quinta-feira, dezembro 19, 2024

Espetáculo ‘Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra?’ no Galpão do Folias

Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra?, da Cia Ato Reverso, constrói uma encenação-game, mesclando projeções à cena teatral para questionar as relações entre as mulheres e as guerras. A peça conta com animações 2D e trilha sonora original em uma encenação game sobre o mito de Helena de Troia. Curta temporada de 17 de outubro a 27 de outubro, no Galpão do Folias, Quinta à sábado às 20h e domingos às 18h.
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Aproximando a Guerra de Tróia do universo gamer, Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra? foi idealizada a partir do conceito de uma encenação-game. Movida pela pergunta

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Espetáculo “Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra?”, da Cia Ato Reverso – foto: Douglas de Campos

“Qual a relação entre as mulheres e as guerras?”, a Cia Ato Reverso mergulhou no processo de criação de Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra?, obra que busca compreender por que hoje, no século XXI, ainda assistimos à execução de guerras civis e internacionais, e por quais razões pouco associamos a imagem feminina ao front, e as mulheres como idealizadoras e realizadoras da guerra. A peça, que fez apenas 5 apresentações no início do ano, é o terceiro espetáculo autoral integrante da Trilogia da Barbárie, iniciada com a obra Maria Inês ou o que você mata para sobreviver? (2013/2014), e seguida por Abigail Williams ou De onde surge o ódio? (2017/2019).
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Com uma pesquisa teatral de 10 anos que se debruça sobre as temáticas de gênero, violência e misoginia na sociedade, a Cia Ato Reverso propõe com sua nova criação olhar para as perspectivas femininas nos campos de batalha. Para trazer à cena a experiência das mulheres diante da guerra, a obra As Troianas, de Eurípides, disparou o processo criativo, que se propôs a estudar as personagens Hécuba, Cassandra e Andrômaca, sobreviventes da guerra de Tróia, e, em especial, Helena, a mulher considerada responsável pelos horrores ali vividos. Aquela que antagonicamente é apresentada como objeto de desejo dos homens e de aversão das mulheres.

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Espetáculo “Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra?”, da Cia Ato Reverso – foto: Douglas de Campos

Com as lentes feministas de nosso tempo, ao olhar para a obra de Eurípides imediatamente abrimos o debate sobre a responsabilização do corpo feminino por atrocidades cometidas por homens ao longo da história. Além de ser responsabilizada, Helena carrega em si o imaginário de que a beleza feminina tem o poder de destruição sobre a humanidade. Com o desejo de atualizar as personagens clássicas e dialogar com outras abordagens que debatem a relação das mulheres com a guerra, também foram estudados, no processo criativo, o livro biográfico A guerra não tem rosto de mulher (1985), da escritora bielorussa Svetlana Aleksiévicth; a ficção As guerrilheiras (1969), da feminista Monique Wittig; e o documentário Curdistão, guerra de mulheres (2016), dirigido pela cineasta Mylène Sauloy.
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Entre deusas, games e guerra, articulando olhares de diferentes épocas e estéticas, “Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra?” almeja abrir o convite para a reflexão a respeito das estruturas de poder que idealizam e promovem as guerras, e quais atos femininos podem ser feitos na contramão da violência patriarcal.
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Aproximando a Guerra de Tróia do universo gamer, Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra?, foi idealizada a partir do conceito de uma encenação-game. Assim como no mito grego, a narrativa do espetáculo parte da disputa entre as deusas Afrodite, Atena e Hera. Porém, nesta montagem, as personagens são apresentadas como gamers influencers, que interagem no espetáculo por meio da projeção, como se estivessem realizando um streaming do jogo que disputam. Neste sentido, tudo o que acontece em cena (no plano terreno), é um desdobramento da tela do game das deusas!

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Espetáculo “Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra?”, da Cia Ato Reverso – foto: Douglas de Campos

Portanto, a dinâmica da encenação é formada pela interação de duas camadas: a do palco, no qual vemos o jogo acontecendo na cidade de Tróia devastada; e a do vídeo, que apresenta o Cyber Olimpo e a interface virtual do jogo. Assim, as deusas comandam a encenação, como se a guerra e a vida das personagens fossem regidas pelas dinâmicas do jogo. De tempos em tempos, seus rostos são projetados simulando o enquadramento de uma live, na qual elas interagem entre si e comentam sobre as disputas das personagens sobreviventes de Tróia.
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Seguindo a estética do game, o espetáculo é composto pela projeção de animações pixeladas com os avatares das personagens Helena, Hécuba, Andrômaca, Cassandra e Menelau. Assim, a cada nova fase, vinhetas que anunciam as mudanças de fase da encenação/game são projetadas. Diante desta concepção, as áreas de trilha sonora, iluminação, vídeo, figurino e cenário pesquisaram para a composição da identidade do espetáculo referências estéticas dos videogames pixelados de 8 bits, construindo músicas e animações originais.
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Bora apertar o play de “Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra?”?!

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Espetáculo “Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra?”, da Cia Ato Reverso – foto: Douglas de Campos

SINOPSE
Três deusas gamers comandam do Olimpo Virtual o jogo cíclico patriarcal “Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra?”. Dentro do jogo, após a guerra de Troia, restam as sobreviventes: Hécuba, anciã e rainha troiana; Andrômaca, viúva de Heitor; Cassandra, a oráculo; e Menelau, o marido traído que busca vingança. Odiada por todos, Helena é acusada pela guerra! Será Helena realmente a culpada?

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Espetáculo “Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra?”, da Cia Ato Reverso – foto: Douglas de Campos

FICHA TÉCNICA
Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra? – Cia Ato Reverso | Direção geral e encenação: Nathália Bonilha |Dramaturgia: Nathália Bonilha e Cia Ato Reverso | Atuação: Bárbara Lins, Jamile Rai, Nathália Bonilha, Renato Mendes e Theodora Ribeiro | Atuação em vídeo: Diane Boda, Luiza Romão e Mayra Coelho | Preparação vocal: Isadora Titto | Assistente de direção, preparação corporal e visagismo: Lua Negrão | Cenário: Mauro Martorelli | Figurino: Magê Blanques | Iluminação: Robson Lima | Assistente de iluminação: Matheus Espessoto | Trilha sonora: Vinícius Motta | Roteiro audiovisual: Nathália Bonilha | Direção de arte: Tiago Stracci | Animação 2D e Edição de vídeo: Bruno Mehsey | Ilustração: Ana Lima e Tiago Stracci | Fotografia e montagem dos vídeos: Bárbara Lins | Mixagem e masterização do som: Vinícius Motta | Locução do vídeo: Rodolfo Morais | Designer gráfico: Tiago Stracci |
 Produção: Cícero Andrade e Paula Árvores | Operação de luz: Guilherme Pereira e Mauro Martorelli | Operação de som: Mariana Sibinel e Vinícius Motta | Criação e operação da projeção: Guilherme Pereira e Letícia Pinto | Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro _ Ofício das Letras

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Espetáculo “Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra?”, da Cia Ato Reverso – foto: Douglas de Campos

TEMPORADA
Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra?
De 17/10 a 27/10 – quintas, sextas, sábados e domingos
Quinta à sábado às 20h e domingos às 18h.
Galpão do Folias – R. Ana Cintra, 213 – Campos Elíseos, São Paulo – SP
(68 lugares)
Valores:
R$40,00 (inteira)
R$20 (meia)
R$15,00 (moradores da região)
Classificação indicativa: 14 anos
Duração 80 minutos.
Vendas pelo Sympla: clique aqui. https://www.sympla.com.br/evento/helena-ou-de-quem-sao-as-maos-que-fazem-a-guerra/2655169

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Espetáculo “Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra?”, da Cia Ato Reverso – foto: Douglas de Campos

A Cia Ato Reverso surgiu em 2012 e teve como primeiro trabalho, Maria Inês ou O que você mata pra sobreviver?, espetáculo que realizou 3 temporadas na cidade de São Paulo em 2013, além de circular por unidades da Fundação Casa e realizar uma apresentação na Cidade do México. O segundo projeto da Ato Reverso foi desenvolvido pelas ruas do Largo da Batata, foram estreados dois espetáculos em dezembro de 2013: Vende-se, com a documentação das narrativas do bairro, e Gota D’águaencenado de modo processual, tensionando o processo de revitalização do bairro com o texto original. Em 2014, Maria Inês circulou em diversos festivais do Brasil, dentre eles em Belo Horizonte, Blumenau, Cariri e Piracicaba. Em 2015, a Cia passou a residir no Centro Cultural Tendal da Lapa, onde desenvolveu a criação de Abigail Williams ou de onde surge o ódio?, 2ª peça da Trilogia da Barbárie, iniciada em Maria Inês. Em 2017, a Cia estreou Abigail Williams, realizando duas temporadas: no Tendal da Lapa e na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Em 2019 foi realizada a 3ª temporada do espetáculo na FUNARTE/SP. Entre 2019 e 2021, como parte do mestrado da diretora Nathália Bonilha (EACH/USP), foi produzido o vídeo-performance Passados: Mulheres em busca de árvores e a peça sonora De tudo aquilo que fizemos juntas, disponível na plataforma soundcloud. Em 2022 a Cia abriu sua sede no Espaço das Pequenas Coisas, onde passou a pesquisar a criação da 3ª obra da Trilogia da Barbárie, Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra? – que teve sua estreia realizada no mês de abril de 2024, com uma temporada no SESC Santana.

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Espetáculo “Helena ou De quem são as mãos que fazem a guerra?”, da Cia Ato Reverso – foto: Douglas de Campos
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