O instrumentista e compositor Fernando Trocado lança o primeiro álbum solo, ‘Labirinto’. O disco traz 11 faixas instrumentais e autorais, com exceção de “Resposta ao tempo”, de Cristovão Bastos e Aldir Blanc. Além do próprio Trocado, o projeto teve a participação dos instrumentistas Natan Gomes (piano e teclados), Tony Botelho (baixo) e Mac Willian Caetano (bateria), que formam o quarteto Fernando Trocado.
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Já faz um bom tempo que Fernando Trocado vem desenvolvendo sua carreira como instrumentista, seja em performances e gravações com artistas como Bibi Ferreira, Celso Fonseca, Roberta Sá; ou ao lado de nomes relevantes da música instrumental, como Tomás Improta, Alexandre Carvalho, Ronaldo Diamante, Marcos Amorim, Claudio Dauelsberg, Pascoal Meirelles; ou, ainda, com grupos e orquestras eruditos e populares, como Gaia Wilmer Big Band, Baixada Jazz Big Band, Orquestra de Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Pé do Ouvido.
É Mestre em Música, na área de Musicologia Histórica, e Bacharel em Música, especificamente nas áreas de Flauta e Regência. Foi também codiretor da Orquestra de Sopros da Proarte, que produziu shows, CDs e DVDs com convidados como Guinga, João Bosco e Gilberto Gil.
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No ano de 2019 iniciou seu trabalho autoral, que naturalmente espelha toda a experiência anterior, mesclando influências do jazz, da MPB em geral e da música erudita, e resultou no álbum “Labirinto”, lançado em 2023.
Para isso, conta com a companhia dos seguintes músicos:
Natan Gomes – pianista carioca, começou a estudar música com 9 anos e já se apresentou com nomes consagrados no panorama instrumental brasileiro, tais como Nivaldo Ornellas, Ney Conceição, Maurício Einhorn, Lipe Portinho, Josué Lopez, Sérgio Barroso, Marcelo Martins, Renato Massa, Laura Valle, Juliana Areias , Roberto Menescal, José Carlos Bigorna, Adriano Gifonni , Cristiano Galvão, Kleberson Caetano, Josiel Konrad, Robertinho Silva, Teo Lima, entre outros.
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Tony Botelho – contrabaixista, tem formação clássica e popular. Iniciou sua carreira em 1973, tocando com Johnny Alf, Lúcio Alves, Tomás Improta, Mauro Senise e Raul Mascarenhas, com quem, em 1976, tocou vários meses na Alemanha, integrando o “Quinteto Ipanema”. Fez parte do grupo “A Fina Flor do Samba”, dedicado ao choro e samba de raiz. Com este grupo acompanhou a cantora Beth Carvalho por dois anos. Em 1977, ingressou na Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, permanecendo até 1979, quando foi convidado pelo maestro e compositor Cláudio Santoro para ser o primeiro contrabaixo da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional e professor da Escola de Música de Brasília, cargos que ocupou por 12 anos consecutivos. Viveu em Londres por quase cinco anos. Neste período teve oportunidade de tocar e gravar com vários expoentes do jazz inglês como Norma Winstone, Rob Koral, Sue Hawker, Mike Rowland, Simon Purcell etc. e, posteriormente, em Guadalajara, México, onde se dedicou à música Latina, trabalhando principalmente em gravações e arranjos. De volta ao Brasil em 2000, participou do “tour” internacional (Estados Unidos, Canadá e Europa) da cantora baiana Virgínia Rodrigues. Participou do projeto “Prosper Jam” de 2006 a 2008 no Armazém Digital. Faz parte do quadro das Orquestras Petrobrás Sinfônica e Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Como músico popular, já realizou shows e gravações com Diana Krall, Paulo Moura, Marco Pereira, Wagner Tiso, Idriss Boudrioua, Tomás Improta, Ray Moore, Flávio Guimarães, Marcos Nimrichter, Mauro Senise, Zé Meneses, Itamar Assiere, Carlos Malta e Gilberto Gil.
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MacWilliam Caetano – baterista, já tocou com Adriana Calcanhoto, Ana Carolina, Banda Black Rio, Cassia Eller, Banda Vitória Regia, Jorge Benjor, Letieres Leite e muitos outros.
Sobre o álbum ‘Labirinto’
As faixas são autorais, com exceção de “Resposta ao tempo”, de Cristovão Bastos e Aldir Blanc. As composições são de períodos muito diversos, mas a maioria é relativamente recente. O isolamento devido à pandemia foi decisivo para o perfil do álbum e influiu na escolha do seu título. A faixa de abertura “Simplicidade” é uma bossa nova precedida de uma breve introdução com um jeito de música clássica. Em seguida, “Levitando” é uma saudosa despedida e homenagem ao meu pai, Jorge. “Futuro do pretérito” é uma espécie de choro-canção, uma visão utópica do que a vida em sociedade poderia ser. Já a faixa-título “Labirinto” é um funk-jazz meio dissonante e misterioso, com muito espaço para improvisos e diálogos. Trocado recupera suas influências e recordações do início de sua carreira “Petite Gafieira” recupera minhas influências e recordações do início de carreira, tocando em bailes na Estudantina, e também remete a dois de meus professores, ambos fundamentais, Paulo Moura e Idriss Boudrioua.
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Puskás e Pelé mescla o uso de uma escala menor húngara a uma bossa lenta. Gravei as flautas em camadas. Preferiria ter flautistas ao vivo no estúdio, mas ainda era um momento de maior precaução sanitária. Já “Os atomistas” é um jazz, com uma seção B muito modulante e sugerindo uma mudança de compasso quaternário para ternário. É uma homenagem à razão, à filosofia e ao pensamento científico, embora meus conhecimentos nessas áreas sejam rudimentares. “Resposta ao tempo” é uma linda canção, muito sensível, que sempre me impressionou Adorei incluí-la no repertório. “As crianças” é do tempo em que buscava meus filhos, agora adultos, na creche. É um ijexá simpático, acho, e a única música do albume que toco o sax soprano. “Os apaixonados e o multiverso” é uma balada dedicada a todos que se amam e à Mônica, particularmente. “Esperança” é uma espécie de habanera, e o nome é autoexplicativo. Acho que tem um pouco do jeitão das composições do João Donato. Começa com uma introdução solo de saxofone.
DISCO ‘LABIRINTO’ • Quarteto Fernando Trocado • Selo Independente / distribuição Tratore • 2023
Música / compositores
1. Simplicidade (Fernando Trocado)
2. Levitando (Fernando Trocado)
3. Futuro do pretérito (Fernando Trocado)
4. Labirinto (Fernando Trocado)
5. Petite gafieira (Fernando Trocado)
6. Puskás e Pelé (Fernando Trocado)
7. Os atomistas (Fernando Trocado)
8. Resposta ao tempo (Cristovão Bastos e Aldir Blanc)
9. As crianças (Fernando Trocado)
10. Os apaixonados e o multiverso (Fernando Trocado)
11. Esperança (Fernando Trocado)
– ficha técnica –
Fernando Trocado (sax tenor – fx. 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 11; sax soprano – fx. 4, 9; flauta – fx. 3) | Natan Gomes (piano – fx. 1, 2, 3, 8, 10, 11; teclado – fx. 4, 5, 6, 7, 9) | Tony Botelho (baixo – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11) | Mac Willian Caetano (bateria – fx. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11) || Direção musical: Fernando Trocado | Gravação Estúdio Umuarama, Rio de Janeiro, por Ricardo Calafate e Ricardo Cidade, em 17,18 e 19 de fevereiro e 5 de março de 2022 | Mixagem e masterização: Ricardo Calafate e Fernando Trocado | Captação e edição de vídeo: Ricardo Cidade | Projeto gráfico: Mariana Vaz Maurity | Ilustração: Gabriel Vaz Maurity | Foto (divulgação): © Marcos Braiko | Selo: Independente | Distribuição: Tratore | Formato: CD / Digital | Ano: 2023 | Lançamento: 25 de agosto | #* Ouça o álbum: clique aqui.
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Série: Discografia da Música Brasileira / Música instrumental / Álbum.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske
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