Escute as Feras, adaptação teatral de obra literária homônima, que a partir de uma história real, discorre sobre o embate de uma mulher com um urso. Estreia no Sesc Ipiranga em 11 de novembro, às 20h
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Quando a experiência vivida nutre uma reflexão vertiginosa sobre o humano e o natural, a identidade e a fronteira, o tempo do mito e a história contemporânea.
– Nastassja Martin, no livro ‘Escute as Feras’. Editora 34, 2021.
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Escute as Feras ganha livre adaptação do livro homônimo da antropóloga francesa Nastassja Martin publicado na França em 2019 e no Brasil em 2021 pela Editora 34. O livro obteve grande repercussão mundial e recebeu o prêmio François Sommer de 2020 por sua contribuição à reflexão a respeito das relações entre homem e natureza.
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O projeto, idealizado por Maria Manoella e Fernanda Diamant, foi contemplado pelo edital Proac n.1 de produção inédita e a temporada de estreia do espetáculo acontece no Sesc Ipiranga, ficando em cartaz de quinta a sábado às 20h, domingos e feriados às 18h30, de 11 de novembro a 3 de dezembro.
A atriz Maria Manoella estava à procura de um texto literário para transpor ao teatro quando a filósofa e editora Fernanda Diamant lhe apresentou essa obra ficcional que tinha acabado de ler, baseada numa história verídica, — e as duas, junto com a diretora Mika Lins, escreveram a adaptação teatral.
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Nastassja Martin teve seu rosto desfigurado por um urso pardo em um encontro inesperado na região de Kamchatka, na Sibéria no ano de 2015. A autora então parte do relato desse acontecimento para pensar questões sociais, políticas e existenciais.
Fruto de uma criação coletiva, a peça é ao mesmo tempo um espetáculo solo de Maria Manoella, e uma experiência artístico-sonora conduzida ao vivo pelo músico Lúcio Maia “Uma infinidade de instrumentos musicais acompanha as ações da atriz, a partir da concepção dos Dubs jamaicanos somados a minha experiência autoral de manejar múltiplos setups explorando novas sonoridades”, comenta Lucio.
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O processo de adaptação do texto se concentrou nos principais pontos de contato entre essa história e a realidade brasileira, entre essa mulher e todas as mulheres resultando em uma hibridação – ela passa a ser miêdka, meio a meio.
A versão final, descarnada, se descola do realismo da obra de não ficção e procura criar um microclima de sonho e estímulo dos sentidos. Para isso, conta também com a direção de arte de Daniela Thomas e a iluminação de Caetano Vilella, artistas hipnóticos. Fabio Namatame se soma a proposta estética com o figurino. Para expressar essa fisicalidade, foi essencial o trabalho de Vivien Buckup e também a colaboração dramatúrgica da escritora Ana Paula Pacheco, que acrescentou uma camada a mais ao trabalho desta adaptação. A diretora Mika Lins se encarrega de conduzir essa orquestra.
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“Se afirmo sou humano, digo sou diferente dos animais. Toda identidade perpassa por uma noção de diferença, em que ser como se é depende do não-ser outra coisa. A partir do momento em que Nástia sobrevive à troca de olhares com um urso; ao encontro dos corpos físicos de dois mamíferos tão diferentes quanto iguais, se corporifica um não-lugar no que restou de Nástia. É isso que investigamos nessa obra, as incertezas geradas nesse embate”, conclui Maria Manoella.
Sinopse
O espetáculo Escute as feras apresenta uma livre adaptação do livro homônimo da antropóloga francesa Nastassja Martin – publicado na França em 2019 e no Brasil em 2021 pela Editora 34.
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Na obra, a autora tem seu rosto desfigurado por um urso pardo em um encontro inesperado na região de Kamchatka, na Sibéria, experimenta transformações físicas e espirituais e se vê às voltas com questões filosóficas sobre as relações entre a humanidade e a natureza. Sonhos, delírios provocados por intervenções médicas e memórias em meio aos vulcões: é preciso acreditar nas feras.
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A adaptação teatral se concentra nos principais pontos de contato entre essa história e a realidade brasileira, entre essa mulher e todas as mulheres. A versão final, descarnada, se descola do realismo da obra e procura criar um microclima de sonho e estímulo dos sentidos.
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Maria Manoella então dá voz à narradora acompanhada do músico Lúcio Maia, que executa a trilha ao vivo como uma extensão dramatúrgica, criando não só música, mas ambiências sonoras. Daniela Thomas e Caetano Vilela colaboram na ambientação deste não-lugar onde a protagonista se encontra, Fabio Namatame e Vivien Buckup na expressividade e hibridação desta mulher-animal e a escritora Ana Paula Pacheco contribui na adaptação teatral ao lado de Fernanda Diamant e Mika Lins – que também co-dirigem o espetáculo.
FICHA TÉCNICA
Idealização: Maria Manoella e Fernanda Diamant | Autora: Nastassja Martin | Tradução: Camila Boldrini e Daniel Lühmann | Adaptação: Fernanda Diamant, Mika Lins, Maria Manoella | Colaboração dramatúrgica: Ana Paula Pacheco | Direção: Mika Lins | Co- direção: Fernanda Diamant | Elenco: Maria Manoella e Lúcio Maia | Direção musical, produção, composição e execução: Lúcio Maia | Direção de arte: Daniela Thomas | Iluminação: Caetano Vilela | Figurino: Fabio Namatame | Direção de movimento: Vivien Buckup | Assistente de direção: Luana Gouveia | Direção de produção: Carla Estefan | Produção executiva: Daniela D’eon | Produção de cenografia: Mauro Amorim | Direção de palco: Diego Dac | Assistente de palco: Samuel Rodrigues | Operação de luz: André Pierre | Operação de som e vídeo: Edézio Aragão | Fotos e vídeos: Ariela Bueno | Edição de vídeo: Sergio Glasberg | Identidade visual: Flávia Castanheira | Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro | Gestão de projeto e difusão: Metro Gestão Cultural | Realização: Sesc São Paulo | Apoio: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Programa de Ação Cultural – ProAC 2023.
SERVIÇO
Espetáculo ‘Escute as Feras’
SESC IPIRANGA – Estreia Sábado, dia 11/11/2023 às 20h00.
Temporada de 11/11 a 3/12 – Quintas, sextas e sábados – 20h00, Domingos e Feriados 18h30;
Sequência corrida de datas de apresentações (total de 16):
Dias 11,12,15,16,17,18,19,20,23,24,25,26,30/11 e 1,2,3/12/2023
Endereço: R. Bom Pastor, 822 – Ipiranga, São Paulo – SP, 04203-001, Brasil
+55 11 3340-2000
Ingressos: R$50,00 inteira, R$25,00 meia-entrada, R$ 15,00 credenciados SESC. Clique no link.
Recomendação etária – 16 anos
Duração – 70 minutos
Lotação – 200 lugares
* Mais informações: @escuteasferas
Maria Manoella – idealização e atuação
Em teatro: 30 peças, dentre as quais A Casa de Bernarda Alba (2003) direção de Dionísio Neto, Cinema Éden, direção de Emilio de Biasi (2005), Ricardo III (2006), direção de Jô Soares, Cruel (2011) direção de Elias Andreato, O Natimorto (2009), direção de Mario Bortolotto , Ala de Criados, com direção de Marco Antônio Rodrigues (2017) e O Teste de Turing (2016), direção de Eric Lenate. Recentemente integrou o elenco do díptico “As Três Irmãs” e “A Semente da Romã”, com direção de Ruy Cortez e Marina Tenório, projeto de peças que aconteciam de forma simultânea no palco do sesc pompeia, e que ganharam os prêmios APCA e Shell de melhor direção no ano de 2022.
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Em televisão: 2006 começa a sua carreira na televisão, onde participou de 3 séries na HBO, entre elas Filhos do Carnaval e Mandrake. Na Rede Globo estreia em 2006, participando da série JK. Faz sua primeira aparição em telenovelas em 2008, onde integra o elenco da novela das sete Três Irmãs. Retornou à Rede Globo em 2015 para viver a antipática Branca Vianna na telenovela das seis Sete Vidas de Lícia Manzo. Também em 2015, integrou o elenco da série Romance Policial – Espinosa para a GNT. Em 2018 esteve no ar na série Treze Dias Longe do Sol, de Luciano Moura e Elena Soarez, na Rede Globo. No mesmo ano, integra o elenco da novela medieval Deus Salve o Rei na Rede Globo, onde interpreta a dissimulada e sedutora
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Mirtes. Em 2022 interpretou a cigana Lyra na novela Alem da Ilusão, além das séries “o Rei da TV” no canal Stars Plus, e Rota 66, na Globoplay.
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No cinema: mais de 20 longas metragens, onde se destacam Crime Delicado de Beto Brant, A Mulher Invisível, de Claudio Torres, Jogo das Decapitações, de Sérgio Bianchi, Vermelho Russo, de Charly Braun, A Vida Invisível, de Karim Ainouz, vencedor do Festival de Cannes em 2018, Enterre seus Mortos, de Marco Dutra, este em fase de finalização.
Mika Lins – Direção artística
Mika Lins estreou nos palcos em 1984 no espetáculo A Casa de Bernarda Alba, direção de Eugênia Tereza de Andrade – pelo qual recebeu o Prêmio Governador do Estado de São Paulo. Idealizou, protagonizou e produziu o espetáculo FRIDA, inspirado na vida de Frida Kahlo. E em sua trajetória como atriz trabalhou com importantes encenadores brasileiros como Antônio Abujamra, Zé Celso e Jô Soares. Seu último espetáculo como atriz foi Memórias do Subsolo, de Dostoievsky.
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Em 2010 estreia como encenadora com Dueto Para Um Amor, onde dirige Bel Kowarick, que recebeu o Prêmio APCA de melhor atriz.
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Em 2013 dirige e produz a adaptação de teatral de Festa No Covil, livro premiado de Juan Pablo Villalobos. Em 2015 encena Palavras de Rainha, de Sérgio Roveri, pelo qual recebe o Prêmio Qualidade Brasil de Melhor Direção e Lu Grimaldi recebe o Prêmio de Melhor Atuação. Em 2017 dirige A Tartaruga de Darwin, de Juan Mayorca.
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Em 2019 Tutankaton, de Otávio Frias Filho. Em 2020 dirige Pós F, espetáculo inspirado na vida de Fernanda Young, com atuação de Maria Ribeiro, e pelo qual foi indicada ao Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Direção. Em 2022, estreia Play Beckett, pela qual foi indicada ao Prêmio APCA de melhor direção.
No audiovisual dirige ao lado de Ricardo Elias o programa de Jorge Forbes Terra Dois na Tv Cultura, pelo qual recebe o Prêmio APCA de melhor programa de televisão de 2017.
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Fernanda Diamant – Adaptação teatral e co-direção
Fernanda Diamant é formada em filosofia pela USP/SP. Fundadora da Editora FÓSFORO e da livraria MEGAFAUNA. Foi curadora da FLIP 2019 e uma das idealizadoras do Podcast VINTE MIL LÉGUAS, sobre ciências e livros. Idealiza o projeto ESCUTE AS FERAS ao lado e Maria Manoella, realiza a adaptação teatral do livro e a Co-Direção ao lado de Mika Lins.
Lúcio Maia – Direção musical, composição e atuação
Lúcio José Maia Oliveira, também conhecido como Jackson Bandeira (Recife, 19/3/1971) é ex-guitarrista da banda recifense Nação Zumbi, que juntamente com a banda Mundo Livre S/A deram origem ao movimento Manguebeat.
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Foi eleito pela revista O Dilúvio o melhor guitarrista do Brasil, por sete vezes consecutivas. Está na banda desde a sua criação aos dias atuais.
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Tem 2 discos de seu projeto solo intitulado `Maquinado’.
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No cinema, assina as trilhas sonoras dos filmes Amarelo Manga, de Cláudio Assis, Baile Perfumado de Lírio Ferreira e Paulo Caldas, e Linha de Passe, de Walter Salles.
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Atualmente circula com o show de novo disco solo intitulado Lucio Maia, e compõe as trilhas sonoras para o filme Enterre seus Mortos, de Marco Dutra, e para a série O Negociador, de Bel Valiante, ambos com estreia prevista para 2023.
Daniela Thomas – Direção de arte
Um dos maiores nomes em direção de arte e cenografia do pais, Daniela Thomas nasceu no Rio de janeiro em 1959. Iniciou seu trabalho no teatro como cenógrafa na década de 80, na cidade de Nova York, com o espetáculo All Strange Away de Samuel Beckett, dirigido por Gerald Thomas.
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A partir desse momento, Daniela, que também é cineasta, figurinista, diretora, dramaturga e iluminadora, foi responsável pela criação de várias cenografias para o teatro nacional e internacional, que a colocaram na posição de uma das maiores referências artística das últimas décadas.
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Daniela Thomas acumulou uma série de prêmios ao longo de sua carreira como cenógrafa, e está sempre presente na ficha técnica dos espetáculos mais prestigiados da temporada teatral brasileira.
Caetano Vilela – Iluminação
Seu nome ganhou destaque no mundo da ópera tendo realizado dezenas de produções em importantes teatros no Brasil e no exterior. Dentre as óperas que dirigiu destacam–se: A Queda da Casa de Usher/Phillip Glass; Lady Macbeth do Distrito de Mtzensk/Shostakovich; Ariadne em Naxos/Richard Strauss; Os Troianos/Berlioz e a estreia no Brasil da ópera Ça Ira de Roger Waters, compositor e fundador do Pink Floyd. Em 2015 dirige e ilumina para o Theatro Municipal de São Paulo, um programa duplo com as óperas Um Homem Só/Camargo Guarnieri e Ainadamar/Osvaldo Golijov.
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Ganhou o Prêmio Shell de Iluminação em 2011 pelo espetáculo Dueto para Um; foi indicado novamente em 2014 pela iluminação de Assim é (se lhe parece); 2015 por Dias de Vinho e Rosas, direção de Fabio Assunção e 2016 pela peça As Benevolentes, monólogo com Thiago Fragoso dirigido por Ulysses Cruz .
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Foi selecionado, junto com outros artistas brasileiros, para representar o Brasil na Quadrienal de Praga (Performance Design and Space), exposição mundial de criadores da área teatral que aconteceu em julho-2015 na Tchecoslováquia.
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