Em 500 páginas, Garota Fenomenal resgata a cantora dos mega-htis Estúpido Cupido, Banho de Lua e Broto Legal, que largou a carreira no topo das paradas aos 19 anos para se casar
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Não existirá jamais um fenômeno musical no Brasil como Celly Campello. Entre os 15 e os 19 anos de idade, de 1958 a 1962, ela lançou cinco álbuns e três dezenas de compactos e colocou pelo menos 20 sucessos nas paradas de todo Brasil, a maioria versões em ritmo de rock and roll bem abrasileiradas pelo compositor Fred Jorge de sucessos americanos, italianos e franceses. Como Estúpido Cupido, Túnel do Amor, Lacinhos cor de rosa, Banho de Lua, Broto Legal, Tammy, Canário, Não tenho namorado e Hey Mama, entre outros.
Nesse período, ao mesmo tempo que João Gilberto inventava a bossa nova e Anísio Silva plantava a semente da hoje chamada música brega, todos da gravadora Odeon, Celly literalmente criou um mercado de música para jovens, que não existia até então. Todos os talentos juvenis que surgiram nas últimas décadas tinham de cantar sambas-canções e boleros para adultos, com suas traições e dores de cotovelo. Em quatro anos, Celly foi eleita a Rainha do Rock pela Revista do Rock e ganhou 54 entre todos os maiores prêmios da música brasileira. Pirralha, desbancou rainhas como Ângela Maria, Doris Monteiro, Emilinha Borba, Marlene, Izaurinha Garcia, Elizeth Cardoso, Dalva de Oliveira e a cultuada Maysa.
Quando estava em primeiro lugar em audiência com o programa Crush em HI-FI, que apresentava com o irmão Tony Campello na TV Record, porém, Celly cedeu à pressão do namorado, um contador da Petrobras, e largou tudo para se tornar uma dona de casa e mãe de duas crianças. Muita gente pensou que sua história terminou ai. Longe disso, uma história totalmente desconhecida e dramática, que incluiria seis anos de sofrimento de câncer, tinha início.
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O livro Garota Fenomenal – Celly Campello e o nascimento do Bock no Brasil, de Gonçalo Junior e Dimas Oliveira Junior, em lançamento da Editora Noir, com 500 páginas, resultado de seis anos de extensa pesquisa e muitas entrevistas, vai além de contar como uma menina adolescente virou a música brasileira de pernas para o ar. A ponto de fazer Gilberto Gil sentir saudade dela no exílio em Londres, durante a ditadura militar, como ele registrou na letra de Back in Bahia (Lá em Londres, vez em quando me sentia longe daqui/Vez em quando, quando me sentia longe, dava por mim/Puxando o cabelo/Nervoso, querendo ouvir Celly Campelo pra não cair/Naquela fossa).
A partir de longas conversas com os dois irmãos da estrela – Nelson Filho e Tony Campello, o viúvo Eduardo Chacon (falecido em dezembro passado) e amigos de infância e adolescência, além de astros como Wanderléa, Renato Teixeira e Agnaldo Rayol, a narrativa vai além com a dramática vida da cantora em suas múltiplas tentativas de voltar a fazer sucesso, até surgir consagrada pela novela Estúpido Cupido, da Rede Globo, que estreou em 1976.
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Na verdade, a obra é um precioso documento sobre a chegada do rock and roll no Brasil. Os autores revelam, por exemplo, como cantores e grupos negros tentaram introduzir o ritmo no Brasil. Em uma passagem, conta como Celly recusou um convite da Record para apresentar o programa Jovem Guarda, que poderia ter mudado os rumos da carreira de Roberto Carlos, então um cantor pouco conhecido.
SERVIÇO
Garota Fenomenal
Celly Campello e o nascimento do Rock no Brasil
De Gonçalo Junior e Dimas Oliveira Jr.
Editora Noir
500 páginas
R$ 99,90
Cinemateca Brasileira – no Festival In-Edit
Dia 15 de junho | sábado | 16h
Endereço: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo
16 horas
* Compre o livro na Editora Noir
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