Investigação de 4 anos da jornalista Tania Malheiros revela os impactos da primeira instalação industrial nuclear em São Paulo
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Autora de inúmeras matérias com participação de professores da Coppe/UFRJ, a jornalista Tania Malheiros lança, dia 27 de abril, a partir das 19 horas, o livro Cobaias da Radiação – a história não contada da marcha nuclear brasileira e de quem ela deixou para trás. Na obra, Tania releva com fotos e documentos inéditos a história da primeira instalação industrial nuclear brasileira, a Orquima, no Brooklin, em São Paulo, nas décadas de 1940 e 1950. A Orquima foi sucedida pela Usina de Santo Amaro (USAM) da Nuclemon e Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que deixou um rastro de mortos, desaparecidos e doentes: os cobaias da radiação. O lançamento será no restaurante Lamas, na Rua Marques de Abrantes, 18, Flamengo, Rio de Janeiro.
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No livro, que foi prefaciado pelos jornalistas André Trigueiro e Cristina Serra, Tania conta como a indústria da morte foi criada, como se estabeleceu e fechou, após denúncia que fez em 1990, publicada nos Jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde, que resultou em processo movido pela fiscal do Trabalho, Fernanda Giannasi e o Sindicato dos Químicos. De acordo com Tania, os depoimentos emocionantes de algumas das vítimas e familiares dos operários mortos dão a dimensão do sofrimento e de quanto eles foram enganados pelos empregadores, durante décadas. Foram quatro anos de pesquisas e entrevistas, até a finalização da obra. “O livro se propõe a jogar luz sobre um dos maiores crimes de exploração de mão-de-obra operária ocorrido no Brasil. Espero que possa contribuir para que se faça Justiça”, declara a autora.
O que dizem os jornalista André Trigueiro e Cristina Serra, no prefácio do livro de Tania Malheiros:
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André Trigueiro: “Uma história que permaneceria desconhecida, fossilizada na linha do tempo, não fosse o interesse da autora em procurar pessoalmente as cobaias da radiação para ouvir os seus relatos, testemunhar suas dores e as terríveis sequelas e mutilações que sofreram. Tania compartilha documentos originais, mapas e fotos que explicitam o absurdo. Os fatos apurados pela jornalista denunciam a irresponsabilidade de sucessivas administrações que negligenciaram a necessária remediação dos danos causados à saúde humana e ao meio ambiente. É inacreditável que esse passivo socioambiental permaneça impune. É inacreditável que qualquer projeto, sob qualquer pretexto, enseje tamanha desumanidade.”
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Cristina Serra: “Era uma história obscura, de tenebrosas transações, e que poucos ganharam muito dinheiro enquanto centenas de operários adoeceram e/ou morreram. Pessoas de suas famílias também foram contaminadas, já que as roupas dos trabalhadores eram lavadas em casa. Ainda hoje, os trabalhadores lutam na Justiça para ter direito a um plano de saúde que lhes garanta uma assistência minimamente decente. (…) a Orquima deixou um enorme passivo ambiental em estoques de material radioativo sujeitos à ação do tempo e do descaso. O relato sobre a indústria da morte é um capítulo vergonhoso e revoltante da história da energia nuclear no Brasil. Tania Malheiros reconstitui com obstinação e rigor, um crime de lesa-humanidade. E crimes de lesa-humanidade não prescrevem. Seu livro é um pungente libelo por Justiça.”
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SERVIÇO
NOITE DE AUTÓGRAFOS – Rio de Janeiro
Lançamento do livro: “Cobaias da Radiação – a história não contada da marcha nuclear brasileira e de quem ela deixou para trás”
Autor: Tania Malheiros
Prefácio: Cristina Serra e André Trigueiro
Local/hora: Café Lamas – Rua Marques de Abrantes n. 18, Flamengo, Rio de Janeiro/RJ | 19h00
Edições da Autora
Valor: R$ 50,00 aquisição e contato pelo instagram @malheiros.tania
Sinopse: Livro-reportagem revela, com documentos inéditos, a obscura história da primeira instalação industrial nuclear brasileira e a desumana exploração da mão-de-obra operária, cujas vítimas, ignoradas pelo Estado, são as “cobaias da radiação”.
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Imagem (capa matéria): Tania Malheiros – foto: ©Julio Alfradique e Arte de divulgação: ©Nimbus Studio.
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