Áurea Martins – iniciou sua carreira na Rádio Nacional. Gravou seu primeiro disco como prêmio pelo primeiro lugar no programa A Grande Chance, de Flávio Cavalcanti, em 1969, na extinta TV Tupi. Aurea, carioca de Campo Grande, 60 anos dedicados à carreira de crooner de gafieiras e boates na cidade do Rio de Janeiro. Vencedora do Prêmio da Música Brasileira em 2009, na categoria melhor cantora. Em sua longa carreira de cantora, contabiliza seis CDs solos – ‘O amor em paz’ (1972), ‘Áurea Martins’ (2003), ‘Até sangrar’ (2008), ‘Depontacabeça’ (2010), ‘Iluminante’ (2012) e ‘Senhora das Folhas‘ (2022); E quatro CDs em parceria – ‘Orquestra Lunar’ (2007), ‘Sueli Costa convida Fernanda Cunha & Áurea Martins – Ao vivo’ / com Sueli Costa e Fernanda Cunha (2018), ‘Olhando o céu, viu uma estrela’ / com Gonzaga Leal (2019), ‘Quase 50 – Áurea Martins encontra João Senise / com João Senise (2021); Um DVD ‘Iluminante’ (2012). Participa ainda de discos, EP’s e singles de diversos artistas. Tem um curta-metragem produzido por Zeca Ferreira “Áurea” (2009) e uma biografia “Áurea Martins: a invisibilidade visível”. escrita por Lucia Neves (2017). Entre 2014-2017 realizou o espetáculo “Elizethíssma – uma sincera homenagem a Elizeth Cardoso” com a cantora Alaíde Costa, idealizado por Hermínio Bello de Carvalho. Aos 83 anos, continua apresentando seus shows e participando de projetos de outros artistas. * Saiba mais sobre Áurea Martins aqui.
Eis a entrevista:
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Daniela Aragão: A gente pode começar falando de cinema, adorei aquele curta que você participou que tem um feitio autobiográfico. Você finaliza voltando para sua casa e colocando para tocar o clássico disco de Elizeth Cardoso “Canção do amor demais”. Você poderia falar um pouco como surgiu a ideia desse filme?
Aurea Martins: A ideia foi do Zeca Ferreira para fazer a história de uma cantora da noite, no caso eu como uma atriz representando, na verdade me representando. Todo aquele processo de chegar em casa, no ônibus, aquela coisa toda.
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Daniela Aragão: O filme não tem praticamente uma palavra, mas é tão forte, impactante, principalmente naquele momento em que você pega aquela Kombi em que está escrito Campo Grande, que é onde você nasceu. Você saindo do glamour e voltando para casa. Esse filme alegoriza sua vida e a de muitas cantoras da noite.
Áurea Martins: É a minha história
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Daniela Aragão: Você participou do Argumento?
Aurea Martins: Ele veio aqui antes e me explicou todo o texto, é um ótimo cineasta o Zeca Ferreira.
Daniela Aragão: Como você atua bem e passa verdade em sua interpretação. Fiquei muito tocada. Dentro da Kombi a força de seu olhar que transmitia um mergulho interior, um voltar para si mesma. Bem aquilo que o Chico Buarque retratou tão bem “Festa acabada músicos a pé”.
Áurea Martins: É um mundo de fantasia, um mundo glamoroso, mas depois que acaba a gente pisa no chão e pega um ônibus pra voltar pra casa.
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Daniela Aragão: E colocar um disco da Elizeth é demostrar a importância da Elizeth na sua vida. Você agora está cantando com o Cristovão um projeto que começou em 2008 e foi interrompido por uma pneumonia.
Áurea: Esse disco foi pensado pela nossa amizade, eu tenho uma amizade com o Cristovão desde a adolescência no subúrbio. Nós frequentávamos o mesmo clube, íamos as mesmas reuniões de músicos, bailes e ao longo da vida a gente se separou, cada um seguiu seu caminho até que eu vim reencontrar o Cristovao. A gente resolveu fazer esse disco que se chama “Amizade”, só que foi interrompido por causa da pneumonia que contraí, depois veio a pandemia.
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Daniela Aragão: Cristovao tem um respeito, afeto e admiração enormes por você.
Áurea Martins: Ele e o Peranzzetta são muito queridos, são maravilhosos, não posso esquecer também do Leandro Braga. Eu tenho uma intimidade muito grande com pianistas.
Daniela Aragão: São músicos que dão conta da grandeza e beleza de sua voz, da demanda dessa voz tão única. Você interpreta sempre grandes canções como no disco “Até Sangrar”, produzido pelo Hermínio Bello de Carvalho. Tem a visceralidade desse grande repertório. Você grava discos para perpetuar. Gostaria de tocar num ponto interessante, você veio de Campo Grande e fez o percurso Zona Sul e Lapa. Como foi a recepção na Lapa e na Zona Sul?
Áurea Martins: São dois lados, acho que na Zona Sul eu tive uma aceitação com medos pelo preconceito da elite, mas encarei e me tornei uma das cantoras mais solicitadas. Sempre fui muito bem tratada ali e na Lapa eu fui aprender, como se fosse uma faculdade de samba porque na Zona Sul eu cantava até jazz. Eu mudei de um estágio para o outro momentaneamente e isso é bom para o artista. O crooner tem essa facilidade, Djavan foi crooner, Emilio foi crooner, Elis e Elizeth também e pra nós é fácil. Eu era a mesma pessoa no ambiente da zona sul e na Lapa. Eu acho que o grande lance é você permanecer com a personalidade, com a identidade. Eu fui cantar numa favela, cantei num dancing e na alta sociedade. Eu sempre fui a mesma pessoa.
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Daniela Aragão: Num documentário você comenta que o pessoal da Lapa, até por ser muito sistematizado no samba achou que você tinha que cantar samba. Voce falou: “Como minha cor vai delimitar meu som? Você é uma cantora que transcende gêneros, passou por cima de ter um carimbo.
Áurea Martins: Eu fui para a Lapa levada por um produtor, em vez de samba um espaço de todas as bossas em minha homenagem. Tem aquela coisa do samba que é muito boa, eu gosto. Eu cantava Janelas Abertas. Essa diversidade é muito enriquecedora para qualquer ser humano, eu sou uma privilegiada.
Daniela Aragão: E na escola da noite você vai ter sempre uma plateia diferente. Você vai adequando o seu repertório à aquela plateia, aquela recepção.
Áurea Martins: Eu nunca me deixei ser levada, eu levava o público. Eu acho que é a minha obrigação e a deles ouvir o que eu estava dando de mim. Johny Alf tocou na noite, Luiz Eça, Leny Andrade.
Daniela Aragão: Sei que Johny morou em sua casa.
Áurea Martins: Ele foi para me fazer companhia, minha mãe tinha morrido e eu tinha quebrado o braço e precisava de alguém perto de mim.
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Daniela Aragão: Suponho que rolaram altos duetos, uma riqueza de partilha.
Áurea Martins: John ensaiava no piano da minha casa e eu vi até o ensaio dele com o Emilio Santiago. Eu deixei a casa como se fosse dele também. Já pensou que glória.
Daniela Aragão: O John chegou a compor alguma música pra você?
Áurea Martins: Sim, “Ensaio para uma ilusão”, fez no piano lá em casa.
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Daniela Aragão: Tem alguma semelhança com “ilusão à toa”?
Áurea Martins: Não tem não.
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Daniela Aragão: Eu tive a oportunidade de participar de uma das Homenagens Áureas e estar na do Cacaso. Me fale um pouco sobre esse projeto que é tão amplo e abrange pessoas de várias gerações?
Áurea Martins: Eu acho que o jovem não está só para aprender, ele ensina também. Eu sempre fui muito observadora e vendo essas cantoras mais novas eu sempre tiro alguma coisa pra mim. Eu estava te vendo cantar e achei tão bonito.
Daniela Aragão: Assim fico lisonjeada. Entao você pega vários compositores, tem Angela RoRo, Hermínio Bello de Carvalho, Chico Buarque…
Áurea Martins: Em alguns momentos a gente ser antenada ajuda. Eu venho do subúrbio e não sabia da importância do Teatro Municipal e entrei ali com vestido emprestado, com sapato faltando courinho e a Maysa me vestiu depois. Aliás, ela foi uma pessoa que tomou muito conta de mim. Seria “A Grande chance” e quando a Maysa viu que estavam banindo os meus pontos ela brigou e queria chamar a imprensa para delatar. Eu entrei com tanta força, tanta convicção que ganhei primeiro lugar e sem ter conhecimento do preconceito que rondava. Depois de muito tempo, eu já bem calejada, comecei a prestar muita atenção, mas não me deixei envolver por essa coisa nociva que é o preconceito. Segui meu caminho e estou até hoje.
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Daniela Aragão: Interessante você dizer que começou no grande Teatro Municipal e que não tinha consciência da magnitude daquele teatro. Eu estava vendo essa semana o filme “Emicida Amarelo” e lá fala dos negros que trabalharam na construção do teatro.
Áurea Martins: quem construiu materialmente tem a força da ancestralidade. Eu acho isso, o esteio dos prédios, quanto sofrimento ali que foi transformado em luz, eu acho. O principal seria eu pensar que pisei num lugar que aparentemente parecia que não era pra mim e saí de lá carregada. Eu recebi os louros possivelmente por meus antepassados que trabalhavam ali, quem sabe.
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Daniela Aragão: Essa consciência é tão forte no Hermínio ao trazer a voz da Clementina de Jesus. A força do legado daquela voz.
Áurea Martins: A minha vida tem duas fases, antes e depois do Hermínio. Eu me assustei quando ele chegou até mim e falou: “Você vai fazer um disco na Biscoito Fino, vou produzir junto com o pianista Zé Maria Rocha”. Ele falou que eu iria fazer um disco de canções e começou a escolher. Eu aprendi, entrei no estúdio e gravei. Muita gente participou e esse disco chegou no Premio da Música Brasileira e eu ganhei melhor cantora de MPB. Aliás foi uma coisa inusitada, pois fui a primeira negra que ganhou Melhor Cantora de MPB, sem ser samba. Se fosse samba eu ia gostar, mas o estereótipo saiu. Você não rotular, não estereotipar. Toda vez que me encontram a Áurea é cantora, canta pagode né? Eu sou sambista também e como gosto, mas tem que me dar liberdade para eu fazer dessa garganta o que eu sinto. Você vê a Alaíde Costa, não existe resistência maior que ela na música. Aliás, essa semana ela fez uma reportagem em que disse que quando ela frequentava o ambiente da Bossa Nova a chamaram de Ameixa. Veja você que vergonha, eu fiquei com vergonha. Eles me desculpem, mas isso é uma vergonha, pessoas que a gente conhecia, que fizeram a história, ter preconceito por causa de melanina. Ainda bem que eu sempre fui um pé na frente outro atrás com essas pessoas. Eu fiz o meu mundo, eles lá e eu aqui cantando as músicas deles, nós temos uma nobreza. Eu sei de um por um que chamou ela de Ameixa. Então eu acho ótimo poder estar falando disso aqui agora.
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Daniela Aragão: Você me jogou uma questão um pouco atrás que é o piano. Você está lançando dois discos com dois grandiosos pianistas que são o Gilson Peranzzetta e o Cristovão Bastos. Poderia falar de seu relacionamento com o piano
Áurea Martins: Meu disco com Cristovão Bastos foi planejado, já o com Peranzzetta sou eu e João Senise dividindo o chamado “quase cinquenta”. Eu tive a oportunidade de regravar “Sinhá” do Chico Buarque, “Bodas de Ouro” da Dona Ivone Lara, tem também Paulo César Pinheiro nessa formação de piano e voz e ficou bonito a beça, eu e João Senise dividimos “Gesto Final” do Johny Alf, ela foi gravada por Claudete Soares. O disco com Cristovao Bastos é voz e piano, dedicado a Elizeth Cardoso.
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Daniela Aragão: Tem mais um dado super importante que é você ter ganhado o premio da Natura.
Áurea Martins: O repertório abrange o que chamamos de mulheres matriz, são aquelas que nos lugares distantes, nas mãos e na memória das vozes, trazem a cura, o alívio, a ancestralidade “Nossa senhora das folhas”. Na minha infância eu era benzida por benzedeiras. Uma rezadeira tem cento e três anos e chama-se vovó Trancilina e a outra dona Justina. Foi Deus quem te remiu, que te criou, te balizou. Agora eu pego pra cantar as rezas dessas benzedeiras.
Daniela Aragão: Você cantou no Beco das Garrafas?
Aurea Martins: Eu não passei por lá porque eu vinha do subúrbio. Eu fui para a Zona Sul quando eu tinha quase trinta anos. Uma das canções do Tom que eu mais gosto é “Sem você”, Tom e Vinícius. Eu sou uma espectadora, gosto de ver meus colegas cantando, como se eu nem fosse cantora.
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Daniela Aragão: Você tem hábito de ouvir música?
Aurea Martins: Eu gosto de ouvir, fico acordada até três da madrugada ouvindo principalmente instrumental. Rafael Rabello, Chet Baker, John Coltrane e Miles Davis. Eu não queria cantar, eu queria tocar.
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Daniela Aragão: Parece com a história de Nina Simone que queria ser pianista clássica e acabou tocando piano e cantando muito bem.
Aurea Martins: Ela foi uma felizarda, esse é o trauma que eu tenho, eu queria tocar piano e violão.
Daniela Aragão: Não deu tempo, sua voz como instrumento chegou na frente.
Aurea Martins: Acho que o canto chegou na frente e eu não gosto da minha voz.
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Daniela Aragão: Você se escuta?
Aurea Martins: Agora estou ouvindo pouco
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Daniela Aragão: O trabalho nunca está acabado, a gente sempre acha que está faltando alguma coisa. E quando a gente participa da mixagem fica com todos os cortes na cabeça até cair no esquecimento.
Aurea: Você não acha que isso é bom?
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Daniela Aragão: Prefiro esquecer. Você é cantora de prima, não é cantora que precise de remendos.
Aurea: De uns seis anos pra cá estou com muito problema respiratório e consigo cantar. No princípio comecei a pirar e pensei, sabe de uma coisa tenho que me aceitar como sou. Esse momento da Aurea é assim rouco.
Daniela Aragão: Mas esse momento traz supostamente descobertas, outras sensibilidades não exploradas, mergulhos na intensidade de entendimento da canção que talvez a Aurea dos trinta anos atrás não tenha. Me comove por exemplo mais a Billie Holliday madura, com todas a intempéries e nuances de sua vida.
Aurea Martins: quando eu cantei “Neste mesmo lugar” eu falei para a Katherine que trabalhou no clipe: Nossa Katherine olha o Cristovão tocando que lindo. A Katherine falou Olha essa voz. Eu quase tive depressão, foi muito difícil encarar essa rouquidão que chegou. Foi a partir desse momento que comecei a acreditar. O Gilson Peranzzeta fala que eu sou a única cantora que fala de um jeito e canta de outro.
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Daniela Aragão: O registro de muitas cantoras é diferente a voz falada da voz cantada.
Aurea Martins: A Marisa Gata Mansa falava fininho e quando cantava era uma potencia. Hoje em dia além do piano que me acompanha tenho gostado muito do violão.
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Daniela Aragão: E como você gosta de instrumental, costuma treinar uns scatchs?
Aurea Martins: Eu faço scatchs, vou mandar pra você umas fitas em que eu canto com Roberto Chineli e faço uns scatchs. Tenho feito em casa scatchs.
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Daniela Aragão: E o outro filme que você participou?
Aurea Martins: Eu era uma evangélica e a outra atriz uma mãe de santo. Eu acho que tudo que vem agora chegando para mim é um pagamento pela minha luta. Eu fiz um réveillon para pagar o enterro da minha mãe, eu sabia que ela ia morrer. Eu pegava o trem, o trem descarrilhou e eu quase morri de desastre de madrugada e eu não sei como ainda estou viva e inteira. Foi Deus.
Daniela Aragão: A Fernanda Montenegro fala muito dessa coisa da missão que faz com que o artista não consiga sair desse compromisso com a criação que vem até de forma obsessiva.
Aurea Martins: Não consigo fazer outra coisa, mas fui inspetora de alunos. Fiz um concurso e por azar ou sorte passei em primeiro lugar. Eu trabalhei com a Sueli Costa, ela era professora de música e eu inspetora, no mesmo colégio. Um colégio ali no Leblon que era muito democrático. Certa vez uma coordenadora me perguntou se eu tinha dado alguma punição a um aluno que tinha furado o pneu do carro de um professor. Eu falei não, porque ele tem palavra. Eu sempre fui muito revolucionária, quando entrou um militar no lugar da diretora, ele entrou pela porta da frente e eu saí pela de trás. Eu nunca mais voltei. Se me perguntarem sobre a minha história na música eu digo que faria tudo de novo e da mesma forma. Nunca dependi de televisão, não tenho rabo preso com ninguém . Um amigo que me ajudou muito foi Rildo Hora (Aurea mostra um vinil antigo seu), Luiz Eça e Paulo Mendes no Tamba Trio. O que está me encantando nesse momento são as 80 homenagens Áureas. O Paulo Cunha é um roteirista de primeira e tenho visto jovens cantando pracaramba. Muitos eu conheço, outros não, isso vai ficar para as outras gerações.
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Daniela Aragão: É verdade que depois dessa travessia toda você vai passar o bastão?
Aurea Martins: Eu quero ser orientadora dos cantores jovens, ajudar. Tem uma hora que não dá mais. A gente não vai levar o que aprendeu pro túmulo, tem que deixar pras pessoas que estão chegando.
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Daniela Aragão: Ainda mais que a memória está tão dissipada. Falamos mais em termos de Brasil, não sei se você fez muito show lá fora.
Aurea Martins: Eu fiz com Paulo Moura e Wagner Tiso na Grécia, com Zé Maria na Dinamarca. Foram esses dois internacionais. E participei do ano do Brasil na França quando o Gilberto Gil era ministro.
Daniela Aragão: Como foi a recepção dos franceses a música brasileira?
Aurea Martins: Foi ótima, fui com o Arismar Espírito Santo, Nelson Sargento, Thiago Espírito Santo e uma dupla de cantores. Foi muito bom o show que ficou lotado.
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Daniela Aragão: Você é uma artista de grande importância por trazer esse legado da Música Popular Brasileira. Se você tivesse que escolher uma cantora qual você homenagearia?
Aurea Martins: Carmen Costa, Zezé Gonzaga e Maysa. Eu fico feliz pelo fato de a juventude estar comigo, aquele prazer que a gente tem de saber que plantou para colher. As vezes estou cantando em algum lugar e está cheio de jovens. Eu não tenho um procedimento de uma senhora de oitenta anos.
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