“Procurando Araribóia” tem pré-estreia em 30/8, no Teatro Popular Oscar Niemeyer, em Niterói e segue para temporada no Teatro Glauce Rocha, na cidade do Rio de Janeiro. Grupo Teatro Meteco conta a história do mítico indígena, sob a perspectiva dos habitantes originários da Baía de Guanabara Utilizando recursos do Teatro de Animação, meias-máscaras caracterizam mais de dez personagens arquétipos da sociedade
.
Figura essencial para a fundação das cidades do Rio de Janeiro e Niterói, o mítico indígena Araribóia é tema do espetáculo que o grupo Teatro Meteco apresenta em 30 de agosto (sexta, às 20h), no Teatro Popular Oscar Niemeyer, em Niterói, em pré-estreia. Em “Procurando Araribóia”, os atores Gabriel Vaz, Gabriela Dyminski, Isadora Britto, Maíra e Nelson Gaia, sob a direção de Matías Palma, resgatam a memória histórica e cultural do Brasil pré-colonial e a contam pela perspectiva dos habitantes originários da Guanabara, desmistificando a narrativa oficial dos conquistadores. A partir de 6 de setembro, a montagem cumpre temporada no Teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio de Janeiro, até o dia 22 do mesmo mês.
Com uma linguagem satírica e utilizando-se de recursos do Teatro de Animação, a trama se passa no Brasil do século XVI e narra a jornada de vida de Araribóia, desde sua condição como um indivíduo comum até se tornar líder de seu povo, enfrentando decisões difíceis em prol de sua sobrevivência e, também, de suas próprias ambições.
.
Chileno radicado em Niterói desde 2006, o diretor Matías Palma conta que a escolha do personagem não foi acidental. Grande estrategista e guerreiro implacável, ele é o indígena mais importante na fundação do Rio de Janeiro e considerado o “pai fundador” de Niterói, onde quase toda a equipe do espetáculo reside. Porém, esse mito esconde o fato de que Araribóia se tornou um aliado dos invasores, transformando-se também no primeiro anti-herói do Brasil.
“Araribóia é uma figura controversa e que chama atenção por misturar dois mundos. Ele abraça os portugueses por motivações políticas. Araribóia é expulso de sua terra pelos Tamoios e, em sua diáspora, acaba adotando o cristianismo através do convívio com os jesuítas. No entanto, ao final de sua vida, ele confronta a realidade de nunca ter sido verdadeiramente aceito pelos europeus, apesar de ter se distanciado de sua cultura original”, conta.
.
A dramaturgia, escrita a seis mãos por Matías e pelos atores Gabriel e Isadora, que também são roteiristas de teatro e do audiovisual, se baseou em uma minuciosa pesquisa histórica, construída também na sala de ensaio, em um laboratório que teve início em 2021.
“Procurando Araribóia” traz uma proposta de montagem cênica de Teatro de Animação, moldada pelo teatro gestual desenvolvido por Jacques Lecoq, originado a partir da pantomima clássica na França e sua fusão com o teatro popular italiano. Confeccionadas pelo próprio diretor, 26 meias-máscaras são usadas para caracterizar os mais de dez personagens do espetáculo, seguindo a tradição da Commedia dell’arte italiana e aproveitando os arquétipos da própria sociedade para criar personagens reconhecíveis por todo o público.
.
A cenografia traz uma grande estrutura móvel de madeira, inspirada nas caravelas, que permite a interação com o movimento dos cinco atores. Projeções inspiradas nas sombras chinesas completam a narrativa visual da peça.
Matías Palma (idealizador, autor e diretor)
Ator, cineasta e gestor cultural. Nascido no Chile em 1981 e radicado em Niterói, Rio de Janeiro, desde 2006. Em 2001, obteve o diploma mime-Theater-Movement na Escola Internacional del Gesto y La Imagen – La Mancha, no Chile e, em 2009, se forma em Cinema na UNESA – RJ. Em 2002, fundou o Colectivo Teatral Plancton onde dirigiu e escreveu as peças “El crimen del cura Tato” e “Santo Progreso” com apresentações e turnês no Chile, Peru, Cuba, Espanha, Itália e Turquia.
.
Como ator, participou nas peças “ANIMALES”, “Malaclase”, “Al Principio”, “Hijos De La Noche”, “Fin De Mundo” e “Ópera Pânica”. No campo audiovisual, dirigiu o longa-metragem “Novembro” (Mirenax 2021) e os documentários “Era uma vez um povoado” (Sagui 2021), “Amazônia INC.” (Levante – Sagui 2017), “Chile Intercultural” (Sagui 2015) e o curta-metragem ficcional “Freio de Emergência” (SAGUI 2017). Também produziu e dirigiu vídeos institucionais, clipes musicais e campanhas de comunicação. Como gestor, tem produzido eventos de pequeno e grande porte, destacando a direção de produção do Festival de Teatro de Providencia (Chile) e a Gestão do Ponto de Cultura “SEIVA” (Brasil).
FICHA TÉCNICA
Direção, dramaturgia e idealização: Matías Palma | Roteiro: Matías Palma e Isadora Britto | Assistentes de roteiro: Gabriel Vaz | Assessoria de investigação: Fernando Tupinambá | Produção executiva: Matías Palma | Produção: Afra Arcoverde | Elenco: Gabriel Vaz, Isadora Britto, Maíra, Nelson Gaia e Gabi Dyminski | Chefe de palco: Maíra | Direção de arte: Cris de Lamare | Máscaras: Matías Palma | Cenografia: Silas Pinto, Guga Ferraz e João Marcos Mancha | Figurino: Bruna Lobo | Composição musical: Gabriel Calderon e Igor Bilheri | Desenho de iluminação: Matías Palma | Narração e adaptação para o Tupi: Kaburé Tupinambá e Maíra | Designer gráfica: Yasmin Lima | Assessoria de imprensa: Paula Catunda e Catharina Rocha | Projeções, fotografia e vídeo: Sagui Films | Produção: Teatro Meteco e Sagui Films
SERVIÇO
Espetáculo “Procurando Araribóia”
Pré-estreia: 30 de agosto de 2024, às 20h
Local: Teatro Popular Oscar Niemeyer – Niterói
(Rua Jornalista Rogerio Coelho Neto s/nº – Centro. Tel.: 2613-2734)
Ingressos: Entrada Franca (Contribuição voluntária)
Capacidade: 454 lugares
segue para o Teatro Glauce Rocha
Temporada: de 6 a 22 de setembro de 2024
Apresentações: sextas e sábados, às 19h. Domingos, às 18h.
Local: Teatro Glauce Rocha – Rio de Janeiro (Av. Rio Branco 179 – Centro, RJ. Tel.: 2220 0259)
Ingressos: R$ 15 (meia-entrada para povos originários e classe artística, além das obrigatoriedades por lei) e R$ 30 (inteira)
Funcionamento da bilheteria: de 4ª a domingo, das 14h às 19h
Capacidade: plateia inferior – 130 lugares | plateia superior – 72 lugares
Duração: 90 minutos. Classificação: 14 anos.
Mais informações: @teatro_meteco
E havia luz demais para seus olhos. De repente um repuxão; ajeitavam-no, mas ele não…
Estavam na casa de campo, ele e a mulher. Iam todos os fins de semana.…
Não é a primeira vez que escrevo meu nome, Renato Valenzuela, e o vejo como…
Um dos mais inventivos e prolíficos artistas de sua geração, cantor e compositor maranhense Negro…
Aos 82 anos, Guiga de Ogum, um dos grandes nomes do samba e da música…
“A Farsa do Panelada” com a missão de fazer o público rir através do texto…