AGENDA CULTURAL

Espetáculo ‘Belmira’, com Angela Ribeiro estreia temporada no Sesc Ipiranga

Angela Ribeiro estreia solo Belmira no Sesc Ipiranga, com texto e direção de Carla Zanini, espetáculo propõe reflexão sobre a insegurança e o medo enfrentados diariamente por uma professora sobrevivente de um atentado escolar
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A violência escolar tem ameaçado a educação no Brasil e comprometido o aprendizado nos últimos anos, o que torna a presença em sala de aula um ato de resistência dos educadores. É justamente essa a reflexão provocada pelo solo Belmira, estrelado por Angela Ribeiro e escrito e dirigido por Carla Zanini, que estreia no dia 13 de março (quinta, 21h30), no projeto Teatro Mínimo, do Sesc Ipiranga. O espetáculo segue em cartaz por lá até 6 de abril 2025, com apresentações de sexta e sexta, às 21h30; e sábados e domingos, às 18h30.

O trabalho, segundo a autora e diretora, nasceu dentro do curso piloto de dramaturgia do Instituto Brasileiro de Teatro (IBT) e foi motivado pela indagação sobre como é possível aprender e ensinar em um ambiente ameaçado pelo recente crescimento de atentados nas escolas do país.
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“Foi nesse espaço de compartilhamento, conduzido por Angela Ribeiro, Silvia Gomez e Guto Portugal, que criei a primeira semente dessa história que desenvolvemos juntas. Um pensamento segue pulsando em mim: a resistência incansável de artistas e professores, que seguem em frente mesmo diante do descaso e do sucateamento da cultura e da educação. É uma força interna que nos atravessa e nos faz continuar, apesar da precariedade, do burnout, da instabilidade e do medo”, revela Zanini.

Angela Ribeiro no solo Belmira | Texto e direção de Carla Zanini – foto: Brendo Trolesi

A trama acompanha Marta, uma professora paraense que sobreviveu a um atentado escolar e agora divide com o público suas reflexões sobre educação e o seu vínculo com a enigmática professora Belmira. Embaladas por ritmos do Pará, as memórias emergem da relação entre as duas na tentativa de elaboração do trauma vivido.
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A protagonista e a própria história têm forte influência da figura da cantora paraense Dona Onete, que, antes de ser reconhecida como a “rainha do carimbó chamegado”, dedicou sua vida à educação. Ela foi professora de História e Estudos Paraenses, secretária de Cultura do município de Igarapé-Miri e atuou ativamente nos movimentos sindicais – inclusive durante a ditadura militar. A cultura paraense e a forma de ensinar e contar histórias que Dona Onete levou para suas salas de aula são os mesmos que ecoam na peça”, explica a diretora.

Já para a atriz Angela Ribeiro, que nasceu em Belém (PA), a peça é um reencontro com suas origens. “É um resgate da minha essência de tudo aquilo que vivi. Tem sido muito emocionante voltar às minhas origens, tocar o chão que mais me compõe, nadar nos rios que mais carrego nas veias. Me lembra que continuar faz parte da minha história. Que podemos mover as estruturas. Já estamos fazendo isso, aqui e agora! Me encoraja a seguir, a acreditar que juntos somos sim capazes de alterar, de inventar um novo cenário. Me renova a esperança de um tempo que eu, você e todos nós, ainda vamos viver juntos”, revela.
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E sobre os desafios enfrentados por quem está diariamente na sala de aula, Ribeiro reflete: “Eu tenho pensado muito nesse modo que é ‘ensinar aprendendo’ e vice e versa. Quais são as possibilidades reais dentro de um panorama tão assustador onde, em sua maioria, só quem está nas pequenas bolhas consegue sobreviver e ter algum prazer em aprender. Estar numa sala de aula hoje em dia é um ato de resistência. Requer coragem e coragem significa “bravura de quem tem um coração forte”. Envolve afeto. Ensinar é muito mais sobre jeito do que sobre força”.

Com produção do Plataforma – Estúdio de Produção Cultural, o espetáculo aposta na força do encontro e do momento presente por meio de uma encenação intimista, na qual o público desvenda, passo a passo, as camadas dessa história. A trilha sonora de Mini Lamers, a luz de Gabi Souza, o cenário de Rager Luan e o figurino de Gui Funari e Andy Lopes integram-se ao jogo cênico entre a atriz e o público, ampliando os imaginários e desdobramentos da narrativa.
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A proximidade entre artistas e público é a marca do projeto Teatro Mínimo, que parte de montagens de pequeno porte com foco em dramaturgia e interpretação

Angela Ribeiro no solo Belmira | Texto e direção de Carla Zanini – foto: Brendo Trolesi

SINOPSE
Marta, uma professora paraense sobrevivente de um atentado escolar, compartilha suas reflexões sobre educação e o seu vínculo com a enigmática professora Belmira. Embaladas por ritmos paraenses, as memórias emergem da relação entre as duas na tentativa de elaboração do trauma vivido.

Angela Ribeiro no solo Belmira | Texto e direção de Carla Zanini – foto: Brendo Trolesi

FICHA TÉCNICA
Idealização: Carla Zanini e Angela Ribeiro | Elenco: Angela Ribeiro | Direção e dramaturgia: Carla Zanini | Assistente de direção: Lilian Regina | Trilha sonora e operação de som: Mini Lamers | Desenho de luz: Gabriele Souza | Operação de luz: Leticia Rocha | Cenografia: Rager Luan | Figurino: Gui Funari e Andy Lopes | Preparação de atuação: Felipe Rocha | Fotografia: Brendo Trolesi | Redes sociais: Jorge Ferreira | Assessoria de imprensa: Pombo Correio Assessoria de Comunicação / Douglas Picchetti e Helô Cintra | Direção de produção: Fernando Gimenes | Produção executiva: Bruno Ribeiro | Produção: Plataforma Estúdio de Produção Cultural

Angela Ribeiro no solo Belmira | Texto e direção de Carla Zanini – foto: Brendo Trolesi

SERVIÇO
Belmira, com atuação de Angela Ribeiro e texto e direção de Carla Zanini
Temporada: 13 de março a 6 de abril 2025
Dias/horários: sexta, às 21h30; e sábados e domingos, às 18h30.
** Apresentação na quinta somente dia 13, às 21h30.
Onde: Sesc Ipiranga – Rua Bom Pastor, 822, Ipiranga, São Paulo/SP
Ingressos: R$50 (inteira), R$25 (meia-entrada) e R$15 (credencial plena)
Ingressos disponíveis no aplicativo Credencial Sesc SP, site centralrelacionamento.sescsp.org.br e presencialmente nas bilheterias das unidades do Sesc SP.
Classificação: 18 anos
Duração: 80 minutos
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

Revista Prosa Verso e Arte

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