“A Inquilina” texto de Jen Silverman, tradução de Diego Teza, direção de Fernando Philbert, com Luisa Thiré e Carolyna Aguiar
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A peça conta a história de Sharon, típica dona de casa da zona rural norte-americana – conservadora, solitária e sem perspectivas -, que aluga um quarto de sua casa para Robyn, uma novaiorquina cosmopolita, lésbica e vegana, à procura de sossego para recomeçar sua vida. O encontro entre as duas, e as revelações sobre o passado de Robyn, reviram a vida de ambas ao avesso.
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Na contramão do etarismo e outras visões limitantes impostas pela sociedade, o texto é um convite aos recomeços e às reinvenções que podemos fazer a qualquer tempo em nossas vidas.
“A Inquilina” conta a história de duas mulheres acima dos 50 anos que querem dar uma virada na vida. A partir de um encontro, elas se espelham e se revelam. Tão diferentes e com vidas tão distintas (uma mora no interior, outra, na metrópole), têm em comum a solidão – com suas dores e delícias – desta nova fase da vida, já desobrigadas das demandas de filhos e casamento.
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A peça da premiada dramaturga, escritora e romancista norte-americana Jen Silverman, encenada pela primeira vez no Brasil, joga luz sobre a necessidade de se romper com formas ultrapassadas e limitadoras de viver e entender a vida, num mundo que supervaloriza um período curto e restrito – a juventude – como sendo o único em que é possível se expandir e brilhar.
As fronteiras de todo tipo – geográficas, étnicas, etárias, culturais – vêm se diluindo neste mundo novo que aos poucos começa a entender que há lugar de afirmação para todos independentemente das características pessoais. O auge pode acontecer em qualquer idade. Onde há vida, há lugar para desejo e transformação – novas profissões, estudos, prazeres, amigos, sexo.
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Para Luisa Thiré e Carolyna Aguiar, ambas com 53 anos, no auge e com inúmeros projetos no radar, diminuir a marcha não é uma opção. Instigadas pela provocação da peça, se misturam às personagens e, ao falar de si mesmas e de Sharon e Robbin, falam de todas e todos nós.
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Mistério, humor, paixão e liberdade são ingredientes desta comédia dramática que fala da capacidade das mulheres 50+ (e de todos, a qualquer tempo) se reinventarem.
ATRIZES, MULHERES, AMIGAS
“Eu me sinto tão cheia de vontades, até mais esperta, mais viva que há alguns anos quando estava assoberbada de tarefas maternas, matrimoniais e de trabalho. É hora de olhar pra mim, saber como quero que o mundo me veja. O que é essa nova adolescência, quando a gente sai assim para o mundo”, comemora Luisa.
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Carolyna também não cogita aposentar nenhum departamento da existência: “Ela sempre me parece curta demais para tudo que eu ainda tenho pra descobrir. Depois de meio século, sinto que minha curiosidade, meu amor pela vida, meus medos e inseguranças, minha coragem e meu desejo não se arrefeceram. É só respirar fundo, olhar o fim do mar no horizonte, aprender uma música nova no piano, dançar ao vento… que uma onda de inocência, vigor, alegria e contentamento me invadem.”
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Amigas de colégio desde a adolescência, Luisa Thiré e Carolyna Aguiar são comadres (“Carol é madrinha do meu filho”) e, recentemente, atuaram juntas na peça A Guerra não Tem Rosto de Mulher, no Rio, São Paulo e Portugal. Em São Paulo, a peça foi indicada a prêmio de Melhor Elenco – o que sé aumentou a vontade de continuar a parceria.
A ENCENAÇÃO
“A encenação nasce na sala de ensaios junto com as atrizes e, assim, a dinâmica do que as personagens precisam para contar sua história, é o que determina o que existe sobre o palco. Aqui, uma mesa na cozinha com quatro cadeiras e duas cadeiras na varanda externa onde estão poucas caixas de mudança, formam o universo onde tudo acontece. É tudo pouco, verdadeiro e simples neste lugar onde Sharon e Robyn se encontram.”, explica o diretor, Fernando Philbert.
SINOPSE
Sharon (Luisa Thiré), 53 anos, dona de casa, divorciada, mãe de um filho distante, vive sozinha numa zona rural, sem perspectivas ou recursos para se manter. Decide, então, alugar um quarto de sua casa e dividir as despesas. Sua inquilina é Robyn (Carolyna Aguiar), 53 anos, cosmopolita, vegana, lésbica e igualmente mãe de uma filha que a evita. Robyn precisa de um lugar para se esconder de seu misterioso passado e tentar recomeçar. Tudo na inquilina desperta curiosidade avassaladora em Sharon que, quando começa a desvendar seus segredos, cria coragem para dar uma virada radical na sua vida.
FICHA TÉCNICA
Texto – Jen Silverman | Tradução – Diego Teza | Direção – Fernando Philbert | Elenco – Luisa Thiré e Carolyna Aguiar | Participação especial em off: Lucas Drumond | Cenografia – Beli Araújo | Figurino – Karen Brusttolin | Iluminador – Vilmar Olos | Trilha sonora – Rodrigo Penna | Direção de movimento – Toni Rodrigues | Diretora assistente – Glauce Guima | Fotos – Pino Gomes, Verônica Peixoto e Erik Almeida | Programação visual – Estúdio Mirante | Mídias sociais: Rafael Gandra | Direção de produção – Bárbara Montes Claros | Idealização e produção – Luisa Thiré Produções e 8 Tempos Produções Artísticas
SERVIÇO
Espetáculo: A Inquilina
Temporada: De 3 de agosto à 29 de setembro 2024
Sábado às 21:00h, Domingo às 20:00h
Onde: Teatro Vannucci (Teatro Vanucci – Rua Marques São Vicente , 52 – 3º andar Loja 371, Rio de Janeiro/RJ)
Classificação indicativa: 16 anos
Ingressos: entre R$ 50,00 e R$ 120,00
Comprar online: clique aqui.
BIOGRAFIA
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JEN SILVERMAN – autora
Jen Silverman é dramaturga, romancista, poeta e roteirista em audiovisual. Estudou nas conceituadas Universidades Brown e Juilliard. Suas peças já foram produzidas nos EUA e em países ao redor do mundo como Austrália, República Tcheca, Suíça, Espanha. Também escreve para TV – é autora de “Tales of the City”, minissérie da Netflix (2019).
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Sua peça “The Roommate” (“A Inquilina”) estreou em Chicago no renomado teatro Steppenwolf, onde recebeu ótimas críticas – aqui destacado um trecho do Chicago Tribune sobre o texto: “Jen Silverman, em sua peça “The Roommate”, demonstra ser uma escritora atenta, poética, gentil e generosa com suas personagens, sem ser condescendente em sua escrita.”.
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Em 2022, recebeu apoio do Guggenheim e do National Endowment for the Arts para desenvolver seus trabalhos. É vencedora dos prêmios Yale Drama Series Award; Lilly Award; Kennedy Center’s Paula Vogel Playwriting Award; MacDowell Fellow; The Helen Merrill Fund Award (2015); e PoNY Fellowship (2016-2017).
FERNANDO PHILBERT – diretor
Um dos mais profícuos diretores contemporâneos, Fernando Philbert trabalhou em parceria com Aderbal Freire-Filho durante 15 anos, codirigindo dezenas de produções. Como diretor, assina espetáculos como “O Caso” (com Otavio Muller e Leticia Isnard); “Dom Quixote”, com Leonardo Brício e Kadu Garcia; “Os Bolsos Cheios de Pão” (com Louise Cardoso); “Três Mulheres Altas” (com Deborah Evelyn, Suely Franco e Nathalia Dill); “O Escândalo Philippe Dussaert” (com Marcos Caruso); “O Topo da Montanha” (com Lázaro Ramos e Thaís Araújo); “Contos Negreiros do Brasil” (com Li Borges, Milton Filho e Rodrigo França); “O Corpo da Mulher como Campo de Batalha” (com Fernanda Nobre e Ester Jablonski), entre tantos outros.
LUISA THIRÉ – atriz
Indicada ao Prêmio APTR de Teatro 2019, categoria Melhor Produção, por “Navalha na Carne – uma homenagem à Tônia Carrero”, de Plínio Marcos com direção de Gustavo Wabner. Vencedora do Prêmio Copacabana 2012 na categoria especial por “Valsa N° 6”, de Nelson Rodrigues, com direção de Cláudio Torres Gonzaga, no Festival Mindelact de Teatro, em Cabo Verde. Vencedora do Prêmio Aplauso Brasil de Teatro 2015 (SP), categoria melhor elenco, por “Repertório Shakespeare”, peças de William Shakespeare com direção de Ron Daniels. Indicada ao Prêmio Aplauso Brasil de Teatro 2004 (SP), na categoria melhor atriz, por “Aurora da Minha Vida”, com texto e direção de Naum Alves de Souza. Indicada ao Prêmio Fita de Teatro 2016 (Festival de Teatro de Angra dos Reis) na categoria melhor atriz por “Macbeth”, de William Shakespeare, com direção de Ron Daniels. Indicada ao Prêmio Aplauso Brasil de Teatro 2017 (SP), categoria melhor elenco, por “A guerra não tem rosto de mulher”, do livro de Svetlana Alekseievitch, com direção de Marcello Bosschar.
CAROLYNA AGUIAR – atriz
Atriz, produtora cultural, performer e professora de diversas técnicas corporais. Atua no teatro e na televisão desde 1988, foi dirigida por grandes nomes como Sérgio Britto, Domingos Oliveira, Paulo José, Mauro Rasi, Luiz Arthur Nunes, Eduardo Wotzik. Atuou no grande sucesso de Mauro Rasi, “Pérola”, de 1995 a 1999.
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Produziu “A guerra não tem rosto de mulher”, de Svetlana Aleksiévitch, Prêmio Nobel de Literatura, com direção de Marcello Bosschar, e a premiada tradução de Cecilia Rosas, em 2017/18. A peça foi eleita uma das cinco melhores de 2017 pela Folha de São Paulo, e recebeu ainda as indicações de melhor elenco e iluminação no Prêmio Aplauso.
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Sua mais recente produção foi o monólogo “Lygia”, de Maria Clara Mattos, uma adaptação feita a partir dos diários da artista plástica Lygia Clark, com direção de Bel Kutner e Maria Clara Mattos, em 2019 em parceria com a Associação Lygia Clark. A peça, realizada na OM.Art, ganhou o prêmio de melhor exposição individual do Brasil de 2019. No ano de 2022, em São Paulo, ficou em cartaz durante os meses de abril e maio, na Bolsa de Arte. Atuou no filme “Lygia.”, a partir do espetáculo-exposição, dirigido por Oskar Methsavat, lançado no Canal Curta em 2021.
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Na televisão, participou de novelas e programas de humor. Em 1993/94 ganhou dois prêmios de Atriz Revelação por sua atuação na novela “Fera Ferida”, de Aguinaldo Silva.
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Sua mais recente novela foi “Totalmente Demais”, de Rosane Svartman e Paulo Halm, direção de Luiz Henrique Rios, em 2015.
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