Exposição J. Borges - O Mestre da Xilogravura | Obra "Viagem a Trabalho e Negócios"
Centro Cultural SESI Sorocaba apresenta a exposição J. Borges – O Mestre da Xilogravura. A mostra reúne suas xilogravuras mais importantes e oito inéditas com matrizes, além de abrigar literatura de cordel, uma cinebiografia e obras de seus filhos aprendizes.
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O Centro Cultural SESI Sorocaba apresenta a exposição J. Borges – O Mestre da Xilogravura com visitação gratuita. O imaginário popular do Nordeste está presente em símbolos e figuras talhadas por J. Borges, artista pernambucano falecido em julho de 2024, aos 88 anos. Com evento de abertura no dia 20 de março, quinta, às 19h, a temporada ocorre entre os dias 21 de março e 27 de julho de 2025.
A mostra traz uma coletânea de 44 xilogravuras, sendo oito delas até então inéditas (com suas respectivas matrizes), junto a outras 28 importantes obras da carreira de J. Borges. Os temas retratados simbolizam a trajetória de vida do artista, considerado pelo dramaturgo Ariano Suassuna como o “melhor gravador popular do Brasil”. Também faz parte da mostra duas obras assinadas por Pablo Borges e Bacaro Borges, filhos e aprendizes do artista, além da exibição de uma cinebiografia sobre sua vida e obra, assinada pelo jornalista Eduardo Homem.
Os visitantes vão apreciar obras de diversas fases de sua história, identificadas pelos temas: Viagem a Trabalho e Negócios, Serviços do Campo, Plantio de Algodão, Forró Nordestino, Plantio de Cana, Feira de Caruaru, Carnaval em Pernambuco e Festa dos Apaixonados. A poesia popular também tem lugar na exposição, que reserva um espaço dedicado especialmente à sua literatura de cordel. Cordelista por mais de 50 anos, os versos de J. Borges tratam do cotidiano do agreste, de acontecimentos políticos e de fatos lendários, folclóricos e pitorescos da vida.
Em 2023, feliz com o início da circulação de sua mostra por unidades do SESI-SP, o artista declarou: “O que me inspira é a vida, é a continuação, é o movimento. Minha obra é aquilo que eu vejo, aquilo que eu sinto”. J. Borges foi Patrimônio Vivo de Pernambuco, título que lhe foi concedido pelo Estado, e suas obras foram expostas em países como França, Alemanha, Suíça, Itália, EUA, Venezuela e Cuba; também deu aulas na França e nos EUA, ilustrou livros em vários países e foi destaque no The New York Times.
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Equilibrando cheios e vazios com maestria, J. Borges desenhava direto na madeira, sem a produção de esboços, estudos ou rascunhos. O título da peça é o mote para criar o desenho, onde as narrativas próprias do cordel têm espaço na expressiva imagem da gravura. O fundo da matriz, talhado ao redor da figura, recebia aplicação de tinta, tendo como resultado um fundo branco e a imagem impressa em cor. As xilogravuras não apresentam uma preocupação rigorosa com perspectiva ou proporção.
A originalidade, irreverência e personagens imaginários são notáveis nas suas obras. Os temas mais recorrentes em seu repertório são o cotidiano da vida simples do campo, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos, a religiosidade, a picardia, enfim todo o rico universo cultural do povo nordestino.
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A Gerente de Cultura do SESI-SP, Debora Viana, reforça a importância desta exposição integrar o circuito das mostras itinerantes nos Espaços Galerias. “Com a iniciativa, que começou em Campinas, reforçamos o compromisso que a instituição possui de fomentar o cenário cultural e artístico por meio do acesso do público a obras, ao processo criativo de artistas nacionais e internacionais, à reflexão e à experimentação. Para o SESI-SP, é de extrema importância a formação de novos públicos em artes, a difusão e o acesso à cultura de forma gratuita. É por isso que desenvolvemos e realizamos projetos das mais diversas áreas e convidamos o público a entrar de cabeça no universo do conhecimento e da arte”.
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Com curadoria de Ângelo Filizola (1959-2024) e produção do Maracatu Estrela de Ouro de Aliança e Cactus Promoções e Produções, a exposição J. Borges – O Mestre da Xilogravura já foi apresentada no Centro Cultural Fiesp e nos demais Centros Culturais do SESI em Campinas, São José do Rio Preto, Itapetininga, São José dos Campos e Ribeirão Preto.
SERVIÇO
Exposição: J. Borges – O Mestre da Xilogravura
Abertura: 20 de março – Quinta, às 19h
Temporada: 21 de março a 27 de julho de 2025
Horários: Quarta a domingo, das 10h às 19h
Entrada gratuita. Classificação: Livre.
Acessibilidade: obras com audiodescrição.
Agendamentos de grupos e escolas: cacsorocaba@sesisp.org.br
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Centro Cultural SESI Sorocaba
Rua Gustavo Teixeira, 369 – Vila Independência. Sorocaba/SP.
sesisp.org.br | Nas redes: @sesisp.sorocaba
Sobre J. Borges
Nascido em Bezerros/PE, J. Borges (José Francisco Borges, 1935-2024) foi um dos mestres do cordel, um dos artistas folclóricos mais celebrados da América Latina e o xilogravurista brasileiro mais reconhecido no mundo. Criou figuras a partir das histórias e lendas populares, que impregnam o espírito do mestiço nordestino. Começou aos 20 anos na escrita do cordel com O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina; Mestre Dila, de Caruaru, ilustrou. Vendeu mais de cinco mil exemplares em dois meses e decidiu produzir as próprias gravuras para o segundo cordel: O Verdadeiro Aviso de Frei Damião. Na capa, uma igrejinha (talhou em um pedaço de madeira a primeira gravura). Amigos passaram a encomendar ilustrações e matrizes. Autodidata, Borges ilustrou mais de 200 cordéis ao longo da vida. Vendia as gravuras na feira de Caruaru, quando um grupo de turistas comentou que ‘adorava xilogravuras’, foi investigar o termo e descobriu-se um xilogravurista. Foi descoberto por colecionadores e marchands, que proporcionaram seu encontro com Ariano Suassuna que afirmava ser Borges o melhor do mundo. Ganhou notoriedade e foi levado aos meios acadêmicos. O artista aumentou o tamanho das gravuras e, o que inicialmente produzia apenas em preto, passou a colorir com uma técnica que o próprio inventou. Entre todas suas xilogravuras, a sua preferida é A Chegada da Prostituta no Céu (1976).
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Participou de exposições na França, Alemanha, Suíça, Itália, Venezuela e Cuba. Desembarcou em mais de 10 países, deu aulas na França e nos EUA. Ilustrou livros no Brasil, na França, em Portugal, na Suíça e nos Estados Unidos. Tem várias obras publicadas, muitos prêmios e distinções: Fundação Pró-Memória (Brasília, 1984), Fundação Joaquim Nabuco (Recife, 1990), V Bienal Internacional Salvador Valero (Trujilo, Venezuela, 1995), Ordem do Mérito Cultural (Ministério da Cultura, 1999) e Prêmio Unesco – Ação Educativa/Cultural. Em 2002, foi um dos 13 artistas escolhidos para ilustrar o calendário anual das Nações Unidas, com a xilogravura A Vida na Floresta. Em 1992, expôs na Galeria Stähli, em Zurique, Suíça, e no Museu de Arte Popular de Santa Fé, Novo México. Em 2006, foi tema de reportagem no The New York Times e recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, que garante apoio vitalício para salvaguardar e transmitir sua arte.
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