Inspirado nas Living Dolls, o espetáculo de dança-teatro traz leitura contemporânea do butô e kabuki, tendo Helena Ignez como atriz convidada.
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O espetáculo de dança-teatro A Vida das Bonecas Vivas, concebido e dirigido por Dan Nakagawa, faz única apresentação no Teatro do Sesc Campinas, no dia 12 de janeiro, sexta-feira, às 20 horas. Os ingressos são gratuitos e devem ser retirados a partir das 18 horas. A ficha técnica traz Helena Ignez como atriz convidada (participação gravada em vídeo), Bogdan Szyberde na provocação cênica, Lucas Vanatt como dramaturgista e Anderson Gouvea na coreografia e no elenco ao lado de Alef Barros, Gui Tsuji, Henrique Hadachi e Vivian Valente.
Com estética recheada de referências do butô, do kabuki e da dança contemporânea, A Vida das Bonecas Vivas parte do movimento das Living Dolls para tratar de existências humanas à margem de uma sociedade que cerceia a diversidade e a subjetividade. A encenação surge como uma resposta-celebração para uma existência possível no mundo patriarcal e embranquecido.
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A Vida das Bonecas Vivas é inspirado na comunidade global Living Dolls, na qual homens se vestem com máscaras, roupas de silicone e seios protéticos a fim de se transformarem em bonecas vivas. Surgido nos anos 80, atualmente o movimento tem mais adeptos na Alemanha, Reino Unido e EUA. A montagem investiga questões existenciais, de identidade, filosóficas e artísticas na construção psíquica da personalidade em busca de um duplo como forma de transcender a própria existência. E, pelas sutilezas, tensões cênicas e subjetivas, revela a maneira como a instauração dessa nova persona afeta a identidade e, por consequência, a dança do corpo transformado.
Em um lugar atemporal, o enredo fala de pessoas que precisam existir de forma oculta. Borrando as fronteiras entre dança, teatro e performance, Dan Nakagawa traz para o espetáculo a mesma desconstrução do olhar normatizante em relação à sexualidade, gênero, expressão artística e, principalmente, ao modo a expandir e discutir as novas formas de existência que estão além dos padrões estabelecidos. A encenação ocorre em um ambiente que imprime a ideia de sonho. Os atores-bailarinos-performers são envolvidos por atmosferas lúdicas nas quais a cor branca sugere o infinito. O figurino remete à vestimenta plastificada da cultura living dolls, trazendo uma mobilidade contida para os corpos e, ao mesmo tempo, conferindo-lhes uma estética ora lírica, ora grotesca e ora bufônica. A trilha sonora também é criação de Nakagawa para o diálogo direto com as coreografias.
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O encenador afirma que o espetáculo faz uma incursão nesse universo, partindo da pesquisa dos movimentos e das gestualidades desses homens em seus trajes de borracha, como uma “segunda pele”, fisicamente restritivos, mas libertadores ao possibilitar uma nova persona. O diretor conta que buscou elementos em sua ancestralidade oriental para construir a estética das cenas. “Fui buscar caminhos na expressão e intensidade do butô, no qual o ‘estado’ de dança passa pela necessidade da morte para o renascimento, e visitei o kabuki, com sua dramaticidade fluida em canto, dança e expressiva maquiagem, para chegar com liberdade a um conceito mais pop, mais contemporâneo, nesse híbrido de dança e teatro, onde movimentos e sons geram os estados físicos no performer”, afirma Dan, e explica ainda que o texto é coreografado, que a palavra é resultado do estado físico desses performers em cena.
Segundo o diretor, as personagens de A Vida das Bonecas Vivas vão ao encontro de sua sombra, de seu duplo, tendo por base conceitos da psicanálise como o ‘estranho-familiar’, de Sigmund Freud, o ‘nosso outro no espelho’, de Jacques Lacan, o ‘retornar a si pela experiência do outro’, de Antonin Artaud. Ele conta que usou também como referência os trabalhos do dramaturgo e coreógrafo grego Dimitris Papaioannou, da companhia de dança Cena 11 e do performer e coreógrafo japonês Hiroaki Umeda para trazer à tona perspectivas de um renascimento identitário que transponha os limites do engessamento social e dos papéis desempenhados diariamente.
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A Vida das Bonecas Vivas teve sua pré-estreia em apresentação remota pelo YouTube, em novembro de 2020, devido às restrições impostas pela pandemia, permanecendo online por três meses, até março de 2021. Em 2023, a montagem circulou por unidades do SESI São Paulo, passando pelas unidades de Ribeirão Preto, São José dos Campos e Campinas.
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Esta apresentação no Sesc Campinas inicia circulação do espetáculo por cidades paulistas, viabilizada pelo Edital nº 02/2023 – Teatro / Circulação de Espetáculo do ProAC – Programa de Ação Cultural, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo.
FICHA TÉCNICA
Direção e dramaturgia: Dan Nakagawa. Provocação cênica: Bogdan Szyber. Dramaturgismo e assistência de direção: Lucas Vanatt. Atriz convidada (vídeo-gravação): Helena Ignez. Elenco – atores bailarinos e atriz bailarina: Alef Barros, Anderson Gouvea, Gui Tsuji, Henrique Hadachi e Vivian Valente. Trilha sonora: Dan Nakagawa. Coreografia e preparação corporal: Anderson Gouvea. Figurino: Alex Leandro de Souza. Cenografia, maquiagem, visagismo e contrarregragem: Rafaela dos Santos Gimenez. Direção de produção: Adriana Belic. Assistência de direção produção: Mili Slikta. Produção executiva: Arthur Maia. Núcleo Artístico: Sambecktt Arte.Cultura. Fotografia: Dani Sandrini. Social media: Platea Comunicação. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Gestão de produção e agenciamento: Belic Arte Cultura.
SERVIÇO
Espetáculo: A Vida das Bonecas Vivas (@avidadasbonecasvivas)
Dia 12 de janeiro de 2024 – Sexta, às 20h
Ingressos: Grátis – Retirar na Loja Sesc a partir de 2hs antes do espetáculo.
Duração: 80 min. Classificação: 16 anos. Gênero: Dança-teatro.
Local: Teatro (374 lugares). Acessibilidade: Sim.
Sesc Campinas
Rua Dom José I, 270 – Bonfim. Campinas/SP.
Tel.: (190 3737-1500 | sescsp.org.br | Na rede: FB – @sesccampinas e IG – @sescspcampinas
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