El Camino – Cinema de Viagem da América do Sul, de 18 de abril a 07 de maio, no Cine CCBB Brasília, reúne filmes de nove países sul-americanos que têm os deslocamentos geográficos no centro da narrativa
EL CAMINO – CINEMA DE VIAGEM DA AMÉRICA DO SUL acontece de 18 de abril a 7 de maio, no Cinema do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília. A mostra inédita oferece um apanhado histórico de filmes de viagem, realizados desde 1960, em nove países sul-americanos.
Os chamados road movies celebram jornadas geográficas e pessoais. Neles, há um convite para vivenciar percursos, encontrar-se com o outro e consigo mesmo, manter-se em movimento. Mas os “filmes de viagem” realizados na região sul do continente americano são bem mais do que os registros de percursos: refletem paisagens sociais, mostram semelhanças e diferenças, falam de identidades nacionais, territórios, (des)caminhos.
Com curadoria e coordenação de Carla Italiano e Leonardo Amaral, a mostra vai exibir 19 filmes, sendo 15 longas-metragens e quatro curtas, realizados no Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Peru, Bolívia, Chile, Colômbia e Venezuela. Ao todo, serão 18 dias de programação, com 24 sessões e 16 programas.
Além das exibições, a mostra inclui a participação da curadora Carla Italiano – discorrendo sobre o conceito da programação –, uma oficina presencial ministrada pelo pesquisador Ewerton Belico (com inscrições prévias) e um debate presencial com a professora Mariana Souto. Haverá ainda sessão com legendagem descritiva. O evento contará também com um catálogo contendo textos inéditos de autores/as nacionais, revelando a fortuna crítica original sobre o tema.
EL CAMINO – CINEMA DE VIAGEM DA AMÉRICA DO SUL é uma produção da Anacoluto Produções Miúdas e, de Brasília, segue para o CCBB Rio de Janeiro (31 de maio a 19 de junho) e para o CCBB São Paulo (12 de julho a 07 de agosto). Produção Executiva de Marisa Merlo.
A MOSTRA
“EL CAMINO – CINEMA DE VIAGEM DA AMÉRICA DO SUL” reúne filmes nos quais os deslocamentos geográficos estão no centro das histórias, em trajetórias que conectam as transformações das personagens às mudanças na paisagem social. A mostra se guia por um conjunto de questões: que países são esses que estão na tela? De que maneira esses filmes constroem imaginários que reafirmam, ou questionam, símbolos nacionais anteriores? E como apresentam novas formas de filiação entre indivíduos, coletivos e territórios? Cada obra responde a essas questões à sua maneira e o interesse desse conjunto de títulos está em captar tais ressonâncias.
A curadoria foi pensada a partir de cinco linhas que permitem criar agrupamentos de filmes. Ideias de povo e nação filmicamente reúne obras realizadas a partir da década de 1960 e que lidam com as contradições da ideia de nação: Vidas secas, Iracema – uma transa amazônica (Brasil), Los inundados (Argentina), Agarrando pueblo (Colômbia), A dupla Jornada (Brasil). O segundo inventário – Indivíduos em relação a representações de coletivo – traz o drama em suas diversas raízes étnicas e políticas, como em Noites paraguayas (Brasil/Paraguai), La nación clandestina (Bolívia), La tierra prometida (Chile) e Carlos: Cine-retrato de un caminante en Montevideo (Uruguai).
A terceira linha aposta no cinema fantástico para reconfigurar não só as cartografias de territórios como a própria noção de identidade. Em Fantástico e jornadas psicológicas estão agrupados filmes como Brasil Ano 2000, Sueños de hielo (Chile), El viaje (Argentina) e Hijas del fuego (Argentina). Um quarto grupo pensa trajetórias transnacionais de povos originários. Recriações de territórios indígenas perdidos reúne filmes como Serras da desordem, Tava (Brasil), Zama (Argentina). Por fim, o quinto grupo apresenta Processos coloniais da diáspora africana, agrupando curtas de teor auto-representativo que fazem viagens rumo ao continente africano: é o caso de Noirblue e (Outros) fundamentos (Brasil).
Segundo a curadoria, é importante entender o cinema de viagem como devedor da tradição da literatura de viagem, europeia de origem e bastante consolidada, compartilhando com ela uma narrativa sem final definitivo, de estrutura episódica e temporalidade variável, às vezes cronológica e às vezes suspendendo a própria noção de tempo. “Tanto na literatura quanto no cinema, essa narrativa tem o potencial de ser uma ferramenta potente de crítica social”, afirmam Carla Italiano e Leonardo Amaral. E acrescentam: “Da forma que se concretiza nos cinemas sul-americanos pós 1960, esse gênero também evidencia certa crise do que ali é próprio à era moderna e aos ideais específicos de progresso, seja pelos avanços desse modelo de desenvolvimento, seja pelos inúmeros problemas que desencadeia, da pobreza e dos esquecidos na contabilização do todo enquanto estado-nação unificado”.
PROGRAMAÇÃO
Terça 18/04
19h – [Abertura] Vidas Secas (115’, Nelson Pereira dos Santos, 1963, Brasil) | 10 anos
Com apresentação da curadoria por Carla Italiano
Quarta 19/04
19h30 – A dupla jornada (53’, Helena Solberg, 1975, Arg/Bol/Mex//Ven)
(Outros) Fundamentos (16’, Aline Motta, 2019, Brasil)
NoirBlue – Deslocamentos de uma dança (27’, Ana Pi, 2018, Brasil) | 12 anos
Quinta 20/04
19h30 – Noites Paraguayas (90′, Aloysio Raulino, 1982, Brasil/Paraguai) | 14 anos
Sexta 21/04
15h30 – Serras da Desordem (135’, Andrea Tonacci, 2006, Brasil) | 14 anos
projeção em 35 mm
19h – Iracema, uma Transa Amazônica (91’, Jorge Bodanzky, Orlando Senna, 1975, Brasil) | 16 anos. Seguido de debate com prof. Mariana Souto
Sábado 22/04
19h – El Viaje (130′, Fernando Solanas, 1992, Argentina) | 12 anos
Domingo 23/04
16h30 – La Nación Clandestina (128′, Jorge Sanjinés, 1989, Bolívia) | 12 anos
19h30 – Zama (115′, Lucrecia Martel, 2017, Argentina) | 14 anos
Segunda 24/04 – Não há sessão
Terça 25/04
19h30 – A dupla jornada (53’, Helena Solberg, 1975, Arg/Bol/Mex//Ven)
Agarrando Pueblo – os vampiros da miséria (29′, Luis Ospina, Carlos Mayolo, 1978, Colômbia) | 14 anos
Quarta 26/04
19h – Brasil Ano 2000 (115′, Walter Lima Jr., 1969, Brasil) | 14 anos
Quinta 27/04
19h30 – Tava, a casa de pedra (78’, Ariel Duarte Ortega, Patrícia Ferreira, Vincent Carelli, Ernesto de Carvalho, 2012, Brasil) | 10 anos
Sexta 28/04
19h30 – Pachamama (94′, Erik Rocha, 2008, Brasil/Bolívia/Peru) | 10 anos
Sábado 29/04
10h – Oficina com Ewerton Belico – Território, caminhada e fronteira: migrações e memória no cinema sul-americano contemporâneo (inscrições prévias, com projeção de filmes) | Livre
17h – La Tierra Prometida (120′, Miguel Littin, 1973, Chile) | 12 anos
Domingo 30/04
17h30 – Los Inundados (87′, Fernando Birri, 1961, Argentina) | 10 anos
20h – Noites Paraguayas (90′, Aloysio Raulino, 1982, Brasil/Paraguai) | 14 anos
Segunda 1/05 – Não há sessão
Terça 2/05
19h30 – Tava, a casa de pedra (78’, Ariel Duarte Ortega, Patrícia Ferreira, Vincent Carelli, Ernesto de Carvalho, 2012, Brasil) | 10 anos
Quarta 3/05
19h30 Iracema, uma Transa Amazônica (91’, Jorge Bodanzky, Orlando Senna, 1975, Brasil) | 16 anos
Quinta 4/05
19h00 – El Viaje (130’, Fernando Solanas, 1992, Argentina) |12anos
Sexta 5/05
16h30 – La Nación Clandestina (128’, Jorge Sanjinés, 1989, Bolívia) – El Viaje (130′, Fernando Solanas, 1992, Argentina) | 12 anos
19h30 – As Filhas do Fogo (115’, Albertina Carri, 2019, Argentina) |18 anos
Sábado 6/05
17h – Brasil Ano 2000 (115′, Walter Lima Jr., 1969, Brasil) | 14 anos
20h – Agarrando Pueblo – os vampiros da miséria (29′, Luis Ospina, Carlos Mayolo, 1978, Colômbia)
Sonhos de gelo (58′, Ignacio Agüero, 1993, Chile) | 14 anos
Domingo 7/05
16h30 – Vidas Secas (115’, Nelson Pereira dos Santos, 1963, Brasil) | 10 anos
19h30 – Carlos: cine-retrato de um caminhante (31′, Mario Handler, 1967, Uruguai)
(Outros) Fundamentos (16’, Aline Motta, 2019, Brasil)
NoirBlue – Deslocamentos de uma dança (27’, Ana Pi, 2018, Brasil) | 12 anos
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
Terça, 18 de abril
19h – Apresentação da mostra com curador Carla Italiano – seguida do filme de abertura Vidas Secas
Sexta, 21 de abril
19h00 – Debate sobre filme Iracema
Ministrante: prof. Mariana Souto (UnB)
Gratuita. Acessibilidade – LIBRAS
Sábado, 29 de abril
Oficina – Território, caminhada e fronteira: migrações e memória no cinema sul-americano contemporâneo
Horários: 10h-12h; 13h – 15h (4 horas)
Ministrante: Ewerton Belico – Pesquisador e curador
Com projeção de trechos de filmes. Entrada gratuita, mediante inscrição
Inscrições gratuitas até 21 de abril , acessar aqui.
CONVIDADOS
EWERTON BELICO
Ewerton Belico é diretor, roteirista, professor e curador. Um dos programadores do forumdoc.bh – festival do filme documentário e etnográfico de Belo Horizonte -, foi programador do FestCurtas BH – Festival Internacional de Curtas-Metragem de Belo Horizonte – e do Fronteira – Festival Internacional de cinema documentário e experimental. Atuou como co-diretor e co-roteirista do longa-metragem Baixo Centro, e dos curtas-metragem Vira a Volta que faz o nó e Memória Sitiada da Noite. É responsável pelo desenvolvimento dos roteiros de obras seriadas A luta que não pode parar e Hip-hop, velho amigo na estrada. Seus filmes foram exibidos em mostras e festivais como Hamburgo, Neighboring Scenes, Filmadrid, Mostra de Tiradentes, Ecrã, dentre outros.
MARIANA SOUTO
Professora da UnB, realizou dois pós-doutorados (bolsas FAPESP e Capes) na ECA-USP, sob supervisão de Ismail Xavier. Doutora em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais, com prêmio de Melhor Tese na área de Comunicação e informação (2017), é Mestre pela UFMG, onde atuou como professora substituta. Também lecionou na PUC-MG e da UNA. Foi curadora do Janela Internacional de cinema de Recife, do Festival Internacional de curtas de BH, da mostra Corpo e cinema (Caixa cultural) e do Cineclube Comum. Diretora de arte de Quintal (André Novais, exibido em Cannes e premiado em diversos festivais) entre vários outros filmes. Integrou os grupos de pesquisa História e Audiovisual (coordenado por Eduardo Morettin) e Poéticas da Experiência (coordenado por César Guimarães e André Brasil). Autora do livro “Infiltrados e invasores – uma perspectiva comparada sobre relações de classe no cinema brasileiro” (2019).
FICHA TÉCNICA
Curadoria e coordenação: Carla Italiano e Leonardo Amaral
Produção Executiva: Marisa Merlo
Empresa produtora: Anacoluto Produções Miúdas
SOBRE O CCBB BRASÍLIA
O Centro Cultural Banco do Brasil Brasília foi inaugurado em 12 outubro de 2000, após uma grande reforma de adaptação do Edifício Tancredo Neves, com o objetivo de reunir em um só lugar todas as formas de demonstração de arte e criatividade possíveis, para levá-las ao público da capital.
O edifício Presidente Tancredo Neves faz parte de um conjunto de obras arquitetônicas assinadas por Oscar Niemeyer. Com o seu imenso projeto paisagístico, idealizado por Alda Rabello Cunha, o prédio conta com amplos espaços de convivência, café, restaurante, galerias, sala de cinema, teatro, salas multiuso, jardins e uma praça central para eventos abertos, onde são realizados shows, espetáculos e performances.
SERVIÇO
Local: Cinema do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
Endereço: SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Espacial Sul – Brasília – DF
Data: 18 de abril a 7 de maio de 2023
Cinema (70 lugares)
Entrada gratuita
Ingressos: Disponíveis na bilheteria física ou em bb.com.br/cultura
Horários: ver programação
Email: mostraelcamino@gmail.com
Site: www.anacoluto.art
Informações: 613108 7600
Acessibilidade
Sessão com medidas de acessibilidade [legendagem descritiva]
Classificação indicativa: de livre a 18 anos. Consultar programação.
Ingressos gratuitos, disponíveis na bilheteria física ou em bb.com.br/cultura
CCBB Brasília
Aberto de terça a domingo, das 9h às 21h
Endereço: SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Espacial Sul – Brasília – DF
Tel.: (61) 3108-7600
E-mail: ccbbdf@bb.com.br
Informações
bb.com.br/cultura
Facebook/ccbb.brasilia
Twitter/ @ccbb_df
Instagram/ccbbbrasilia
Youtube/Bancodobrasil
E havia luz demais para seus olhos. De repente um repuxão; ajeitavam-no, mas ele não…
Estavam na casa de campo, ele e a mulher. Iam todos os fins de semana.…
Não é a primeira vez que escrevo meu nome, Renato Valenzuela, e o vejo como…
Um dos mais inventivos e prolíficos artistas de sua geração, cantor e compositor maranhense Negro…
Aos 82 anos, Guiga de Ogum, um dos grandes nomes do samba e da música…
“A Farsa do Panelada” com a missão de fazer o público rir através do texto…