flautas; Guto Wirtti: baixo; Aramis Abelardo Rocha: violinos; Antonio Adolfo: piano; Arranjo: Mauricio Novaes & Antonio Adolfo | Faixa 8 – Oswaldo Montenegro: voz; Renato Teixeira: voz; Mauricio Novaes: violão, coro; Antonio Adolfo: piano; Arranjo: Mauricio Novaes | Faixa 9 – Alaíde Costa: voz; Guto Wirtti: baixo; Antonio Adolfo: piano; Antonio Adolfo: arranjo | Faixa 10 – Roberta Campos: voz; Renato Teixeira: voz; Mauricio Novaes: violão 6 e 12, sanfona, baixo e bateria vst; Antonio Adolfo: piano; Arranjo: Mauricio Novaes | Faixa 11 – Lu Saboia: voz; Mauricio Novaes: violão, guitarra, mandolin, sanfona, strings e bateria vst; Antonio Adolfo: piano; Arranjo: Mauricio Novaes || Gravado na sala Guaporé (São Caetano do Sul/SP); no estúdio Visom Digital, – Leo Alcantara (Rio de Janeiro/RJ); estúdio S de Samba (São Paulo/SP); e Estúdio PlugIn – Giovanna F. Fernandes (São Paulo/SP); Agradecimentos a Pedro Garcia de Miranda pela captação do registro sonoro da faixa Saudade Sem Fundo | Mixado e masterizado por Ricardo Carvalheira na IAI Digital | Arte e design da capa: Bento Andreatto | Fotos: Leonardo Rodrigues | Produzido por Maurício Novaes e Rodolfo Zanke para Kuarup Discos | Assessoria de imprensa: Daniela Ribeiro | Selo: Kuarup Música | Formato: CD Físico e Digital | Ano: 2025 | Lançamento: 28 de março | ♪Ouça o álbum: clique aqui | ♩Compre o disco: clique aqui.
Faixa a faixa
Navega Navegante: quando Antonio Adolfo colocou melodia nos versos de Navega Navegante, convocou sua filha Carol Saboya para lhe dar uma força na gravação que tinha a função de registrar a melodia que estava nascendo naquela hora. Na sequência via whatssap, o registro era encaminhado para o maestro Mauricio Novaes que imediatamente desenhava o arranjo e enviava para as partes para as devidas avaliações. O comentário do maestro era a voz da moça. Adolfo respondeu – é a Carol, minha filha. Estava, assim, escolhida a intérprete da canção que viaja sobre imagens oceânicas reafirmando uma máxima de alguns humanos de que tudo nessa vida caminha para o mar. Nos horizontes da vida, nas profundezas do tempo romanticamente como um Caymmi submerso, a parceria afirma a essência filosófica que a caracteriza. Você pode ouvir a música ou pensá-la numa viagem sem fronteiras pelas reflexões sobre a vida, o futuro e o destino das coisas. Concentrem-se e curtam a deliciosa interpretação da cantora Carol Saboya, que diz a música do pai com convicção filial.
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Catador de Rimas: imagine a figura desse personagem que pela definição de sua romântica função, evidencia tratar-se de um sujeito introspectivo e sonhador. Um Catador de Rimas. Somos todos um pouco assim, sempre em busca daquilo que nos possa trazer um pouco de felicidade e alegria. Seguir viagem escrevendo a própria história com as tintas do coração é uma missão comovente. Uma canção para conversar com você com afeto, no silêncio de uma noite enluarada no terreiro da vida. As canções nos conduzem pelas emoções dos nossos sonhos e nisso os parceiros Antonio e Renato, são especialistas. Mexem com nossos sentimentos com a delicadeza necessária capaz de nos convencer que a felicidade pode estar bem ali ao alcance dos nossos olhos. Não poderia ser outra voz para reforçar e potencializar a mensagem da canção que não fosse a voz convincente do Zeca Baleiro. Ele e o Renato são dois contadores de causos que nos conduzem nessa viagem comovente pelas emoções dos versos, aqueles capazes de nos transformar, todos, num instante, em catadores de rimas.
Esperando Por Você: saber esperar é uma condição essencial para se encontrar o amor. A sensação inebriante de se estar amando tem um perfume que não se sente, mas se expande como mágica por todo universo. O amor é sensorial e absurdamente convincente, mesmo que depois possa se transformar num vazio impensável. Em Esperando Por Você, os parceiros criam um amplo ambiente amoroso cheio de promessas e convicções que, como diria Vinicius, serão eternas enquanto durem. “Sim, estarei aqui a te esperar, haja o que houver aconteça o que acontecer”. A interpretação comovente de Anna Setton faz dela uma espécie de mensageira da beleza universal dos corações enamorados. A afinação da sua voz colabora com a impressão do sentimento infalível que incendeia os apaixonados. O piano de Antonio Adolfo e a maestria do arranjo do Mauricio Novaes fazem a música flutuar pelas levezas da bossa nova e as convicções sonoras da MPB. Um delicioso momento do álbum Combinados que veio para causar encontros e harmonias em nome das belezas que caracterizam a música popular brasileira.
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Caramelo: o nosso personagem está às vésperas de se transformar oficialmente em patrimônio cultural brasileiro porque extra oficialmente, ele já é com todos os méritos conquistados nas ruas do Brasil, sempre com extrema simpatia e carisma incontestáveis. O nosso vira-latas Caramelo representa um elo de bem querência que une uma nação inteira ao seu redor disposta a reverencia-lo com simpatia e carinho. Aqui ele se apresenta na voz inconfundível do nosso Simoninha que por ser ele também um Caramelista apaixonado, deixa transparecer na sua interpretação toda a imensa simpatia que sente pelo nosso personagem. Antonio Adolfo e Renato Teixeira desenvolveram uma canção canina que usa a linguagem com a qual nos comunicamos com os nossos fiéis companheiros que gostam demais de um afago e estão sempre abanando o rabo. Segui-lo nos contenta e ser seguido por ele nos diverte. A letra diz: “Eu sei quem ele é, conheço suas artimanhas e sei quais suas intenções quando saímos por aí como dois velhos e bons amigos que se entendem e se admiram”. “E ele sabe muito bem quem eu sou pois muitas vezes quando me distraio e me perco em pensamentos que me entristecem, ele docemente lambe as minhas mãos e me cura com um olhar tão meigo que me comove e me alivia”. “O carinho que ele me dedica faz meu coração pular de alegria e eu prometo pra ele, pra mim e pro mundo que vou batalhar pra valer para ser o sujeito que ele acha que eu sou. Meu cachorro caramelo me faz um ser humano mais equilibrado e mais feliz”. Aqui ele é saudado por uma banda cheia de metais suingados, feliz como se abanasse o rabo. Viva a energia de Simoninha, viva a saltitante melodia de Antonio Adolfo, viva os versos caninos do Renato e viva o meu, o seu, o nosso amigo Caramelo.
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Cantadores Foliões: existe um novo nordeste vivendo muito além dos momentos difíceis cantados por seus menestréis geniais que registraram a história com uma precisão contundente. O tempo passou, o mundo mudou e quem passa hoje por aquelas bandas percebe que as coisas se transformaram para melhor e hoje o progresso escreve suas regras e o povo vive uma vida mais justa sem, entretanto, perder as referências e a ligação com os mestres que projetaram a região para todo o país com talento e alegria. Continuam inspirando os cantadores e os foliões na missão sagrada de trazer alegria e preservar as tradições. Antônio e Renato criaram esse mini musical para cantora Elba Ramalho, cientes de que ela anunciaria com rara beleza a volta definitiva da asa branca para festejar os novos tempos, convocando personagens icônicos para a grande festa no momento em que as portas do novo nordeste se abrem para anunciar que a festa continua. A interpretação impressionante da Elba transforma uma canção construída nos padrões tradicionais num pequeno musical de festa, alegria e consciência social. Uma composição para contar que tudo mudou, menos o espírito generoso onde poesia, alegria e ritmos representam o caráter e o temperamento de um povo lutador e consciente. Antonio Adolfo e Renato Teixeira trabalharam na certeza de que estavam compondo a anunciação dos novos tempos que surgem nas grandes cidades, no progresso industrial e agrícola, apontando para um futuro generoso e coerente. Quem canta os seus, não degenera. Cantadores Foliões é um musical estrelado pela energia de Elba Ramalho, um patrimônio da história nordestina.
Futuros Antepassados: um índio Tupinambá faz uma viagem no tempo e ressurge no Rio de Janeiro trazendo notícias de quando não havia cidades e o mundo tinha outra cara, outro cheiro, outras belezas. Um litoral traçado por canoas e sobrevoado pelos pássaros. Rios e manguezais numa terra dividida com os animais das florestas. O índio nos conta suas experiências e avisa que como ele, um dia seremos também antepassados do povo do futuro porque assim é a vida. O ontem, o hoje e o amanhã pulsando no momento presente. Por isso a importância de contarmos e cantarmos quem somos, o que pensamos e o que fazemos para que as próximas gerações saibam que, como os tupinambás, nós também já estivemos por aqui cumprindo a missão de nos sucedermos através da procriação. No fundo somos um povo só vivendo a pulsação da vida que se reproduz sempre. A presença do cantor Pedro Mariano com sua voz precisa e cirúrgica dá para a canção um aspecto atemporal como requer a mensagem dos autores. Um arranjo elegantíssimo do maestro Maurício Novaes e a sutileza pianística do autor da melodia deixam tudo muito leve para que possamos voar como as maritacas sobre os manguezais do tempo. Todo carioca é um Tupinambá.
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Lembranças Brancas da Paz: devaneios poéticos para se pensar na vida como ela é. Cada um tem seu jeito de viver e de pensar, mas na terra dos sonhos, a poesia tem o dom de acender luzes e iluminar caminhos. Os autores, como a maioria deles, são pacifistas e discípulos da harmonia, a deusa que rege as músicas. Sem insinuações inúteis Antonio e Renato vão nos conduzindo através de citações de variados momentos poéticos sugerindo que cada um se posicione diante deles. Segredos dos carnavais abrem portas memoriais que são verdadeiras joias das individualidades de cada um de nós. Mensagens das calmarias nos propõem reflexões capazes de nos fazer compreender melhor todas as coisas do mundo. Quando a cantora Leila Pinheiro com sua imensa qualidade interpretativa cita as velas que trarão barcos para o cais, numa visão inversa das partidas, o coração dos ausentes se reconfortam e um mundo de esperança que aquece nossas vidas. São Lembranças Brancas da Paz, páginas para serem escritas pela sensibilidade de cada um transformando essa canção, a primeira composta pelos parceiros, num momento delicadíssimo. Tratada com muito carinho a produção envolveu muitas idas e vindas até que se chegasse no momento em que a intérprete, o maestro, os finalizadores e os autores se dessem por satisfeitos e festejassem entre eles a qualidade da obra. Agora é a hora do ouvinte, aquele que se une ao grupo para se entregar aos versos que podem ajudá-lo a requalificar algumas coisas em suas próprias vidas.
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A Casa da Minha Avó: a ideia dos autores foi criar uma canção absolutamente emocionante, capaz de mexer com um dos maiores símbolos das relações humanas: a casa das avós. Aquela que rescende bolos e são ninhos de carinho e atenção. Trazer à tona reminiscências, momentos de pura felicidade, revigora nossas almas e pode deixar seu dia encantado, principalmente para aqueles que tiveram o privilégio de ter uma casa de avó para frequentar. A casa da avó é a sede da família. É lá que o cerimonial familiar acontece e é lá que, às vezes, fomos acolhidos para que nossos pais pudessem sair despreocupados para algum compromisso. Então era carinho para todos os lados. Cama cheirosa, sopa quente, histórias inesquecíveis, provas de que os valores afetivos não tem preço. Logicamente que por circunstâncias da vida nem todos puderam ter essa experiência de vida e foi por isso que os autores decidiram contar como eram as casas de suas avós, para dividir poeticamente esse momento tão acolhedor e significativo. Através da emoção podemos nos transportar para lugares mágicos e as interpretações de Renato Teixeira e Oswaldo Montenegro nos guiam por esse pequeno templo onde celebramos momentos imortais. A casa da nossa avó. No contexto das músicas produzidas A Casa da Minha Avó serve para que possamos observar a diversidade poética que caracteriza o trabalho da dupla Antonio Adolfo Renato Teixeira. Serve também para envolver o cantor Oswaldo Montenegro nessa história já que ele é um expressivo gerador de emoções e com Renato compõem uma dupla de velhos amigos que se entendem perfeitamente quando se juntam para expor o afeto que os une. Durante a construção da canção várias lágrimas furtivas vieram nos visitar para corroborar e constatar o poder da emoção quando se aborda as belezas da vida.
O Sonho Que Se Sonha: algo muito interessante aconteceu com essa canção quando Antonio e Renato combinaram de criar algo para Alaíde Costa, a emblemática cantora brasileira. Primeiro veio a letra com palavras estudadas para se encaixarem na dicção da genial intérprete. A palavra sonho veio imediatamente à tona pois nessas alturas da vida e da carreira fica evidente que muita coisa foi sonhada por Alaíde para que ela chegasse até aqui ficando melhor a cada dia. Decidimos que a canção se chamaria O Sonho de Alaíde, mas ela recusou o título por acha-lo uma espécie de auto elogio e isso não encaixava com seu temperamento recatado. Para um momento tão solene como esse Antonio Adolfo assumiu o piano e fez dele o que sempre faz quando exerce seu imenso talento para se expressar nas teclas. Ficou lindo. Alaíde disse o texto absolutamente a vontade com as palavras escolhidas para serem ditas numa melodia que se articulou levando em consideração a fluência melódica da sua voz. Tudo absolutamente certo. Sonhar é fundamental. As flores na janela, o dó do violão, as cores da aquarela, o abraço de um irmão, tudo dentro de um sonho ideal de vida que transforma tudo numa coisa só. A gravação já estava pronta para ser finalizada quando Antonio Adolfo ouviu e comentou que faltava um baixo. E foi assim que a tudo se completou e a música nasceu como um sonho que se realiza. Viva a grande Alaide Costa que nos conduz como uma monja devota dos deuses da sonoridade.
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O Tempo Cuidará de Tudo: o tempo é o protagonista dessa canção. Para os dois parceiros compositores que desejaram produzir emoções que refletissem e sensibilizassem o dia a dia das pessoas, o tempo é um ingrediente poderoso pois, como diz a música, é ele que cuidará de tudo no final. Diante da imensidão do tempo e da dimensão de tudo que está dentro dele podemos sim comparar, numa nano visão, um pequenino grão de areia com a macro visão cósmica do universo. Assim dimensiona-se o espaço humano na terra e conclui-se que, apesar dos tamanhos inatingíveis de todas as coisas seremos também infinitos se nos concentrarmos em tudo que está ao alcance das nossas mãos. Uma generosa e sútil sensação de pertencimento nos invade quando ouvimos o cantar carinhoso da cantora Roberta Campos nos mostrando que a vida está em tudo que podemos tocar. Na viagem desse CD que, por sinal é uma espécie de fantasma nesses tempos digitais, todas as canções interagem no formato físico que continua, sim, tendo sua dimensão no espaço e o simples fato de podermos toca-lo nos aproxima generosamente de um tempo que acabou de passar, mas continua presente num formato que por ironia do destino já quase não tem mais lugar para ser tocado. Prova definitiva de que, de uma forma ou de outra, o tempo a seu modo sempre cuidará de tudo. Mesmo quando você acionar uma plataforma qualquer para ouvir a voz comovente da Roberta, será o tempo praticando uma invenção que num determinado momento também fará parte de algo que já foi, já passou, pois para cuidar de tudo com competência e coerência o tempo precisa seguir seu caminho e viver na imensidão.
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Saudade Sem Fundo: aqui a saudade é elevada aos extremos, capaz de gerar solidões profundas. Mas quando existe um pouco de esperança, a gente vai vivendo do jeito que dá. Esse é um dos momentos mais tensos do álbum pois a saudade aqui é um saco sem fundo, só piora. Mas o sonho é companheiro e a gente projeta o amanhã e jura que quando a tristeza passar tudo será diferente e o mundo mais generoso. Entretanto quando a gente entristece de solidão a poesia pode nos salvar pois é lá sempre que propõe momentos de paz e harmonia. Nessas horas a cabeça da gente entra em ebulição e, ao mesmo tempo que parece existir um ralo no fundo do poço, a gente teima em acreditar que se a vida é cheia de curvas, tempestades e trovões. Não poderemos nos esquecer que sempre se pode contar com a beleza do acorde dó maior do violão, fácil de fazer e de uma beleza vencedora. Mas enquanto durar a pressão da saudade a sensação será, por vezes, muito pesada. Surge então um dos versos mais bonitos da parceria Antonio Adolfo e Renato Teixeira que a voz de Lu Saboia diz com rara sutileza valorizando imensamente o verso: “É tão triste andar sozinho no meio da solidão na casa da noite escura, numa cama sem colchão, esperando pelo dia que parece não vir não”. Assim a sequência das canções se completa e tudo que foi dito, cantado, arranjado e finalizado é exatamente aquilo que a parceria queria dizer quando se propôs a realizar esse trabalho. Dá pra sentir a alegria e a felicidade dos parceiros com o resultado do trabalho. Todos os envolvidos esperam trazer um pouco de felicidade e beleza no coração de todos aqueles que nos honrarem com suas gentis audiências.
Sobre Antônio Adolfo
Pianista, arranjador, produtor e educador, Antônio Adolfo cresceu em uma família musical no Rio de Janeiro. Sua mãe era violinista da Orquestra Municipal do Rio de Janeiro. Adolfo começou seus estudos de violino aos sete anos. Mais tarde passou para o piano. Aos 17 anos já era músico profissional. Seus professores foram Amyrton Vallim, Werther Politano, Vilma Graça, Heitor Alimonda, Esther Scliar, Guerra-Peixe, Eumir Deodato, David Baker (EUA) e Nadia Boulanger (Paris). Durante a década de 60, a partir de sua estreia com Carlos Lyra (Pobre Menina Rica), no Teatro de Bolso e com Leny Andrade, no Beco das Garrafas, atuou com seu próprio trio, o 3-D, e participou de diversos shows de bossa nova e jazz no Brasil. Adolfo compôs músicas como Sá Marina, Teletema, Juliana e BR 3 que ganharam grande sucesso e foram gravadas por diversos artistas brasileiros como Elis Regina, Wilson Simonal, Maysa, Emilio Santiago e artistas internacionais como Sergio Mendes, Stevie Wonder, Herb Alpert, Earl Klugh e Dionne Warwick entre outros. Foi vencedor, juntamente com seu parceiro Tiberio Gaspar, do Festival Internacional da Canção (Rio – Brasil e Atenas – Grécia), em 1970. Como músico, arranjador e produtor musical gravou com alguns dos nomes brasileiros mais representativos, além de ter lançado mais de 25 álbuns sob o seu nome. Como educador, tem sido pioneiro no ensino da música popular, especialmente a música brasileira, em todo o mundo, tendo lançado oito livros no Brasil e dois no Exterior. Em 1985 criou sua própria escola no Rio, o Centro Musical Antonio Adolfo, que acaba de completar 40 anos de existência. Além de ter criado o Trio 3D em 1963 e seu conjunto Brazuca em 1969, continua carreira solo como um dos pioneiros na produção independente, com seu disco Feito em Casa, lançado em 1977, que inaugurou o movimento da música independente no Brasil. Recebeu por duas vezes o Prêmio da Música Brasileira. Seus mais recentes trabalhos têm sido lançados simultaneamente no Brasil e no Exterior, Seu álbum de 2010, Lá e Cá / Here and There, segue os passos do lançamento de 2007 de Antonio Adolfo e Carol Saboya Ao Vivo / Live. Em 2011 foi lançado seu CD Chora Baião, que recebeu varios prêmios no exterior. Em 2013 lançou o CD Finas Misturas que foi aclamado com ótimas críticas e execução em estações de rádio de jazz de vários países. Seus lançamentos incluem o CD Rio, Choro, Jazz (2014), que é também uma homenagem a Ernesto Nazareth, assim como um álbum de piano solo O Piano de Antonio Adolfo. Ambos foram nomeados para o Grammy Latino de 2014. Adolfo lançou, em 2015, o CD Copa Village, gravado em Nova York e Rio, com a cantora Carol Saboya e o harmonicista, gaitista e vibrafonista Hendrik Meurkens. Seus CDs Tema de 2015, bem como Tropical Infinito de 2016, foram também indicados para o Latin Grammy, na categoria Melhor Álbum de Latin Jazz. Em 2017 lançou seu disco Hybrido – From Rio to Wayne Shorter, indicado para o Grammy e Grammy Latino. Paralelamente a seus bem sucedidos lançamentos em discos. Dentre seus mais recentes álbuns, tivemos Encontros (Orquestra Atlântica), Samba Jazz Alley, BruMa – Celebrating Milton Nascimento, este indicado para o Grammy Latino, Jobim Forever, indicado para o Grammy Latino, Octet and Originals, indicado para o Grammy Latino, Bossa 65, indicado para o Premio da Música Brasileira 2024 e vencedor do Global Music Awards 2024 e Love Cole Porter de 2024.
Sobre Renato Teixeira
Nascido em Santos o cantor e compositor Renato Teixeira passou a infância em Ubatuba, no litoral paulista. Aos 14 anos foi para Taubaté, onde viveu até os 24. No início dos anos 1960 trabalhou como radialista na Rádio Difusora de Taubaté, onde através do discotecário Teodoro Israel, tomou conhecimento da música sertaneja e de raiz. Mudou-se para São Paulo em 1967, onde no Bar Patachou, na Rua Augusta, dividiu mesas e debates com artistas de sua geração, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa e Geraldo Vandré. Nos anos 60 formou a Banda Água e abriu um estúdio de jingles publicitários. Em 1967 participou do III FMPB, na TV Record em São Paulo, com a composição Dadá Maria, sendo defendida por Gal Costa e classificada entre as finalistas. A mesma composição seria posteriormente regravada por Clara Nunes e Sílvio César. Em 1968 participou do IV FMPB da TV Record, com a composição Madrasta, interpretada por Roberto Carlos. Em 1972 conseguiu classificar sua composição Marinheiro para o VII FIC da TV Globo. No mesmo período participou da série de discos dirigida por Marcus Pereira, Música Popular Brasileira, no volume Música do Centro-Oeste-Sudeste. Por essa época, começou a trabalhar com os velhos temas caipiras, com a Banda Água, formada por Carlão de Souza, Sérgio Mineiro, Rodolfo Grani, Oswaldinho do Acordeom, Dudu Pontes, Marcinho Werneck, Papete, Luiz Roberto de Oliveira, Nelson Ayres e Amilson Godoy. Começou gradativamente a migrar de gênero musical, procurando mesclar diversas tendências e estilos musicais. Em 1977 sua composição Romaria foi gravada por Elis Regina, tornando-se rapidamente um estrondoso sucesso em todo o país. Romaria foi gravada por Tião Carreiro & Pardinho, Sérgio Reis, Pedro Bento & Zé da Estrada, Leandro & Leonardo, Inezita Barroso, Chitãozinho & Xororó, João Mineiro & Marciano, Fábio Júnior, Paçoca e pelo pianista americano Richard Clayderman entre outros além de gravação pelo grupo de rock paulista Dotô Jeka. A música que já recebeu mais de 100 gravações, entrou para a trilha sonora da série da TV Globo Carga Pesada junto com outra composição sua intitulada Frete. O poeta Haroldo de Campos em entrevista à revista Veja fez elogios à letra de Romaria, considerando-a uma das melhores músicas brasileiras dos anos 1970. Em 1987, teve as composições Ave Marinha, parceria com Almir Sater e Kapenga e Homem Não Chora, gravadas no álbum da cantora Alzira Espíndola. Em 1989, a música Sanfona, parceria com Cezar do Acordeom foi gravada no LP Forró Bom! – É do ABC!!!”, da gravadora Musicolor/Continental, na interpretação de Cezar do Acordeom. Em 1990, a dupla Pena Branca & Xavantinho gravou a toada-balanço 60 Léguas Num Dia e Seu Chico Alves no LP Cantadô de Mundo Afora. Em 1985 participou do disco Grandes Cantores Sertanejos, da Kuarup, ao lado de Xangai, Cida Moreira, Elomar, Sivuca e Geraldo Azevedo, entre outros. Em 1992 lançou pela gravadora Kuarup o CD Ao Vivo Em Tatuí em parceira com a dupla Pena Branca & Xavantinho, disco emblemático e elogiado que bateu recorde de vendas. No mesmo ano recebeu o Prêmio Sharp. Em 1997 participou do disco Cantorias e Cantadores, também pela Kuarup. Entre seus grandes sucessos estão Sina de Violeiro, regravada em 1996 por Sérgio Reis, e Tocando Em Frente, parceria com Almir Sater, presenças constantes em seus shows. Ainda em 1997 realizou o show 30 Anos de Carreira no Canecão no Rio de Janeiro. Um de seus principais parceiros é Almir Sater nas composições Boiada, Missões Naturais, Terra dos Sonhos e Trem de Lata. Em 1998 lançou pela Kuarup o CD 30 Anos de Romaria, com uma retrospectiva de sua carreira. Em 1999 gravou ao vivo com Xangai o CD Aguaterra, em show realizado na sala Adoniran Barbosa em São Paulo, contando com as participações especiais de Natan Marques e Cassio Poleto. Em 2000 lançou com o instrumentista Natan Marques o CD Alvorada Brasileira, no qual interpreta antigos sucessos como Rural e Invernada, além de novas músicas como a country Transformação. O disco contou ainda com a participação de Oswaldinho do Acordeom, na faixa Jaci e do violinista Cássio Poleto na faixa Tutu Com Torresmo. Em 2003 lançou o álbum Rolando Boldrin e Renato Teixeira, em parceria com a apresentador e contador de causos, confirmando seu sotaque caipira. O disco revisita obras de compositores de todo o país e mereceu boa aceitação da crítica especializada. O álbum traz destaques como Ventania, de Geraldo Vandré e Hilton Acioly, que concorreu, também com o subtítulo De Como um Homem Perdeu Seu Cavalo e Continuou Andando, no Festival da Record de 1967, Tempero das Aves, do próprio Boldrin, Vaca Estrela e Boi Fubá, de Patativa do Assaré, Acorda Maria Bonita, atribuída ao cangaceiro Volta Seca (Antonio dos Santos), do bando de Lampião, além de passar por obras de Lupicínio Rodrigues e até Chico Buarque, na composição tema para a peça Morte e Vida Severina, sobre o poema de João Cabral de Melo Neto. O disco conta com participações de Almir Sater, que toca viola no clássico Chico Mineiro, de Francisco Ribeiro e Tonico, da dupla com Tinoco, Paulo Sérgio Santos, no clarinete, Rodrigo Sater e Chico Teixeira nas cordas. Em 2006 lançou CD e DVD Ao Vivo no Auditório Ibirapuera com repertório fazendo uma revisão de sua carreira. O CD contou com a participação especial de Pena Branca na faixa Quando o Amor se Vai, a dupla Chitãozinho & Xororó na canção Frete, a cantora Joana em Recado e o músico argentino Leo Gieco na composição La Cigarra. Em setembro de 2010 gravou, com Sérgio Reis, o CD e DVD Amizade Sincera, pela gravadora Som Livre. O álbum ultrapassou a marca de 700 mil cópias vendidas. Ainda em 2011, recebeu o 22º Prêmio da Música Brasileira, na categoria Melhor Dupla Regional, ao lado de Sérgio Reis, em função do DVD Amizade Sincera. Em 2015, voltou a fazer parceria com Sérgio Reis, e lançou o DVD Amizade Sincera II, projetos premiados no GRAMMY Latino. Ainda em 2015, lançou, com Almir Sater, o CD Ar, pela Universal Music. Gravado entre o Brasil e Nashville (EUA), teve produção do norte-americano Eric Silver e apresentou 10 músicas inéditas compostas pela própria dupla. Em 2016, com o disco Ar, foi indicado ao lado de Almir Sater, ao Prêmio de Música Brasileira, na categoria Regional Melhor Dupla e levou nova premiação no GRAMMY Latino. No mesmo prêmio, na categoria Regional Melhor Cantor, foi indicado com o disco Amizade Sincera II, gravado em parceria com Sérgio Reis. Em 2017, teve suas composições Comitiva Esperança, com Paulo Simões, e Tocando em Frente com Almir Sater, incluídas no repertório da peça teatral Bem Sertanejo – O Musical, obra estrelada por Michel Teló e dirigida por Gustavo Gasparani. No mesmo ano, lançou o álbum Terra de Sonhos, pela gravadora Kuarup, em parceria com a Orquestra do Estado de Mato Grosso. Gravado no Estúdio Inca sob a regência do maestro Leandro Carvalho, o título do álbum levou nome de uma canção composta em parceria com Almir Sater. Em 2018, com o disco Terra dos Sonhos, foi indicado ao Prêmio da Música Brasileira, na categoria Melhor Álbum de Música Regional e Melhor Cantor. No mesmo ano, deu prosseguimento a seu projeto com Almir Sater, e lançou, com sua parceria, o CD +Ar, pela Universal Music, apresentando dez composições inéditas dos dois. O disco obteve repercussão positiva perante a crítica e foi vencedor do prêmio GRAMMY Latino, no ano, na categoria Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa. Em 2021 lança o disco Naturezas, uma parceria com o amigo e cantor Fagner, álbum gravado na Kuarup, sua casa fonográfica e por coincidência também sua antiga morada nos anos 70.
Sobre a Kuarup
Especializada em música brasileira de alta qualidade, o seu acervo concentra a maior coleção de Villa-Lobos em catálogo no país, além dos principais e mais importantes trabalhos de choro, música nordestina, caipira e sertaneja, MPB, samba e música instrumental em geral, com artistas como Baden Powell, Renato Teixeira, Ney Matogrosso, Wagner Tiso, Rolando Boldrin, Paulo Moura, Raphael Rabello, Geraldo Azevedo, Vital Farias, Elomar, Pena Branca & Xavantinho e Arthur Moreira Lima, entre outros.
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Série: Discografia da Música Brasileira / Canção / Álbum.
Publicado por ©Elfi Kürten Fenske
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