Espetáculo ‘Um homem chamado José’ apresenta leitura original e contemporânea de icônica figura bíblica. Com dramaturgia de Marcos Barbosa, direção de Marcos Azevedo e atuação de Otacílio Alacran, peça ganha apresentações gratuitas no TUSP Butantã
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Buscando atualizar a figura de José, cuja santidade é construída em cima do silenciamento e da renúncia ao protagonismo masculino, surgiu o espetáculo Um homem chamado José, que é apresentado gratuitamente no TUSP Butantã entre os dias 8 e 11 de agosto, de quinta a sábado, às 20h, e, no domingo, às 18h.
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Com dramaturgia de Marcos Barbosa, direção de Marcos Azevedo e atuação de Otacílio Alacran, a peça é centrada no tema da paternidade. O texto aponta aspectos da dimensão simbólica do imaginário transcultural humano, em especial as ressonâncias do patriarcalismo junto à sociedade contemporânea.
Segundo Otacílio, a ideia é promover uma reflexão sobre como o José, com seu jeito acolhedor e silencioso, fundou um novo conceito de masculinidade, que ia contra os princípios morais da época. “Naquele momento uma mulher que falasse que engravidou de um certo espírito santo seria vista como adúltera e, provavelmente, acabaria apedrejada. Mas ele escolheu ficar com Maria e cuidar desse filho”, comenta.
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A criação cênica nasceu do interesse de Alacran por um teatro focado no trabalho do ator. É ele quem constrói os significados de cada ação. Nesse contexto, o público acompanha o furor verbal de José, que, com a ajuda da equipe artística, contando com a preparação corporal de Élder Sereni, do trabalho musical de Fábio Cintra e da direção de ator de Marcos Azevedo, modula muito a sua voz e aposta em pausas e gestos marcantes.
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“A palavra de um José, um carpinteiro, que adotou um filho – a despeito da conversa de que o menino era prova da safadeza de sua esposa (Maria). José se muda de cidade, para ter paz com a família, a família cresce. José zela pelos filhos, mas o mais velho, rebelde, entra em atrito constante com a família. José confronta o primogênito e o garoto foge de casa. Durante um tempo, tudo que tem do filho são notícias vagas, de que ele estaria envolvido em confrontos com muita gente poderosa, embora não fosse rico nem tivesse instrução nem cargo político, nada assim”
(fragmento nuclear do roteiro inicial de Marcos Barbosa)
Histórico do espetáculo
Em 25 de dezembro de 2020, Um homem chamado José foi apresentado por meio de uma transmissão online direto da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Cocaia, na Diocese de Guarulhos, São Paulo. A sessão foi impulsionada pelo 150º aniversário da declaração de São José como padroeiro universal da Igreja Católica e pela carta apostólica Patris Corde do Papa Francisco.
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O trabalho finalizou o 26º Ciclo do Programa TUSP de Leituras Públicas PAI BRASIL com duas leituras dramáticas gratuitas em dezembro de 2023. Em fevereiro de 2024, a peça seguiu para mais uma leitura em Fortaleza e, em março, para a Oficina Figueira do Cambuci.
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Por fim, em 21 de junho, o espetáculo encerrou o XV Festival de Teatro de Fortaleza junto com o lançamento do livro-base da montagem, Um evangelho de José, de Marcos Barbosa.
Sobre a equipe
Marcos Barbosa atuou em seu trabalho com dramaturgia para o teatro junto a companhias como CELCIT (Argentina), Teatro D’Dos (Cuba), Lorraine Hansberry Theatre (EUA), Royal Court Theatre e Young Vic Theatre (Inglaterra) e tem cerca de quinze textos com diversas encenações no Brasil. Barbosa publicou Um Evangelho de José pela editora da Escola Superior de Artes Célia Helena, onde atua como professor e pesquisador.
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Marcos Azevedo é ator, diretor e dramaturgo. Cursou a Escola de Arte Dramática – EAD (ECA/USP). Seu solo “Caliban” estreou no Edimburgh Festival/Escócia e fez temporada em Londres. Integrou a Cia de Ópera Seca de Gerald Thomas, onde atuou por uma década, viajando para Portugal e Croácia. É autor de “A Verdade Relativa da Coisa em Si” – Prêmio Funarte de Dramaturgia (com Beto Matos). Dirigiu várias peças com foco no ator e na performatividade. Junto ao Coletivo Phila7 há 15 anos, destaca-se “Play on Earth”, com grupos de Singapura e Inglaterra. Recentemente atuou em “Murder Mistery” e em “O Camareiro”, onde foi ator indicado ao 8º Prêmio Bibi Ferreira.
Fábio Cintra é compositor, diretor musical, regente e educador musical. É professor dos departamentos de Música e de Artes Cênicas da ECA-USP, onde desenvolve pesquisa prática e teórica na interseção entre performance, improvisação e criação sonora contemporânea para as artes da cena. No teatro, fez a direção musical e a música original de espetáculos de Carlos Alberto Sofredini, Ulysses Cruz, Gabriel Vilela, Bia Szvat, entre muitos outros, no Brasil e no exterior.
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Élder Sereni é pesquisador do movimento, desenvolvendo processos criativos orientados a partir da corporeidade e dos vetores de atravessamento que compõe a vida. Apresentou como bailarino, diretor de movimento e preparador corporal no Brasil, Uruguai, Itália e Bélgica. Na área acadêmica é doutor em Pedagogia das Artes Cênicas (Unesp); coordenador de curso Teatro (Etec de Artes); coordenador de projeto de Cultura e Arte (CPS) e docente em Teatro e Dança.
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Otacílio Alacran é artista-investigador, ator e agente cultural no TUSP desde 2006. Integra a primeira turma do Curso Princípios Básicos de Teatro do TJA (1991). Conclui o Colégio de Direção Teatral do Instituto Dragão do Mar de Arte e Cultura. Em 2005, por Quem Dará o Veredicto? é premiado como Melhor Ator e Melhor Espetáculo Júri Popular no XII Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga. Compôs o corpo discente do I Diplomado Internacional en Creación-Investigación Escénica sob coordenação de Jorge Dubatti (UBA) e Didanwy Kent (UNAM) culminando no experimento fílmico Portunhol. Atua em O Abajur Lilás e Navalha na Carne sob a direção de Marco Antônio Braz. Codirige o espetáculo La Pasión em la Materia, de Alberto Villarreal (coprodução México-Brasil). Concebeu os solos: Porque os Teatros Estão Vazios, Os Males do Tabaco e Strindberg, voz e violão. Como integrante da Cia. Pau D’arco de Teatro atua nas produções franco-brasileiras: Sonhos & Songes e Peça para quem não veio, de Maria Shu sob codireção Bia Szvat e Anne-laure Lemaire. Atua no espetáculo EDIFÍCIO, de Lucas Mayor e Marcos Gomes, além de dirigir e atuar no espetáculo Faraó Tropical, de Rafael Cristiano, contemplado pela 8ª Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos do CCSP (2022) e fundando o coletivo AIAS do Brasil.
Sinopse
Um homem chamado José apresenta uma leitura original da figura bíblica de José, que se mostra inesperadamente contemporânea ao se revelar não-alinhada aos padrões de seu tempo, abrindo caminhos para uma nova masculinidade.
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FICHA TÉCNICA
Atuação: Otacílio Alacran | Dramaturgia: Marcos Barbosa | Direção: Marcos Azevedo | Música: Fábio Cintra | Preparação corporal: Élder Sereni | Iluminação: Domingos Quintiliano | Técnico teatral: Marcelo Amaral | Filmmakers: André Grejio e Sérgio Freitas | Fotos: André Grejio, Micaela Menezes e Nérido Martins | Assessoria de imprensa: Canal Aberto | Produtora associada: Iza Marie Miceli | Apoio: Oficina Figueira do Cambuci e Teatro da USP – TUSP | Realização: AIAS do Brasil
SERVIÇO
Um homem chamado José
Data: 8 a 11 de agosto, de quinta a sábado, às 20h, e, no domingo, às 18h
Local: TUSP Butantã ( @tusp.butanta ) – R. do Anfiteatro, 109 – Cidade Universitária (acesso pela lateral direita do prédio, ao lado do bloco C)
Entrada gratuita, ingressos disponíveis na bilheteria 1h antes do espetáculo
Classificação: 12 anos
Duração: 90 minutos
Capacidade: 60 pessoas
Instagram da equipe:
@otacilio.alacran | @marcos_azevedo_marques | @marcosbarbosadealbuquerque | fabcint | @eldersereni | @andregrejio | @izamiceli
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