Espetáculo de dança-teatro investiga, por meio de sonoridades e movimentos, formas de salvar instantes e reflorestar a vida
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Em seu primeiro projeto contemplado pelo Programa de Fomento a Dança da Secretaria Municipal de Cultura da cidade de São Paulo, o Coletivo Corpo Aberto, que nasceu na Zona Leste paulistana há quase uma década, estreia no próximo dia 30 de maio, no CEU Vila do Sol, o espetáculo de dança-teatro Humanidades em escuta: corpos em ruína. A montagem do grupo aborda a exaustão dos corpos num modo de vida voltada à produção incessante e propõe a escuta atenta dos saberes dos povos originários como forma de reflorestar a vida. O espetáculo irá circular por diversos espaços da cidade de São Paulo com ingressos gratuitos. As apresentações seguem em diversos espaços de São Paulo e também em aldeias indígenas.
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A criação e a pesquisa para Humanidades em escuta: corpos em ruína veio a partir da vivência do grupo junto aos Guarani Mbya da aldeia Kalipety, localizada na zona sul de São Paulo. O Coletivo contou com a orientação de Jerá Guarani, liderança da aldeia. Inclusive, em alguns momentos do espetáculo, é possível ouvi-la, como se a presença de sua voz simbolizasse a urgência de uma escuta atenta e de uma alteração no modo de perceber a vida trazida pela cultura indígena.
Em cena, as artistas – Danielle Rocha, Jennifer Soares, Patrícia Bruschini, Thamara Almeida e Veronica Avellar – realizam movimentações guiadas pelas sonoridades propostas por Letícia Góes que executa a trilha ao vivo.
O diretor Fabiano Benigno, convidado especialmente para esse projeto, comenta um pouco sobre a proposta do espetáculo: “A intenção é propor ao público se reconectar com uma cultura que também forma a nossa identidade. Temos uma ideia romantizada e conhecemos pouco sobre os povos originários do nosso país, que estão nos falando que se a vida continuar no curso atual entraremos em colapso. Não paramos para ouvir o que nossos corpos e mentes precisam. O espetáculo mostra esse corpo da cidade se reconectando consigo por meio de uma escuta porosa.”
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Para roteiro
HUMANIDADES EM ESCUTA: CORPOS EM RUÍNA – Estreia dia 30 de maio, as 10h e as 14h horas, no CEU Vila do SOL. Duração – 60 minutos. Recomendado para maiores de 14 anos. Ingressos gratuitos (retirada 60 minutos antes).
APRESENTAÇÃO
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FÁBRICA DE CULTURA CURUÇÁ
Endereço R. Pedra Dourada, 65 – Jardim Robru,
Capacidade 300 lugares
31 de maio, às 19h30 e 1º de junho, às 10h30 e 14h30
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TEATRO FLÁVIO IMPÉRIO
Endereço R. Prof. Alves Pedroso, 600 – Cangaiba
Capacidade 212 lugares
3 e 4 de junho, às 19 horas
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ALDEIA KALIPETY
Endereço Estr. Evangelista de Souza – Colônia
8 de junho, pela manhã
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ESCOLA ESTADUAL INDÍGENA GUARANI GWYRA PEPO
Endereço Estrada João Lang, 153 – Barragem, São Paulo – SP
8 de junho, às 15 horas
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FUNARTE – SALA Rennée Gumiel
Endereço Estrada João Lang, 153 – Barragem, São Paulo – SP
Capacidade 50 pessoas
10 de junho, às 20 horas e 11 de junho, às 19 horas
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TEATRO ALFREDO MESQUITA
Endereço Av. Santos Dumont, 1770 – Santana
Capacidade 198 lugares
16 e 17 de junho, às 21 horas, e 18 de junho, às 19 horas
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TEKOA YVY PORÃ – JARAGUÁ
Endereço Estr. Turística do Jaraguá, 3402-3530 – Vila Jaraguá, São Paulo – SP
19 de junho, xxx horas
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OFICINA CULTURAL ALFREDO VOLPI
Endereço Rua Américo Salvador Novelli, 416 – Itaquera, São Paulo – SP
Dia 21 de junho, às 20 horas
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OFICINA CULTURAL OSWALD DE ANDRADE
Endereço Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro, São Paulo – SP
Dias 29 e 30 de junho, às 20h30, e dia 1º de julho, às 15 e 19 horas
FICHA TÉCNICA
Direção: Fabiano Benigno
Orientação indígena: Jerá Guarani
Dramaturgia poética: André do Amaral
Orientação de linguística/ musicalidade guarani: Wera Mirim Alcides
Direção musical: Letícia Goes
Compositor de canções: André do Amaral
Intérpretes: Danielle Rocha, Jennifer Soares, Patrícia Bruschini, Thamara Almeida e Veronica Avellar
Musicista intérprete: Letícia Goes
Preparação corporal: Patrícia Bruschini e Veronica Avellar
Figurinista: Clau Carmo
Idealização de cenografia: Fabiano Benigno
Cenotécnico: Evandro Lima
Iluminador: Tomate Saraiva
Operadora de som: Anna Vis
Operadoras de luz: Ester Magalhães e Kali Silva
Fotografias de divulgação: Zarella Neto
Produção executiva: Patricia Bruschini e Veronica Avellar
Produção geral: Danielle Rocha
Sobre o Coletivo Corpo Aberto
O Coletivo Corpo Aberto, residente na Zona Leste de São Paulo surge a partir do desejo de viabilizar um espaço de pesquisa continuada sobre o movimento e as possibilidades de diálogos poéticos que reverberassem para o espetáculo. Além de nos interessar uma investigação sobre os limites entre as linguagens artísticas. Não uma dança ou um teatro, por exemplo, mas um híbrido de linguagens capazes de ampliar as possibilidades de comunicação. Nossa pesquisa, enquanto coletivo, rompe essas barreiras e estabelece o contato íntimo, que coloca o espectador como um personagem cúmplice, ativo e que restabelece as relações de confiança e afeto. Subverter a relação e acolher o espectador. São quase 10 anos de grupo e esse é o terceiro espetáculo do grupo.