“A dor passa, mas a beleza permanece.” – Renoir
O pintor impressionista Pierre-Auguste Renoir (1841-1919), conviveu com artrite reumatoide e ainda assim superou a dor e a doença não deixando suas pinturas. Este filme registra imagens do pintor Renoir, aos 74 anos, em 1919, sentado ao lado do cavalete, com seu filho Claude, de 14 anos, ajudando com as tintas e pincéis. Nessa época, o mestre já não andava e suas mãos estavam retorcidas, por conta da artrite que o torturou nos últimos anos de vida. No livro biográfico sobre o pai, Jean (o segundo de seus três filhos) fala sobre a condição do mestre: “Suas mãos estavam terrivelmente deformadas. o reumatismo tornara as articulações rígidas, fazendo com que os polegares se voltassem para dentro, em direção às palmas das mãos, e os dedos dobrados para os pulsos. Os visitantes que não estavam preparados para isso não podiam tirar os olhos de sua deformidade. Embora não se atrevessem a mencionar isso, sua reação poderia ser expressa por frases como “Não é possível! com mãos como essas, como ele pode pintar essas telas? Há algum mistério em algum lugar.”
Suas pinturas, tão belas, são uma festa para os olhos. Renoir retratou a beleza da figura humana, da natureza e das paisagens, traduzindo-as em um espetáculo de cores, de alegria e júbilo com a vida. Mesmo sofrendo intensamente ao final de sua existência, não parou de pintar e de produzir arte.
Assista aqui o filme raro mostra Pierre-Auguste Renoir pintando em seu ateliê (1919)
Pierre-Auguste Renoir costuma ser chamado de “o pintor da vida”. Ainda que nunca tivéssemos visto um quadro seu sequer, essa bela maneira de se referir a ele seria um forte chamariz para a obra deste homem, tido como uma pessoa alegre e carismática em vida, sempre rodeada de amigos.
Renoir nasceu na cidade de Limoges em 1841, filho de costureiros humildes. Aos quatro anos vai para Paris com a família, e lá passa uma infância feliz. Seu primeiro contato com as artes seria trabalhando como pintor de porcelanas em uma fábrica, atividade que o levou a decidir ser artista profissionalmente.
As aulas na Escola de Belas Artes e no estúdio de Charles Gleyre (onde conheceu Monet) eram intercaladas com “sessões” de pintura ao ar livre, geralmente nos parques e bosques próximos a Paris. Data daí o início das discussões a respeito de uma nova maneira de pintar, numa tentativa de captar nas telas momentos tão passageiros quanto a luz do sol e as sombras: juntamente de Monet, Sisley, Bazille, Degas e Manet, formava-se o grupo que inventaria o Impressionismo.
No caso de Renoir, que até gostava de pintar paisagens mas tinha clara preferência por retratar pessoas (fossem retratos de conhecidos ou de cidadãos anônimos), o mundo era composto por ruas reluzentes, muita luz e vida cotidiana. Estes eram os temas preferidos em sua obra.
O artista continuaria “integrando” o grupo dos impressionistas, mas nunca deixou de fazer os retratos que lhe davam sustento. Após viagens à Argélia (influenciado pela obra de Delacroix) e Itália, em 1881 (onde apreciou e se inspirou nos renascentistas, em especial Rafael), volta à França com novo fôlego e decide deixar um pouco de lado a maneira rápida, “inacabada” e impressionista de pintar para retratar personagens mais delineados e severos em quadros como “As Banhistas” (1884/87), com clara influência de mestres do Renascimento.
Algum tempo depois, porém, o artista voltaria ao seu estilo mais característico, mesclando conhecimentos clássicos a cores mais quentes, cenas do dia-a-dia e pinceladas mais livres.
Renoir foi casado com Aline Charigot, com quem teve 3 filhos. O segundo deles, Jean Renoir, viria a tornar-se um grande cineasta. Entre seus filmes destacam-se “A Grande Ilusão” (1937) e “A Regra do Jogo” (1939). Tendo vivido seus últimos em Cagnes, na Riviera Francesa, Renoir morreu em 1919, quatro anos depois de sua amada Aline. Mesmo sem conseguir andar ou segurar com firmeza o pincel, o artista continuou pintando até o fim da vida.
Veja aqui os “Jardins e Flores” de Pierre Auguste Renoir com a música das Flores”, de Tchaikovsky
Saiba mais:
:: História da Artrite do Artista / Pierre A. Renoir
O single “Isabella”, canção de Leo Russo e Moacyr Luz chegou nas plataformas digitais. A…
O espetáculo “Eu conto essa história" apresenta três narrativas de famílias que cruzaram continentes e oceanos em…
A Companhia de Teatro Heliópolis apresenta o espetáculo Quando o Discurso Autoriza a Barbárie na Casa de Teatro Mariajosé de…
A Cia. Los Puercos inicia temporada do espetáculo Verme, no Teatro Paulo Eiró, localizado na Zona Sul de…
Memórias Póstumas de Brás Cubas, dirigido e adaptado por Regina Galdino, faz apresentações gratuitas em…
Em novembro, a N’Kinpa – Núcleo de Culturas Negras e Periféricas estreia Kuenda Kalunga, Kuenda…