A leitura celebra os 80 anos de carreira de Fernanda Montenegro e aborda a visão libertária de Simone Beauvoir (1908-1986) sobre o feminismo, além de sua ligação de vida com o filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980). O espetáculo ‘Fernanda Montenegro Lê Simone de Beauvoir’, está em cartaz no Teatro Raul Cortez, do Sesc 14Bis, em São Paulo.
Considerada uma das figuras mais icônicas do teatro e da televisão brasileira, Fernanda Montenegro, aos 94 anos, continua a enriquecer a cultura nacional com sua arte e talento. Em 2024, ela celebra o impressionante marco de 80 anos de uma carreira brilhante, que inclui não apenas atuações memoráveis, mas também prêmios importantes e reconhecimento internacional.
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“Minha aproximação com a obra de Simone de Beauvoir vem desde quando eu tinha 20 anos. Essa fundamental feminista é uma personalidade referencial na minha geração. O espetáculo, baseado em uma de suas obras, proposto a mim em 2007 por Sérgio Britto, já com a saúde extremamente debilitada, não se realizou. A ideia permaneceu em mim através de outra criação de Simone de Beauvoir – “A Cerimônia do Adeus”. Organizei rigorosamente essa importante obra durante dois anos. Texto pronto, Bonarcado Produções Artísticas e Carmen Mello levaram à cena essa adaptação com o título de “Viver Sem Tempos Mortos”. Encenação referencial de Felipe Hirsch. Direção de Arte importante de Daniela Thomas e Iluminação plena de Beto Bruel.
Em março de 2023, na Academia Brasileira de Letras, realizei a 1ª leitura desse mesmo texto, organizado por mim. Seguiram duas apresentações no Teatro Poeira, já com aceitação total da plateia. Quando dessa leitura, trechos de outras obras dessa importante feminista e escritora já estavam incluídos nessas apresentações.
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Ao ler, no palco, Simone de Beauvoir, nós nos conscientizamos da liberdade que essa Mulher se impôs e propôs a todas as gerações que a sucederam”, completa.
FERNANDA MONTENEGRO
O encontro de Fernanda Montenegro com a compilação do pensamento de Simone de Beauvoir extraída da obra “A Cerimônia do Adeus“, é uma aproximação com essa escritora, pensadora e ensaísta, que revolucionou a visão do feminino.
FICHA TÉCNICA
Texto – Simone de Beauvoir | Dramaturgia e direção – Fernanda Montenegro | Assistência de direção – Carmen Mello | Seleção musical – Fernanda Montenegro | Desenho de som – André Omote | Desenho de luz – Diego Diener | Produção – Bonarcado Produçōes Artísticas & Trígonos Produções Culturais | Direção de produção – Carmen Mello | Promoção e comunicação visual – Nicolle Meirelles | Assessoria jurídica – Janaína Bento | Contabilidade – Contsist | Controller – Elinete Barcellos | Assistência de produção – Jadir Ferreira e André Nunes | Patrocínio: Itaú Unibanco | Realização: Sesc São Paulo
SERVIÇO
Fernanda Montenegro Lê Simone de Beauvoir
Temporada: 18 de Agosto (2024)
Quinta a sábado, às 20h e às 18h, aos domingos.
Teatro Raul Cortez – 2º andar / Sesc 14 Bis ( R. Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista, São Paulo – SP)
Duração: 75 minutos
Vendas de ingressos online e presencialmente nas bilheterias das unidades do Sesc / Limite de 2 ingressos por pessoa | (ingressos esgotados)
No dia 12/7 o Sesc 14 Bis irá realizar uma sessão com intérprete de libras.
Não é permitida a entrada ao teatro após o início do espetáculo.
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> Siga: @fernandamontenegrooficial | @sesc14bis | @trigonosproducoes
Fernanda Montenegro
Nascida Arlette Pinheiro Esteves da Silva, seus avós maternos, Camilo e Maria Pinna, imigraram da Sardenha, no sul da Itália, para trabalhar em fazendas em Minas Gerais e conheceram-se no navio em que viajaram. Depois mudaram-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde passaram a morar com a filha Carmen e o genro Vitorino, pais de Arlette. Seus avós paternos, José Pinheiro da Silva e Ana Albina Esteves Capela da Silva, eram portugueses de Trás-os-Montes. Arlette nasceu em Campinho, no subúrbio carioca, e estudou no Colégio Pedro II.
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Depois de concluir o curso primário, Arlette dedicou-se à formação para o trabalho, matriculando-se no curso de secretariado Berlitz, que compreendia inglês, francês, português, estenografia e datilografia. Frequentava ainda o curso de madureza à noite, conseguindo concluir o equivalente ao ginasial em dois anos. Aos quinze anos, ainda no terceiro ano do curso técnico de secretariado, inscreveu-se num concurso como locutora na então Rádio Ministério da Educação e Saúde, atual Rádio MEC, fator que foi decisivo para a sua carreira. Ganhou o concurso para atuar em um projeto chamado “Teatro da Mocidade”, voltado a despertar o interesse de jovens talentos para atuar em radionovelas, sendo este seu primeiro emprego.
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Seu primeiro papel como radioatriz foi numa obra de Cláudio Fornari, chamada Sinhá Moça Chorou, na qual interpretou Manuela. Arlette permaneceu na emissora por dez anos, inicialmente como locutora e depois como atriz. Foi lá que, ao começar a escrever, adotou o pseudônimo “Fernanda Montenegro”. Paralelamente, a atriz passou a lecionar português para estrangeiros no Berlitz, curso que havia frequentado por quatro anos. Era a forma de obter alguma remuneração, já que o trabalho no rádio nem sempre era remunerado.
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A Rádio MEC fica ao lado da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, na qual funcionava um grupo de teatro amador dos alunos da faculdade. Passa a integrar o grupo de teatro, ao participar da peça “Nuestra Natascha”, interpretando sua primeira personagem, Cassona.
Fonte: ABL
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