sábado, março 29, 2025

Grupo XIX de Teatro realiza sessões gratuitas de espetáculo que mistura teatro e cinema na Vila Maria Zélia

Luiz Fernando Marques explora a fronteira entre cinema e teatro em projeto de circulação do Grupo XIX de teatro. Com uma abordagem ácida e provocativa, o espetáculo “Um Clássico: Matou a família” desconstrói a moralidade e explora os limites entre realidade e ficção, revelando os dilemas de uma geração perdida.
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Seguindo com a circulação dos espetáculos resultantes do Núcleo de Pesquisa de 2024, o Grupo XIX de Teatro apresenta a peça Um Clássico: Matou a família e foi ao cinema, de 5 a de 13 de abril 2025, com sessões aos sábados e domingos, às 16h e às 18h, na Vila Maria ZéliaA entrada é gratuita.

Desenvolvido e orientado por Luiz Fernando Marques (o Lubi), a montagem traz a busca por pertencimento e a banalização da violência traçando um retrato ácido de uma geração perdida entre o desejo de se rebelar e a incapacidade de agir. “O que mais me interessa, tanto no teatro quanto no cinema, é a presença do público e como ela pode transformar o que foi previamente concebido”, afirma o diretor.
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Inspirado em dois filmes marcantes dos anos 60 – Matou a Família e Foi ao Cinema, de Júlio Bressane, que trouxe terror e comédia juntos ao cinema e Um Clássico, Dois em Casa, Nenhum Jogo Fora, de Djalma Limongi, um dos primeiros filmes a abordar uma relação homossexual no cinema brasileiro – o espetáculo brinca com a fronteira entre o que é visto na tela e o que acontece ao vivo. O diretor conta que a pesquisa partiu do desejo de revisitar essas obras dentro de um novo contexto. “Eles foram produzidos no final dos anos 1960, em plena ditadura militar, e nosso objetivo foi confrontar essas narrativas com o nosso olhar em 2024.”

Lubi destaca que o projeto não é apenas uma releitura dos filmes, mas uma experiência cênica inédita. “Misturamos essas referências com a presença do teatro, criando uma nova forma de narrativa”. Ele reforça que apresentar o trabalho faz sentido justamente por ser um espaço para experimentação e troca. “Espero que vivam essa loucura com a gente!”, convida.
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No palco, dois homens, duas mulheres e um narrador criam um jogo onde passado e presente se confundem, fazendo com o espectador construa sua própria narrativa. Essa história cinematográfica traz um olhar inquietante sobre a apatia contemporânea e o papel do entretenimento na construção de narrativas que anestesiam a realidade. Com uma encenação provocativa, o espetáculo convida o público a refletir sobre os limites entre a ficção e a brutalidade do cotidiano.

O projeto de circulação 4 x XIX, contemplado pela 19º do Prêmio Zé Renato – que visa apoiar a produção e desenvolvimento da atividade teatral para a cidade de São Paulo, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura – ainda vai apresentar outras peças decorrente dos Núcleos de Pesquisa do grupo em 2024: Vitaminas (de Rodolfo Amorim) Quando um dia (de Juliana Sanches), Interruptor: dispositivos pra desligar a corrente (de Ronaldo Serruya) com sessões previstas para maio e junho.
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Desde 2005, o grupo realiza oficinas teatrais gratuitas e, por meio de seus núcleos de pesquisa, desenvolve experimentações cênicas inéditas.

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Peça “Um Clássico: Matou a família e foi ao cinema” do Grupo XIX de Teatro – foto: Jonatas Marques

SINOPSE
Em um país onde cinemas se transformaram em igrejas pentecostais, dois filmes brasileiros pioneiros, lançados em 1968 e 1969, abordam temas homoafetivos. Essas histórias pertencem a um passado conservador em preto e branco ou são presságios de um presente tingido de sangue?
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Os clássicos de Júlio Bressane e Djalma Limongi (1950-2023) se encontram na fricção entre cinema e teatro, dando forma a uma experiência única. O público recria a narrativa, mesclando o que foi filmado com o que acontece ao vivo. Dois filmes, uma peça, duas mulheres, dois homens e um narrador entrelaçam passado e presente na busca por um futuro mais diverso.

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Peça “Um Clássico: Matou a família e foi ao cinema” do Grupo XIX de Teatro – foto: Jonatas Marques

FICHA TÉCNICA
Direção e dramaturgia: Luiz Fernando Marques (Lubi). Diretora assistente: Juliana Mesquita. Artistas colaboradores e atuantes: Bruna Mascarenhas, Clara Paixão, Carlos Jordão, Lucas Rocha e Walmick de Holanda. Cenografia e edição de vídeo: Luiz Fernando Marques (Lubi). Figurino, visagismo e direção de arte: Bruna Mascarenhas, Clara Paixão, Carlos Jordão, Juliana Mesquita, Lucas Rocha, Luiz Fernando Marques Lubi e Walmick de Holanda. Técnico de luz, som e vídeo: Luiz Fernando Marques (Lubi) e Juliana Mesquita Técnico de apoio: Roberto Oliveira. Fotos: Jonatas Marques. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Produção executiva: Andréa Marques. *Projeto foi contemplado pela 19ª Edição do Prêmio Zé Renato. Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa.

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Peça “Um Clássico: Matou a família e foi ao cinema” do Grupo XIX de Teatro – foto: Jonatas Marques

SERVIÇO
Peça Um Clássico: Matou a família e foi ao cinema
De 5 a 13 de abril de 2025 – Sábados e domingos, às 16h e 18h.
Vila Maria Zélia – Rua Mário Costa 13 (Entre as ruas Cachoeira e dos Prazeres) – Belém. Telefone – (11) 2081-4647. Acessibilidade. Estacionamento: gratuito.
Duração: 77 minutos. Indicação: Maiores de 18 anos. Capacidade: 40 espectadores por sessão. Ingressos: Grátis. Retirada de ingressos pelo Sympla
Mais informações: @grupoxixdeteatro

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Peça “Um Clássico: Matou a família e foi ao cinema” do Grupo XIX de Teatro – foto: Jonatas Marques

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