MÚSICA

‘Cancioneiro Guinga – Zaboio’: livro reúne partituras para violão e voz de disco homônimo

O songbook intitulado “Cancioneiro Guinga – Zaboio”, reúne partituras para violão e voz das 11 músicas do disco ‘Zaboio’ (2021) de Guinga, ambos lançados pelo selo Vogas Produções.
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Dedico este songbook a Aldir Blanc, Betinho (Herbert de Souza) e Paulinho Albuquerque (in memoriam)Anna Paes
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“A música de Guinga é singular por muitos motivos. É, ao mesmo tempo, intuitiva e complexa. É extremamente original, mesmo estando amparada por inteiro na melhor tradição da canção brasileira. É intensamente emotiva em sua lírica seresteira e altamente cosmopolita em suas texturas arrojadas. É sofisticada nas harmonias e comunicativa na forma. Toda essa versatilidade decorre da personalidade musical inquieta de seu criador. Guinga é um conhecedor profundo da música popular brasileira, seja a dos anos 30 ou 40 (tantas vezes minimizada por compositores da geração dele), seja a da segunda metade do século XX. Passeia com a mesma naturalidade pelo universo clássico, pela canção norte-americana e pelos grandes do jazz. Choro e modinha, baião e valsa, Villa e Jobim, Fauré e Scriabin, Gershwin e Ellington, Orlando Silva e Silvio Caldas – são muitas as referências que se encontram de forma instigante em uma obra que guarda muitos e profundos brasis, retrato para o futuro do que temos de melhor nestes princípios de século XXI”. Paulo Aragão.
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O livro Cancioneiro Guinga – Zaboio, com as partituras das 11 músicas do maravilhoso disco Zaboio, o 18º da carreira do compositor carioca, gravado em 2021. Com textos em português e inglês, o livro tem 48 páginas, num belo projeto lançado pelo editor Ricardo Gilly, verdadeira grife no ramos de edições de alguns dos mais famosos songbooks já publicados no Brasil.
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A idealização, produção e pesquisa é da cantora, compositora e violonista Anna Paes. As transcrições das partituras ficaram a cargo de Carlos Chaves e Paulo Aragão (integrantes do Maogani e grandes conhecedores da obra de Guinga). Ricardo Gilly assina a edição final e diagramação e divide a revisão com Chaves e Aragão.
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Essas partituras são muito valiosas porque dão continuidade ao registro em pauta das músicas mais recentes de Guinga e aqueles encadeamentos harmônicos que são a cara dele. Aquela genial maneira de compor explorando cordas soltas com afinação tradicional do violão. É um desenho melódico de anções densas e lindas que ele cria.
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No caso de Zaboio, foi a primeira vez em que Guinga gravou um disco em que ele compôs não apenas todas as melodias mas também todas as letras. O disco tem direção de Fernanda Vogas e Xabier Monreal (este fez a arte da capa também) e produção musical de Kassim. (Violão Brasileiro)
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SONGBOOK “CANCIONEIRO DE GUINGA – ZABOIO”

Capa do ‘Cancioneiro de Guinga – Zaboio’. Idealização, produção e pesquisa Anna Paes. Edição bilíngue português e inglês. Gilly Music, 2022.

Sinopse: ZABOIO. Cancioneiro Guinga, é um álbum de partituras com o repertório do disco ZABOIO de Guinga (Vogas Produções, 2021). O álbum contém 11 partituras para violão e voz (violão escrito em dois pentagramas, com cifra e a letra da canção), textos biográficos e históricos em português e inglês, além de fotografias.
– ficha técnica –
idealização e produção: Anna Paes | pesquisa: Anna Paes | capa: Xabier Monreal | editoração das partituras: Carlos Chaves & Paulo Aragão | edição final e diagramação: Ricardo Gilly | revisão das partituras: Ricardo Gilly, Carlos Chaves & Paulo Aragão | revisão de texto: Anna Paes & Luiza Paes | versão para o inglês: Anna Paes & Daniella Thompson | revisão de texto em inglês: Anna Paes & Daniella Thompson | fotos: Paulo Rapoport (Popó), Renato Mangolin & Marcelo Rodolfo
** Onde comprar online (sites): Violão Brasileiro | Freenote | Musimed | Ou se quiser um exemplar autografado pelo Guinga. Envie mensagem para o WhatsApp (21) 96413-8020 e saiba mais.
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Trechos do álbum de partituras “Cancioneiro Guinga” – breves verbetes de cada canção:
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O disco ZABOIO é quase todo feito de homenagens. É um disco que fala de mim. Todas as músicas estão falando de mim, dos meus sentimentos.
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Sábia Negritude é uma homenagem, como o título está falando, aos negros, e às minhas origens, meus ancestrais negros, e de quase todos os brasileiros, exaltando essa mistura de raça.
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A música Meu Pai é o óbvio: estou fazendo uma pequena e humilde homenagem ao meu pai, o Sargento Escobar, contando alguns “grãos” da vida dele, e me colocando, obviamente, nessa história.
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A Bailarina e o Vagalume é uma homenagem à minha neta Catarina, que até agora, é a única neta que eu tenho. Pessoa amada, querida. Não há dimensão pra medir o amor que eu sinto por ela.
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Tangará é uma homenagem ao Sérgio Mendes, esse artista genial brasileiro. Um grande vencedor que ganhou o mundo com a sua música, e que também é um grande amigo meu. Somos amigos do Sérgio e da sua família. É muito importante pra mim exaltar esse homem.
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Casa de Francisca é uma homenagem à casa de espetáculos em São Paulo, que esteve pra fechar na pandemia e que sempre esteve aberta à boa música brasileira, onde a gente se manifesta e somos muito agradecidos.
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Paulistana Sabiá é uma homenagem à Mônica Salmaso, grande intérprete da minha obra, a quem eu sou agradecido eternamente. Genial cantora brasileira.
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Saíra Apunhalada, na sua versão instrumental intitulada “Pai do Mato”, é uma homenagem ao Pedro Paes, esse grande músico, clarinetista, compositor e arranjador. Na versão com letra aqui presente, é uma homenagem à minha avó Jandyra e à minha mãe Inalda.
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Desacompanhado é uma homenagem ao Marcos Tardelli, o violonista mais importante dentro da minha alma hoje. Tardelli é, não só o violonista, mas o artista que mais me impactou na vida.
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Porto da Madama é uma homenagem às mães que carregam seus filhos na barriga e que conversam com a própria barriga.
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Jogo de Damas é uma homenagem a Anna Paes, o grande amor da minha vida, uma artista que ama a minha música, e sem ela, não haveria este livro.
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Zaboio é um neologismo que eu criei a partir da palavra aboio. Se refere aos aboios que ouvi na infância. Minha família toda era de cavaleiros. Todos montavam muito bem, inclusive negociavam cavalos. Compravam e vendiam. Eu fui criado dentro dessa cultura rural. E isso foi uma coisa que eu sempre tive dentro de mim: o desejo de um dia resgatar as músicas que eu teria composto com essa inspiração.
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Veja também: Anna Paes canta Guinga, em álbum recém-lançado..

 

Capa do álbum ‘Zaboio’ • Guinga • 2021 – Arte: Xabier Monreal

DISCO ‘ZABOIO‘ • Guinga • CD • Selo Vogas Produções • 2021
Canções/compositor:
1. Sábia negritude (Guinga)
2. Meu pai (Guinga)
3. A bailarina e o vagalume (Guinga)
4. Tangará (Guinga)
5. Casa de Francisca (Guinga) / instrumental
6. Paulistana sabiá (Guinga) | Participação especial: Mônica Salmaso
7. Saíra apunhalada (Guinga)
8. Desacompanhado (Guinga) / instrumental
9. Porto da madama (Guinga)
10. Jogo de damas (Guinga) | Participação especial: Mônica Salmaso
11. Zaboio (Guinga)
– ficha técnica –
Guinga (voz e violão – fx. 1-4, 6, 7, 9-11; violão – fx. 5 e 8) | Mônica Salmaso (voz – fx. 6 e 10) / Participação especial || Arranjos: Guinga || Idealização e produção: Fernanda Vogas e Xabier Monreal | Produção musical, edição e mixagem: Alexandre Kassin / estúdio carioca Marini – Rio de Janeiro/RJ | Técnico de gravação: Mauro Araújo // exceto: Voz de Mônica Salmaso (fx. 6 e 10), gravado por Teco Cardoso, em São Paulo/SP | Masterização: Ricardo Garcia | Arte e capa: Xabier Monreal | Fotos: Renato Mangolin | Assessoria: Colateral Comunicação | Produção: Vogas Produções | *Gravado entre 15 e 23 de fevereiro de 2021 | Selo: Independente / Vogas Produções | Cat.: ASS034 | Distribuição: Tratore | Formato: CD Digital | Ano: 2021 | Lançamento: 10 de junho | Ouça o álbum: Clique aqui.

DISCOGRAFIA DE GUINGA
1. Simples e Absurdo (Velas, 1991)
2. Delírio Carioca (Velas, 1993)
3. Cheio de Dedos (Velas, 1996)
4. Suíte Leopoldina (Velas, 1999)
5. Cine Baronesa (Velas, 2001)
6. Noturno Copacabana (Velas, 2003)
7. Graffiando Vento (2004) com Gabriele Mirabassi
8. Casa de Villa (2007)
9. Dialetto Carioca (2007)
10. Saudade do Cordão (2009) com Paulo Sergio Santos
11. Rasgando seda: Guinga e Quinteto Villa-Lobos (2012)
12. Francis e Guinga (2013) com Francis Hime
13. Roendopinho (2014)
14. Porto da Madama (2014)
15. Mar Afora (2015) com Maria João
16. Dobrando a Carioca (2016)
17. Intimidade (2017) com Stefania Tallini
18. Canção da Impermanência (2017)
19. Avenida Atlântica: Guinga e Quarteto Carlos Gomes (2017)
20. Passos e Assovio: Guinga convida Gabriele Mirabassi (2018)
21. Japan Tour 2019 Guinga, Mônica Salmaso, Teco Cardoso e Nailor Proveta (2020 / 2021)
22. Zaboio (2021)
23. Você Você – Anna Paes canta Guinga (2022)
#* Ouça Guinga: Spotify | Deezer | Apple Music | Canal oficial Guinga (Youtube).
** Mais informações sobre a discografia de Guinga, veja em: Discos do Brasil | Immub | Discogs.

O que disseram sobre o Guinga 

    • “Guinga recupera a linhagem mais brasileira da canção”. Mauro Dias (Estado de São Paulo, 30/06/1993)
    • “…graça, clareza, gosto impecável, sentimento artístico inato, que associa elegância clássica com a ousadia harmônica e melódica contemporânea”. Raphael Rabello, segundo Mauro Dias (Estado de São Paulo, 19/09/1995)
    • “Um pé no passado e a cabeça no futuro”. Tarik de Souza, segundo Mauro Dias (Estado de São Paulo, 19/09/1995)
    • “A música dele não tem nada a ver com os conceitos de novo ou antigo. Está acima destes conceitos”. Eduardo Gudin, segundo Mauro Dias (Estado de São Paulo, 19/09/1995)
    • “As melodias e harmonias de Guinga surgem impregnadas da linguagem histórica da música brasileira, de Villa-Lobos a Chico Buarque (o compositor contemporâneo predileto dele), mas a leitura não é passadista, saudosista”. Mauro Dias (Estado de São Paulo, 19/09/1995)
    • “Acho o Guinga um compositor importantíssimo, porque envolve uma cultura musical muito rica, densa. Ele promove o choro, com uma harmonização muito específica e elaborada e não deve deixá-lo de lado”. Djavan (O GLOBO, 12 de maio de 2001)
    • “Guinga é o melhor compositor surgido no Brasil nos últimos vinte anos. […] Sua música apoia-se em formas antigas – valsas, foxes, choros, serestas suburbanas, sambas, modinhas – sobre as quais apõe harmonias refinadas e desenhos melódicos surpreendentes” João Máximo (O GLOBO, 12 de maio de 2001)
    • “Enquanto a maioria dos compositores populares está normalmente associada a canções específicas, Guinga estabelece sua reputação principalmente baseada na originalidade do seu som. Independente do gênero que ele trabalha – canção, choro, frevo, valsa, bolero, samba, côco, baião, modinha, foxtrot, jazz, vocal ou instrumental – o resultado é, sem sombra de dúvida, pessoal. Como Kurt Weil e Nino Rota – dois outros compositores que são reconhecidos instantaneamente pelo som – Guinga passeia ao mesmo tempo em uma linha indefinida entre a música popular e a de concerto. Ele tem sido chamado “um gênio intuitivo” e um “visionário”. Suas melodias cromáticas e modulações harmônicas são frequentemente descritas como “não convencionais”. “difíceis” e “sempre surpreendentes”. Contudo o compositor dá enorme importância ao conteúdo emotivo e espera, sobretudo, emocionar o seu ouvinte. Como Rota, ele transforma memórias na trilha sonora de sua vida. Como Weil, ele passeia com naturalidade entre o lírico e o moderno. Não é raro para ele criar uma melodia a partir da desconstrução de uma antiga peça de Ernesto Nazareth, Abel Ferreira, ou George Gershwin, ou basear a sua harmonia em uma obra de Ravel ou Cyro Pereira. Sintetizando inúmeras fontes, incluindo música impressionista, ópera, canções populares mais antigas e jazz, ele destila uma embriagante bebida toda própria, enriquecida com letras audaciosas feitas por uma mão cheia de parceiros do passado e do presente”. Daniella Thompson “Guinga rising” (Musica Brasiliensis. com Novembro de 2001. Acesso em 7 de maio de 2022).
    • “O Guinga me fez chorar. É algo como Villa-Lobos encontrando Cole Porter”. Sérgio Mendes, segundo Mário Marques em Guinga, os mais belos acordes do subúrbio (Gryphus, 2002)
    • “Existe uma emoção poderosa e atraente na música de Guinga, quase clássica. Essa música precisa de um filme”. Toots Thielemans (trecho da carta escrita por Toots Thielemans, em 1999, ao produtor Paulinho Albuquerque, na ocasião da gravação do álbum Suite Leopoldina)
    • “Eu trocaria o meu universo musical pelo universo dele”. Paco de Lucia em A música de Guinga (Gryphus, 2003)
    • “Sua música não precisa de tradução. Ela me diz tudo o que ele quer dizer”. Michel Legrand segundo Mário Marques em Guinga, os mais belos acordes do subúrbio (Gryphus, 2002)
    • “Ele é fora de série como violonista ou compositor. Teve formação informal, mas muito estruturada. Ninguém compõe daquele jeito. Não há nada mal-feito em sua obra”. Turíbio Santos em A música de Guinga (Gryphus, 2003)
    • “Passei a vida inteira procurando alguém como o Guinga”. Hermeto Paschoal em A música de Guinga (Gryphus, 2003)
    • “Hoje, penso em Guinga da mesma forma com que o vi naquele primeiro dia: é um gênio puro, desses que aparecem uma vez a cada cem anos. A importância de sua música para o Brasil sequer começou a ser avaliada com a profundidade que merece. Faço daqui, publicamente, uma declaração de amizade que me comove, porque fui eu – e isso ninguém pode tirar de mim – uma espécie de Colombo tijucano meio de porre, quem, pela primeira vez, se me permitem, botou o ovo em pé”. Aldir Blanc. Trecho da crônica de Aldir Blanc “Ravel e Debussy numa varanda suburbana”, onde relata o dia em que conheceu Guinga. Publicada na capa do Caderno 2 – Estado de São Paulo em 19 de setembro de 1995.

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Veja também:
:: Anna Paes canta Guinga, em álbum recém-lançado.
:: Cláudio Jorge e Guinga lançaram ‘Farinha do Mesmo Saco’ – álbum dedicado às memórias suburbanas.

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Imagem/Capa da matéria: Guinga e Anna Paes – foto: ©Paulo Rapoport (Popó) / Capa do ‘Cancioneiro de Guinga – Zaboio’. Arte: Xabier Monreal
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Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / Canção / Álbum / Songbook.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske

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