– por Mauricio Assumpção/rfi
Em meio à crise dos imigrantes na Europa, o músico Jordi Savall formou a primeira orquestra de refugiados para ajudá-los a encontrar um propósito e combater o preconceito.
O catalão Jordi Savall, de 75 anos, é um dos mais consagrados músicos europeus na pesquisa e divulgação da música medieval. Especialista da viola de gamba, Savall trabalha como regente e compositor, além de ter lançado o seu próprio selo musical, a Alia Vox. Entre concertos e a composição de trilhas sonoras para o cinema, ainda encontra tempo para ações humanitárias na Europa.
Em 2016, o musicólogo apareceu de surpresa no maior campo de refugiados da França, a extinta “Selva de Calais”, onde tocou a viola de gamba acompanhado por imigrantes que tocavam seus instrumentos típicos.
Agora, sensibilizado pela experiência em Calais, Savall está lançando a primeira orquestra de refugiados, que já reúne quinze músicos da Síria, Belarus, Turquia, entre outros países.
“Foi na Selva de Calais que eu me dei conta de que algo precisava ser feito para ajudar esses jovens, que estavam completamente abandonados. Nós precisávamos lhes dar uma chance para que eles pudessem fazer algo positivo nas suas vidas”, explicou Savall em entrevista para a Radio France Internationale.
Música como linguagem universal
O projeto de orquestra, batizado “Orfeu XXI, Música pela vida e dignidade”, pretende reunir refugiados de origens distintas, que possam estabelecer uma troca através da música. Para Savall, o fato dos músicos terem formações diversas não deve ser um problema, mas sim uma vantagem. Como a maioria deles vem do Oriente Médio, o musicólogo acredita que haverá uma harmonia entre a melodia, o ritmo e a improvisação de cada cultura. Desta forma, os músicos deverão conquistar o seu espaço, compartilhando, ao mesmo tempo, o seu saber.
“Trata-se também de um projeto pedagógico e artístico, com refugiados que já estão na França, Espanha, Noruega e Alemanha. Num primeiro momento, eles deverão trabalhar como instrutores, durante dois anos, para crianças refugiadas ou crianças carentes em áreas de precariedade social”, disse Savall.
A orquestra “Orfeu XXI” já tem quatro concertos agendados para o verão europeu de 2017, sendo o primeiro deles no Festival de Arles, em 14 de julho, dia da festa nacional francesa.
“Nós não podemos viver num mundo tão conflituoso e tão problemático sob o ponto de vista da situação social ao mesmo tempo em que nos apresentamos nas mais belas salas de espetáculos do mundo. Isso nos obriga a não esquecer uma parte importante da sociedade, sobretudo os jovens, desamparados, sem cultura. Nós temos que ajudá-los a reencontrar um propósito de vida, fazendo coisas com dignidade e prazer”, concluiu Savall.
Fonte: RFI
E havia luz demais para seus olhos. De repente um repuxão; ajeitavam-no, mas ele não…
Estavam na casa de campo, ele e a mulher. Iam todos os fins de semana.…
Não é a primeira vez que escrevo meu nome, Renato Valenzuela, e o vejo como…
Um dos mais inventivos e prolíficos artistas de sua geração, cantor e compositor maranhense Negro…
Aos 82 anos, Guiga de Ogum, um dos grandes nomes do samba e da música…
“A Farsa do Panelada” com a missão de fazer o público rir através do texto…