MISCELÂNEAS

Leo Chacra lança o livro “Atrizes” na Livraria da Vila (Al. Lorena)

“Nós, atores e atrizes, vivemos uma espécie de esquizofrenia, de doença que é compreendida, aceita pelo público. E todos viajam conosco no sonho, que só se materializa se houver plateia. …É assim que funciona a nossa enfermaria.” – Fernanda Montenegro
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Leo Chacra lança em 20 de março, quinta-feira, às 18h, na Livraria da Vila (Al. Lorena), o livro “Atrizes” pela editora Ofício das Palavras. É o terceiro livro do autor, que é também ator e diretor. “Atrizes” é composto por sete contos sobre o ser atriz, profissão que ainda sofre por não estar nos primeiros lugares da fila. A primeira atriz que Leo teve contato foi a sua tia Sandra e embora tenha morrido cedo e se tornado mais conhecida como escritora, teve a chance de vê-la em cena e ouvido repetidas vezes na infância que ela era “do teatro”. Talvez essa tenha sido a maior influência em sua futura escolha profissional.

Antes de se assumir escritor, Leo sonhou em fazer cinema, ser urbanista e arquiteto, é próximo das artes visuais, mas o seu real interesse sempre foi o ser humano, história e muita ficção. Portanto, não é de se estranhar ter acabado numa escola de teatro, onde a matéria prima é o ser humano. Aulas de voz, aulas de corpo e dramaturgia.
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Foi ali, naquela época, dos dezenove para os vinte anos, depois de fugir de uma faculdade de arquitetura, que ele ingressou numa escola de teatro, aliás, fundada por uma atriz – a grande Célia Helena.

As atrizes passaram a povoar suas relações e há mais de três décadas que os assuntos do palco são seu maior interesse. E como ele diz “Ás vezes, pura dor com prazer”, mas mesmo assim são elas que o move.
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“Nos contos do livro estão histórias que saíram direto do meu coração, muitas até pessimistas em relação a profissão, é o amargo com o doce, o frio com o calor, o amor com ódio, a beleza com o terror e o sublime”, diz Chacra.
 
Mas as personagens de “Atrizes” são anônimas, que escolheram atuar não por ambição artística, mas por serem artistas, artesãs ou como Tchekhov escreveu na peça “A Gaivota”, não são mulheres destinadas ao fracasso, e sim parte das 99% das atrizes que não são identificadas e reconhecidas nas ruas.
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“São personagens que revelam o que está por trás das cenas e que se assemelham na busca de novas existências que fogem do convencional”, complementa Chacra.
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Em Crônicas Censuradas, livro publicado em 2021, Leo reuniu contos que aprofundam a humanidade dos personagens em tramas deliciosas provenientes do teatro e do circo.
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Já em “A Babá De Nova Iorque”, Leo Chacra selecionou 14 contos ambientados principalmente nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Nova York que apresentam personagens que, apesar de pertencerem à rica classe média, vivem o sistema, mas buscam sempre uma felicidade fora dele.

O Autor
Leo Chacra nasceu na cidade de São Paulo, em 1974, e é formado pela Escola Célia Helena. Sua trajetória profissional já contabiliza quase três décadas como dramaturgo e diretor de teatro. Dirigiu, entre outros, os espetáculos Nunca Mais, Esconderijo e Atração, todos de sua autoria. Leo foi um dos fundadores do grupo Clownbaret. Atuou em Estado de Sítio, sob a direção de Marcelo Lazzaratto, e O Jardim das Cerejeiras, com direção de Luciano Chirolli; dirigiu o Grupo Sete em Seis Atrizes em Busca de Um Diretor, de Felipe Sant’Ângelo; atuou e dirigiu a peça Falecida Senhora Sua Mãe, de Georges Feydeau. Como dramaturgo, assina os textos România (também diretor), Sessão da Tarde (ainda como ator e diretor), Comédia dos Esquemas (na qual atuou sob direção de Antonio Rocco), Esconderijo (também diretor) e Epidemia Franciscana, encenada por Roney Facchini.

Sobre a escrita do Leo
Há algo de extremamente poético na obra de Leo Chacra, bem como há sempre muita delicadeza em como tudo se desenrola. Ele transita, com muita fuidez entre o conto e a crônica em seus textos costumeiramente permeados por uma teatralidade eloquente, além de dispor de uma forma própria de se autodesnudar, em meio a confissões e revelações quase sempre inusitadas. É uma escrita honesta, corajosa, direta, franca, que aponta dúvidas, pensamentos, desejos, expectativas e anseios do próprio autor e, justamente pela forma tão sincera e genuína como as reflexões são apresentadas, consegue tocar quase que instantaneamente o leitor. Seus textos muitas vezes acabam por servir-lhe como uma espécie de desabafo/desafogo perante suas angústias e embates do dia a dia.
Graziela Barduco | Atriz e escritora –

Leo Chacra lança livro “Atrizes” (Ofício das Palavras, 2025)

SERVIÇO
Lançamento de “Atrizes”, obra de Leo Chacra
Quando: 20 de março 2025, quinta-feira
Horário: Das 18h às 21h
Onde: Livraria da Vila (Alameda Lorena, 1501 – São Paulo/SP)
Preço – R$ 70,00
Mais informações: @leochacra | @oficio_das_palavras | @livrariadavila

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