Sesc Pompeia recebe “Alegria é a Prova dos Nove”, espetáculo inédito de Renato Borghi e o Teatro Promíscuo.
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Renato Borghi revisita Oswald de Andrade em “Alegria é a Prova dos Nove”. A obra do poeta e escritor entrelaçada a sua própria vida é o mote desta revista antropofágica, que reúne diversas manifestações artísticas. A nova montagem do Teatro Promíscuo, com direção de Johana Albuquerque, estreia em 8 de novembro, no Sesc Pompeia. No elenco, encabeçado por Borghi, integram os atores Elcio Nogueira Seixas, Regina França, Fernanda D’Umbra e três músicos William Guedes, Pedro Birenbaum e Nath Calan.
Um dos disparadores da pesquisa para a criação do espetáculo é o livro “O Perfeito Cozinheiro das Almas deste Mundo”, um diário coletivo da garçonnière do jovem Oswald de Andrade, no centro de São Paulo, que foi um “balão de ensaio” de procedimentos de escrita do modernismo.
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A partir de um “diário de bordo”, esta viagem-vida bebe em materialidades como memórias, cartas, reportagens, peças, livros, fotos, caricaturas, pinturas e desenhos, nos revelando um Oswald pouco conhecido pelo grande público.
Como “líder de cena”, o Teatro Promíscuo traz o ator Renato Borghi, que teve sua consagração cênica como Abelardo I, personagem central de “O Rei da Vela”. O espetáculo resgata Oswald de Andrade do ostracismo, projetando-o para o lugar de ícone da tropicália nos anos 1960, relevância que só aumenta no correr das décadas, consolidando o autor do “Manifesto Antropófago” como um dos grandes pensadores da cultura brasileira.
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“Estamos construindo um roteiro inusitado e surpreendente, além de contarmos com uma equipe extraordinária: direção de Johana Albuquerque, direção de arte e cenografia de Simone Mina, iluminação de Wagner Pinto, videografismo de Vic Von Poser, figurinos de Carol Casarin, autora do livro “O guarda-roupa modernista”, além do maestro William Guedes, na direção musical”, diz Borghi.
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“São nove provas para se chegar à alegria, já que o sorriso de Oswald, por trás, escondia uma grande mordida. Movidos por esta inspiração performativa, “Alegria é a Prova dos Nove” é uma revista antropofágica, com linguagem irreverente e musical, que mistura literatura, teatro, artes visuais, canto e vídeo”, define a diretora Johana Albuquerque.
“A partir de uma perspectiva na qual a síntese e a sugestão possam ativar o imaginário da plateia, a espacialidade para “Alegria é a Prova dos Nove” é uma instalação performativa que interage com os intérpretes. O processo de criação se dá por atravessamentos e devorações poéticas daqueles que vieram antes de nós. A visualidade do espetáculo ganha forma a partir de experimentos dos anos 1960 como “Tropicália” de Helio Oiticica; “Baba Antropofágica” de Lygia Clark, dos anos 1970; e criações cenográficas de Flávio Império e Hélio Eichbauer”, esclarece a diretora de arte Simone Mina.
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Realizar a estreia deste espetáculo no Teatro do Sesc Pompeia é também um fator determinante na afetividade do projeto, já que é um espaço projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi, importante figura na trajetória de Borghi. Ele conheceu Lina Bo Bardi no ano de 1969, quando ela foi cenógrafa na montagem de “Na Selva das Cidades”, no Teatro Oficina. Assim como Lina, José Celso Martinez Corrêa, parceiro artístico e de vida de Renato Borghi, também é um dos homenageados no espetáculo.
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*Nota sobre o livro-inspirador – A elaboração coletiva, em forma de diário, é resultado de encontros em uma garçonnière mantida por Oswald de Andrade e amigos em 1918, no centro de São Paulo. Os frequentadores, entre eles Guilherme de Almeida, Vicente Rao, Leo Vaz, Monteiro Lobato e Daisy – única mulher e uma das grandes paixões de Oswald – registravam suas observações com bilhetes, receitas, poemas e desenhos. O livro, esgotado, foi publicado em 1987 em tiragem limitada pela editora Ex-Libris, e apoio do IMS (Instituto Moreira Sales), com um projeto gráfico cuidadoso, preservando detalhes como colagens e dobras.
SINOPSE
“Alegria é a Prova dos Nove” é uma revista antropofágica, uma conversa poética entre Oswald de Andrade, suas paixões femininas cruciais na formação de sua personalidade, seus amigos companheiros na atuação artística e seus personagens ficcionais. Uma “devoração oswaldiana” de seu espírito de juventude, seu ímpeto de festa, suas ideias, transgressões, descaminhos e utopias.
MINI BIOS
JOHANA ALBUQUERQUE – Direção e dramaturgia. Diretora, atriz, produtora, professora universitária e pesquisadora teatral. É pós doutora pela ECA/USP e dirige a Bendita Trupe, que tem 20 espetáculos encenados na cidade de São Paulo. Em 2023, encenou Desmascarados, uma (Des) Homenagem aos Reis da Vela do séc. XXI. Já realizou parcerias com o Teatro Promíscuo em 2013, adaptando e dirigindo “O Casamento”, romance de Nelson Rodrigues, e esteve como encenadora nas duas Mostras de Dramaturgia do SESI SP, produzida pelo grupo.
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RENATO BORGHI – Ator. Um dos artistas mais destacados do Brasil, com três prêmios Molière e diversas honrarias. Fundou o Teatro Oficina em 1958 e realizou trabalhos marcantes como “Pequenos Burgueses” e “O Rei da Vela”. Nos anos 70, fundou o Teatro Vivo, produzindo espetáculos de resistência à ditadura militar. Como dramaturgo, escreveu peças de sucesso nos anos 80, como Lobo de Ray-Ban e A Estrela Dalva. Em 1993, fundou o Teatro Promíscuo com Elcio Nogueira Seixas, obtendo êxito com várias montagens. Ícone do Tropicalismo, imortalizou-se com “O Rei da Vela”, e em 2010, participou da embaixada do Teatro Brasileiro, percorrendo 15 países. Dentre seus trabalhos mais recentes destacam-se “O que mantém o homem vivo” de 2019, “Molière”, de 2022, e “O que Nos Mantém Vivos?”, em 2023.
ELCIO NOGUEIRA SEIXAS – Ator e idealizador do projeto. Ator e diretor formado pela Escola Superior de Artes Célia Helena em 1992. Iniciou sua carreira no Teatro Oficina com “Hamlet” e fundou o Teatro Promíscuo com Renato Borghi. Ao longo de 30 anos, idealizou, dirigiu e atuou em várias produções notáveis, ganhando prêmios como o Shell e APCA por sua atuação na Mostra de Dramaturgia Contemporânea. Também recebeu o Prêmio Villanueva em Cuba pelo espetáculo “Dentro”. Em 2008, lançou o livro “Borghi em Revista”. Em 2022 e 2023 realizou e atuou, junto com Borghi, em “Molière” e “O que Nos Mantém Vivos?”.
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REGINA FRANÇA – Atriz e idealizadora do projeto. É também produtora e artista plástica. Acumula mais de 30 espetáculos teatrais na biografia. Estudou Comédia Dell’Arte com Tiche Viana, Clown e Jogo Teatral com Cristiane Paolli Quito e, em Londres, estudou e atuou na École Philippe Gaulier, Shakespeare e Chekhov. Prêmio de Melhor Atriz por duas vezes no Festival de Teatro de Rio Preto (SP), por “Todos Os Que Caem”, de Samuel Becket e, por “A Sonata Fantasma”, de August Strindberg, ambos sob direção de André Pink. Há 20 anos atua no Teatro Promíscuo, grupo coordenado por Renato Borghi.
FERNANDA D´ UMBRA – Atriz. É também diretora, roteirista, compositora, letrista e vocalista da banda Fábrica de Animais. Formada pela Escola de Arte Dramática já trabalhou com diversos grupos de São Paulo. Entre eles: Teatro do Ornitorrinco, Cemitério de Automóveis, La Mínima, Satyros, Parlapatões, Pia Fraus, Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, Bendita Trupe entre outros. Viciada em histórias em quadrinhos escreveu diversos prefácios para álbuns de quadrinhos entre eles “Meus Problemas com as Mulheres” de Robert Crumb.
FICHA TÉCNICA
Textos de Oswald de Andrade | Dramaturgia: Johana Albuquerque e Elcio Nogueira Seixas, em “processo colaborativo” com os atores e músicos do espetáculo | Curadoria de pesquisa: Gênese Andrade | Elenco: Renato Borghi, Elcio Nogueira Seixas, Regina França e Fernanda D’umbra | Músicos: Pedro Birenbaum (piano), William Guedes (cordas) e Nath Calan (percussão e bateria) | Direção de arte e cenografia: Simone Mina | Figurinos: Carolina Casarin | Trilha sonora e direção musical: William Guedes | Desenho de luz: Wagner Pinto | Desenho sonoro e operação de áudio: Igor Souza | Videografia e operação: Vic von Poser | Aderecista: Renata Sandoval | Direção de movimento: Renata Melo | Visagismo: Leopoldo Pacheco | Idealização: Elcio Nogueira Seixas e Regina França | Direção de produção: Lukas Cordeiro | Produção executiva: Camila Bevilacqua | Fotos: Gal Oppido | Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro/Ofício das Letras | Direção: Johana Albuquerque | Coordenação geral: Teatro Promíscuo | Realização: SESC SP e PROAC SP
SERVIÇO
Espetáculo “Alegria é a Prova dos Nove”
Temporada: De 8 de novembro até 8 de dezembro 2024
Datas/horários: Quinta a sábado, às 20h, e Domingo, às 17h.
Sessão extra na quarta-feira, dia 13/11, às 20h
Local: Teatro SESC Pompeia (R. Clélia, 93 – Água Branca, São Paulo/SP)
Classificação: 14 anos
Duração: 120 minutos
Sesc Pompeia
R. Clélia, 93 – Água Branca, São Paulo/SP
Não temos estacionamento.
Para informações sobre outras programações, acesse o portal: sescsp.org.br/pompeia
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