Em homenagem à obra de Chico Buarque, Jona Poeta lança novo álbum. Com seis faixas, “As Canções Que Fiz Com Chico” chegou aos aplicativos de música em 10 de novembro; trabalho conta com álbum visual que foi ao ar na mesma data no YouTube
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Seja você um entusiasta da MPB ou não, certamente, as canções de Chico Buarque já te atravessaram ou te encontraram em alguma esquina da vida. Nos anos 90, ainda um menino, Jona Poeta ouviu pela primeira vez a canção “Futuros Amantes”. Naquele cenário, sem recursos e possibilidades de se fazer música, ele enchia garrafas de vidro no intuito de encontrar a medida certa de água para reproduzir as notas dos primeiros acordes. Até chegava perto, mas não como agora. Em 10 de novembro, o cantor e compositor gaúcho radicado em São Paulo lançou o álbum “As Canções Que Fiz Com Chico”, em todos os aplicativos de música.
Além das sensíveis e intensas canções inspiradas na obra de uma das principais vozes da MPB, a concretização do maior e mais importante projeto musical do artista traz um belíssimo álbum visual, que vai ao ar na mesma data, às 12h, no YouTube. O audiovisual, dirigido por Jona Poeta e Pedro Oliveira, apresenta as canções do artista traduzidas em dança contemporânea com coreografias e execução em cena de Eliz Gomes e Pedro Almeida.
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“A arte é primariamente uma forma de eu me expressar. Esse trabalho exprime sentimentos tão complexos e controversos que, mesmo em uma sequência cartesiana, ficava difícil de me fazer entender no EP apenas com as músicas”, conta. “Há uma necessidade egóica de universalizar uma narrativa que é toda ensimesmada, então recorri às outras artes: a dança, o audiovisual, a teatralidade e a poesia que criei para ligar uma música à outra e deixar nítida a história que estou contando. Embora toda a concepção artística do álbum visual tenha sido pensada para a confusão visual e para gerar mais questionamentos que afirmações – que é o meu momento atual na vida e relacionamentos –, para mim, as perguntas são mais importantes que as respostas. As respostas mudam com o tempo, as perguntas não”, completa.
COMPOSIÇÃO
Com produção musical de Binho Mantenti e produção executiva de Renan Ribeiro, a sonoridade deste novo trabalho é uma pausa no pop que o artista vinha explorando em sua carreira, para retomar a veia MPB repaginada pela contemporaneidade, já presente no seu primeiro álbum “Soltei”. “Eu não sou literato na obra do Chico. Sou um grande fã. Há bastante coisa do repertório dele que eu não ouvi, inclusive, porque a obra dele é vastíssima, mas o que ouvi, foi repetidamente e isso permeia meu jeito de escrever, compor e criar”, explica.
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Todas as canções contam com parcerias na composição, intencionalmente para trazer maior diversidade para a estética. São eles: Grego Jardim em “Seu Tolo, Maurício Pazz em “Música Roubada”, Matheus Crippa em “Em Frente a Porta”, Igor Santisou na já lançada “Tua Mania” e em “Rima Óbvia” e, por fim, Willian Policarpo em “Laços Que Não Sei Manter”. “Nenhuma dessas composições foi propositalmente feita para se mostrar inspirada na obra do Chico. Mas, uma vez feitas, era inegável para mim a influência. Entre várias composições que nasceram nesses anos, fui coletando essas seis que eram mais embebidas de Buarque e as reuni neste trabalho”, diz Jona.
‘DESDE A INFÂNCIA’
A canção “Tua Mania”, lançada há algumas semanas, como single e videoclipe, acumula cerca de 140 mil streamings nas plataformas digitais e abriu caminhos para as demais, como que em compensação ao tempo engavetada, tendo em vista que foi a primeira composição do artista. “Esse trabalho vem desde a infância, quando, na escassez de uma vida muito humilde, eu tentava aprender música pela ‘TV Cultura’ usando garrafas de vidro com água como instrumento. Embora a primeira composição tenha nascido 10 anos atrás, a raiz está nesse sonho de criança de ser artista”, destaca.
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Há três anos, Jona vem trabalhando na concepção deste projeto que se apresenta agora e, de lá para cá, veio tomando forma, ganhando mais tripulantes, ideias e cores. “Esse trabalho para mim significa uma emancipação estética e artística, para além da homenagem ao Chico. Nesse trabalho, eu me rasguei em emoções expostas como já fiz em outros, mas com o adendo de protagonizar a produção e as escolhas. Sinto-me emancipado”, diz o artista que aspira os palcos, a partir de 2024. “Nunca me ocupei de vender meu show, chegou a hora de pausar a produção e ir pro palco”, finaliza.
DISCO ‘AS CANÇÕES QUE FIZ COM CHICO’ • Jona Poeta • Selo Independente • 2023
Canções / compositores
1. Seu tolo (composição: Jona Poeta, Grego Jardim / letra e melodia: Jona Poeta)
2. Música roubada (composição: Jona Poeta, Maurício Pazz / letra: Jona Poeta)
3. Em frente à porta (composição: Jona Poeta, Matheus Crippa / letra e melodia: Jona Poeta)
4. Tua mania (composição: Jona Poeta, Igor Santisou / letra e melodia: Jona Poeta)
5. Rima óbvia (composição: Jona Poeta, Igor Santisou / letra: Jona Poeta)
6. Laços que não sei manter (composição: Jona Poeta, Willian Policarpo / letra e melodia: Jona Poeta)
– ficha técnica –
Jona Poeta (voz – fx. 1, 2, 3, 4, 5) | Binho Manenti (cordas – fx. 1, 5, 6; piano – fx. 1, 2, 4, 5; baixo – fx. 1, 2, 3, 4, 5; synths – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6) | Grego Jardim (violão e harmonia – fx. 1) | Maurício Pazz (violão, melodia e harmonia – fx. 2) | Matheus Crippa (violão e harmonia – fx. 3) | Igor Santisou (violão e harmonia – fx. 4; violão, melodia e harmonia – fx. 5) | Willian Policarpo (violão e harmonia – fx. 6) | Produção musical e arranjo: Binho Manenti | Produção executiva: Renan Ribeiro | Estúdio: AeroTullio Sound Distillery | Mixagem e masterização: Binho Manenti | Tratamento de voz: Rodrigo Reitz | Fotos divulgação: Ingrid da Costa || Audiovisual – Concepção e roteiro: Jona Poeta | Direção: Jona Poeta, Pedro Oliveira | Produção executiva: Renan Ribeiro | Direção de fotografia: Pedro Oliveira | Direção de arte: Jona Poeta | Figurinos: Jona Poeta | Cenografia: Lara Cupen | Bailarina: Eliz Gomes | Bailarino: Pedro Almeida | Coreografias: Eliz Gomes, Pedro Almeida | Operação de câmera: Pedro Oliveira | Gaffer: Luciano de Carvalho Oschelski | Edição e montagem: Francisco Gabriel Barros Lima, Thiago L. Soares | Maquiagem artística: Mariana Tzaschel | Desenho de som e finalização: Binho Mantenti | Making of: Bruno Carlos Rodrigues | Alimentação: Solange Fieri | Locação: Mais Dill Locações || Assessoria de imprensa: Ana Beatriz Garcia / Zaz Conteúdo | Selo: Independente | Formato: CD / Digital | Ano: 2023 | Lançamento: 10 de novembro | #* Ouça o álbum: clique aqui | ** Assista o álbum visual: clique aqui.
SOBRE JONA POETA
Jona Poeta é um multiartista gaúcho, radicado em São Paulo, em pleno processo de autodescobrimento. Seu trabalho é um exercício de vulnerabilidade onde canta a plenos pulmões a sua descoberta pessoal dentro da música, trazendo seus amores e corações partidos nesse caminho. Jona se viu desabrochar enquanto artista tardiamente. De origem humilde, nascido em Santo Ângelo, interior do Rio Grande do Sul, ele cresceu sem acesso a centros de cultura ou aulas de instrumentos e sem músicos na família, apenas um sonho e uma vocação. Dedicou seus esforços a uma vida acadêmica e profissional que garantissem o sucesso financeiro necessário para cuidar dos pais e de um irmão com necessidades especiais. Foram 15 anos como executivo internacional em multinacionais e empresas de tecnologia quando, já morando em Santa Catarina, ele passou a frequentar o conservatório da Sociedade Cultura Artística, onde teve seu primeiro contato com aulas de canto coral, prática de conjunto, teoria musical e canto popular. Em 2019, veio um encontro que mudaria tudo: Jona conheceu Dandara Manoela, cantora e educadora vocal na Casa Luanda. A conexão imediata entre os dois aconteceu naturalmente, compartilhando histórias e uma música que ele havia escrito e para qual ela desenvolveu um arranjo instantaneamente. A partir de então, eles passaram a estudar letras e poesias de Jona em aulas de canto fazendo as composições juntos para gravá-las em seguida. Seu primeiro lançamento foi o EP “Soltei” (2021) que conta com seis faixas, seguido por quatro singles: “Não Pare Agora”, “Perdi Você”, “Eu Menti Pra Você” e “Último Gesto”. Todas acompanhadas de videoclipes e documentários que abordaram pautas sensíveis como saúde mental, depressão e invisibilização afetiva de pessoas LGBTQIAP+. Histórias contadas a partir das vivências do próprio artista que é bissexual e conhecido por seus quase 200 mil seguidores nas redes sociais (entre Instagram e Tik Tok) por criar conteúdos relacionados a estas questões. Jona Poeta ainda é conhecido pelo livro “Manual do Desapego”, de sua autoria, lançado em 2020 e conta com uma de suas canções na 2ª temporada da série “Crisálida”, que será exibida pela TV Cultura.
>> Jona Poeta na rede: Instagram | Spotify | Youtube | Tik Tok
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Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / Canção / Álbum.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske
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