quarta-feira, março 26, 2025

“Bonitinha, mas ordinária” reestreia no Teatro de Contêiner

Com direção de Nelson Baskerville, peça Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinária ou no Brasil todo mundo é Peixoto reestreia em abril no Teatro de Contêiner. Espetáculo transforma tragédia de Nelson Rodrigues em uma distopia para discutir as hipocrisias brasileiras e o avanço da extrema direita

O premiado diretor Nelson Baskerville parte de uma das famosas tragédias cariocas de Nelson Rodrigues (1912-1980) para criar um espelho cruel das hipocrisias brasileiras na distopia Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinária ou no Brasil todo mundo é Peixoto, que estreou em 2024. O espetáculo ganha uma nova temporada no Teatro de Contêiner, de 4 de abril a 18 de maio 2025, com apresentações às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 18h.
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No elenco, estão Alana Fagundes, Alessandra Rabelo, Camila Brandão, Davi Parizotti, Deborah Kövesi, Donato Caranassios, Filipe Barral, Gui de Rose, Isa Scoralick, Júlia Castanheiro, Lauro Fagundes, Leonardo Van der Neut, Luciana Marcon, Lia Bennatti, Marcio Araujo, Maria Estela Modena, Nelson Fioque, Naiara de Castro Sabrina Larisse.

Em um cenário sufocante de pneus e borracha, a peça acompanha Edgard, um homem marcado pela miséria apesar de anos de dedicação ao patrão Werneck. Ele recebe do chefe uma proposta tentadora: casar-se com Maria Cecília, jovem rica e “bonitinha” , mas envolta em um passado controverso. O dilema entre dinheiro e moralidade o arrasta por um universo de desejos reprimidos, traições e valores distorcidos.
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A encenação expõe as principais hipocrisias da sociedade brasileira, intensificadas pelo recente avanço da extrema direita no país, que ficou camuflada durante muitos anos. E, para representar essa sociedade corrompida pelo poder e pela aparência, aparecem em cena figuras mascaradas com sacolas plásticas de supermercado e vestidas com figurinos manchados por lama.

A trilha sonora do espetáculo, executada ao vivo, mescla sucessos de Astor Piazzolla (Vuelvo al Sur e Adios Nonino) com uma variada lista de músicas brasileiras, que vão de Roberto Carlos a José Augusto.
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Elas embalam as desventuras de Edgard que, por uma situação de miserabilidade, vê-se na encruzilhada entre tornar-se um “próspero” milionário ou honrar a educação e ética transmitida por seu pai.

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Espetáculo “Bonitinha, mas ordinária” – foto Jennifer Glass

Sobre Nelson Baskerville
Ator, diretor e autor teatral, além de artista plástico, Nelson Baskerville nasceu em Santos em 1961. Ele recebeu importantes prêmios da cena teatral brasileira, como o Shell 2011 de melhor diretor por “Luis Antonio-Gabriela”, além do APCA de 2011 de melhores espetáculo, o júri popular do Prêmio Governador do Estado e o CPT de melhor diretor e melhor conjunto, pelo mesmo espetáculo.
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Também foi indicado ao Prêmio Shell 2017 pela direção de Eigengrau de Penelope Skinner; ao Prêmio Shell 2013, por seu trabalho de direção e iluminação em “As Estrelas Cadentes do Meu Céu são feitas de Bombas do Inimigo” com a cia Provisório-Definitivo; e o Prêmio Shell 2018 de melhor direção por “Os 3 Mundos” de Fabio Ba e Gabriel Moon no Teatro Popular do Sesi.
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Diretor-fundador da AntiKatártiKa Teatral (AKK) dirigiu em 2005, “Camino Real” de Tennessee Williams e “17 X Nelson – o Inferno de todos nós”. Dirigiu em 2007 o grupo do Teatro Oficina de Portugal na peça “Dublin Carol” (Cântico de Natal), de Conor McPherson, na cidade de Guimarães.

Formado pela EAD (Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo) em 1983 e graduado em Licenciatura em Teatro pela Uni-Ítalo, Nelson trabalhou como ator e assistente de direção de Fauzi Arap durante os anos de 1980, quando integrou a premiada montagem de “Uma lição longe demais” , de Zeno Wilde. Trabalhou no grupo TAPA entre 1989 e 1991 nos espetáculos “A Megera Domada” , “Solness, o Construtor” e “Senhor de Porqueiral “. Foi também integrante do “Núcleo dos Dez de Dramaturgia” , coordenado por Luis Alberto de Abreu. Foi professor do Teatro Escola Célia-Helena durante 20 anos. Em 2008, adaptou e dirigiu “Por que a Criança cozinha na Polenta” de Agaja Veteranyi, (20 prêmios em 12 festivais pelo Brasil incluindo melhor direção, adaptação e trilha sonora).
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Adaptou e dirigiu com sua companhia AntiKatártiKa Teatral (AKK), “A Vida”, “1Gaivota – É Impossível Viver sem Teatro” – de Tchekhov e “A Geladeira” de Copi. Na televisão atuou na minissérie “Maysa” e nas novelas “Viver a Vida” e “Em Família”, todas de Manoel Carlos com direção de Jayme Monjardim. Atuou também nas séries “O Negócio” da HBO, “Carcereiros” de Eduardo Belmonte, “Onde está meu coração” para a Rede Globo, “Coisa Mais Linda” e “Sintonia” da Netflix assim como nos longas-metragens “Doutor Gama” de Jefferson D, “Papai é Pop” de Caito Ortiz e “Madame Durocher” de Andradina Azevedo e Dida Andrade.

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Espetáculo “Bonitinha, mas ordinária” – foto Jennifer Glass

Sinopse
A distopia criada por Nelson Baskerville a partir da tragédia carioca de Nelson Rodrigues ressurge como um espelho cruel das hipocrisias brasileiras, amplificadas pelo recente avanço da extrema direita. Edgard, um homem marcado pela miséria apesar de anos de dedicação ao patrão Werneck, recebe uma proposta tentadora: casar-se com Maria Cecília, jovem rica e “bonitinha” , mas envolta em um passado controverso. O dilema entre dinheiro e moralidade o arrasta por um universo de desejos reprimidos, traições e valores distorcidos.

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Ficha Técnica
Texto: Nelson Rodrigues | Direção e encenação: Nelson Baskerville | Assistência de direção: Brunna Martins | Elenco: Alana Fagundes, Alessandra Rabelo, Camila Brandão, Davi Parizotti, Deborah Kövesi, Donato Caranassios, Filipe Barral, Gui de Rose, Isa Scoralick, Júlia Castanheiro, Lauro Fagundes, Leonardo Van der Neut, Luciana Marcon, Lia Bennatti, Marcio Araujo, Maria Estela Modena, Nelson Fioque, Naiara de Castro e Sabrina Larisse | Desenho da coreografia: Fernando Fecchio | Cenografia: Nelson Baskerville | Figurino: Davi Parizotti | Assistentes de figurino: Patrícia de Simone e Alex Andrade | Costureira: Claudia Moreno | Iluminação: Alê Passos | Sonoplastia/música ao vivo: Filipe Barral | Operador de som: Alê Passos | Mídias sociais: Déborah Kovezi | Fotos: Jennifer Glass | Produção: Ocanga Produções e Inbox Cultural

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Espetáculo “Bonitinha, mas ordinária” – foto Jennifer Glass

Serviço
Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinária ou no Brasil todo mundo é Peixoto, com texto e direção de Nelson Baskerville
Temporada: 4 de abril a 18 de maio, às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h
Teatro de Contêiner Mungunzá – Rua dos Gusmões, 43, Santa Ifigênia
Ingressos: R$60 (inteira) e R$30 (meia-entrada)
Venda online neste link.
Gênero: Drama
Classificação indicativa: 18 anos
Duração: 110 minutos
Mais informações: @teatrodeconteiner

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Espetáculo “Bonitinha, mas ordinária” – foto Jennifer Glass
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Espetáculo “Bonitinha, mas ordinária” – foto Jennifer Glass
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Espetáculo “Bonitinha, mas ordinária” – foto Jennifer Glass

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