Texto de Jon Fosse, ganhador do Nobel de 2023, “Mãe e Filho” ganha primeira montagem no Brasil. Estreia em São Paulo em 6 de julho, no Sesc Ipiranga. Com Vera Zimmermann e Tiago Martelli. Tradução do norueguês: Guilherme da Silva Braga. Direção de Lavínia Pannunzio e Carlos Gradim.
.
“Não escrevo sobre personagens no sentido tradicional da palavra. Escrevo sobre a humanidade”, declarou Fosse ao jornal francês Le Monde em 2003.
.
“Mãe e Filho” estreia no SESC Ipiranga em 6 de julho e é uma jornada de dois sujeitos tentando se conectar. Estranhos unidos por um acidente de nascimento décadas atrás, ela (Vera Zimermann) reacendendo a memória, ele (Tiago Martelli) se perguntando se o melhor seria não ter nascido, ambos os personagens tentam se reconhecer após anos de hiato e tendo a maternidade como único elo que os conecta.
Projeto concebido originariamente pelo ator Tiago Martelli, que interpreta o filho, a montagem se tornou possível com a formação dos núcleos criativo e técnico coordenados pela Mosaico Produções e com a realização do Sesc.
.
Para os diretores, Lavinia Pannunzio e Carlos Gradim em uma sociedade patriarcal e capitalista, há a insistência em perceber o corpo da mulher a partir do conceito de transmissão de autoridade e herança paternas. E faz isso enquanto subordina às mulheres à servidão doméstica, como se esta fosse a vocação delas. O texto fala sobre isso. “Fosse nos mostra uma família em que todos e cada um são vistos apenas em seus papéis, sociais e de gênero. Um lugar em que o afeto precisa sempre ser (re)construído. O absurdo toma forma, e o que se tem, então, são dois estranhos unidos por uma gestação e um nascimento. Desesperadamente, nada além disso”, acrescenta Gradim.
Em MÃE E FILHO, Jon Fosse consegue fazer com que o que é próximo se torne estranho e o que é estranho se torne próximo. Com um estilo poético de prosa bastante peculiar, a narrativa ganha uma simplicidade acentuadamente musical e rítmica em que o silêncio ocupa o lugar do que não é dito.
.
A montagem opta cenicamente pelo minimalismo da escrita de Fosse priorizando elementos que remetam subjetivamente a determinadas fases ou lugares marcantes da história das personagens.
Chamado popularmente de “o novo Ibsen”, os personagens de Fosse não falam muito. As frases se repetem e permanecem em suspense. Os silêncios são fundamentais e demonstram que, mesmo juntas, as pessoas continuam sozinhas. Seu estilo descrito como minimalista apresenta “situações cotidianas que são instantaneamente reconhecíveis em nossas próprias vidas”, afirma o comitê do prêmio Nobel, Anders Olsson.
.
Fosse ficou conhecido por uma obra que aborda, de maneira profunda e sensível, questões que estão no cerne da existência humana, como as ansiedades e as inseguranças que perpassam a vida e a morte. “Há uma certa universalidade em tudo que ele escreve e, por conta disso, consegue atingir a totalidade da essência humana. Não importa se é uma peça, uma poesia ou uma prosa, suas obras têm o mesmo tipo de apelo para o que nos faz humanos”, completou Olsson.
Sinopse
“Mãe e Filho” é uma intensa jornada de dois sujeitos tentando se conectar. Como estranhos em um primeiro encontro, eles perseguem um ao outro, confrontados com uma história compartilhada que não podem ignorar.
FICHA TÉCNICA | MÃE E FILHO
Texto: Jon Fosse | Tradução do norueguês: Guilherme da Silva Braga | Direção: Lavínia Pannunzio e Carlos Gradim | Elenco: Vera Zimmermann e Tiago Martelli | Cenografia: Bia Junqueira | Assistente de cenografia: Millena Cabral | Desenho de luz: Aline Santini | Assistente de iluminação: Sibila | Assistente de iluminação: Paloma Dantas | Figurino: Manauara Clandestina | Assistente de figurino: Fëdra | Trilha sonora original: Rafael Thomazini | Design de som: Rafael Thomazini | Preparação corporal: Fabrício Licursi | Cenotécnica: Katiana Aleixo | Diretora de palco: Millena Cabral | Contra regra: Uriel Machado Barbosa | Fotografia, design e vídeo: João Pacca – OPACCA | Identidade visual: Tiago Martelli e João Pacca | Operadora de luz: Paloma Dantas | Operador de som: Rafael Thomazini e Vinicius Scorza | Filmagem: Libre Audiovisual | Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro – Ofício das Letras | Assessoria contábil: Tuty e Lyla | Assessoria jurídica: Thiago Oliveira | Idealização: Tiago Martelli | Direção de produção: Cicero de Andrade – Mosaico Produções | Produção executiva: Gabriela Morato
SERVIÇO
Teatro | Mãe e Filho
Texto de Jon Fosse, com Vera Zimmermann e Tiago Martelli
De 6/7 a 11/8, sextas e sábados, às 20h, domingos e feriados (9/7), às 18h.
Classificação: 12 anos. Duração: 60 minutos
Dia 2/8, sexta, 20h, sessão com intérprete de Libras
Ingressos: disponíveis no portal ou pessoalmente nas unidades do Sesc São Paulo. Valores: R$50,00 (inteira), R$25,00 (estudante, servidor de escola pública, idosos, aposentados e pessoas com deficiência), R$15,00 (credencial plena).
Sesc Ipiranga
Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga – São Paulo SP | (11) 3340-2000
> rede sesc portal | facebook | instagram | youtube.
.
.
.
.
Uma trilha viajante, vinda no rastro do tempo, pega o ouvido para passear na nova…
A cantora Jussara Silveira promove uma ponte musical entre Brasil e Cabo Verde, em seu…
“O avô na sala de estar: a prosa leve de Antonio Candido” mostra a intimidade…
Se você é fã de jogos esportivos, tem uma grande oportunidade de ganhar dinheiro com…
Grupo liderado pelo violinista e compositor Guilherme Pimenta lança disco de estreia Pimenta Jazz Trio…
O terceiro álbum, “Assombrio: Inventário de Encantados”, do grupo Nhambuzim. Com 11 canções, entre elas…