“O estilo emocional do cérebro baseia-se em pesquisas inovadoras para mudar a maneira como você enxerga a si mesmo e as pessoas à sua volta. Richard Davidson e Sharon Begley transformam complexas descobertas científicas em uma leitura rápida e agradável.” – Daniel Goleman, ph.D., autor de Inteligência emocional.
Proativo ou vítima; Atento ou desligado; Observador ou desnorteado. Todo mundo tem um pouco de cada aspecto. O que muda são as medidas, afirma o neurocientista Richard J. Davidson
Você já se perguntou por que as pessoas reagem de maneiras tão diferentes às adversidades e às alegrias da vida? Por que algumas logo dão a volta por cima após sofrer uma grande perda, ao passo que outras entram em depressão? Já notou que tem amigos que comemoram cada pequena vitória, enquanto outros só sabem reclamar?
Esse funcionamento é resultado do arranjo particular de seis dimensões, definidas pelo neurocientista *Richard J. Davidson, ph.D em psicologia pela Universidade de Harvard, e por **Sharon Begley, ex-editora e colunista de ciência da Newsweek. Davidson e Sharon são autores do livro O Estilo Emocional do Cérebro***, lançado nos Estados Unidos no fim de 2012 e traduzido para o português pela editora Sextante em 2013.
Os autores apresentam um novo modelo do cérebro emocional que pode mudar o tratamento de doenças como o autismo e a depressão. Também mostra de que maneira você pode ficar mais ciente de seu estilo emocional – seja para se aceitar como de fato é, seja para se transformar – e como lidar melhor com as pessoas com quem você convive.
A divisão e as características das dimensões foram definidas a partir de anos de pesquisas e estudos sobre as bases neurais das emoções. No livro, eles destrincham cada uma delas: resiliência, atitude, intuição social, autopercepção, sensibilidade ao contexto e atenção.
O que muda de pessoa para pessoa é a medida desses elementos, gerando combinações únicas. “Todos temos elementos de cada uma dessas dimensões do estilo emocional”, afirmam. “Talvez você tenha uma colher de sopa do estilo concentrado, uma pitada do perfil antenado e não tenha tanta autopercepção como gostaria. Você pode ter uma atitude tão positiva que ela ofusque todo o resto, embora a ausência de resiliência e o fato de ficar desnorteado em situações sociais se manifeste com freqüência”.
Mas você não está condenado a viver engessado no estilo emocional com o qual veio ao mundo. “O cérebro tem neuroplasticidade”, dizem os autores. “Elas se modificam a partir de experiências de vida e cultura”.
Para ter uma ideia da combinação que move seu cérebro, veja algumas indicações de Davidson e Sharon:
Resiliência: você geralmente consegue superar as adversidaddes ou sofre um colapso quando algo dá errado? Quando depara com uma dificuldade emocional, encontra determinação para seguir em frente ou se sente tão indefeso que simplesmente se rende? Se discute com sua mulher ou marido, isso estraga o resto de seu dia ou você consegue se recuperar com rapidez e deixar o desentendimento para trás? As pessoas que estão em um extremo desta dimensão têm recuperação rápida diante das adversidades. As que ficam no extremo oposto têm recuperação lenta, pois se deixam imobilizar pelas adversidades.
Atitude: você mantém alto nível de energia e empenho mesmo quando as coisas não saem como o desejado? Ou tende à descrença e ao pessimismo, pois acha difícil enxergar qualquer aspecto positivo? Uma atitude excessivamente negativa pode acabar com sua motivação e destruir sua capacidade de sentir alegria com seus relacionamentos. Já uma atitude positiva demais afeta sua capacidade de aprender com os erros e de adiar a gratificação imediata em favor de uma recompensa maior no futuro. Otimismo em excesso impede que se avalie as situações com realismo. O As pessoas em um extremo da Atitude podem ser descritas como tipos positivos. As que estão no outro extremo, como tipos negativos.
Intuição social: você consegue interpretar a linguagem corporal e o tom de voz das pessoas como quem lê um livro, deduzindo se elas querem conversar ou ficar sozinhas, se estão estressadas ou tranquilas? Ou você se sente intrigado – ou até mesmo cego – diante dos sinais que indicam os estados mentais e emocionais das pessoas? Os que ficam em um extremo desta dimensão são os tipo socialmente intuitivos. Os que ficam no outro são os tipos socialmente desnorteados.
Autopercepção: você tem consciência dos próprios pensamentos e sentimentos e está ligado nas mensagens que seu corpo lhe envia? Ou atua e reage sem saber por que faz o que faz, pois sua mente consciente tem dificuldade em enxergar seu “eu interior”? As pessoas próximas perguntam por que você nunca fica em silêncio e dizem que você parece não se dar conta do fato de estar ansioso, ciumento, impaciente ou se sentindo ameaçado? Em um extremo da Autopercepção estão as pessoas autoconscientes. No outro, as que não conhecem a si mesmas.
Sensibilidade ao contexto: você consegue captar as regras convencionais de interação social, de modo que não conta ao chefe a mesma piada obscena que contou a sua mulher ou marido? Ou fica perplexo quando as pessoas lhe dizem que seu comportamento é inadequado? Se você estiver em um extremo do estilo de Sensibilidade ao Contexto, será uma pessoa antenada. Se estiver no outro, desligada.
Atenção: você consegue filtrar distrações emocionais e se manter concentrado? Fica tão ligado no seu videogame que não percebe o que está acontecendo ao redor? Ou seus pensamentos saltam da tarefa que está fazendo para uma briga que teve pela manhã, ou para a ansiedade que sente por causa de uma apresentação que terá que fazer no trabalho? Em um extremo deste estilo estão as pessoas concentradas. No outro, as desconcentradas.
O livro ***
:: DAVIDSON, Richard J.; BEGLEY, Sharon. O estilo emocional do cérebro. [tradução Diego Alfaro]. São Paulo: Sextante editora, 2013.
Sobre os autores:
*Richard J. Davidson, ph.D. em psicologia pela Universidade de Harvard, é professor-pesquisador de psicologia e psiquiatria e diretor do Laboratório de Imagens Cerebrais Funcionais e Comportamento e do Laboratório de Neurociência Afetiva da Universidade de Wisconsin em Madison.
**Sharon Begley é redatora da área de saúde e ciência da agência Reuters. Foi editora e colunista de ciência na Newsweek e escreveu artigos sobre esse tema para o The Wall Street Journal. É autora do livro Treine a mente, mude o cérebro (Fontanar).
Fonte: Sextante Editora | revista Época Negócios
Saiba mais sobre Richard J. Davidson:
:: Richard J. Davidson (artigos e entrevistas)
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