AGENDA CULTURAL

Benito di Paula é o enredo da Águia de Ouro em 2025

Homenagem em vida a um dos maiores compositores da música brasileira, Benito di Paula promete emocionar o Carnaval 2025 de São Paulo
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Em 2025, a Águia de Ouro abrirá os desfiles do Grupo Especial no sábado, dia 1º de março, com um tributo inesquecível a Benito di Paula. Sob o título “Em Retalhos de Cetim, a Águia de Ouro do Jeito Que a Vida Quer”, a escola, uma das mais tradicionais de São Paulo, promete levar à Avenida uma celebração grandiosa da obra e da trajetória de um dos maiores nomes da música brasileira.

O enredo, desenvolvido pelo carnavalesco André Machado, destacará os sucessos que marcaram gerações, como “Charlie Brown”, “Mulher Brasileira” e “Ah, Como Eu Amei”, e a singularidade de Benito ao misturar samba e outros gêneros brasileiros. O cantor, que tem uma ligação histórica com a comunidade da Pompéia, morava próximo à antiga quadra da escola e frequentava os ensaios de domingo, tornando a homenagem ainda mais especial.
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Durante o anúncio do enredo, realizado em maio de 2024 na feijoada de 46 anos da escola, o presidente Sidnei Carriuolo revelou que essa homenagem é um sonho antigo: “Optamos por celebrar as obras dele, que até hoje encantam diferentes gerações. Estamos confiantes em criar um espetáculo grandioso.”

O homenageado Benito di Paula também expressou sua emoção com o tributo: “Receber essa homenagem da Águia de Ouro é um dos momentos mais especiais da minha vida. Ver minha música e minha história ganhando vida no Carnaval, ao lado de uma comunidade tão apaixonada, é algo que eu jamais imaginei. Meu coração está cheio de gratidão.”

O carnavalesco André Machado compartilhou sua emoção: “É uma responsabilidade enorme, mas estou muito feliz e inspirado para desenvolver esse enredo. Benito merece essa homenagem em vida.” A diretora de Carnaval, Jacque Meira, reforçou: “Benito é Águia de Ouro. É uma alegria imensa homenageá-lo enquanto ele pode sentir nosso carinho.”
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Com um samba-enredo à altura do homenageado e de um desfile inesquecível, a Águia de Ouro prepara um Carnaval que promete emocionar a Avenida e celebrar a genialidade e a alma brasileira de Benito di Paula.

Benito Di Paula – foto: acervo do artista

Sobre Benito di Paula
Com uma carreira que começou em sua juventude, Benito conquistou o público com seu estilo característico de samba, que se destacou em hotéis e boates no Rio de Janeiro, onde não se limitava a um gênero específico. A convite de um amigo, ele se mudou para Santos, em São Paulo, onde deu um impulso significativo à sua carreira.
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Residente em São Paulo, Benito tornou-se um dos grandes símbolos do Samba Paulista. Entre as décadas de 70 e 80, ele atingiu o ápice da fama, acumulando impressionantes 50 milhões de discos vendidos, tornando-se o 5º maior vendedor de discos do Brasil. Sua música ressoou não apenas no Brasil, mas também internacionalmente, com gravações em idiomas como espanhol, francês, italiano, finlandês e alemão, totalizando 4 milhões de discos vendidos na Europa. Com mais de 35 álbuns lançados, parte significativa de sua obra foi relançada em CD, comprovando seu imenso sucesso.

Seus álbuns como “Um Novo Samba” e “Gravado Ao Vivo” contém clássicos como “Retalhos de Cetim” e “Charlie Brown”, que se tornaram ícones da música brasileira. Benito também teve a honra de compor para outros artistas e participar de festivais internacionais, levando seu talento além das fronteiras brasileiras.

Benito Di Paula, por Murilo Alvesso

Em 1983, lançou o álbum intitulado “Bom Mesmo é o Brasil” que trazia faixas como “Vovó Clementina” e “O Xerife e o Bandido”, que mantiveram a essência do cantor no início da década de 1980. Em paralelo, o Clube de Amigos do Benito di Paula do Litoral Santista atingiu seu auge, liderado por Rose di Paula, Luiz Caymmi e Maruda Bitra.
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Em 1984, Benito lançou “Que Brote Enfim o Rouxinol Que Existe Em Mim” pela RGE, apresentando a famosa “Amigo do Sol, Amigo da Lua”, que conquistou grande popularidade e se tornou trilha sonora da telenovela “A Gata Comeu”. Outras faixas, como “Sigo Te Amando” e “Fonte Nova”, também chamaram a atenção.

O álbum “Nação”, de 1985, trouxe uma nova proposta, com críticas sociais e referências à redemocratização do Brasil, destacando-se a música homônima e “Nova República”. A participação de Tonico & Tinoco e Grande Otelo enriqueceu ainda mais a obra. No ano seguinte, Benito apresentou um disco instrumental que incluía clássicos como “Retalhos de Cetim” e “Madrugada”.
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Após um hiato de três anos, Benito voltou com “Quando a Festa Acabar” em 1987. Durante os anos 90, ele lançou um disco a cada dois anos, destacando-se “Fazendo Paixão” (1990) e “A Vida Me Faz Viver” (1992), que contavam com composições marcantes.

Em 2009 lança um CD e DVD ao vivo gravado no Vivo Rio, apresentando seus maiores sucessos e novas canções. Em 2011, fez uma participação no álbum-homenagem a Nelson Cavaquinho que obteve grande êxito.
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Em 2020, em meio à pandemia, Benito lançou “Lágrimas no Meu Sorriso”, uma música em homenagem ao seu filho André, que faleceu no final de 2019. O artista se reinventou com livestreams, cantando seus clássicos com o filho Rodrigo.
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Recentemente, Benito lançou o single “O Infalível Zen” em 2021 e em 2023 lançou o EP “Do jeito que a vida quer”, reafirmando sua relevância e conexão com novas gerações de fãs. Sua trajetória musical, marcada por inovações e tradições, solidifica Benito di Paula como um verdadeiro ícone da música brasileira.

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Assessoria de imprensa: Paulo Henrique de Moura

Revista Prosa Verso e Arte

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