Álbum “Errante” marcou o retorno de Adriana Calcanhotto aos estúdios após “Margem” (2019) e o pandémico “Só” (2020). Adriana é a primeira artista brasileira contratada pela Modern Recordings, da alemã BMG International, que tem no seu portfólio nomes como Pat Metheny, Rickie Lee Jones e Daniel Lanois. O álbum com 11 canções inéditas foi produzido em novembro e dezembro de 2021 no estúdio Rocinante, em Araras (Rio de Janeiro) e contou com uma campanha de lançamento internacional.
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“Errante” é marcado pela escolha pela alegria, a despeito das canções (poucas) que carregam o peso da tristeza. Até porque o disco responde ao desejo da expansão de Adriana, um reflexo natural ao período de recolhimento vivido entre 2020 e 2021, devido à pandemia. Ao contrário de “Só”, disco de 2020 que sublinhava aquela solidão enquanto ela era vivida, “Errante” quer, logo a partir do seu título, correr porta fora.
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Todo o trabalho foi gravado com a banda reunida por Adriana Calcanhotto (guitarra e voz) com Alberto Continentino (baixo, piano e lira), Davi Moraes (guitarra e guitarra acústica) e Domenico Lancellotti (bateria e percussão), com o reforço de sopros de Diogo Gomes, Jorge Continentino e Marlon Sette.
Sobre os violões que Adriana usou na gravação, há uma curiosidade. Mais que isso, eles têm uma história preciosa. Os dois instrumentos usados por ela pertenceram a dois dos mais importantes artistas de nossa música e excepcionais cantores: Nara Leão (1942-1989) e Orlando Silva (1915-1978). “Esses violões chegaram a mim e, graças a deus, vieram parar comigo porque as pessoas que são suas fiéis depositárias sabem que esses instrumentos vão ser felizes aqui [com ela], que vou compor com eles. Instrumento gosta de ser usado, não gosta de ficar dentro de uma caixa”. Como aqueles, Adriana diz que tem outros instrumentos com uma importante história: “Mais que bem cuidados, eles são mimados por mim”, brinca.
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“Tem uma coisa curiosa… Embora esse disco esteja saindo agora, as canções são mais antigas. É um material que eu fui guardando, um material inédito de compositora. Então, quando eu compus as canções do “Só” (álbum de 2020), eu já tinha estas (do “Errante”). Uma ou outra eu terminei depois, como “Nômade”, que é uma canção que nasceu na estrada, quando eu fiz uma turnê junto com Gilberto Gil (em 2021). É baseada em conversas que eu tive com o Gil sobre a estrada e essa vida nômade. Mas as outras (faixas) eu já tinha. Elas não são de agora, vêm desde 2016. Nesse tempo todo, o artista que mais vem me instigando é o Denilson Baniwa. Eu acho um gênio. Ele me emociona e me surpreende com seu trabalho. Eu o conheci há pouco tempo. Trocamos abraços, e eu caí no choro. Esse é o cara para mim, no momento.” (AC. Entrevista. In: Fradkin, E./UBC, 17.4.2023)
DISCO ‘ERRANTE’ • Adriana Calcanhoto • Rinoceronte / BMG • 2023
Canções / compositores
1. Prova dos nove (Adriana Calcanhoto)
2. Larga tudo (Adriana Calcanhoto)
3. Quem te disse? (Adriana Calcanhoto)
4. Levou para o samba a minha fantasia (Adriana Calcanhoto)
5. Era isso o amor? (Adriana Calcanhoto)
6. Lovely (Adriana Calcanhoto)
7. Jamais admitirei (Adriana Calcanhoto)
8. Reticências (Adriana Calcanhoto)
9. Pra lhe dizer (Adriana Calcanhoto)
10. Horário de verão (Adriana Calcanhoto)
11. Nômade (Adriana Calcanhoto)
– ficha técnica –
Adriana Calcanhotto (voz – fx. 1-11; violão – fx. 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11) | Alberto Continentino (contrabaixo acústico – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11; piano de armário – fx. 1, 4, 9, 10; piano elétrico – fx. 5; lira de safo 8 cordas – fx. 1, 3) | Davi Moraes (violão – fx. 1, 2, 3, 5, 6, 7, 10; guitarra elétrica – fx. 4, 5, 7, 8, 11; guitarra acústica – fx. 5, 7) | Domênico Lancellotti (bateria – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 11; drum machine DX oberheim – fx. 1; agogô – fx. 1, 10; tamborello – fx. 2, 3; prato e faca – fx. 2; tamborim – fx. 4; sintetizador – fx. 5; surdo virado – fx. 7; conchas – fx. 8; suporte papel higiénico – fx. 9; coquinho – fx. 9, 11; berimbau de boca – fx. 9; ângulo – fx. 11; sementes – fx. 11; caxixi – fx. 11; guizo da índia – fx. 11) | Jorge Continentino (sax barítono – fx. 1; sax tenor – fx. 11; flauta piccolo – fx. 1; flauta G – fx. 6, 8, 10; clarinete – fx. 3; naipe de pífaros – fx. 7) | Marlon Sette (trombone – fx. 1, 2, 4, 10, 11) | Diogo Gomes (trompete – fx. 1, 2, 10, 11) | Mário Caldato Jr. (pássaros – fx. 1) | Rodrigo Amarante (mandolim – fx. 6) || Produção: Adriana Calcanhotto | Coprodução: Alberto Continentino, Davi Moraes e Domenico Lancellotti | Engenheiro de gravação: Pepê Monnerat / Estúdio Rocinante (Araras – RJ) | Assistente de gravação: Felipe Duriez | Roadie: Jorge Ribeiro | Mixagem: Mario Caldato Jr. / MCJ Sound (Los Angeles – CA) | Masterização: Bernie Grundman / Bernie Grundman Mastering (Los Angeles – CA) | Fotos: Leo Aversa | Design gráfico: Emílio Rangel / Casa 6D | Management: Rinoceronte – Raphael Sant’Ana e Diogo Pires Gonçalves / Assistente: Lohan Abdala | Gravado entre novembro e dezembro de 2021, no estúdio Rocinante, em Araras (RJ) | Selo: Modern Recordings (Alemanha) / BMG | Cat. 538875681 | Formato: CD / Digital | Ano: 2023 | Lançamento: 31 de março | #* Ouça o álbum: clique aqui. // ** Assista ‘Errante’. clique aqui.
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Violão do Orlando Silva + Violão da Nara Leão e Série Artística guitarra de prata
[Adriana Calcanhotto – violão do Orlando Silva (Di Giorgio nº 30 – afinado em Eb) – fx. 1, 4, 5, 7, 9, 10 // violão da Nara Leão (Di Giorgio Artístico – afinado em E) – fx. 6, 8, 11 || Davi Moraes – violão da Nara Leão (Di Giorgio Artístico nº 65 – afinado em E) – fx. 3 / Di Giorgio série Artística Guitarra de Prata – fx. 2, 5, 6, 10 / violão do Orlando Silva (Di Giorgio nº 30 – afinado em Eb) – fx. 7].
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Mais sobre o disco
CASALETTI, Danilo. Adriana Calcanhotto mostra sua identidade no álbum ‘Errante’. In: Entretê / portal Terra, 31.3.2023. Disponível no link. (acessado em 21.7.2023).
FRADKIN, Eduardo. Calcanhotto: ‘se você precisa de silêncio para compor, está ferrado’ [entrevista]. In: UBC, 17.4.2023. Disponível no link. (acessado em 21.7.2023)
MARUCHEL, Humberto. As novas errâncias de Adriana Calcanhotto. In: revista Bravo, 19.4.2023. Disponível no link. (acessado em 21.7.2023).
MIDLEJ, Roberto. Calcanhotto vai do funk ao xote. In Correio, 4.4.2023. Disponível no link. (acessado em 21.7.2025.
MOLINA, Sidney. Novo álbum de Adriana Calcanhotto é maduro, mas peca pela repetição. In: Folha de S. Paulo, Ilustrada, 30 de março 2023. Disponível no link. (acessado em 21.7.2023).
PITANGUEIRA, Alison. Álbum Errante traz a identidade de Adriana Calcanhotto. In: Versos e Prosas, 5 de abril de 2023. Disponível no link. (acessado em 21.7.2023)
RESENDE, Lucas Lanna. Adriana Calcanhotto defende a alegria no disco de inéditas “Errante”. In: Estado de Minas, 31.3.2023. Disponível no link. (acessado em 21.7.2023).
ZEITEL, Gustavo. Adriana Calcanhotto empunha a lira e faz de seu novo disco um balé branco. In: Folha de São Paulo, Ilustrada, 30 de março de 2023. Disponível no link. (acessado em 21.7.2023)
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“Ser nômade é interessante no sentido de que você é obrigado a desapegar de certas coisas, se desprender de certas ideias. Você está rodando o mundo, os seus valores não são seus quando você está em outra cultura, e isso é a coisa mais incrível.”
– Adriana Calcanhotto, em entrevista concedida a Tomás Novaes da revista Veja SP, 20.7.2023.
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>> Rinoceronte Produções na rede: Site | Instagram.
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Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / Canção.
Publicado por ©Elfi Kürten Fenske
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