domingo, dezembro 22, 2024

Embate sobre o sentido da vida marca espetáculo que coloca frente a frente o filósofo Albert Camus e teólogo em Paris

Baseada em fatos reais, a peça traz dois pontos de vista diametralmente opostos: o do filósofo ateu e o do homem de fé. A montagem é baseada no livro Albert Camus and the Minister” e ganhou adaptação para os palcos feita por Cássio Junqueira e Cassio Scapin
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Duas concepções opostas sobre a fé, os questionamentos sobre o sentido da vida, o respeito e a amizade entre dois homens marcam Camus e o Teólogo – Um Encontro Improvável, que coloca em cena o embate de ideias entre o filósofo existencialista Albert Camus (1913-1960), e Howard Mumma, ministro da Igreja Americana de Paris. Com direção geral de Clarisse Abujamra, a estreia acontece no dia 16 de junho, sexta-feira, às 20h, no Teatro Aliança Francesa. A temporada vai até 6 de agosto, com sessões sempre sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 18h.
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O elenco é formado por Alexandre Barros (Howard Mumma) e Fernando Alves Pinto (Albert Camus), com a participação especial de Amazyles de Almeida (Simone Weil), que assina a co-direção. O espetáculo é baseado no livro Albert Camus and the Minister, do próprio Howard Mumma, e a adaptação para os palcos foi feita por Cássio Junqueira e Cassio Scapin.
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Baseada em fatos reais, a peça traz dois pontos de vista diametralmente antagônicos: o do filósofo ateu e o do homem de fé. O público se verá diante de pontos convergentes e divergentes, que os conduzem entre reflexões e questionamentos sobre temas, como a origem do homem, o paradoxo entre a existência de Deus e os males do mundo, o sofrimento, a falta e a busca pelo sentido da vida, o poder, a guerra, a liberdade e o amor.
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A inteligência e a elegância dos diálogos trazem temas filosóficos presentes na vida de todos e comprovam que é possível florescer uma amizade entre pessoas com convicções tão distintas. A peça estimula o respeito à divergência e instiga o público a ponderar sobre como todas as verdades são relativas e como ninguém detém o monopólio da razão absoluta.

“A encenação é focada no texto e nos embates entre os personagens e ganha o tom minimalista por meio das características cênicas do cenário de Daniela Galli, a luz de Ivan Abujamra e a trilha de André Abujamra. Houve um intenso processo de pesquisas por meio de conversas com filósofos, padres e pastores. O tema é curioso, com o encontro inusitado destas duas figuras reais, o debate de ideias sempre é bem-vindo e fértil, ninguém escapa de discussões como essas que são colocadas no palco”, enfatiza a diretora.
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Albert Camus foi um escritor, dramaturgo e filósofo franco- argelino, ganhador do Prêmio Nobel de literatura em 1957. O teólogo americano, Howard Mumma, ministrava sermões na Igreja Americana de Paris. No início da década de 1950, Camus vai à igreja para ouvir o recital do renomado organista Marcel Dupré e conhece o teólogo, dando início a uma discreta amizade que perdurou até a morte precoce do filósofo aos 46. Após 40 anos do falecimento de Camus, já com 91 anos de idade, Howard Mumma compartilhou os registros e suas memórias sobre as conversas entre os dois no livro Albert Camus and the Minister.
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Simone Weil, figura importante interpretada por Amazyles de Almeida, foi uma filósofa francesa, escritora e mística que impactou de maneira singular os pensamentos e a vida de Albert Camus.
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“O livro discute questões como “O que somos?” ou “O que é a consciência humana”. A publicação tem várias ponderações que foram mantidas na peça. Elas não aplacam nossas angústias, mas nos acalmam em alguma medida, e isso nos ajuda a viver melhor. Vale destacar a amizade e o amor que se desenvolve entre duas pessoas que inicialmente pareciam estar em campos ideológicos opostos”, ressalta Cássio Junqueira.
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Além de Cássio Junqueira, a adaptação também contou com Cassio Scapin. “O livro funcionou como uma mola propulsora para a criação da dramaturgia. Foi um procedimento para transportar esse mundo da literatura para o universo do teatro com os diálogos e as ordens das cenas. A peça é um recorte da vida de Albert Camus e Howard Mumma e as reflexões atingem todos independentemente de classe social ou religião. A questão da existência ou não dessa força motriz no universo, chamada de Deus, as pautas que moldam toda uma sociedade em função de um pensamento. São questões que atravessam qualquer ser humano ao olhar para o mundo e a sua existência”.

Para o ator e idealizador do projeto, Alexandre Barros, o espetáculo estimula o público a pensar e a sentir diante das questões essenciais – e às vezes contraditórias – das nossas vidas. “Quando tive contato com o livro, fiquei encantado com os diálogos e com o recorte dessa parte da vida de Camus. Era uma obra que tinha todos os ingredientes para se tornar uma peça. A trama é um vislumbre de abertura de ideias em meio a toda a polarização e os conflitos em que o país vive nos últimos anos. Durante o processo, tivemos leituras com filósofos, pastores e teólogos. Especial também é a contribuição da Simone Weil, que foi extremamente importante para a transcendência de Camus. São muitas camadas trazidas pelo contato com os personagens”.

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Espetáculo ‘Camus e o Teólogo – Um Encontro Improvável’ – foto: © Rinaldo Martinucci.

FICHA TÉCNICA
Livre adaptação do livro “Albert Camus and The Minister”, de Howard Mumma
Idealização: Alexandre Barros. Adaptação: Cássio Junqueira e Cassio Scapin. Direção Geral: Clarisse Abujamra. Direção: Clarisse Abujamra e Amazyles de Almeida. Elenco: Alexandre Barros e Fernando Alves Pinto. Participação Especial: Amazyles de Almeida. Direção de Produção: Daniel Torrieri Baldi. Cenografia: Daniela Galli. Figurino: Roberto Alencar. Iluminação: Ivan Abujamra. Trilha Sonora Original: André Abujamra. Preparação Corporal: Suzana Mafra. Preparação Vocal: Edi Montecchi. Coordenação de Projeto: Érika Braga. Produção Executiva: Fernanda Lorenzoni. Assistente de Produção: Gabrielle Ventura. Assistente de Iluminação e Operação: Rodrigo Sawl. Contrarregra: Felipe Caiafa. Cenotécnica: Armazém Cenográfico. Assessoria Contábil: Contabilizi: Gestão Contábil. Assessoria Jurídica: Maristela Bueno. Administração: Alexandre Barros. Design Gráfico: Emerson Brandt. Fotografia Artística: Rinaldo Martinucci. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Redes Sociais: Talyta Follow. Produção: Desembuxa Entretenimento. Realização: Alexandre Barros.
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SERVIÇO:
Temporada: De 16 de junho a 6 de agosto (2023)
Sextas e sábados 20h, e domingos 18h.
Preço: R$60,00 (inteira) e R$30,00 (meia-entrada)
Nos dias 16, 23, 30/jun e 7/jul (sextas), preço popular de R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia)
Sessão com intérprete de libras: 23, 24 e 25/jun
Duração: 80 minutos. Classificação: Livre
Vendas: Sympla. clique aqui.
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TEATRO ALIANÇA FRANCESA
Rua General Jardim 182 – Vila Buarque. Ar-condicionado. Informações: (11) 3572-2379 / Site. clique aqui.


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