Espetáculo "A Rosa Mais Vermelha Desabrocha" - foto: Helena Wolfenson
Espetáculo inspirado em HQ sueca investiga o amor e os desafios dos relacionamentos modernos. A trama mergulha nas transformações dos relacionamentos na era digital e no impacto do capitalismo sobre o amor. A montagem estreia no Sesc Santana com adaptação de Bianca Lopresti e Ale Paschoalini
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O espetáculo A Rosa Mais Vermelha Desabrocha traz aos palcos uma adaptação da aclamada HQ sueca de Liv Strömquist. No centro da montagem, quatro atrizes exploram, com intensidade e humor, as complexidades dos relacionamentos contemporâneos. Bianca Lopresti, Carolina Splendore, Fernanda Viacava e Lenise Oliveira criam uma dinâmica única, costurando a narrativa com suas distintas perspectivas sobre o amor e a paixão. A estreia será de 6 a 16 de março 2025, no Sesc Santana, em apresentações às quintas, sextas e sábados às 20h e aos domingos às 18h.
Com concepção e dramaturgia de Bianca Lopresti e Ale Paschoalini – que também assina a direção -, a peça se divide em três atos, abordando como o capitalismo e a internet expandiram as opções e expectativas nos relacionamentos. A montagem também discute o impacto do crescimento feminino no mercado de trabalho e as consequências dessa mudança no comportamento masculino, além de questionar por que as pessoas se desapaixonam e como manter o amor vivo a longo prazo.
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A adaptação respeita a essência da obra original, explorando novas possibilidades cênicas para envolver o público. “Comecei transcrevendo todo o texto da HQ e organizando-o em possíveis cenas. O próprio quadrinho sugere sequências e diálogos, então fui estruturando a adaptação a partir disso. Depois, passei o material para Ale Paschoalini, que revisava e trazia novas sugestões. Esse processo aconteceu ao longo de várias versões”, conta Bianca Lopresti.
Uma Dramaturgia Feminina e Plural
Em esquetes ficcionais, as atrizes interpretam várias personagens com uma abordagem singular sobre as relações afetivas. Entre as histórias, Bianca Lopresti interpreta uma monogâmica confluente que questiona o amor romântico. Carolina Splendore vive uma apaixonada, mas que nunca se envolveu com alguém por mais de dois anos. Fernanda Viacava faz uma mulher que foi casada por duas décadas e agora enfrenta a solteirice. E Lenise Oliveira, vive um relacionamento aberto e defende sua liberdade amorosa. Juntas, as histórias instigam reflexões sobre os desafios do amor na atualidade.
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Com forte apelo visual, a montagem mescla projeções, trilha sonora contemporânea e um perfume criado especialmente para a peça, ampliando a experiência sensorial. O dinamismo cênico mescla comédia e drama, mantendo um ritmo intenso ao longo dos atos. “O perfume da peça foi concebido como uma extensão sensorial da experiência de se apaixonar”, explica Ale Paschoalini. Criado por Cristian Alori, da International Flavors & Fragrances, o aroma reforça a imprevisibilidade do sentimento amoroso.
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Um boneco de madeira representa um “homem objeto” trazendo uma crítica visual ao comportamento emocional contemporâneo. Para Ale Paschoalini, o boneco sintetiza a apatia afetiva e a superficialidade das relações, além de funcionar como um potente elemento cômico. “Criado para representar um ator famoso de Hollywood que só namora mulheres até 25 anos de idade, o boneco também existe para sintetizar o comportamento das pessoas contemporâneas, que comunicam pouco ou nada seus sentimentos, e que ainda, segundo a teoria da autora, pararam de sentir. No espetáculo, sua presença se desdobra em diferentes personagens masculinos, ampliando a reflexão sobre masculinidade e afetividade na sociedade atual,” conta Ale.
A peça também carrega elementos autobiográficos, segundo Bianca Lopresti: “A inspiração dessas quatro personagens vem muito das nossas experiências de vida também. Parece que estamos vendo todos os relacionamentos que já tivemos, tanto os bons quanto os ruins”.
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A Rosa Mais Vermelha Desabrocha não é apenas um espetáculo sobre amor. “É um convite para o público se reconhecer, rir e se emocionar com histórias que refletem os desafios de amar no século 21,”conclui Bianca Lopresti.
O projeto também inclui debates sobre relacionamentos sob o olhar da psicanálise e filosofia com o Letramento Amoroso. No dia 8 de março, Renato Noguera (filósofo) e Geni Núñez (psicóloga) conversam – Para descolonizar o coração. No dia 15 de março, Christian Dunker (psicanalista) e Carol Tilkian (psicanalista) abordam – Para além do amor romântico. Os encontros ocorrem aos sábados, das 16h às 17h30. Ingressos disponíveis mediante agendamento.
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Mariana Cassa, produtora do espetáculo, ressalta que “a combinação da equipe técnica entre profissionais do teatro e do audiovisual traz pluralidade ao projeto, e também o desejo do grupo de proporcionar uma experiência completa para o público, com a ação complementar do Letramento Amoroso”. Além disso, a peça contará com uma marca própria e produtos licenciados com as artes e desenhos da autora, Liv Strömquist, e fragmentos do espetáculo e em colab com a loja Vulva Cósmica.
Sobre o livro
Publicado no Brasil pela Companhia das Letras – Quadrinhos na Cia, a HQ de Liv Strömquist foi um dos livros mais vendidos de 2021 e recebeu críticas positivas em veículos como O Globo, Folha de S. Paulo, Omelete e Revista Bravo!. A obra foi traduzida para diversos idiomas, consolidando a autora como uma das principais vozes dos quadrinhos contemporâneos.
SINOPSE
Adaptada da HQ sueca de Liv Strömquist, quatro mulheres com diferentes maneiras de amar retratam como os relacionamentos evoluíram ao longo da história. Em esquetes ficcionais, baseadas em romances reais, a peça investiga o por quê as pessoas se apaixonam tão raramente hoje em dia.
FICHA TÉCNICA
HQ original: Liv Strömquist. Concepção & dramaturgia: Bianca Lopresti e Ale Paschoalini. Produção: Mariana Cassa. Colaboração dramatúrgica: Ligia Souza. Dramaturgista: Fernanda Rocha. Diretor artístico: Ale Paschoalini. Assistente de direção: Isabel Wolfenson. Atrizes: Bianca Lopresti, Carolina Splendore, Fernanda Viacava e Lenise Oliveira. Diretora de movimento: Paula Picarelli. Diretora de arte: Fabiana Egrejas. Figurino: Julia Cassa. Maquiagem & cabelo: Daniela Gonc & João Marcos Oliveira. Assistente: Karina Martins. Iluminação: Lui Seixas. Projeção: Ivan Soares. Som: Leandro Simões. Perfumista: Cristian Alori – IFF ( International Flavors & Fragrances). Foto still cartaz: Helena Wolfenson. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Apoio: Escola de Teatro Célia Helena, Otzi Arts e Centro Cultural Marieta. Agradecimento: Mayra Gama e Luana Tanaka. Realização: Cuco Filmes. Na rede: @arosamaisvermelhadesabrocha
SERVIÇO
Peça: A Rosa Mais Vermelha Desabrocha
Estreia dia 6 de março, quinta, às 20h, no Sesc Santana
Temporada: De 6 a 16 de março de 2025
Dias/horários: Quinta a sábado, às 20h e domingo, às 18h.
Duração: 80 minutos. Classificação: 12 anos. Gênero: Drama, comédia.
Onde: Teatro Sesc Santana
Endereço: Av. Luiz Dumont Villares, 579 – Santana, São Paulo – SP, 02085-100.
Capacidade: 330 lugares
Ingressos: R$60 (inteira), R$30 (meia-entrada) e R$18,00 (credencial plena) / comprar online sescsp.
Transporte público: Estação mais próxima: Jardim São Paulo-Ayrton Senna
Letramento Amoroso – Para descolonizar o coração
Com Renato Noguera (filósofo) e Geni Núñez (psicóloga)
Dia 8/3. Sábado, às 16h.
Geni Núñez e Renato Noguera unem cosmovisões indígenas e filosofia afro-brasileira para repensar os afetos e questionar as marcas coloniais no amor. A reflexão se conecta à poética de A Rosa Mais Vermelha Desabrocha, peça baseada na HQ de Liv Strömquist, que revela as contradições do amor romântico e inspira novos caminhos afetivos.
Letramento Amoroso – Para além do amor romântico
Com Christian Dunker (psicanalista) e Carol Tilkian (psicanalista).
Dia 15/3. Sábado, às 16h.
Carol Tilkian e Christian Dunker exploram as complexidades das relações humanas, repensando o amor como um modo de vida para além dos moldes tradicionais. A reflexão encontra eco na peça A Rosa Mais Vermelha Desabrocha, inspirada na HQ de Liv Strömquist, que questiona as ilusões do amor romântico e propõe novas formas de se conectar e amar.
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Local: Teatro Sesc Santana (330 lugares). Livre. Grátis.
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