O 1º Festival Literário e Cultural da Baixada Fluminense, o FLIC-BF, que aconteceu no Parque Natural do Gericinó, em Nilópolis – RJ, de terça-feira-19 a ontem, 24 de setembro, trouxe números que impressionaram, visto ser o primeiro evento literário no município. Em uma área de 2.500 m2 foram erguidas três tendas que abrigaram 22 stands (grátis para expositores) ocupados por editoras e autores independentes, palcos para Rodas de Conversa, Salas de Palestras e Oficinas e Espaço Kids. Com entrada gratuita, programação diversa, abordando temas como antirracismo, povos originários, inclusão, educação, patrimônio cultural, empreendedorismo, empoderamento, pertencimento, enfrentamento à violência religiosa e formação de leitores, o FLIC-BF recebeu um público estimado de 10 mil pessoas num total de 16 palestras, 18 oficinas e 20 rodas de conversa, além de contações de história, apresentações teatrais e musicais.
As Rodas de Conversa receberam ícones da nossa literatura como a grande homenageada, a escritora Conceição Evaristo cujo tema foi “A experiência negra como matriz da nossa ficção”; Itamar Vieira Júnior com o tema “Entre Quilombos e livros: Do Recôncavo Baiano para a Baixada Fluminense”; Flávia Oliveira e Selminha Sorriso estiveram juntas no lançamento da “Cartilha Antirracismo” e “Beija-Flor – Patrimônio Cultural 75 nos”; Elisa Lucinda, patrona do festival, em “Roda das Tias”. E ainda receberam nomes como Helena Teodoro, Fernanda Felisberto, Renan Inquérito, Carol del Farra; Ney Santos; Álvaro Nascimento, Mãe Menininha de Oxum, entre tantos outros nomes emblemáticos da Baixada Fluminense e do Rio de Janeiro.
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– ….. “Eu acho que a Baixada Fluminense simboliza os vários lugares, os vários territórios onde está presente uma população negra, onde está presente uma população marcada pela convivência popular….
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E hoje marca um espaço que pra mim é muito importante. É um espaço em que a Baixada Fluminense joga por fora muito dessa visão que pobre não lê, que preto não lê, que o escritor e escritora têm que nascer em classes privilegiadas, mentira. Eu gosto muito de pensar nas crianças. Quantas crianças estão aqui que podem e que estão produzindo seus textos, que têm possibilidade de pensar as nossas histórias. Elas precisam ser construídas, reescritas….” – comentou Conceição Evaristo.
– “Primeiro a emoção de participar desse primeiro festival aqui na Baixada Fluminense. Eu acho absolutamente fundamental essa ousadia de democratizar os espaços de cultura, os encontros de literatura, de arte, levar para as periferias. O Rio de Janeiro, o Brasil, já têm uma tradição em eventos literários, mas não nesses territórios, então a ideia de fixar, de abrir um calendário para um festival literário e cultural na Baixada Fluminense, é revolucionária, ousada e muito importante……. “– comentou Flávia Oliveira
– “O 1º Festival Literário de Cultural da Baixada Fluminense é um evento importantíssimo, que está trazendo cultura, divulgando literatura no município de Nilópolis. Eu vejo que eventos como esse são muito importantes para a difusão e fomento de leitura, para que se leve cultura a lugares desfavorecidos. Às vezes é uma cidade que não tem uma livraria, uma biblioteca, e os eventos costumam fazer os escritores circular com suas histórias, encontrar os leitores… Eu tenho certeza de que tudo isso contribui para formar leitores e divulgar a literatura brasileira. Por isso, é muito importante eventos como esse” – comentou Itamar Vieira.
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Com curadoria de Tiago Cardoso, ator, diretor e professor nascido e criado na Baixada Fluminense, e uma realização do Instituto Latinoamerica, com produção da ABÈBÈ Produções, o festival levou estímulo às atividades ligadas à leitura, literatura, cultura e artes brasileiras em geral à Baixada Fluminense.