‘Cícera’ é o primeiro monólogo do grupo, em atividade desde 1995, e apresenta uma mulher nordestina crítica ao seu tempo e consciente de suas lutas
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“Cícera é um evocar das mulheres que habitam em nós… Que mesmo desconhecidas criam traços e caminhos por onde podemos pisar sem nunca esquecer o quão firmes são os laços entre nós”
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“Cícera” nasceu como obra teatral em 2019, após uma profunda jornada de pesquisa dos Contadores de Mentira no Agreste de Alagoas. É a primeira temporada da obra em São Paulo e também o primeiro monólogo do Grupo. A obra estreia em 05 de março e permanece em temporada até dia 28, de terça à sexta, no Espaço Cênico da unidade.
O grupo Contadores de Mentira nasceu na cidade de Suzano em 1995 e manteve residência nesta cidade até 2024 e, recentemente, precisou migrar de território em decorrência de violência política por parte do poder público local que arbitrariamente retirou a permissão de uso do terreno onde o grupo ergueu com suas próprias mãos a sua sede.
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Em janeiro deste ano, o grupo iniciou a grande operação de desmontagem do Teatro para então se instalar em nova morada-território.
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“Cícera” é uma obra que traz para o centro uma mulher nordestina afro- indígena, que sai de sua terra em busca de oportunidades e melhores condições de vida. Cícera é a união de muitas mulheres, mais velhas e mais novas, que ainda sofrem com a invisibilização de seus problemas e de suas existências. É uma obra que evoca a ancestralidade da atriz que personifica a sua própria mãe de nome homônimo, fato só revelado ao final do espetáculo.
Atravessado pela Cultura Popular brasileira, o trabalho se apoia nas tradições populares de Alagoas do “Guerreiro” e dos “Cantos de Trabalho”, tradições que aos poucos se tornam mais distantes do nosso presente
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A obra propõe um olhar sobre o analfabetismo, a exploração, a fome, o desemprego, e a desigualdade. Realidade de boa parte das mulheres e homens que migram do nordeste do país para as grandes capitais do Sudeste. Cícera apresenta uma mulher nordestina crítica ao seu tempo, que sabe de suas lutas, e que não se resigna com retrocessos.
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Relatos, canções e áudios de senhoras de Alagoas colaboram para o entrelaçamento dos temas e reflexões propostos.
“É uma obra de evocação da terra, das estrelas, dos filhos mortos, do aprender as primeiras palavras, da fome, de virar onça, de virar cabocla de pena, de virar espírito e virar vulto.”, acrescenta o diretor Cleiton Pereira.
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Estreou em Mogi das Cruzes, foi para o ODIN TEATRET/Hostebro, Dinamarca, Espanha e Peru. Fez apresentações em diversas cidades do país, como em Londrina, no CICLO – Circuito de Artes e Conceitos de Londrina, realizado pela Palipalan Arte e Cultura/Eixo Sul, em Maringá-PR, no Solos em Cena e no estado de São Paulo em cidades como Ourinhos, Jacarezinho, Suzano, Poá, São José dos Campos (Festival Mulheres que Inspiram), e agora chega para a temporada no Sesc Pompeia, em São Paulo.
SINOPSE
Na mala a alagoana Cícera traz um punhado de farinha, quatro filhas e o sonho de uma vida melhor. Em São Paulo encontra dureza, concreto, fome e saudade. “Cícera” é a história de uma mulher, mas é o retrato da vida de centenas de mulheres retirantes que deixam suas raízes na busca de igualdade social.
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FICHA TÉCNICA
Direção: Cleiton Pereira | Atuação e dramaturgismo: Daniele Santana | Iluminador: Tomate Saraiva | Artesãs convidadas: Regiane Santana e Vanessa Oliveira | Assessoria de comunicação: Ofício das Letras | Mídias digitais: Contadores de Mentira e Ofício das Letras | Direção de produção: Palipalan Arte e Cultura
Palipalan Arte Cultura
“Há alguns anos deixamos uma atividade que nos unia na área da cultura e percorremos caminhos diferentes, muitas vezes separados por milhares de quilômetros e até continentes inteiros. Encontramo-nos outra vez com propostas e ideias que nos uniram em um projeto comum: a criação de uma produtora voltada para o mercado da arte e da cultura. Nossas parcerias são estruturadas de diversas formas, dentro do conceito que valorizamos de trabalhar com um olhar único para cada artista, grupo ou proposta artística. Incentivamos e pensamos na criação de projetos que possam comunicar-se entre si, buscando estabelecer uma ponte para facilitar a interação entre nossos parceiros e o mundo prezando sempre pela continuidade em nossas relações.
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Assim foi com o Teatro Contadores de Mentira. Nossos caminhos profissionais se cruzaram em tantos pontos, unindo-nos instantaneamente. Desde então, temos tecido projetos em conjunto, enraizados nos valores que compartilhamos. Desta mesma forma, chegamos a esta ação acolhida pelo SESC SP em uma unidade tão emblemática como o Pompéia! Assistir a Cícera, uma voz que ecoa por tantas outras, é essencial. Ver Daniela Santana dando vida a tantas Cíceras nos palcos, trazendo em seu corpo visivelmente os anos de pesquisa, treino e dedicação, é uma fonte de inspiração! ”.
MARIA FERNANDA COELHO e PATRICIA BRAGA ALVES,
sócias na Palipalan Arte e Cultura
SERVIÇO
Cícera – Grupo Contadores de Mentira
De 5 a 28 de março
15 apresentações
4 sessões com tradução em Libras (uma por semana, às quartas-feiras).
De terça a sexta, às 20h30
No Espaço Cênico da Unidade
Capacidade: 75 lugares
Classificação Etária: 12 anos
Duração: 70 minutos
· As vendas de ingressos abrem no dia 27/02, online, e no dia 28/02, nas bilheterias das unidades do Sesc SP.
Valor dos ingressos
credencial plena: R$ 12,00
Estudantes, Idosos, PCD e seus Acompanhantes (meia entrada): R$ 20,00 outros (entrada inteira): R$ 40,00
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 12 anos.
Serviço Sesc Pompeia
Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93. Não temos estacionamento.
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Para informações sobre outras programações, acesse o portal SESC SP
Nos acompanhe! @sescpompeia | facebook.com/sescpompeia
Para credenciamento, encaminhe pedidos para imprensa@pompeia.sescsp.org.br
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>> Siga: @contadoresdementira | @palipalanartecultura | @atrizbrincante | @cleitonpereira_c
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